Grupo Arco-Íris divulga nota de repúdio contra declarações de Garotinho sobre homossexuais

HOMÓBICOS NÃO SERÃO TOLERADOS
Homofóbico tem duas opções: desistir ou enfrentar o tribunal.


Vejam o que aconteceu agora:


RIO - O grupo Arco-Íris divulgou nesta quarta-feira uma nota na qual repudia as declarações do pré-candidato do PR ao governo do Rio, Anthony Garotinho, sobre os homossexuais. Durante eventos evangélicos da chamada Caravana Palavra de Paz, o ex-governador ataca adversários, faz discursos homofóbicos e pedidos de voto, conforme mostrou a reportagem do GLOBO.

Em uma das ocasiões, um cantor gospel pergunta à multidão quem é a favor da união civil de pessoas do mesmo sexo. Todos dizem ser contra. Garotinho, então, emenda:

- Todos não. O Gabeira e o Sérgio Cabral são a favor. O governador patrocina Parada Gay em Copacabana.

Na nota, a ONG afirma que o ex-governador deu declarações "de forma pejorativa", fomentando o preconceito contra os gays.

"Entendemos que Anthony Garotinho não respeitou a Constituição, que preza a igualdade de Direitos de todos e todas perante a sociedade e os princípios de um Estado laico, desqualificando as políticas públicas do governo do estado aos Direitos Humanos e à população LGBT", diz a nota.

Leia a nota na íntegra:

"O Grupo condena a postura do Sr. Anthony Garotinho, ex-governador e atual pré-candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, que, de forma pejorativa, fomenta o preconceito à Comunidade LGBT. O jornal O Globo (2 de maio de 2010) destaca que Garotinho tem feito ataque aos adversários usando como arma de manipulação a Parada do Orgulho LGBT-Rio, ao afirmar que o então governador, Sérgio Cabral, patrocina a Parada do Rio. E, ainda, ratifica o discurso homofóbico do músico (sic) Emanuel de Albertin ("Se Deus fizesse o homem para casar com homem, não seria Adão e Eva, teria feito Adão e Ivo"), chamado por Garotinho para compor a caravana Palavra de Paz.

"Entendemos que Anthony Garotinho não respeitou a Constituição, que preza a Igualdade de Direitos de todos e todas perante a Sociedade e os princípios de um Estado Laico, desqualificando as políticas públicas do Governo do Estado aos Direitos Humanos e à População LGBT.

"O papel de um governante é garantir a igualdade de Direitos de toda a população, independente de cor, classe, credo, raça, sexo, orientação sexual. E tal postura, do Sr. Anthony Garotinho, como candidato ao cargo de governante, denota um discurso fundamentalista e de segregação.

Esclarecimentos:

"Primeiramente, o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT¨vem a público esclarecer que tem, sim, apoio financeiro de órgãos governamentais (Município, Estado e União) para a realização da Parada do Orgulho LGBT-Rio, terceiro maior evento cultural da cidade do Rio de Janeiro que hoje ocupa o lugar de maior evento comunitário, não só da cidade do Rio como de todo o nosso Estado. Também ressaltamos que a Parada não é patrocinada pela pessoa física de Sérgio Cabral Filho, governador do Estado.

"O Governo do Estado atualmente reconhece a Comunidade LGBT, que durante muitos anos foi marginalizada e privada de sua cidadania plena. Hoje, somos representados pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, dentro da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, que atua no combate à homofobia.

"O Grupo Arco-Íris, fundado em 1993, tem como missão atuar para promover a melhoria na qualidade de vida de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), além de promover os direitos humanos do público LGBT. Por isso, prestamos atendimento à comunidade LGBT e encaminhamos mensalmente vários casos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais vitimas de preconceitos, violência física, verbal a esta Superintendência.

"O Grupo lamenta a postura do ex-governador Garotinho, que sintetiza em sua fala o mesmo preconceito que leva a violência e morte de centenas de homossexuais em nosso país".


O Globo - http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/05/05/grupo-arco-iris-divulga-nota-de-repudio-contra-declaracoes-de-garotinho-sobre-homossexuais-916505025.asp

Publicada em 05/05/2010 


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO



Os homossexuais e seus representantes mais diretos têm que ficar de olho nesse tipo de declaração homofóbica e incitação ao preconceito e à violência. Essas coisas não podem passar em branco. Temos mesmo que botar a boca no trombone, usar os meios legais e promover a igualdade, seja através do discurso ou dos tribunais. O que não podemos pode é fazer de conta que não está acontecendo. O Brasil não pode se tornar uma Uganda no que diz respeito aos direitos humanos. O Brasil precisa avançar cada vez mais rumo àquele lindo alvo: ser um país de todos.

Se depender de Antony Garotinho e dos políticos e pastores de sua "estirpe", o Brasil vai acabar sendo apenas um país de tolos.

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