Rob Jetten: o homem gay que fez a extrema-direita engolir seco nos Países Baixos
Rob Jetten: o homem gay que fez a extrema-direita engolir seco nos Países Baixos

Há vitórias eleitorais que dizem algo maior do que os números.
A eleição holandesa de 2025 é uma delas.
Por Sergio Viula
Rob Jetten, líder do partido Democratas 66 (D66), progressista, socialmente liberal — e sim, assumidamente homossexual — não só contrariou as sondagens como deixou a extrema-direita de Geert Wilders sem o gostinho de dominar o país.
Num cenário europeu onde o neofascismo tem ganhado terreno, ver um homem jovem, liberal, pró-direitos humanos e LGBTQ+ sair vencedor não é apenas inspirador — é histórico.
E manda um recado claro: a democracia só perde quando a gente abaixa a cabeça.
Quem é Rob Jetten?

- Jetten representa uma Holanda moderna:
- 38 anos
- abertamente gay
- defensor do clima, da inclusão e de políticas progressistas
- estilo firme, racional, nada de berrar ou fazer política com ódio
Ele não venceu pelo “tema LGBTQ+”.
Ele venceu porque a decência, o liberalismo social, a defesa do Estado de Direito e a luta pelo futuro ainda têm espaço — quando alguém tem coragem de defendê-los.
É o oposto perfeito do que a extrema-direita tenta vender como “fraqueza”.
Ele é prova viva de que ser progressista não é ser ingênuo — é ter espinha dorsal.
O que é o D66 e por que isso importa?
O D66 é um partido de centro-esquerda liberal, com foco em:
- direitos individuais
- democracia forte
- ciência e educação
- política climática séria
- economia moderna e inclusiva
Não é partido de frases vazias.
É partido que governa, negocia, constrói e protege liberdades.
E isso, num mundo intoxicado por fake news, medo e conservadorismo agressivo, já é revolucionário.
O duelo eleitoral: PVV x D66
As pesquisas previam outra realidade.
Mas Jetten montou uma campanha limpa, firme e estratégica — e empatou com o PVV de Geert Wilders, o líder populista de extrema-direita conhecido por islamofobia, ataques a minorias e políticas autoritárias.
O recado dessa eleição?
A democracia respira — e quando a gente luta, ela respira mais forte.
Por que isso é simbólico para a comunidade LGBTQ+
Não se trata de “representatividade vazia”.
É um gay assumido disputando poder real e não pedindo licença para existir.
Jetten não foi “o candidato gay”.
Ele foi o candidato competente, progressista e, por coincidência, gay.
A extrema-direita odeia isso.
Eles até tentam pintar LGBTQ+ como ameaça, como “ideologia”, como fraqueza.
Mas quando um homem gay chega ao topo da política com postura, preparo e estratégia, essa narrativa desmorona.
E agora?
Os Países Baixos têm um sistema parlamentarista.
Jetten ainda precisa formar maioria para governar — e isso envolve negociação dura, jogo democrático real, sem golpes disfarçados de patriotismo.
Se conseguir, será o mais jovem e o primeiro primeiro-ministro abertamente gay do país.
Dá para imaginar o peso disso?
Europa retrocedendo em vários cantos, e lá vem alguém que simboliza o futuro puxando o freio do ódio.
Por que essa vitória importa aqui no Brasil?
Porque lembra que:
- a extrema-direita não é invencível
- medo e fake news não são destino
- lideranças LGBTQ+ podem — e devem — ocupar o poder
- democracia e diversidade caminham juntas
- cada direito existe porque alguém lutou
E a verdade está mais viva do que nunca:
O armário nunca protegeu ninguém — mas o voto consciente protege democracias inteiras.
Se Jetten assumir o governo, vai ser histórico.
Se não assumir, já fez história.
E nós seguimos — fora do armário, nas urnas, na rua, e onde mais for preciso.
Rob Jetten mostrou ao mundo que não há nada mais ameaçador para o autoritarismo do que um cidadão livre, orgulhoso e sem medo de disputar poder.
Que essa vitória inspire mais gente LGBTQ+ a acreditar no óbvio: política é lugar nosso, sim. E o futuro não pertence aos covardes.









Precisamos de mais representatividades assim! 👏🏼👏🏼👏🏼 Ainda existem muito(a) LGBTs alienados, que precisam acordar.
ResponderExcluirVerdade. Esse tipo de liderança realmente progressista e inclusiva é o que muda as coisas.
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