Por Sergio Viula
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Talita Oliveira - 2015 |
O nome dela é Talita Oliveira - a mesma que era travesti antes de se tornar militante da "cura gay" e que foi recrutada por Marco Feliciano para fazer propaganda desse embuste sobre "transformar gays em heterossexuais".
Alguns podem objetar que travestis não são equivalentes a homossexuais - e isso é verdade -, mas esses "curandeiros" da sexualidade alheia aplicam suas teorias de "conversão" a todas as letras da sigla LGBT, indiscriminadamente, apesar de cada uma ter sua própria característica. A sigla inclui lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros de um modo geral, mas a lógica desses "curandeiros" é simples - ainda que pobre e destituída de realidade: Para todos os fins, só existem homens e mulheres heterossexuais, sendo o restante desvio dessa norma.
Eis aí a heteronormatividade que relega tudo o que não se encaixar em seu mundinho minúsculo à categoria de anomalia, patologia, aberração - mais um sintoma da falta de espelho na casa dessa gente. Afinal, uma cena dessa com o Feliciano (afetadérrimo!) posando para a foto ao lado da ex-travesti, agora enfiada em roupas masculinas, é muito mais queer do que muitas cenas que eu já vi em eventos LGBT. E aproveito para dar um viva ao todos os que orgulhosamente recusam as caixinhas heteronormativas, exibindo todo o aspecto queer que há nelxs mesmxs sem a menor preocupação com que rótulo assumir.
Mas, voltemos ao depoimento de Talita.
Segundo informações do perfil dela no Facebook, reportadas pela revista Veja São Paulo, ela teria buscado refúgio na Alemanha em outubro de 2011 para se proteger de ameaças de evangélicos e de militantes do movimento LGTB (foi grafado assim mesmo na citação).
A frase e as explicações que Talita tece para dar suporte a essa afirmação fariam qualquer um pensar logo em sensacionalismo. Afinal, fugir de evangélico e de "gente viada", como se corresse de algum grupo de skinheads ou de hooligans enfurecidos, cheira realmente a sensacionalismo.
Cautela, porém, é necessária aqui. Afinal, a modelo trans Viviany Beleboni, que encenou a crucificação na Parada de São Paulo em 2014, foi, segundo relato dela mesma perseguida e agredida por cinco homens que citavam versículos bíblicos e falavam palavras incompreensíveis como se fosse alguma língua estranha. Seriam os agressores evangélicos pentecostais? Tudo ainda precisa ser investigado, mas o caso aconteceu apenas quatro dias antes da redação desse post, ou seja, na segunda-feira, 11 de julho de 2016.
De qualquer modo, essa tendência para o espetáculo que poderia ser identificada na fala de Talita não anula a relevância do que ela fala sobre o que passou dentro da igreja - testemunho corroborado por inúmeros outros ex-ex-gays que já participaram de agremiações semelhantes.
"Até julho de 2011", como diz a revista, "ela era conhecida como militante da “cura gay”, percorreu diversos programas de televisão e eventos, vários deles acompanhada pelo pastor e deputado federal Marco Feliciano". A matéria registra um pouco de sua história pessoal.
Sim, Feliciano usou o suposto testemunho de "cura gay" que ela passou a fazer depois de mergulhar numa dessas igrejas evangélicas para tentar comprovar as imbecilidades que ele mesmo e outros semelhantes afirmam sobre a homossexualidade, a travestilidade, a trasexualidade e outras formas de expressão sexual e de gênero, inclusive na Câmara dos Deputados - não é só na igreja, não, minha gente. A matéria da Veja São Paulo faz o seguinte histórico:
Travesti desde
a adolescência, sob o nome social de Talita Sayeg, passou a frequentar no
início de 2014 a Assembleia de Deus e reassumiu seu nome de batismo, Thiago
Oliveira. Cortou as longas madeixas, passou a usar roupas masculinas e tirou as
próteses de silicone. Nessas múltiplas metamorfoses, buscava se firmar no
emprego de cabeleireira (ela diz que se prostituiu algumas vezes, porque
brasileiros não dão empregos a transexuais) e, acima de tudo, queria aceitação
da sociedade, dela mesma e até divina.
Não há dúvida de que o primeiro passo e mais eficaz meio de se proteger contra as armadilhas da invariavelmente fraudulenta "cura gay" é o de se amar antes de tudo.
Depois, é importante criar vínculos com outras pessoas que reconheçam seu valor.
A pior coisa que um indivíduo pode fazer contra si mesmo é construir uma autoimagem baseada no insulto dos ignorantes, mas isso é o que muitos vivenciam desde a infância, quando ainda nem dispõem de maturidade para avaliar a estupidez das palavras produzidas por pessoas que desempenham papéis de autoridade: pais, clérigos e professores, principalmente.
Depois de quase
dois anos peregrinando pelo Brasil entre programas de televisão e igrejas
evangélicas, chegou à seguinte conclusão: “Não existe cura gay! Não existem “ex
gays”! Tudo é conveniência, medo e pressão psicológicas das pessoas (…)
Abandonei a congregação, recolhi-me e calei-me nas redes sociais. Dei um basta
em tanta mentira e falsidade. Cansei de ser usado por pessoas como ele
(referindo-se ao deputado Marco Feliciano), que desejavam ter somente um
estandarte ‘ex gay’ para uma causa a qual ele nem mesmo compreende”, escreveu
em sua página no Facebook.
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Talita antes da "conversão" ainda em setembro de 2013 |
Claro que uma farsa não vai durar para sempre, especialmente se a pessoa que a sustenta é honesta e está apenas enganada. Em algum momento, ela será confrontada pela realidade e terá que tomar uma decisão: abandonar a farsa na qual acreditou ou seguir com ela, assumindo tacitamente uma postura de farsante. Talita parece ter acreditado sinceramente na farsa. Isso explicaria por que ela caiu fora assim que percebeu o embuste.
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Em fevereiro de 2014, na praia de Tramandaí, antes de se submeter à "cura gay" (Foto: Reprodução Facebook) |
Talita explica o que fez quando aceitou o discurso dos evangélicos fundamentalistas e como se sentia em relação às mulheres, por quem esperavam que ela se sentisse atraída ao assumir uma "postura de homem":
Modifiquei meu
corpo todo: Cortei os cabelos, fiz cirurgia para remover minhas próteses de
silicone, troquei minhas roupas por roupas masculinas, terminei meu
relacionamento amoroso e resolvi me entregar totalmente à igreja. Até tentei
namorar com uma mulher e não consegui. Ao contrário, eu cada vez que tentava me
aproximar dela entendia que não gostava mesmo de mulher e que não nasci para
ter um relacionamento heterossexual. Ela era uma garota linda e bem feita de
corpo teria tudo para me seduzir mas simplesmente não consegui.
A partir deste momento foi que as coisas passaram a pesar. Dentro da igreja eu nunca fui verdadeiramente aceito.
Mas qual dessas diversas igrejas fundamentalistas Talita frequentava? Ela diz que era a Assembleia de Deus em Porto Alegre.
Eu frequentava
a Assembleia de Deus em POA. Minha presença gerava incômodo em muitos irmãos e
irmãs (por isso minha pressa em mudar logo o meu visual). Eles não queriam tocar
na minha mão, tinham profundo nojo de mim pelo fato de eu ser “ex gay”.
Esse comportamento "esquizofrênico" dos membros da igreja revela que os mesmos que dizem (em público) que deus "cura" gays duvidam (no privado) que um gay seja "curado".
E os gays, as lésbicas, as travestis ou os/as transexuais que ainda acreditem num suposto verdadeiro acolhimento nas igrejas, podem descartar essa expectativa. Tudo o que esses LGBT enfiados lá conseguirão atrair serão os olhos críticos e atentos da congregação e do pastor a cada passo que derem como se fossem um perigo latente e eminente pronto a desencadear alguma desgraça no mundinho falsamente perfeito desses fundamentalistas.
Aliás, é bom dizer que você não precisa desses sistemas religiosos para nada. Não há nada ali de que você precise de fato ou que não possa encontrar em ambientes mais amigáveis.
Em vários momentos de seu relato, Talita critica os movimentos de esquerda e revela que mantém (ainda hoje) uma relação estreita com os movimentos de direita, inclusive com personagens como Olavo de Carvalho, a quem ela expressamente agradece em seu depoimento por tê-la apoiado. Isso poderia levantar questionamentos, visto que Olavo Carvalho não é nenhum aliado das pessoas LGBT, conforme vários de seus discursos em vídeo demonstram. Mas, verdade seja dita: Ele também não acredita em "cura gay" e já até criticou os crentes que defendem essa balela.
É... parece que esse negócio de árvore boa só dar frutos bons e árvores más só darem frutos maus é outra bobagem. Ninguém é bom o tempo todo ou mau o tempo todo - o que significa que todo mundo produz frutos bons e maus. Alguns mais deste ou daquele, mas todo mundo produz os dois. O próprio discurso de Talita revela verdades e contradições. O de Olavo de Carvalho, mais contradições do que verdades (risos), mas também expressa algumas verdades como a de que não existe "cura gay".
Então, vamos ao que interessa à discussão sobre fundamentalismo, "cura gay" e a emancipação da travesti de todo esse engodo no qual ela caiu. Ela explica:
Em
contrapartida, eu contava com o apoio de um deputado que possui ampla voz e
influência dentro do meio evangélico. Este senhor me abraçou quando a coisa
começou a ficar difícil pra mim, topou “comprar” a minha briga com os
movimentos de esquerda que me assediavam e abriu as portas, não somente das
igrejas, mas também de veículos de comunicação para que eu pudesse dar meu
testemunho.
Por mais que eu
sentisse um clima um pouco hostil dentro da minha congregação, a estranheza não
se fazia suficientemente grande para que eu abandonasse a religião naquele
momento.
Porém, enquanto
eu jejuava, orava, implorava a Deus que me tocasse e me libertasse totalmente
da prática homossexual e sobretudo do desejo (o que não passava), comecei a ser
confrontado com a realidade.
E que realidade seria essa? Além do fato de que Talita não mudava, não importando o quanto ela assumisse a identidade de Thiago, ela explica que muitas coisas absurdas aconteciam dentro da mesma igreja que a condenava por seu passado. Como ela disse que frequentava a Assembleia de Deus de Porto Alegre, ficamos nos perguntando se o exemplo abaixo se refere àquela igreja ou a outra por onde ela tenha pregado. De qualquer modo, vejamos abaixo o que Talita diz sobre isso:
As situações
mais absurdas aconteciam DENTRO e sob os olhos de toda a igreja, que permanecia
omissa! Citarei alguns exemplos:
Existia um
pastor casado há mais de TRINTA ANOS, que viveu em adultério durante TRÊS anos
e mesmo assim foi jubilado dentro da igreja. Este homem ganhava um salário de
50 mil reais mensais e trocou a esposa adoentada, pela enfermeira que tomava
conta dela. Eu estava participando de uma sessão de “cura e libertação” e em um
certo momento, o pastor colocou a mão na minha cabeça com tanta brutalidade que
eu caí no chão. Quando pedi para que ele parasse, o mesmo veio dizer que eu
estava tomado por um “espírito de rebelião”.
Vi grupos de
jovens de dentro da igreja mantendo relações homossexuais e sendo ACOBERTADOS
por pessoas da congregação. Mas de mim, pelo fato de ser assumido eles tinham
repúdio!
E a que conclusão Talita chegou?
Ta-dã!!! Ela chegou à mesma conclusão que um monte de gente que já tinha passado por situações semelhantes havia chegado: Não existe cura gay! Isso é o que ela diz textualmente no trecho abaixo:
“Não existe
cura gay! Não existem “ex gays”! Tudo é conveniência, medo e pressão
psicológicas das pessoas”, diz Talita (Foto: Reprodução Facebook)
E o que foi que disseram a ela quando ela começou a perceber que isso era tudo um grande embuste, uma balela, um conto do vigário? Segundo relato dela mesma, quiseram seduzi-la pelos possíveis ganhos financeiros ($$$).
Mas, como eu disse antes, se você acredita sinceramente na farsa - se não é um farsante -, assim que você descobre no que foi enredado, você quer cair fora, porque seu objetivo nunca foi levar vantagem, mas se "adequar" àquilo que as vozes que exerciam autoridade sobre você lhe prescreviam como a única coisa certa a fazer. Vejam o que Talita diz:
Muitas pessoas
me aconselhavam que eu deveria dar meu testemunho nas igrejas, para que através
disso eu alavancasse minha vida financeira! Mesmo que eu não acreditasse mais
em nada daquilo, na visão deles eu deveria seguir em frente, afinal de contas
eu atenderia o desejo midiático deles e rechearia meu bolso de dinheiro.
Quando eu
comecei a de fato me rebelar com toda essa podridão e comecei a falar o que
realmente pensava, recebi ameaças (de forma indireta) e fui coagido dentro da
igreja. Mas o pior não é isso.
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Marco Feliciano se vangloriando da "mudança' de Talita para Thiago |
E o que seria pior que isso?
Talita explica: ser apunhalada por Marco Feliciano, o mesmo pastor que a usou para propaganda ideológica em favor do embuste chamado "cura gay".
Talita diz o seguinte:
O mesmo
político, que outrora me apoiou e me deu forças, viria me apunhalar quando eu
mais precisei dele.
Numa certa
audiência pública a qual fui convidado a comparecer em Brasília, eu não tinha
recursos financeiros para pagar minha viagem (pois já havia passado 1 semana em
um congresso em Curitiba) e fui pedir o auxílio dele. Foi nessa hora que ele me
humilhou. Disse que não poderia custear e soltou a seguinte frase:
“Você no seu
passado fez coisas horríveis com o seu corpo e agora por Deus você não pode
fazer?”
ESTE FOI O
PONTO CRUCIAL! Foi simplesmente HORRÍVEL o que ele me falou! Eu estava
fragilizado e chocado ao ver aquele homem que um dia me estendeu a mão, jogar
meu passado na minha cara dessa forma! Um golpe baixíssimo, forte e certeiro
contra minha dignidade. Afinal de contas ele sabia o que eu sentia em relação a
isso.
Eu nunca fui
infeliz sendo travesti. Eu nunca fui infeliz sendo homossexual. (grifo deste blogueiro)
Vejam que Talita agora tem a coragem de dizer o que os homofóbicos e transfóbicos odeiam admitir, ou seja, que homossexuais e travestis não são infelizes por serem homossexuais ou travestis, mas por causa do que sofrem numa sociedade homofóbica e transfóbica que os estigmatiza por causa disso.
Aleluia, Chessuiz! Finalmente, a travesti foi capaz de dizer isso com todas as letras!!! Ela explica qual foi o real motivo para sua infelicidade anteriormente - e o motivo tem raízes de ordem sócio-econômicas, não da ordem de sua identidade de gênero ou de sua orientação sexual.
Talita explica:
Eu fui infeliz
sendo prostituta. Tendo que vender meu
corpo para homens estranhos, homens que eu não desejava! Isso sim era o que me
matava de angústia. Me prostituir para poder sobreviver já que o Brasil NÃO
OFERECE oportunidades de trabalho para travestis e transexuais!
Aquilo me
corroeu por dentro pela última vez. Foi aí que realmente resolvi romper com
tudo e todos. Abandonei a congregação, recolhi-me e calei-me nas redes sociais.
Dei um basta em tanta mentira e falsidade. Cansei de ser usado por pessoas como
ele, que desejavam ter somente um estandarte “ex gay” para uma causa a qual ele
nem mesmo compreende.
"Aquilo me corroeu por dentro" é uma referência que Talita faz à baixeza de Feliciano em tratá-la daquela maneira, em esfregar na cara dela mais uma vez o estigma. Foi a gota d'água para ela, de acordo com seu relato acima.
Talita explica por que saiu do Brasil:
Depois de algum
tempo resolvi sair do Brasil e vir para a Europa. Estou me sentindo muito bem
aqui. Sinto-me finalmente livre para dizer tudo aquilo que passei. Nada vai me
calar. Neste momento estou vivenciando o que é realmente ter paz de espírito.
Deixei o Brasil
por medo, insegurança, falta de oportunidades e para fugir de tanta gente
hipócrita e oportunista com a dor do outro.
Digo
abertamente a todos os LGBT’s que NÃO ME ARREPENDO de nada do que vivi.
Essa frase pode estar dialogando com a resposta que muitos LGBT davam a Talita enquanto ela ainda falava como Thiago e dizia que tinha mudado.
Muitas pessoas LGBT interpretavam o que ela dizia em seu discurso "ex-gay" como "vontade de aparecer", como ela mesma diz em vídeo.
Outros dizem que ela devia ser bissexual, especulando que, talvez por isso, ela agora estivesse transando com mulheres. Claro que essa especulação não se sustenta à luz do que a própria Talita diz num de seus vídeos: "Como eu era bissexual se eu nunca tive uma mulher?".
Outros diziam que essa mudança não existe. E tinham razão, obviamente. Só que Talita se ressentia de receber esse tipo de reação quando ainda pregava a mentira que agora rejeita.
E agora que ela mesma chega à conclusão, por experiência própria, que essa mudança realmente não existe, que não existe cura gay, ela provavelmente se sente compelida a dizer com letras garrafais que não se arrepende, dando a toda essa experiência uma interpretação que comporte a ideia de que foi pelo menos útil.
Isso é o que parece emergir do que ela diz a seguir:
Eu tinha que me
submeter a tudo o que me submeti. Eu tinha que experimentar na minha pele para
chegar a mais óbvia das conclusões: Não existe cura gay! Não existem “ex gays”!
Tudo é conveniência, medo e pressão psicológicas das pessoas.
Que bom, Talita, que você chegou à mesma conclusão que seus respondentes e contestadores LGBT e simpatizantes já haviam atingido!
E que bom que você teve a decência de vir a público responder e contestar as mesmas coisas que ainda continuam sendo ditas por essas igrejas fundamentalistas - as mesmas que você anteriormente dizia em coro com elas.
A meu ver, ainda existem pontos a reavaliar, especialmente no que diz respeito a certas pessoas com quem você tem se aliançado, mas você terá tempo para avaliar isso também. Além disso, ninguém é totalmente isento de incoerências e inconsistências. Ninguém mesmo - eu incluído. Mas todos podemos e deveríamos estar atentos e sempre que identificarmos alguma, corrigi-la prontamente.
Peço a Deus que
abençoe a cada um de vocês. Espero que tenham amor no coração e consigam
enxergar toda a situação com carinho. Não foi fácil, mas ainda estou aqui,
fortalecido na minha fé em Deus e torcendo por dias melhores para todos nós.
Deixo claro que jamais falarei mal das igrejas evangélicas de forma
generalizada, pois a igreja pertence a Cristo e não ao homem. Agradeço a todos
os irmãos e irmãs de boa fé e peço que Deus os proteja muito e sempre!
Verdade, Talita. Só quem já passou pelo movimento de "cura gay" e se emancipou dele sabe como é a situação, sabe como não é fácil se livrar de tudo isso. Alguns, como você, acreditam em Deus e o distinguem de tudo o que viveram. Outros não acreditam em Deus de modo algum. Há outros ainda que não têm certeza; estão avaliando tudo isso e nem sabem se creem ou não creem.
Todas essas são possibilidades humanas e dignas de respeito, inclusive como um dos muitos direitos humanos: o direito de crer ou de não crer, e de expressar uma visão ou outra visão a respeito disso.
E, diga-se de passagem, há crentes (de todas as crenças) resolvidos e não resolvidos como há ateus resolvidos e não resolvidos em relação à sua própria sexualidade e à diversidade sexual dessa coisa variada que a gente considerar como um bloco só: o humano.
Esse blogueiro (Sergio Viula) deseja que você seja feliz e viva cada vez mais livre de tudo o que possa castrar sua linda vida! Seja tudo o que você é e pode ser da maneira mais bela e construtiva que puder.
Adorei o modo como Talita encerrou seu relato:
Agora gostaria
de me reapresentar a vocês:
Sou Talita
Oliveira, prazer”
Prazer, linda Talita. Seja bem-vinda de volta ao mundo da vida. Seja feliz e forme vínculos com aqueles que promovem a liberdade e a igualdade na diversidade dos sujeitos celebrando as homossexualidades, as bissexualidades, as heterossexualidades e as transgeneridades (todas no plural aqui, porque cabem muitas expressões de cada uma delas nos seus respectivos termos), mas me refiro àqueles que não admitem qualquer coisa menos do que o pleno reconhecimento do valor de cada uma dessas subjetividades e de sua validade como expressões dignas de cada indivíduo.
Beijo, Talita!
Sergio Viula
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