Rob Jetten: o homem gay que fez a extrema-direita engolir seco nos Países Baixos

Rob Jetten: o homem gay que fez a extrema-direita engolir seco nos Países Baixos


Rob Jetten

Há vitórias eleitorais que dizem algo maior do que os números.

A eleição holandesa de 2025 é uma delas.



Por Sergio Viula


Rob Jetten, líder do partido Democratas 66 (D66), progressista, socialmente liberal — e sim, assumidamente homossexual — não só contrariou as sondagens como deixou a extrema-direita de Geert Wilders sem o gostinho de dominar o país.

Num cenário europeu onde o neofascismo tem ganhado terreno, ver um homem jovem, liberal, pró-direitos humanos e LGBTQ+ sair vencedor não é apenas inspirador — é histórico.

E manda um recado claro: a democracia só perde quando a gente abaixa a cabeça.


Quem é Rob Jetten?

Rob Jetten está num relacionamento sério com Nicolás Keenan desde 2022


  • Jetten representa uma Holanda moderna:
  • 38 anos
  • abertamente gay
  • defensor do clima, da inclusão e de políticas progressistas
  • estilo firme, racional, nada de berrar ou fazer política com ódio


Ele não venceu pelo “tema LGBTQ+”.

Ele venceu porque a decência, o liberalismo social, a defesa do Estado de Direito e a luta pelo futuro ainda têm espaço — quando alguém tem coragem de defendê-los.

É o oposto perfeito do que a extrema-direita tenta vender como “fraqueza”.

Ele é prova viva de que ser progressista não é ser ingênuo — é ter espinha dorsal.


O que é o D66 e por que isso importa?

O D66 é um partido de centro-esquerda liberal, com foco em:

  • direitos individuais
  • democracia forte
  • ciência e educação
  • política climática séria
  • economia moderna e inclusiva

Não é partido de frases vazias.

É partido que governa, negocia, constrói e protege liberdades.

E isso, num mundo intoxicado por fake news, medo e conservadorismo agressivo, já é revolucionário.


O duelo eleitoral: PVV x D66

As pesquisas previam outra realidade.

Mas Jetten montou uma campanha limpa, firme e estratégica — e empatou com o PVV de Geert Wilders, o líder populista de extrema-direita conhecido por islamofobia, ataques a minorias e políticas autoritárias.


O recado dessa eleição?

A democracia respira — e quando a gente luta, ela respira mais forte.


Por que isso é simbólico para a comunidade LGBTQ+

Não se trata de “representatividade vazia”.

É um gay assumido disputando poder real e não pedindo licença para existir.

Jetten não foi “o candidato gay”.

Ele foi o candidato competente, progressista e, por coincidência, gay.

A extrema-direita odeia isso.

Eles até tentam pintar LGBTQ+ como ameaça, como “ideologia”, como fraqueza.

Mas quando um homem gay chega ao topo da política com postura, preparo e estratégia, essa narrativa desmorona.


E agora?

Os Países Baixos têm um sistema parlamentarista.

Jetten ainda precisa formar maioria para governar — e isso envolve negociação dura, jogo democrático real, sem golpes disfarçados de patriotismo.

Se conseguir, será o mais jovem e o primeiro primeiro-ministro abertamente gay do país.


Dá para imaginar o peso disso?

Europa retrocedendo em vários cantos, e lá vem alguém que simboliza o futuro puxando o freio do ódio.


Por que essa vitória importa aqui no Brasil?

Porque lembra que:

  • a extrema-direita não é invencível
  • medo e fake news não são destino
  • lideranças LGBTQ+ podem — e devem — ocupar o poder
  • democracia e diversidade caminham juntas
  • cada direito existe porque alguém lutou


E a verdade está mais viva do que nunca:

O armário nunca protegeu ninguém — mas o voto consciente protege democracias inteiras.

Se Jetten assumir o governo, vai ser histórico.

Se não assumir, já fez história.

E nós seguimos — fora do armário, nas urnas, na rua, e onde mais for preciso.


Rob Jetten mostrou ao mundo que não há nada mais ameaçador para o autoritarismo do que um cidadão livre, orgulhoso e sem medo de disputar poder.

Que essa vitória inspire mais gente LGBTQ+ a acreditar no óbvio: política é lugar nosso, sim. E o futuro não pertence aos covardes.

Comentários

  1. Precisamos de mais representatividades assim! 👏🏼👏🏼👏🏼 Ainda existem muito(a) LGBTs alienados, que precisam acordar.

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    1. Verdade. Esse tipo de liderança realmente progressista e inclusiva é o que muda as coisas.

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