Luiz Eduardo Neves Peret - falecido em maio de 2021
Por Sergio Viula
Luiz Eduardo Neves Peret, mais conhecido como Eduardo Peret, foi embora cedo demais. Há apenas quatro dias, ele fez sua última postagem no Facebook. Costumava se apresentar como "jornalista, escritor, ativista social e amante de gatos. Não necessariamente nesse ordem." Essa bio, traduzida aqui para o português, consta no portal Academia, onde ele tem os seguintes artigos publicados.
Queer Shakespeare: transgressão, sexualidade e identidades de gênero na obra do Bardo
O Bardo e o Imperador: O olhar de Kurosawa sobre Shakespeare em "Trono Manchado de Sangue"
Não foram os únicos que ele escreveu.
Eduardo e sua vida acadêmica
Peret fez sua graduação e seu mestrado na UERJ, tendo conlcuído a primeira em 1997 e o segundo em 2005 - ambos em Comunicação Social.
Sua dissertação, intitulada Do armário à tela global : a representação social da homossexualidade na telenovela brasileira, visava a identificar e estudar a representação da homossexualidade na teledramaturgia brasileira.
Eduardo fez doutorado em Sociologia pelo IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Socias) da UFRJ. Defendeu sua tese no ano passado (2020). O título de sua tese é: Estatísticas, visibilidade e cidadania: um retrato do casamento entre cônjuges do mesmo sexo no Brasil à luz das estatísticas do IBGE (2013-2017).
Participou de vários congressos e de outros eventos divulgando suas pesquisas.
Seu trabalho
Eduardo trabalhava em sua área de formação na Agência de Notícias IBGE. Seu nome ainda consta no site da Agência IBGE de Notícias como editor de audiovisual.
Eduardo e seus gatos
Os gatos eram sua companhia preferida. Eduardo estava sempre cercado por seus gatos. Entre um cafuné e outro, engajava-se na defesa de pautas inclusivas e de políticas afirmativas. Divulgou muito os protocolos de prevenção à Covid-19, tais como isolamento social e uso de máscaras quando em contato com outras pessoas. Infelizmente, segundo amigos, faleceu de um mal súbito, provavelmente uma parada cardíaca.
Sergio Peret, irmão de Eduardo, publicou em seu perfil o seguinte sobre o falecimento do nosso querido amigo:
Sergio Peret acrescentou a seguinte postagem para expressar seu luto em seu perfil do Facebook:
Bem-humorado, ainda no dia 15 de maio, portanto, apenas quatro dias antes dessa postagem, ele satirizava a situação do povo brasileiro sob o governo do genocida que preside o país hoje (foto abaixo). Infelizmente, não viveu o suficiente para ver esse ciclo de horrores chegar ao fim.
A comunidade LGBT, especialmente a comunidade gay, perde muito quando pessoas como Eduardo Peret se vão. O Brasil, como um todo, perde muito, pois não temos humanistas em estoque suficiente para ficarmos perdendo tantos pelo caminho. E ninguém jamais será substituído. Cada um é único. Dói ainda mais quando a vida é interrompida tão cedo, como foi o caso do querido Eduardo Peret.
Eduardo e um de seus gatos.
Eduardo nasceu, viveu e morreu na cidade do Rio de Janeiro.
*****************
P.S.: A irmã de Eduardo viu essa postagem e o carinho dos amigos por ele e escreveu o seguinte comentário no Facebook logo abaixo dessa publicação.
Denise Neves PeretGostaria de agradecer o carinho de todos nessa hora triste. É muito bom ver como o meu irmão é querido de tantos amigos.
Obrigado pela merecida homenagem ao meu irmão. O Dudu era meu caçula e meu ídolo. Inteligente, irreverente, carismático, sempre bem humorado, carinhoso, um grande amigo. Ele nos levou para o "lado gateiro da força", me inspirou a trabalhar com a proteção animal, resgatando e adotando esses animais magníficos. Por conta disso, tenho 12 filhos felinos. Nossa irmã tem outros 8, mesma quantidade que ele. E penso muito nos dele, pois, embora digam que gatos são "independentes, só gostam da casa, não ligam para ninguém", hoje sabemos que tudo isso é "intriga da oposição". Gatos se apegam demais à família humana. Os do Eduardo vão sofrer muito pela sua ausência. Se está difícil para a gente, imagina para eles, que o esperavam chegar da rua, disputavam seu colo, sua atenção. O mundo não será o mesmo sem Eduardo Peret. E pensar que o meu foi o último beijo que ele recebeu em vida. Se eu pudesse prever, o teria beijado e abraçado muito mais.
ResponderExcluirQue linda memsagem! Muito obrigado pelo carinho, especialmente num momento como esse. Você tem razão. Os bichinhos sabem que são amados e retibuem. Que bom que você pode beijá-lo antes dele partir, mesmo sem saber que esse seria o último. Isso tem um significado tremendo. Ele certamente amava ser amado assim e certamente amava você ainda mais por isso mesmo. Um beijão pra ti.
ExcluirQue tristeza saber que o Edu faleceu... Uma perda inestimável!
ResponderExcluirVerdade, Vinícius. Muito triste.
Excluir