
Moral pra quem, Zito?
Parece piada de mau gosto, mas aconteceu de verdade: o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, tentou barrar a Parada LGBT do município — alegando que o evento promove “imoralidade”.
Isso mesmo. Em pleno século XXI, com crise econômica, saúde capengando e educação precisando de socorro, o prefeito resolveu que o verdadeiro problema de Caxias é… glitter, peruca, beijo gay e bandeira colorida.
Ah, Zito, que vergonha.
Diz ele que permite o evento, desde que haja ordem. Fofíssimo. A gente também quer ordem — mas ordem para garantir direitos, e não pra censurar a alegria alheia. Quer segurança? A organização vai contratar segurança particular. Quer formalidade? Já tá sendo feito. Quer controle de “atos obscenos”? Vai ter, mas a gente sugere começar fiscalizando certos gabinetes, porque o que tem de gente fazendo coisa feia em nome da moral…
A presidente do grupo Pluralidade e Diversidade, Sharlene Rosa, já deu a letra: a Parada vai acontecer no dia 15 de novembro, com o tema “A República é de todos: direitos aos homossexuais, já!”. O recado tá dado: não adianta tentar calar a gente. Cada vez que tentam, a resposta vem mais forte, mais colorida, mais organizada — e mais cheia de purpurina.
O recuo do prefeito depois da pressão foi tão evidente que até a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos já encaminhou denúncia contra ele, pedindo providências. Afinal, Zito quis impedir um evento democrático com base em puro preconceito.
Mas a gente tá acostumado. Sempre que LGBT ocupa espaço público, vem alguém gritando "moral" — como se moral tivesse a ver com amar quem se ama, e não com desviar verba, abandonar hospital e fingir que tá tudo bem quando não tá.
A parada vai acontecer, sim. Com respeito, com segurança, com militância, com festa. Porque ninguém solta a mão de ninguém — nem quando um prefeito tenta puxar o tapete.
Nos vemos dia 15 de novembro. De salto, com bandeira e com orgulho.
Porque a República é nossa também. E a rua, meu amor, é pra quem tem coragem.
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