Estupro e espancamento em Juiz de Fora



Jovem é estuprado e agredido a pauladas por três homens

Suspeita é de que crime tenha motivação homofóbica; mulher teria fotografado agressões

Por Tribuna

Janeiro de 2012 - 17:30



Um cabeleireiro de 19 anos foi violentado sexualmente e agredido a pauladas na noite de terça-feira (17). A suspeita, conforme a ocorrência registrada como estupro pela Polícia Militar, é de que o crime teve motivação homofóbica. A violência chocou o presidente do Movimento Gay de Minas (MGM), Marco Trajano, que disse não ter conhecimento de casos semelhantes no município. O jovem foi encontrado, por volta das 22h, em estado de choque perto de um matagal no Bairro Santa Maria, na Zona Norte. O frentista de um posto próximo, 34, acionou a PM depois de ser informado por populares que haveria um homem nu no local. A vítima foi abordada pelo funcionário do estabelecimento e estava apenas de blusa e cueca. Ainda nervoso, o cabeleireiro contou que foi abandonado em uma obra, depois de ter sido obrigado a entrar em um carro no Centro e ser submetido às agressões.

O jovem teria ficado cerca de quatro horas em poder do bando. Ele relatou à PM que, por volta das 18h, foi comprar pão em uma padaria na Avenida Rio Branco, no Centro, quando uma mulher loira o abordou. Ela teria pedido ajuda ao rapaz para carregar umas caixas até seu veículo. Quando chegou ao carro, o cabeleireiro teria sido surpreendido por três homens, dois deles sentados no banco traseiro, e outro ao volante. O motorista teria colocado as mãos embaixo da blusa, simulando estar armado, e obrigado a vítima a embarcar. Em seguida, um dos criminosos teria sentado na cabeça do jovem, enquanto outro segurava suas pernas. Já no percurso até a Zona Norte, os bandidos teriam retirado a bermuda do rapaz.

Ainda segundo informações da PM, ao chegar no Santa Maria, os homens teriam levado o cabeleireiro para uma obra. Depois de ser agredido com pauladas na cabeça e nos braços, o jovem teria sido violentado sexualmente por dois integrantes do bando. Um terceiro teria ejaculado em sua boca. A mulher usada como isca para atrair a vítima teria observado e fotografado toda a ação. Durante o crime, o grupo ainda teria feito xingamentos homofóbicos.

Depois de ser encontrado, o cabeleireiro foi socorrido e levado para a Policlínica de Benfica. Conforme a PM, ele sentia dores por todo o corpo e apresentava escoriações na mão direita e na região dos olhos. Depois de receber os primeiros atendimentos e ficar em observação na unidade, foi transferido para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para ser submetido a exames, sendo liberado em seguida. O cabeleireiro disse aos militares que não conhecia os integrantes do bando. Os policiais fizeram buscas com base nas características dos suspeitos, mas ninguém foi preso. O caso seguiu para investigação na 7ª Delegacia Distrital. A titular Mariana Veiga informou que a vítima será intimada para passar por exame de corpo de delito e prestar declarações em cartório. "Vamos fazer diligências para apurar a autoria. Pelo relato da ocorrência, tudo indica ter sido um crime homofóbico."

Informado sobre o caso pela Tribuna, o presidente do MGM, Marco Trajano, ofereceu apoio à vítima. "Espero que nos procure. Temos assessoria jurídica e vamos pedir à polícia rigor na apuração. É um absurdo e, com certeza, (o crime) teve cunho homofóbico. Foi um estupro de verdade." Segundo ele, as denúncias que chegam ao MGM costumam ser de violência psicológica. "Raptaram, violentaram sexual e fisicamente, além da violência verbal, e ainda o largaram seminu. É a primeira vez que fico sabendo de uma coisa desse nível em Juiz de Fora."

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Será que esse caso hediondo terá alguma repercussão? Grande parte da população desse país ficou estupefata ante um suposto ato de estupro num reality show dia desses. A suposta vítima nada declarou contra o suposto agressor. Alguns sites chegaram a dizer que ela ficaria com o eliminado se fosse eliminada do programa logo no começo. O assunto que passa muito longe de casos como o que foi publicado acima ganhou a atenção imediata da polícia.

Agora, esse jovem gay foi estuprado e espancado quase à morte. Nada aqui é suposto. Nada aqui é aparente. Está tudo muito claro: foi estupro, foi espancamento, foi homofobia.

Onde estão aquelas pessoas que se indignaram com o 'suposto estupro' na TV? Será que elas vão se sensibilizar com este estupro de fato? Ou será que esse jovem, por ser gay, terá seu sofrimento diminuído ou desprezado pelos hipócritas defensores da moralidade nacional?

Ficou indignado(a)? Twitte o caso, então. Quem sabe se caindo nas redes sociais, esse caso também ganha os holofotes e um chaga social chamada 'homofobia' começa a ser tratada com o rigor que merece?

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