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Linguagem neutra não-binária (trecho de uma live)

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 Por Sergio Viula Esse é um trecho de uma live feita com @Sviula a convite de @carolina_carolino no perfil das @carolinas_da_borborema no Instagram em 07/04/24. Esse é apenas um trecho da nossa conversa e se refere ao uso da linguagem neutra não-binária. A live completa pode ser vista aqui: https://www.instagram.com/reel/C5en-hhvjuq . Nessa live, além de linguagem não binária, discutimos a falsamente chamada "cura gay", o Movimento LGBT+ no Brasil, temas relacionados à orientação sexual e identidades de gênero.  O trecho abaixo é apenas um recorte da live, mas considero que seja muito interessante e relevante para as diversas discussões sobre linguagem neutra na atualidade. Confira e siga o perfil dos participantes no Instagram. Carolina Carolino e Sergio Viula 07/04/24 Instagram: @carolinas_da_borborema

Dia das Consciência Negra - uma reflexão para negros e não-negros


Por Sergio Viula


Muitas pessoas se perguntam por que temos um dia chamado "Dia da Consciência Negra". Para muitos, esse dia significa feriado - privilégio de algumas cidades e de algumas pessoas nessas cidades, não de todas. Para outros, é um dia para jogar a velha cortina de fumaça sobre uma luta legítima, dizendo coisas como "todas as vidas importam". Esse tipo de subterfúgio não passa de uma manobra discursiva para dizer que vidas negras não merecem qualquer atenção especial, mesmo quando o racismo estrutural que as massacra segue sem trégua.


A verdade é que o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca a importância da reflexão sobre a história e cultura afro-brasileira. O dia marca a morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola, e foi escolhido para promover o debate e outras ações em prol da igualdade racial e do combate ao racismo estrutural. Trata-se de uma oportunidade de nos debruçarmos sobre o tema da diversidade racial, reconhecendo as contribuições fundamentais da população negra na construção da sociedade brasileira e pensando em meios eficazes para a sensibilização de corações e mentes no que tange a temas como respeito, inclusão e justiça.


Falando em reconhecimento das contribuições e conquistas de pessoas negras, apesar de todo o preconceito que sofrem de diversas maneiras em nossa sociedade, gostaria de destacar alguns brasileiros negros que têm se destacado em diversas áreas.


Arte


Artistas negros brasileiros, como Abdias do Nascimento e Beatriz Milhazes, são nomes reconhecidos e que não podem ser esquecidos.


Abdias Nascimento

Abdias Nascimento (1914-2011): Figura proeminente no Brasil, conhecido por suas contribuições significativas para a luta contra o racismo e pela promoção da cultura afro-brasileira. Artista, político, ativista e intelectual multifacetado.


Beatriz Milhazes

Beatriz Milhazes (Nascida em 1960): Conhecida por suas obras vibrantes e coloridas, que frequentemente incorporam elementos do barroco, da cultura brasileira e da arte contemporânea. Milhazes é uma figura influente no cenário artístico brasileiro e tem contribuído significativamente para a arte contemporânea global.


Política


Líderes como Milton Santos e Benedita da Silva são destaques entre muitos outros políticos.


Milton Santos

Milton Santos: Geógrafo, professor universitário e político. Participou ativamente da luta contra a ditadura militar.


Benedita da Silva

Benedita da Silva: Contribuiu significativamente para a política brasileira, promovendo a representatividade e a igualdade racial. Em 2002, tornou-se a primeira mulher negra a governar um estado brasileiro.


Ciência


Destaco aqui dois cientistas: Juliano Moreira e Joana D'Arc Félix de Souza.


Dr. Juliano Moreira

Juliano Moreira (1872-1933): Médico, psiquiatra e cientista brasileiro. Contribuiu significativamente na área de saúde mental, introduzindo métodos mais humanitários no tratamento psiquiátrico.


Dra. Joana D'Arc Félix de Sousa

Joana D'Arc Félix de Sousa: Doutora em química pela UNICAMP, desenvolveu uma formulação inovadora para tratar a cegueira causada por catarata, oferecendo soluções práticas para questões de saúde pública.


Educação


Educadores como Lélia Gonzalez ajudaram a moldar teorias educacionais críticas, destacando a importância da educação para a conscientização racial. Petrônio Rodrigues contribui para a compreensão das dinâmicas raciais na educação brasileira e busca promover a valorização da diversidade cultural no ambiente escolar.


Lélia Gonzales

Lélia Gonzalez (1935-1994): Antropóloga, feminista e militante pelos direitos civis no Brasil. Fundadora do Movimento Negro Unificado e do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras.


Petrônio Domingues

Petrônio Domingues: Professor e pesquisador especializado em estudos afro-brasileiros e educação. Contribui para a compreensão das dinâmicas raciais na educação brasileira.


Saúde


Profissionais de saúde, como a Dra. Jaqueline Goes de Jesus e a Dra. Maria Odília Teixeira, primeira médica negra formada no Brasil, que foi descoberta pela nefrologista, também negra, Scyla Maria Reis, entrevistada pelo G1 em 19/11/2020.

Dra. Jaqueline Goes de Jesus

Dra. Jaqueline Goes de Jesus: Cientista e pesquisadora em saúde. Ganhou destaque por seu trabalho no sequenciamento do genoma do coronavírus no Brasil durante a pandemia de COVID-19.


Mais informações no G1: Primeira médica negra no Brasil

Dra. Maria Odília Teixeira: Primeira médica negra formada no Brasil, descoberta pela nefrologista Scyla Maria Reis. Alcançou essa conquista histórica no início do século XX, marcando um marco significativo na história da medicina no país.



O que os negros brasileiros mais precisam conquistar atualmente?


Os negros no Brasil atualmente necessitam de ações que promovam a equidade e combatam as disparidades sociais. Isso inclui:


Igualdade de Oportunidades: Garantir acesso igualitário à educação de qualidade, emprego e oportunidades econômicas para combater desigualdades históricas.


Combate ao Racismo Estrutural: Implementar políticas efetivas de combate ao racismo, promovendo conscientização e punindo práticas discriminatórias.


Saúde e Bem-Estar: Garantir acesso equitativo a serviços de saúde, considerando as disparidades existentes, e abordar questões específicas que afetam a saúde da população negra.


Segurança: Implementar medidas para combater a violência policial e garantir a segurança da população negra, reconhecendo e abordando o racismo institucional.


Representatividade: Promover a representatividade negra em todos os setores, incluindo política, mídia e empresas, para refletir a diversidade da sociedade brasileira.


Preservação Cultural: Valorizar e preservar a cultura afro-brasileira, reconhecendo-a como parte fundamental da identidade nacional.


Terras Indígenas e Quilombolas: Garantir a demarcação e proteção efetiva das terras indígenas e quilombolas, respeitando os direitos territoriais e culturais.


Acesso à Justiça: Assegurar que o sistema judicial seja acessível e justo para todos, combatendo a impunidade e garantindo a aplicação igualitária da lei.



O que uma pessoa não-negra pode fazer como aliada?


Pessoas não-negras podem desempenhar um papel crucial na implementação dessa agenda. Por exemplo, no tocante à educação e conscientização, podem buscar compreender as complexidades do racismo estrutural, educando-se sobre a história e as experiências da população negra no Brasil. E no tocante ao combate ao Racismo, podem ser ativas na denúncia e no combate ao racismo em todas as suas formas, desde atitudes cotidianas até manifestações mais explícitas.


Além disso, podem desenvolver empatia e solidariedade, reconhecendo as desigualdades e apoiando as lutas e reivindicações da comunidade negra. Podem incentivar e até exigir que haja mais diversidade em seus ambientes de trabalho e espaços sociais, promovendo inclusão e igualdade de oportunidades.


Também podem ajudar a amplificar as vozes negras, repercutindo o que dizem as vozes oriundas da comunidade negra. Isso inclui o apoio a artistas, intelectuais e líderes negros. Esse apoio pode ser manifestado de muitas maneiras, inclusive reconhecendo suas contribuições.


Pessoas não-negras podem ajudar também engajando-se em atividades cívicas que promovam políticas e legislações para o combate ao racismo e promoção da igualdade racial. Podem também atuar em organizações e empresas que adotem práticas socialmente responsáveis, promovendo diversidade e equidade racial.


Com empatia, podem praticar a escuta ativa. Isso quer dizer estarem abertas ao diálogo e ao aprendizado a partir das experiências e perspectivas da população negra.


Acima de tudo, devem desconstruir em suas próprias mentes quaisquer estereótipos e preconceitos pessoais, desenvolvendo em si mesmas uma mentalidade antirracista e estimulando outras pessoas a fazerem o mesmo.


Essas ações, se levadas a efeito cotidianamente, contribuirão para criar uma sociedade mais justa e igualitária, onde pessoas de todas as origens possam viver e prosperar plenamente.


Bandeira do arco-íris, representando a comunidade LGBTQIA+,
com sobreposição do símbolo da luta da 
comunidade negra por igualdade.


Vai aqui uma saudação especial às pessoas negras e LGBT+, uma vez que sofrem duplo preconceito e muitas vezes, por serem sexodiversas ou transgêneras, não são plenamente acolhidas nos ambientes onde negros heterossexuais e cisgêneros recebem apoio.


DICAS DE LEITURA:

AUTORES NEGROS QUE TODOS DEVERIAM CONHECER

Uma lista de referências da literatura brasileira

https://gente.globo.com/texto-autores-negros-que-todos-deveriam-conhecer/


Assista a esse filme assim que você tiver a primeira oportunidade de estar em casa com calma:


RUSTIN - NETFLIX

https://www.netflix.com/watch/81111528?trackId=14209198&tctx=8%2C0%2Ceeb22547-26b4-47d6-a5a9-8e30eb121682-384592039%2CNES_5B101DD4485DEBC7595D67EB85D217-E53BFADE6E46CF-4C9B09FE76_p_1700497639386%2CNES_5B101DD4485DEBC7595D67EB85D217_p_1700497639386%2C%2C%2C%2C%2CVideo%3A81111528%2CminiDpPlayButton 





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