Game over
Terminou quarta-feira, dia 07. A saída de casa foi há pouco.
Por Sergio Viula
Foram cerca de oito meses, dos quais mais de três vivendo juntos. Hoje, atualizo a virtualidade do velho jargão na realidade desse momento: "Foi bom enquanto durou."
A conversa que selou o fim do sonho aconteceu quarta-feira. A saída de casa foi hoje, ainda há pouco, por volta da hora do almoço. Decisão dele. Nenhuma briga. Em ambos os rostos, desalento. No último abraço, calor humano e batimentos cardíacos levemente alterados. De repente, Marcos passou a ser apenas um amigo e Doddy não pula mais no sofá.
Não houve novo amor. Só não acabou ao mesmo tempo para os dois, como geralmente acontece no reino de Eros e Afrodite.
E como eu sempre digo: "Amar é mais parecido com tênis do que com squash. É preciso mais de um para jogar uma partida. Porém, é ainda mais parecido com o frescobol, aquele jogo que domina as praias do Rio no verão. No frescobol, não se joga em oposição, mas em cooperação. O objetivo é manter a bola no ar, não vencer o outro. São parceiros, não oponentes. Quanto mais sintonia, melhor.
Marcos saiu antes de eu chegar. A despedida aconteceu ontem: apenas uma conversa e um abraço sincero. Depois, sono. Como poderia ter sido diferente?
Hoje, as mensagens trocadas quando ele já imaginava que eu tivesse voltado do trabalho conferiram um ponto final nobre a um texto-experiência de amor que foi lindo de muitas maneiras, mas esgotou-se em poucos parágrafos.
As mensagens
Marcos (via Whatsapp): "Só tenho a agradecer por todo amor e companheirismo que você me deu. E desejo, do fundo do meu coração, que tudo volte a ficar bem e você em paz. Gosto muito de você. Mil bjs."
Sergio (via Whatsapp): "Obrigado. Foi tudo sincero, transparente e bem-intencionado. Obrigado por essa mensagem linda que eu nunca vou esquecer. Mil beijos para vc também. Seja feliz. Isso foi o que eu sempre quis para vc."
E agora?
O que restou, além das recordações?
A amizade.
E por que será que a amizade continua?
Porque do início ao fim, prevaleceram a honestidade e o bem-querer de ambas as partes. Daqui para frente, seguiremos caminhos diferentes, mas nos encontraremos em alguma esquina da vida, uma hora ou outra, para brindarmos ao que virá, seja lá o que for, se vivermos para vê-lo, porque cada dia "imorrido" nessa cidade se constitui em mais uma vitória do improvável.
Se estou triste?
Sim.
Deprimido?
Não.
Se amarei de novo?
Provavelmente. Mas, ressalvo o que sempre digo: sexo, amor e casamento são três coisas que não andam necessariamente juntas e nem sempre acontecem nessa ordem ou em qualquer outra. Algumas vezes, simplesmente não acontecem.
Se vou bancar a bela adormecida esperando algum príncipe encantado?
Nunca, baby. Nem bela adormecida nem bela enlouquecida.
Como encarar a vida em toda sua complexidade?
Vivendo um dia de cada vez. É difícil, mas só temos esse instante. Às vezes, ele se estende por décadas. Às vezes, desvanece sem deixar vestígios.
E quando der fome?
Comer.
E quando der sede?
Beber.
E quando der sono?
Dormir.
E quando der tesão?
Transar. Se a vontade for recíproca e os dois maiores de idade, fica valendo o mote: "Solteira, sim. Sozinha, nunca." ;)
Casaria de novo?
Não sei, não. Estou meio cansado de brincar disso.
O que dizer aos amigos?
Não fiquem tristes ou preocupados comigo E não nos julguem. Ninguém manda no coração. Marcos é uma pessoa linda sob muitos aspectos e sempre me tratou como se eu também fosse. ^^
O que dizer aos casados?
Cuide bem do seu amor.
O que dizer aos solteiros?
Vida de casado não é conto de fada.
O que dizer aos separados?
Vocês têm o know-how dos casados e a liberdade dos solteiros. Façam algo gostoso e belo disso. É exatamente o que pretendo fazer. ;)
Ah, esse tal de sentimento amar que nos toma de sobressalto, nos revira a cabeça e nos liga imediatamente a um outro ser. De repente, ele nos torna metade de um inteiro. Precisamos do outro para completar o yin e yang... O amor brota de uma paixão, um tesão desenfreado, um vício no outro. Demora para se instalar. Aos poucos acalma o tesão desenfreado e dá lugar a um sentimento tão forte no peito, que dói. Feliz de quem tem no amor, o amigo. Pois se o amor resolve alçar voo, temos o amigo. Viver juntos é conviver com o que nos encantou e ao mesmo tempo com todos os defeitos que antes, no namoro, escondíamos para conquistar... É,,,, um exercício difícil, diário... Requer uma certa condescendência das partes; um constante enaltecer as qualidades em detrimento dos defeitos... Viver junto é uma aventura diária, porém, assim como o viver solo, também é uma aventura deliciosa... Desejo a você novos encontros, novas paixões e quando o coração quiser bater em sintonia com outro toda noite... Quando a respiração quiser entrar em sincronia com outra, que você encontre outro amor arrebatador... Xerus pra ti.
ResponderExcluirObrigado, Edson. Que comentário lindo! Emocionante mesmo. Um abraço muito especial para vc, querido. Vlw.muito.
ExcluirE assim a vida segue meu querido. Beijos no coração! É muito bom quanto tudo termina bem. Sem brigas, conflitos, etc e tal.
ResponderExcluirObrigado, meu amigo lindo. Vc é o máximo.
ExcluirBeijos.
O bom do amor é vivê-lo por completo. Pode ter certeza que você sentiu esse gosto de amar e ser amado...te desejo mais momentos, como esse não. Te desejo momentos inéditos, mais intensos.
ResponderExcluirAdoro seu blog..bjs
Obrigado, Mônica. Que mensagem linda! Muito obrigado mesmo. Beijos.
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