Zito suspende Parada Gay de Caxias

A nossa alegria e resistência vencerão o ódio e a ressentimento dos homofóbicos


Zito cancela a Parada Gay de Caxias e a gente suspende a paciência com o homofóbico disfarçado de moralista



Atenção, Caxias! Se você achou que o maior problema do seu domingo seria o calor ou o trânsito, se enganou: o prefeito Zito resolveu bancar o guardião da moral e cancelar a Parada Gay da cidade.

Sim, você leu certo. Em pleno 2025 (ops, parece 1925), a prefeitura de Duque de Caxias impediu a realização da parada LGBTQIA+ marcada para este domingo (11), alegando que o evento "causa muitos problemas na região". Problemas, no caso, devem ser pessoas LGBT existindo fora do armário, fora da margem, fora do controle moralista dos que mandam.

E olha que a desculpa nem foi criativa. De novo esse papo furado de “bagunça”, como se meia dúzia de gays dançando Lady Gaga fosse mais perigoso que a falta de saneamento básico ou o abandono das escolas públicas.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, veio ao Rio só pra participar da parada e teve que engolir o autoritarismo do prefeito. E ainda lembrou uma coisa básica: existe uma lei desde o ano 2000 que proíbe qualquer discriminação por orientação sexual. Mas parece que, em Caxias, a lei só vale pra quem convém.

Enquanto isso, o que rolou? Milhares de pessoas foram pra rua mesmo assim, ocupando a Avenida Brigadeiro Lima e Silva com muito mais dignidade do que o gabinete do senhor Zito jamais viu. Festa não teve, mas resistência teve de sobra.

Aliás, que curioso: a prefeitura não autorizou a parada LGBT, mas segundo o próprio ministro, uma manifestação religiosa vai acontecer em breve, sem problema nenhum. Dois pesos, dois preconceitos.

Até o superintendente da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Cláudio Nascimento, passou horas tentando negociar. Ofereceu reduzir carros de som, ajustar o trajeto... Nada adiantou. Às 17h20, teve que subir no carro de som e dar a notícia mais amarga: a parada estava oficialmente cancelada.

Mas olha, Zito, a gente avisa com carinho: cancelar a parada não cancela a gente. Não cancela nossa existência, nossa história, nosso orgulho. Você pode tentar barrar o trio elétrico, mas não vai barrar a revolta.

No próximo domingo, a Parada de Belford Roxo promete ser ainda maior. E pode ter certeza: a voz que vocês tentaram calar em Caxias vai ecoar em dobro por toda a Baixada.

Porque a gente tá cansado de pedir licença pra existir.
Agora, a gente chega, desfila e exige. Com gliter, batom e revolução.

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