Justiça espanhola absolve um dos homofóbicos que mataram o braslleiro Samuel Luiz

Protesto realizado em 05/07/21



Justiça da Espanha absolve um dos acusados pela morte de Samuel Luiz, jovem gay brasileiro vítima de crime de ódio


Nesta terça-feira (27), o Tribunal Superior de Justiça da Galícia, na Espanha, revogou a condenação de um dos homens acusados de envolvimento no assassinato de Samuel Luiz, um jovem gay brasileiro brutalmente espancado até a morte em 2021, na cidade de La Coruña. O caso gerou comoção internacional e foi classificado como um crime de ódio motivado por homofobia.
 
🧑‍⚖️ O que diz a decisão

O acusado, cidadão espanhol, havia sido condenado em janeiro de 2025 a dez anos de prisão, apontado como cúmplice no crime. No entanto, a nova decisão do tribunal entendeu que não havia provas suficientes para comprovar sua participação direta no assassinato. Com isso, sua sentença foi anulada.

Enquanto isso, as condenações dos outros três réus — diretamente envolvidos nas agressões — foram mantidas, com penas que variam de 20 a 24 anos de prisão.
 
⚰️ Quem foi Samuel Luiz?

Samuel Luiz Muñiz, de 24 anos, era estudante de enfermagem e vivia na Espanha desde a infância. Na noite de 2 para 3 de julho de 2021, ele foi espancado por um grupo de homens após um desentendimento, sob a acusação infundada de que estaria filmando outros clientes com seu celular. Durante o ataque, testemunhas relataram insultos homofóbicos — o que levou o caso a ser considerado um crime de ódio.

A brutalidade do crime — cometido em via pública e diante de diversas pessoas — causou indignação não só na Espanha, mas também no Brasil e em outros países. Samuel, embora naturalizado espanhol, era nascido no Brasil, e sua morte reacendeu o debate internacional sobre segurança e direitos das pessoas LGBTQIA+.
 
🌎 Repercussão e preocupações

A absolvição de um dos réus gerou repercussões imediatas entre ativistas de direitos humanos e organizações LGBTQIA+, que expressaram preocupação com a possibilidade de impunidade em crimes motivados por preconceito. A Anistia Internacional já havia apontado o caso como um símbolo da violência contra pessoas LGBTQIA+ na Europa e segue acompanhando os desdobramentos.

No Brasil, o caso continua sendo citado como exemplo da violência enfrentada por pessoas LGBTQIA+ no exterior — e também internamente, considerando que o país lidera, há anos, o ranking global de homicídios contra essa população, especialmente pessoas trans.

Este novo capítulo no caso Samuel Luiz serve como alerta: a justiça contra crimes de ódio ainda é frágil, mesmo em países considerados progressistas. O risco de invisibilização e negligência judicial continua real — e a luta por justiça plena e respeito à diversidade segue urgente e necessária.

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