AIDS: Ficou mais sério. A prevenção, porém, continua a mesma.

Fiocruz


🧬🇧🇷 Pesquisadores identificam coinfecção por HIV-1 e HIV-2 no Brasil: o que isso significa?

Uma descoberta importante da ciência brasileira acaba de chamar a atenção para uma realidade pouco conhecida no país: a coinfecção por HIV-1 e HIV-2 em pacientes brasileiros. O estudo, liderado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), confirma a presença de 15 casos de coinfecção em diversas regiões do Brasil.

🧪 O trabalho foi premiado durante o II Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, recebendo o Prêmio Adrelírio Rios, como um dos melhores do evento. E o motivo não é à toa: além de trazer dados inéditos, o estudo chama atenção para um problema prático e urgente na saúde pública brasileira.


📌 Afinal, o que é HIV-2?

A maioria das pessoas já ouviu falar do HIV-1, o vírus responsável pela pandemia global de Aids. Mas o HIV-2 também causa Aids — com algumas diferenças importantes:

  • Foi identificado em 1985, principalmente em países da África Ocidental (como Guiné Bissau, Gâmbia e Senegal);

  • É menos transmissível por via sexual ou vertical (de mãe para filho);

  • A infecção pelo HIV-2 costuma evoluir mais lentamente para quadros graves;

  • Estima-se que 2 milhões de pessoas vivam com HIV-2 no mundo, contra 34 milhões com HIV-1, segundo dados da OMS de 2008.

Na Europa, o HIV-2 é mais comum em países com laços históricos com ex-colônias africanas, como Portugal, França e Espanha. No Brasil, a presença do HIV-2 já havia sido discutida em estudos antigos — mas com métodos que geravam dúvidas. Agora, com técnicas modernas e maior precisão, os pesquisadores conseguiram confirmar: o HIV-2 está aqui e precisa ser levado a sério.


🔬 Por que essa descoberta importa?

Porque o tratamento do HIV-2 é diferente. Enquanto o HIV-1 responde bem a diversos antirretrovirais, o tipo 2 é naturalmente resistente aos medicamentos da classe dos não-nucleosídeos — muito usados no SUS. Além disso, o HIV-2 tende a desenvolver resistência a outras classes de remédios com mais rapidez.

Ou seja: sem o diagnóstico correto, o tratamento pode ser ineficaz. E o pior: os testes atualmente usados no Brasil não conseguem identificar com precisão o HIV-2. Todos os testes disponíveis — laboratoriais ou rápidos — são eficazes para o HIV-1, mas não distinguem se o tipo 2 também está presente.


📣 E agora, Brasil?

A coordenadora da pesquisa, Ana Carolina Vicente, do IOC, alerta:

“O Brasil precisa avançar no desenvolvimento de reagentes específicos para o HIV-2. A vigilância e o diagnóstico preciso são fundamentais para oferecer o tratamento correto.”

Esse trabalho é resultado de uma colaboração entre instituições como a Fiocruz, a UFRJ, o Hospital Universitário Gafreé e Guinle e o Laboratório Sérgio Franco, com apoio do Programa das Nações Unidas para Aids (Unaids) e o Ministério da Saúde.


🌈 O que isso tem a ver com o Fora do Armário?

Tudo. Sabemos que a população LGBTQIA+ é historicamente mais vulnerável ao HIV/Aids, não por causa de sua identidade, mas por conta da falta de acesso à informação, saúde de qualidade e políticas públicas efetivas. Essa descoberta reforça a importância de investimento em ciência, testes adequados, formação profissional e combate ao estigma.

Saúde é um direito de todos — mas só se torna real quando reconhecemos todas as formas de viver, amar e existir.


📢 Compartilhe esta informação! Ela pode salvar vidas e ajudar a pressionar por mais investimentos em saúde pública e ciência.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


Prevenir é muito simples: camisinha em todas as relações sexuais.

Quem é soropositivo (tem o vírus HIV) precisa da camisinha para não se contaminar com microorganismos oportunistas que podem matar quem tem o HIV.

Quem não é soropositivo (não tem o vírus HIV) precisa da camisinha para não contraí-lo. Sem falar nas outras doenças sexualmente transmíssíveis.

Relações sem camisinha (barebacking) aparecem em videos e fotos por diversos sites da internet. Não caia nessa furada. Pode ser excitante aos olhos, mas uma trepada de alguns minutos pode prejudicar e encurtar a vida em vários anos.

HIV positivos, HIV negativos e sorodiscordantes (quando um tm e outro, não) podem transar, e talvez já o estejam fazendo sem mesmo imaginar, mas só uma coisa pode manter a segurança de todos: a camisinha!


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