Rio de Janeiro está debaixo d'água, mas a gente não é peixe 😡

O Rio de Janeiro ficou debaixo d’água. Literalmente.

Na segunda-feira, levei quase quatro horas para chegar em casa depois do trabalho.
Na terça, não fui.
Hoje, também não vou.

Enquanto isso, a TV virou janela. Através dela, vejo o que está acontecendo lá fora.
Infelizmente, nem todo mundo está são e salvo. Muita gente morreu.
Só em Niterói, já são mais de 1.500 desabrigados.
No Rio, são muitos também, mas não sei exatamente quantos.
Mais de 150 pessoas já foram encontradas mortas ou faleceram como consequência de acidentes, mesmo após serem hospitalizadas.
Só na cidade do Rio, mais de 47 pessoas perderam a vida.

Isso levanta várias questões:

1. A natureza é soberana.
   O ser humano tenta dominá-la por meio da tecnologia, mas não há tecnologia que resista aos grandes fenômenos naturais.

2. A natureza não é boa nem má. Ela simplesmente é.
   É chuva. É ressaca. É maremoto. É vulcão. E por aí vai.
   Quem ignora essas coisas na hora de escolher onde morar, vai se dar mal mais cedo ou mais tarde.

3. Não há "Providência" comandando nada.
   Os fenômenos acontecem conforme as dinâmicas naturais.
   Ponto.

4. Quanto à população, a estupidez continua imperando.
   Lixo, lixo, lixo...
   É o que se vê por toda parte. As pessoas jogam de tudo nos rios, nas ruas, no mar, nas encostas — e depois se surpreendem quando a merda toda volta e invade suas casas.
   Considerando o número de tragédias que já ocorreram, a população já deveria ter aprendido alguma coisa, mas segue teimosa — e burra.

5. Quanto aos governos...
   Falta fiscalização para impedir construções em áreas de risco.
   Falta planejamento para organizar o saneamento antes das construções chegarem.
   Falta um programa amplo e eficaz de construção e financiamento de moradias populares.
   E o povo? Fica passivamente esperando a próxima tragédia, ao invés de pressionar o governo.

Por que será que quem vive em áreas de risco não se mobiliza e vai exigir, na porta dos palácios do governo, o que é seu por direito?
Dizer que essas pessoas não sabem se mobilizar é mentira. O carnaval está aí pra provar o contrário: é uma mobilização gigantesca pra dar close por alguns minutos no sambódromo.

Por que não canalizar essa força para exigir moradia digna, saneamento, segurança?

As eleições estão aí. Essa é a melhor hora.

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O que a natureza causou é inevitável.
Mas o descaso e a incompetência — tanto da população quanto do governo — podem (e devem) ser resolvidos com medidas concretas e bem pensadas.

O Rio de Janeiro é vitrine do Brasil.
Isso que aconteceu é inaceitável em qualquer cidade, mas se acontece aqui dessa forma, imagina numa cidadezinha do interior...

Fato é: estamos por nossa conta.
O animal humano, como qualquer outro, está sujeito às intempéries.
Mas, ao contrário dos outros, temos inteligência para criar estratégias mais eficazes — embora nunca infalíveis.

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Resumo da ópera:

Viver é o que há de mais urgente.
Viver com liberdade é o que realmente importa.
Viver com medo da opinião dos outros é a mais pura estupidez.

Nenhuma opinião anula a morte.
Por que, então, deveria limitar a vida?

Viva! Viva bem! Viva com tudo!
Enquanto puder — porque a vida passa rápido demais.