A Rússia bloqueou um tributo da ONU a Ban Ki-Moon por promover os direitos LGBT
Ban Ki-moon deixará o cargo de Secretário-Geral da ONU esse mês.
Photograph: Brendan Mcdermid/Reuters
Com informações do The Guardian
https://www.theguardian.com/world/2016/dec/14/russia-blocks-tribute-ban-ki-moon-lgbt-rights
Por Sergio Viula
O Jornal The Guardian, reproduzindo informações da Agência Reuters sobre as Nações Unidas, na quarta-feira passada, informou que a Rússia bloqueou a homenagem planejada pelo conselho de segurança da ONU a Ban Ki-moon, atual Secretário-Geral da ONU, que deixará o cargo ainda esse mês. A homenagem incluiria um agradecimento por seu empenho na promoção dos direitos LGBT a redor do mundo, dizem diplomatas.
O Jornal The Guardian, reproduzindo informações da Agência Reuters sobre as Nações Unidas, na quarta-feira passada, informou que a Rússia bloqueou a homenagem planejada pelo conselho de segurança da ONU a Ban Ki-moon, atual Secretário-Geral da ONU, que deixará o cargo ainda esse mês. A homenagem incluiria um agradecimento por seu empenho na promoção dos direitos LGBT a redor do mundo, dizem diplomatas.
Como foi o caso
O conselho de segurança, que conta com 15 membros, se reuniu para prestar tributo a Ban por ocasião de sua saída do cargo de Secretário-Geral.
Os Estados Unidos e outros países membros da ONU queriam que a declaração do conselho dissesse o seguinte: "É graças a você, Sr. Secretário Geral, que mulheres, jovens e a comunidade LGBT têm sido ouvidos e assistidos, e hoje as vozes deles soam mais alto e mais forte nessa sede e ao redor do mundo.”
Todavia, a Rússia objetou, disseram diplomatas. O conselho de 15 membros teve que concordar com uma declaração que dissesse: "os mais vulneráveis ou marginalizados têm sido cada vez mais ouvidos e assistidos pelas Nações Unidas”.
Ser gay ainda é crime em pelo menos 73 países, segundo a própria ONU, e o tema dos direitos gays desperta debates acirrados nas Nações Unidas. Ban Ki-moon tem defendido a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, e foi resistente à oposição feita por estados africanos, árabes e muçulmanos, assim como da Rússia e da China contra qualquer pronunciamento, decisão ou ação implementada em favor dessa comunidade.
Em 2014, Ban disse que a ONU reconheceria os direitos dos casais homoafetivos em seu quadro de funcionários, permitindo que eles recebessem benefícios já concedidos aos casais heterossexuais. A Rússia, apoiada por 43 estados, incluindo Arábia Saudita, China, Irã, Índia, Egito, Paquistão e Síria, fracassou em tentar impedir a ação pró-igualdade dentro da própria ONU no ano passado.
Em Fevereiro, o Grupo Africano, composto por 54 membros, a Organização para Cooperação Islâmica, e o Grupo de Amigos da Família, com 25 membros, liderados pela Bielorússia, Egito e Catar protestaram contra seis novos selos da ONU que promoviam a igualdade LGBT.
A saída de Ban Ki-moon não deixa de preocupar a comunidade LGBT internacional e demais cidadãos e líderes mundiais solidários a ela. Será que o próximo Secretário-Geral terá a mesma fibra e humanismo que Ban Ki-moon. De uma forma ou de outra, Ban entra para a história como o Secretário-Geral da ONU mais comprometido com a promoção da igualdade LGBT desde 24 de outubro de 1945, ano de sua fundação.
Apesar dos direitos LGBT estarem em plena conformidade com o documento mais famoso e basilar produzido pela ONU (A Declaração Universal dos Direitos Humanos), Estados LGBTfóbicos fazem tudo o que podem para impedir o avanço da igualdade. Os esforços de Ban Ki-moon o colocam no registro histórico daquela casa como um dos maiores humanistas a ocupar o Sechttps://www.micro-rainbow.org/wp-content/uploads/20141204-report-port.pdfretariado-Geral da casa.
Obrigado, Ban!
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