BBC: YouTube responde às críticas de bloqueio aos vídeo com conteúdo LGBTQ

Por Sergio Viula


Tyler Oakley estpa entre os criadores de conteúdo que têm reclamado sobre a censura


O site da BBC apresenta uma reportagem sobre a resposta do YouTube às críticas que a plataforma vem recebendo por parte dos produtores de conteúdo com temática LGBTQ. A polêmica começou com a censura do YouTube a material com esse tema.

BBC: http://www.bbc.co.uk/newsbeat/article/39324796/youtube-responds-to-criticism-of-lgbtq-video-blocking

Apesar do palavreado aparentemente simpático à comunidade LGBTQ, o problema permanece: O YouTube está dificultando o acesso à informação, entretenimento, debate, cultura, etc, sempre que estes abordam temas LGBTQ. E isso passa uma terrível mensagem: A de que material com essa temática não é bom para as famílias ou os jovens que muitas vezes buscam apoio em meio ao turbilhão de dúvidas em que são lançados pela LGBTQfobia doméstica, escolar, eclesiástica e por aí vai.

A resposta do YouTube veio depois que gente "de peso", como Tyler Oakley, começou a colocar a boca no trombone.





TRADUÇÃO: 

"Estamos tão orgulhosos de representar as vozes da comunidade LGBTQ+ em nossa plataforma -- elas são uma parte chave de tudo o que significa o YouTube. A intenção do Modo Restrito é filtrar conteúdo maduro para o pequeno segmento de usuários que querem uma experiência mais limitada. Os vídeos LGBTQ+ estão disponíveis no Modo Restrito, mas os vídeos que discutem temas mais sensíveis podem não estar. Lamentamos qualquer confusão que isso tenha causado e estamos analisando suas preocupações. Apreciamos seu feedback e paixão por tornar o YouTube uma comunidade tão inclusiva, diversa e vibrante."
 
YouTube Creators
@YTCreators


Um mensagem para a nossa comunidade
21:01 - 19 de março de 2017.



Como se pode ver, a mensagem não esclarece nada. Apenas, serve ao propósito de salvar a face do YouTube como sendo uma organização bem-intencionada e aberta a críticas, quando, na verdade, o que eles estão fazendo é criar um fosso entre o usuário e o conteúdo que eles estão (arbitrariamente) considerando impróprio, apesar deste não ter nada que viole as políticas de conteúdo da própria plataforma.


Fato é que essa resposta não convenceu os reclamantes, e a polêmica segue esquentando cada vez mais.

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Atualização:


NOVA POLÊMICA!!!


A BBC acaba de publicar (em português) um artigo que fala sobre grandes empresas que estão retirando seus anúncios do Google e do YouTube, especificamente, porque a plataforma permitiu a veiculação dos mesmos em vídeos extremistas, homofóbicos, de apologia ao estupros e outras porcarias que povoam o universo YouTuberiano. Aliás, parece que a gigante Google não consegue monitorar adequadamente os vídeos de ódio, mas perseguir vlogueiros que falam sobre temas LGBT, isso eles conseguem fazer com eficiência cirúrgica.


A BBC registra o seguinte:

O caso expõe dois problemas difíceis para o Google: identificar vídeos ilegais que deveriam ser removidos do YouTube e determinar quais são legais, mas não adequados para veiculação de publicidade.

Segundo o Times, as empresas estavam financiando, por meio de propaganda, não apenas vídeos de conteúdo extremista, religioso e político, como também conteúdo homofóbico, antissemita e apologia ao estupro.

O maior desafio será proporcionar mais transparência aos clientes sobre o processo de classificação de vídeos como "seguros para oferecer anúncios". E delimitar isso não será tarefa fácil.


Detalhe:


A maioria das empresas que estão se retirando do Google e do YouTube é simpática à comunidade LGBT e comprometida com o combate à LGBTfobia e com políticas inclusivas. Vejam que um dos problemas é justamente o fato de que os canais com conteúdo homofóbico estavam recebendo patrocínio através dos comerciais que elas pagavam ao Google e ao YouTube para veicular.

Moral da história, o YouTube deu outro tiro no pé ao censurar os canais com conteúdo de cultura, entretenimento, combate ao preconceito, entre outros temas, que falam sob uma perspectiva LGBT. E por quê? Porque além de discriminatório e ridículo, essa ação vai na contra-mão do que a maioria das grandes empresas e os criadores de conteúdo que usam o YouTube esperam dessa gigante da comunicação que se apequenou de repente, pelo menos do ponto de vista ético.

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