A Coréia do Sul não é só K-Pop. Violência contra LGBT em manifestação.

Autoridades coreanas abandonam investigação sobre violência ocorrida durante uma manifestação na Coréia do Sul


"O primeiro Festival de Cultura Queer em Incheon foi cenário de violência de ódio em massa, deixando trauma entre as minorias sexuais e seus aliados", dizem os organizadores.




Organizadores do Festival de Cultura Queer de Incheon
protestam do lado de fora do Gabinete do Procurador (Photo: Twitter)


Com informações de
Rik Glauert
29/05/19

Gay Star News
https://www.gaystarnews.com/article/authorities-drop-investigation-into-violence-at-south-korea-lgbti-rally/#gs.fdqekw


Traduzido e adaptado
por Sergio Viula


As autoridades da Coréia do Sul anunciaram que não processarão ninguém pela violência praticada durante um evento do orgulho LGBT que aconteceu no ano passado na cidade portuária de Incheon.

Os organizadores e testemunhas do Festival Cultural Queer de Incheon (FCQI, em inglês IQCF) dizem que cerca de 1.000 cristãos anti-LGBT agrediram verbal e fisicamente os participantes da marcha pelo Orgulho LGBT em setembro de 2018.

Os procuradores governamentais, porém, disseram que "faltam evidências" e que eles "não podem provar a relação entre a violência e as organizações [homofóbicas]’, relatam jornalistas locais.

Na terça-feira (28 de maio) os organizadores da FCQI disseram que a polícia havia agido com "extrema incompetência" ao fracassar em responsabilizar os culpados.

"Isso equivale a apoiar os perpetradores e ajudá-los a repetir a violência", disseram os organizadores.

"O primeiro Festival de Cultura Queer de Incheon" foi cena de violência em massa motivada por ódio - o que causou um grande trauma entre as minorias sexuais e seus aliados, demonstrando claramente quão profundamente enraizados estão o ódio e a violência na área de Incheon."

Incheon é uma das principais cidades da Coréia do Sul, localizada na zona portuária.

"Existem muitas vítimas, mas nenhum agressor foi encontrado."

Mais de 1.000 cristãos conservadores atacaram verbal e fisicamente o inaugural Festival de Cultura Queer de Incheon. Os manifestantes anti-gay bloquearam o caminho de 300 apoiadores e membros da comunidade para que não conseguissem sair de uma praça que era o ponto inicial da marcha.

Um jornalista local, Raphael Rashid, que esteve na marcha do orgulho LGBT, disse que "o modo como a polícia lidou com a violência foi completamente inadequado naquele dia".

Ele disse que viu um jovem ser espancado pelos manifestantes anti-gays sem que a polícia fizesse nada para impedir.

Uma conferência de imprensa denunciou o fracasso da Procuradoria em indiciar os responsáveis pela violência. O evento aconteceu ontem, 28 de maio, em frente ao Gabinete do Procurador de Incheon.

A conferência foi anunciada pelo Twitter também. Veja a tradução de um dos tweets abaixo:

Tradução do coreano (tweet original abaixo): "Apresentaremos um apelo na conferência de imprensa da seguinte forma. Além disso, reclamações sobre agressões e detenções individuais e apelos do Comitê de Direitos Humanos estão em andamento."


Fonte: https://twitter.com/icqcf/status/1130792631158525952


인천퀴어문화축제@icqcf
Replying to @icqcf

다음과 같이 규탄기자회견과 더불어 항고장을 제출할 예정입니다. 더불어 개별 폭행 및 감금에 대한 고소와 인권위원회 진정이 진행 중이니 지속적인 관심을 부탁드립니다.




[단독]인천퀴어문화축제 '성소수자 집단 폭행' 기독교 단체 대표 불기소

지난해 9월 ‘제1회 인천 퀴어문화축제’에서 축제 참가자들에게 폭력을 행사한 기독교단체 대표 등이 검찰

Os manifestantes invasores atrasaram a marcha e forçaram os organizadores a cancelar outros eventos já planejados.

A polícia identificou oito pessoas envolvidas, mas não as deteve. Os organizadores acusam a polícia de ter fracassado em acabar com a violência.

Manifestantes cristãos também já tinham invadido eventos do orgulho LGBT em Seoul e em Jeju anteriormente.

O jornalista Raphael Rashid sugere que o que pode estar por trás do desinteresse da procuradoria é que seguir com o caso seria "problemático" para as autoridades.

"Isso exporia os sérios maus-tratos e a inércia da polícia, tendo subestimado a violência que grupos homofóbicos estão dispostos a utilizar", disse ele.

"Isso sugeriria, para os lobistas 'cristãos', que as autoridades estão ao lado do festival queer - o que, a seus olhos, significaria que elas estão endossando a homossexualidade", disse ele ao Gay Star News.

A Human Rights Watch (HRW), uma importante organização que monitora violências contra os Direitos Humanos em nível internacional, advertiu mais cedo esse ano que o despertar de um movimento LGBTI na Coréia do Sul disparou uma reação conservadora.

Em seu relatório mundial de 2019, a HRW disse que os líderes têm feito pouco para proteger os direitos das pessoas LGBTI na Coréia do Sul.

A organização destacou que 210 mil pessoas assinaram uma petição contra a parada do orgulho LGBT na capital, Seoul. Ela também destaca a invasão e bloqueio do Festival de Cultura Queer por protestantes anti-LGBTI em Incheon.

Além disso, a HRW também advertiu que as diretrizes para a educação governamental também discriminam a juventude LGBT.

Os organizadores do maior evento LGBTI na Coréia do Sul exortaram o governo, esse mês, a não se render aos grupos conservadores e a proteger os frequentadores.

Eventos do orgulho LGBT na Coréia estão sob crescente ataque por parte de cristãos conservadores. Os grupos pressionam as autoridades para que neguem permissão para os eventos e comparecem aos locais de concentração para interromper as atividades.


O jornalista Rapahel Rashid captou nesse vídeo o momento em que centenas de protestantes anti-gay cercam um punhado de participantes da parada de Incheon gritando "vão para casa, vão para casa".


Assista aqui:
https://twitter.com/i/status/1038310263248670721


Veja outros vídeos que capturam os momentos de violência e tensão, bem como a incompetência da polícia em deter os invasores no perfil de Rashid:
https://twitter.com/koryodynasty/status/1038307443837521922

As evidências parecem mais do que suficientes.

Comentários

  1. Por isso q eu como LGBT e economista, quando vem economista "liberal" dizer q o socialismo da URSS e de Cuba mataram muitos gays (o q é verdade) e q por isso o socialismo não deve ser defendido. Mas na verdade, se for pra analisar a luta pelos direitos civis gays nos EUA, os avanços começaram por meios de "riots" e uma luta da classe oprimida (LGBTS) contra o sistema vigente bem nos moldes marxistas! Além do mais os LGBT sofrem opressão nos países capitalistas tbm: Brasil, USA. Então msm sendo LGBT eu apoio o socialismo ou o anti-capitalismo como sistema econômica e político, ainda mais o socialismo do século 21 q tá nascendo nos EUA! A luta contra opressão tem q ocorrer nos países capitalistas (Brasil, EUA, Coréia do Sul, Japão) e tbm nos socialistas (Cuba e Venezuela).
    Nick

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