
⚖️ Argentina: Juíza que se recusou a casar gays volta atrás e celebrará união histórica
Buenos Aires, julho de 2010 – Aconteceu de novo: a realidade venceu o preconceito. A juíza de paz Marta Corvella, da cidade de General Pico, na região central da Argentina, vai celebrar um dos primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo no país. E o que torna essa cerimônia ainda mais simbólica? O fato de que, há pouco tempo, a própria Corvella declarou publicamente que jamais oficializaria uniões homossexuais.
A magistrada, que se identifica como evangélica, havia afirmado que recusaria tais casamentos "por uma questão de princípios cristãos", alegando que "a Bíblia não aprova esta forma de viver". Mas, diante da nova legislação e da responsabilidade institucional que o cargo exige, ela repensou sua posição e voltou atrás.
No próximo 17 de agosto, Corvella celebrará o casamento de Alberto Peralta, de 61 anos, e Oscar Omar García López, de 57, que estão juntos há 27 anos. Um amor maduro, resistente e que agora será oficialmente reconhecido pelo Estado argentino — o primeiro da América Latina a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo os noivos, o encontro com a juíza foi respeitoso e até afetuoso:
"Pareceu-nos uma mulher de grande coração, e inclusive rezamos juntos. Ela nos convidou à Igreja Evangélica, porque é muito crente", contou García López à imprensa.
A diretora do Registro Civil de La Pampa, Irene Giusti, confirmou que a juíza havia começado a atender casais homoafetivos no cartório, mostrando que é possível conciliar fé com a função pública — desde que se reconheça que os direitos civis não podem ser pautados por dogmas religiosos.
✊🏽 Blog Fora do Armário comenta:
Ora, se crentes fazem guerra mesmo com a Bíblia dizendo "não matarás"; se eles acumulam riquezas enquanto Jesus pregava o desapego material; se mergulham nas estruturas do mundo mesmo acreditando que “o mundo jaz no maligno”... por que negar a duas pessoas adultas e conscientes o direito de celebrar seu amor?
A juíza Marta Corvella, ao voltar atrás, deu um exemplo raro e corajoso de bom senso, humildade e capacidade de rever posturas dogmáticas em nome do bem comum. Isso não é fraqueza de fé — é maturidade cívica.
Porque, sejamos francos: quem serve ao Estado deve respeitar os direitos de todos os cidadãos, e não apenas de quem compartilha suas crenças pessoais. Fé que ignora a dignidade humana não é virtude — é fanatismo.
Que venha o casamento de Alberto e Oscar. Que venham muitos outros. Que vença o amor.
Sergio, querido
ResponderExcluirTem um tempão q não passo por aqui, né? Mas resolvi não ir pra cama sem deixar um registro da minha passagem.
Q o mundo está mudando, isso td mundo sabe. Há muito tempo está mudando e isso é muito bom. Já tive medo de não conseguir acompanhar essas mudanças, de ser irredutível, de não rever os conceitos (como propôs a FIAT), de ficar escrava de uma fé apenas herdada. Mas hj não tenho mais.
Ainda me escandalizo com a violência, com o desamor, com o desrespeito, com a injustiça, com a homofobia, com a discriminação, com a intolerância religiosa. Isso ainda me escandaliza. Melhor, me envergonha.
Ainda guardo alguma fé, mas ela não me faz mal e nem aos outros, eu acho. Guardo-a pra mim.Não é uma grande fé, mas ela me conforta. Talvez, sem saber, criei um deus à minha imagem e semelhança.
Qd leio um artigo desses, tremo por pensar q ainda estamos longe de ver pessoas agindo com base nos Direitos Humanos, q a meu ver, temmais a ver com o q aprendi sobre Jesus. Pelo pelos o Jesus q eu quis ver!
Enfim, deixo registrado aqui meu respeito por vc e pelo q escreve.
Qto aos evangélicos ou os cristãos, bem, tenho uma suspeita: estão perdendo uma boa oportunidade de fazer diferença.
Um beijão e qq dia eu volto!
Silvinha, você escreve com uma mulher-menina, ou seja, com a maturidade de uma mulher da melhor qualidade e com a sensibilidade de uma menina com a maior doçura! Obrigado por esse lindo comentário. Você fez muito bem a mim e provavelemente a muita gente que vai ler esse comentário.
ResponderExcluirTe adoro e vc sabe disso, amiga! Obrigado por ser "my friend".
Beijo grande,
Sergio Viula