Prefeito de Madri oficializa casamento gay e contraria Igreja

Alberto Ruiz-Gallardón

Em Madri, o amor venceu — com coragem e ternura!


Hoje, 29 de agosto de 2009, mais um passo histórico foi dado na luta pelos direitos da população LGBTQIA+. E, desta vez, aconteceu bem no coração da conservadora Madri. O prefeito da cidade, Alberto Ruiz-Gallardón — sim, ele mesmo, do Partido Popular (PP), partido de oposição e com histórico conservador — surpreendeu e emocionou ao oficializar o casamento civil entre Javier Gómez e Manuel Ródenas.

Manuel, inclusive, não é qualquer cidadão: ele é diretor do Programa de Assessoria de Gays, Lésbicas e Transexuais da província de Madri. Ou seja, ativismo e amor se encontraram num altar cívico, com direito a reconhecimento público.

Apesar das duras críticas da Igreja e do próprio PP à lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o prefeito não se escondeu. Pelo contrário, fez questão de destacar a legalidade e, principalmente, a legitimidade daquele ato. Abriu a cerimônia lembrando sua competência como autoridade civil e leu, em voz alta, o artigo 14 da Constituição Espanhola:

“Os espanhóis são iguais perante a Lei, sem que possa prevalecer discriminação por razões de nascimento, raça, sexo, religião (...)”.

E como se não bastasse esse gesto de respeito e cidadania, Gallardón encerrou a cerimônia com um toque poético. Leu aos noivos um poema do libanês Gibrán Khalil Gibrán, filósofo e poeta que enxergava o amor como força transformadora — exatamente o que esse momento representou.

Com essa celebração, a Espanha reafirma sua posição entre os países pioneiros na garantia da igualdade: depois de Holanda, Bélgica e Canadá, foi o quarto país do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em junho do ano passado, sob o governo socialista do PSOE.

Neste sábado, a união de Javier e Manuel não foi só um casamento. Foi um manifesto de amor, de resistência, e de esperança. Um lembrete de que a igualdade pode, sim, vir acompanhada de poesia — mesmo quando há oposição no caminho.

Que esse gesto inspire outras autoridades, em todos os lugares do mundo, a se levantarem pelo que é certo, justo e humano.

Porque no fim, o que deve prevalecer — nas leis e na vida — é o amor. 🌈

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