Ativistas gays foram detidos pela polícia chinesa em Xian

Foto pelo site português GPS
A agência de notícias Reuters informa que a Polícia da cidade de Xian, na região noroeste da China, deteve nove ativistas gays, dizendo que pessoas gays não são bem-vindas à cidade. O caso se deu depois que eles tentaram organizar uma conferência sobre direitos gays na cidade, disse um dos ativistas à agência Reuters na quarta-feira.
O evento aconteceria enquanto a comunidade gay chinesa celebra a decisão recente do Taiwan de reconhecer os direitos conjugais dos casais homoafetivos - o que o torna o primeiro país asiático a se mover na direção de reconhecer o casamento igualitário.
Na China, porém, a sociedade civil e o ativismo por direitos têm sofrido uma baixa sob oa administração do Presidente Xi Jinping.
A agência Reuters informa que o evento foi organizado pelo grupo chinês Speak Out e devia ter começado no domingo. Eram esperadas pelo menos 400 pessoas, mas a polícia deteve temporariamente nove ativistas e os interrogou.
A agência Reuters tentou falar com o departamento que a própria polícia de Xian indicou como sendo a referência para qualquer pergunta sobre o caso, mas ninguém atendeu o telefone quando ela buscou mais informações.
O evento já tinha enfrentado problemas com cancelamento do aluguel dos locais onde teria sido realizado por parte dos proprietários. Os cancelamentos e a detenção dos ativistas gerou centenas de comentários no Weibo da China (tipo de Twitter chinês), com muitas pessoas expressando raiva sobre o mau exemplo dado pela cidade de Xian para o restante do país no que diz respeito o tocante à intolerância.
Xian é um dos principais destinos turísticos na China, mais conhecida como a cidade natal do Exército de Terracota e um dos berços da civilização chinesa.
O Exército de Terracota
Não é ilegal ser gay na China, apesar do país ter encarado a homossexualidade como desordem mental até 2001, isto é, até 16 anos atrás. Na verdade, em muitas cidades a cena gay está em expansão, mas indivíduos gays ainda enfrentam muita pressão familiar para se casarem e terem filhos.
Na semana passada, um aplicativo popular de namoro lésbico (Rela) foi encerrado, apesar de não ter ficado claro o por quê.
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(A reportagem-base para esse post foi escrita por Ben Blanchard e editada por Clarence para a Agência Reuters)
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