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Dia das Consciência Negra - uma reflexão para negros e não-negros

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Por Sergio Viula Muitas pessoas se perguntam por que temos um dia chamado "Dia da Consciência Negra". Para muitos, esse dia significa feriado - privilégio de algumas cidades e de algumas pessoas nessas cidades, não de todas. Para outros, é um dia para jogar a velha cortina de fumaça sobre uma luta legítima, dizendo coisas como "todas as vidas importam". Esse tipo de subterfúgio não passa de uma manobra discursiva para dizer que vidas negras não merecem qualquer atenção especial, mesmo quando o racismo estrutural que as massacra segue sem trégua. A verdade é que o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca a importância da reflexão sobre a história e cultura afro-brasileira. O dia marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola, e foi escolhido para promover o debate e outras ações em prol da igualdade racial e do combate ao racismo estrutural. Trata-se de uma oportunidade de nos debruçarmos sobre o tema da diversidade racial, reconhecendo a

Ciência, Política e Religião: "Cura Gay" em debate.


Seminário acadêmico discutirá as tentativas de implementação, no Brasil, das chamadas “terapias de reorientação sexual”, seus efeitos e implicações. Dia 18 de junho, de 9h30 a 18h, auditório do IMS/UERJ.

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Atualização (18/07/18):
Vai ter transmissão ao vivo do evento. Começa às 9:30 desta segunda, 18/07. Assista no link abaixo:


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Mais informações na página do evento:
https://www.facebook.com/events/1659509900813972/



Dia 18 de junho, mês em que se celebra o Dia do Orgulho LGBT, o CLAM realizará o seminário “Ciência, Política e Religião: ‘Cura Gay’ em Debate”, a fim de refletir sobre as disputas, no Brasil, em torno das chamadas “terapias de reorientação sexual” – conhecidas como “cura gay”. Toma-se como ponto de partida as controvérsias recentes envolvendo as Resoluções nº 001/99 e 001/18 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que estabelecem normas de atuação para os psicólogos em relação, respectivamente, à orientação sexual e às pessoas transexuais e travestis. As tentativas de implementação desses “tratamentos psicoterápicos” vêm se dando simultaneamente pela via legislativa, através de projetos de lei que buscam sustar as referidas resoluções do CFP, e mediante ações judiciais. 


Protagonizadas, de um lado, por atores e grupos identificados como “religiosos”, especialmente psicólogos que se apresentam como “cristãos”; e, de outro, por organizações e movimentos empenhados no combate à discriminação e à patologização da diversidade sexual e de gênero, tais disputas vêm reemergindo periodicamente nos últimos anos, ocasiões em que ganham ampla cobertura midiática e mobilizam intenso debate nas redes sociais. Evidencia-se, assim, a construção da diversidade sexual e de gênero como fato controverso por segmentos da sociedade brasileira. Nesse cenário, este evento pretende ser uma oportunidade para dialogar sobre as negociações e tensionamentos em que se veem envolvidos acadêmicos, cientistas, gestores, militantes e membros de comunidades de fé, partindo do entendimento de que essas categorias não são estanques e se interpenetram nas experiências concretas de atores e grupos.

A programação prevê a realização de duas mesas. A primeira, pela manhã, se propõe a discutir as controvérsias em torno do tema a partir das perspectivas de campos de atuação diversos. Para tanto, contará com as participações de Pedro Paulo Bicalho, membro do Conselho Federal de Psicologia e professor da UFRJ; da defensora pública Letícia Oliveira, colaboradora do NUDIVERSIS, o Núcleo de Defesa dos Direitos Homoafetivos e Diversidade Sexual da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro; e do antropólogo Sérgio Carrara, professor do IMS/UERJ e pesquisador do CLAM. O debate será enriquecido pela participação de Claudio Nascimento, Diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI e Coordenador Executivo do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, como comentador.

À tarde, a segunda mesa trará o debate a partir da perspectiva de diferentes comunidades e experiências de fé, com os seguintes convidados: Camila Mantovani, representante dos movimentos evangélicos Esperançar e Evangélicxs – Juntos pela Diversidade; o pastor da Comunidade Batista do Caminho de Belo Horizonte José Barbosa Jr., fundador do movimento “Jesus Cura a Homofobia”; o ex-pastor Sergio Viula, um dos fundadores do hoje extinto Movimento pela Sexualidade Sadia (MOSES) no Brasil, que se dedicava a auxiliar pessoas que desejavam “abandonar a homossexualidade”; e Murilo Araújo, do Diversidade Católica, coletivo integrante da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT. A comentadora será Jandira Queiroz, jornalista com vasta experiência em organizações do terceiro setor nas áreas de direitos sexuais e reprodutivos e direitos humanos, sociais e econômicos, atualmente assessora de ativismo e mobilização na Anistia Internacional Brasil.

O evento será encerrado por um fórum para articulação de possibilidades e estratégias de ação, visando ao asseguramento e expansão de direitos em prol da diversidade sexual e de gênero. Para qualificar a plenária, foram convidados representantes de conselhos profissionais e ativistas, integrantes de movimentos sociais, membros de comunidades de fé e pesquisadores.

O evento é aberto e gratuito. Não há necessidade de inscrição prévia.

PROGRAMAÇÃO


09h30-10h00 | Abertura: Horacio Sívori (CLAM/IMS/UERJ)

10h00-12h30 | A controvérsia em debate: diferentes campos de atuação
• Pedro Paulo Bicalho (CFP; UFRJ)
• Letícia Oliveira (NUDIVERSIS/DPRJ)
• Sérgio Carrara (CLAM/IMS/UERJ)
Comentador: Claudio Nascimento (Aliança Nacional LGBTI; Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT)
Mediador: Cleber Macedo (CLAM/IMS/UERJ)

12h30-14h00 | Almoço

14h00-16h30 | A controvérsia em debate: comunidades de fé
• Sérgio Viula (LiHS; ex-MOSES)
• Camila Mantovani (Esperançar; “Evangélicxs - Juntos pela Diversidade”)
• José Barbosa Jr. (Comunidade Batista do Caminho-BH; “Jesus Cura a Homofobia”)
• Murilo Araújo (Diversidade Católica-RJ)
Comentadora: Jandira Queiroz (Anistia Internacional)
Mediadora: Cristiana Serra (CLAM/IMS/UERJ)

16h30-18h00 | Fórum de articulação
Mediadora: Vanessa Leite (CLAM/IMS/UERJ)

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