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Homossexualidade na milenar civilização chinesa

Homossexualidade na milenar civilização chinesa



Por Sergio Viula


O amor e o desejo durante a China Qing podem ter sido muito mais complexos do que os registros oficiais sugerem. Documentos da corte mencionam imperadores com jovens favoritos masculinos, enquanto romances, poemas e diários de viajantes descrevem afeto entre homens sem constrangimento. No entanto, ensaios confucionistas e códigos legais condenavam tais práticas. Isso levanta questões: esses registros refletem relacionamentos genuínos ou são apenas estilo literário, boatos ou exageros?

Na Cidade Proibida, o ambiente de protocolo rígido e vigilância constante convivia com rumores de relações próximas entre imperadores, eunucos e cortesãos. A intimidade, muitas vezes não registrada oficialmente, poderia existir entre aqueles obrigados à lealdade e à discrição. A poesia e a arte também carregavam significados ambíguos: versos e pinturas aparentemente neutros poderiam ocultar gestos de afeto ou desejo, deixando aos leitores modernos a tarefa de interpretar sinais sutis. O poeta Yuan Mei, por exemplo, elogia jovens estudantes em suas obras, sem que seja possível distinguir entre admiração estética e interesse pessoal.

No teatro e na ópera, jovens atores masculinos interpretavam papéis femininos, despertando admiração que os mecenas podiam transformar em laços pessoais ou simplesmente em prestígio social. Comerciantes ricos, principalmente em cidades portuárias, mantinham “favoritos” masculinos, proporcionando-lhes educação, conforto e até casamento em alguns casos. Esses arranjos poderiam ser tanto uma forma de exibir status quanto uma expressão de afeto. A vida rural também mostra flexibilidade: registros apontam uniões entre homens em pequenas comunidades, possivelmente como soluções econômicas ou sociais, mas que lembram estruturas de companheirismo quase matrimoniais.

A evidência, embora dispersa e ambígua, sugere que desejos e relações do mesmo sexo existiam em diferentes contextos sociais na China Qing — da corte imperial às aldeias rurais — mas frequentemente permaneciam velados, disfarçados de conveniência política, tradição literária ou necessidade econômica.

Para pensar:

O estudo dessas práticas revela a complexidade das relações humanas em uma sociedade marcada por rígidos códigos morais e sociais. Amor, desejo e afeto podiam coexistir com normas confucionistas, muitas vezes codificados na arte, na literatura ou em relações de poder e sobrevivência. Mais do que registros claros, os vestígios históricos convidam à reflexão sobre como interpretamos os laços afetivos em culturas passadas, lembrando que os sentimentos humanos muitas vezes desafiam categorias rígidas e atravessam o tempo com sutileza e ambiguidade.

EUA x China: Existe imperador bonzinho?


Assista ao vídeo, mas tenha em mente o que digo abaixo.


Por Sergio Viula



Não seja tolo. Não tenha imperadores favoritos, mas aprenda uma coisa com esse vídeo: será bem-sucedido qualquer país que investir em educação, tecnologia e estabilidade nacional e que mantiver a paz ao seu redor, no melhor das suas possibilidades.

E, acima de tudo, lembre-se: não é disso, e nem para isso, que vive a ultradireita. Se depender desses canalhas, o Brasil continuará sendo um gigante embriagado com a estupidez, que caracteriza o burguês de meia-tigela e o proletariado fanático e despolitizado, que mantém o país escravo de fundamentalistas e fascistas, e com os dois pés na lama da corrupção e da ignorância.


🧠 Por que todo imperialismo é um perigo — seja dos EUA ou da China

Se tem uma coisa que a história já ensinou, mas que muita gente ainda insiste em ignorar, é que nenhum imperialismo é inofensivo. Pode vir embalado em promessas de desenvolvimento, tecnologia, infraestrutura, “democracia” ou “valores tradicionais” — no fim das contas, o que está por trás é sempre o mesmo: dominação.

Quando vem do Ocidente, o discurso é cheio de palavras bonitas como “liberdade”, “livre mercado”, “direitos humanos” (apesar de frequentemente ignorarem os nossos). Mas o que se vê são guerras, golpes patrocinados, culturas apagadas, e riquezas naturais sendo sugadas para o centro do império.

Quando vem do Oriente, o papo pode parecer mais pragmático, “ganha-ganha”, “respeito mútuo”. Mas por trás dos investimentos bilionários e das obras de infraestrutura, há dependência econômica, vigilância, acordos assimétricos, e apoio a regimes autoritários que sufocam qualquer diversidade que fuja do padrão estatal.

📍Imperialismo é isso: o poder de poucos sobre muitos. O poder de países que se acham “grandes demais para ouvir” e pequenos demais para respeitar. Que se aproximam não para somar, mas para dominar. E quando o povo resiste, a repressão vem — seja com tanques, seja com dívida, censura ou chantagem comercial.

🌍 Quem vive à margem — como nós, LGBT+, povos indígenas, trabalhadores e trabalhadoras, mulheres, migrantes, comunidades periféricas — sente isso na pele. Porque somos os primeiros a serem sacrificados quando a lógica imperial entra em cena: seja como mão de obra barata, como "ameaça moral", ou como dano colateral.

Por isso, não nos enganemos: estar fora do armário também é estar fora da lógica imperial. É recusar ser massa de manobra, é resistir à opressão onde quer que ela venha, é defender a soberania dos corpos, das culturas e dos povos.

Não se trata de escolher entre Washington ou Pequim.
Se trata de escolher a liberdade, o respeito e a solidariedade entre os povos.

Mitos Chineses e a Diversidade Sexual: Histórias de Amor, Gênero e Transformação



Organizado por Sergio Viula


Ao contrário do que pensam aqueles que acreditam desmerecer a diversidade sexual ao dizerem que são "importações do Ocidente", os modos de encarar a homossexualidade e a transgeneridade entre povos antigos é muito mais antiga do que qualquer movimento social contemporâneo. A mitologia chinesa, por exemplo, é rica e diversificada nesse sentido. Ela reflete uma vasta gama de crenças culturais, religiosas e sociais acumuladas ao longo de milênios. Temas como a homossexualidade e transgeneridade aparecem em mitos, contos folclóricos e práticas religiosas que transcendem os tempos. Veja um pouco dessa riqueza abaixo:

Homossexualidade nos Mitos Chineses

A ideia de relações homossexuais aparece frequentemente na mitologia e no folclore chineses. Muitas histórias atribuem tais relações a figuras divinas, espíritos e até animais míticos, sinalizando uma aceitação ou, ao menos, uma curiosidade cultural em relação ao tema em certos períodos históricos.

1. "Vento Sul" e os Espíritos Associados

O termo "vento sul" era usado poeticamente para se referir à homossexualidade, uma expressão que remonta à crença de que o amor entre pessoas do mesmo sexo teria origem nas regiões míticas do sul. Essa visão foi amplamente influenciada por tradições xamânicas, pré-taoístas e pré-confucionistas.

Figuras mitológicas como Yu o Grande, o lendário fundador da Dinastia Xia, e seu pai, Gun, são por vezes associados à diversidade sexual, ainda que essas interpretações possam ser reflexos de análises contemporâneas de textos antigos. Outros, como Lan Caihe, um dos Oito Imortais do Taoísmo, são celebrados pela fluidez de gênero e sexualidade.

2. Contos de Dragões e Homens Velhos

Histórias de dragões que formam relações ou cometem atos de violência sexual com homens mais velhos são comuns em narrativas folclóricas. Por exemplo, no conto do agricultor de sessenta anos que encontra um dragão em circunstâncias traumáticas, há uma relação simbólica entre poder, idade e desejo que permeia muitas dessas histórias.

3. Tu Er Shen, o Deus Coelho

A figura de Tu Er Shen é talvez uma das mais conhecidas quando se trata da relação entre mitos e homossexualidade. Transformado em uma divindade após sofrer injustiça, ele é venerado como o protetor do amor e do sexo entre pessoas do mesmo sexo. Embora tenha sido esquecido durante séculos, sua adoração foi restaurada em Taiwan, onde um templo dedicado a ele em Yonghe atrai peregrinos, especialmente da comunidade LGBTQIA+.

Transgeneridade nos Mitos Chineses

A transgeneridade é igualmente abordada em várias histórias, muitas vezes refletindo a fluidez de gênero em um contexto espiritual ou religioso.

1. Lan Caihe: O Imortal Ambíguo

Entre os Oito Imortais, Lan Caihe se destaca por sua apresentação de gênero ambígua. Nas representações artísticas e literárias, Lan aparece frequentemente com roupas que misturam elementos masculinos e femininos, desafiando categorizações binárias de gênero. Ele é celebrado por sua liberdade espiritual e por viver além das convenções sociais.

2. Histórias de Transformação

Espíritos e divindades na mitologia chinesa frequentemente mudam de forma, incluindo mudanças de gênero. Essas transformações, muitas vezes, são associadas a atos de compaixão, missão divina ou exploração da essência da dualidade do yin e yang, que incorpora o equilíbrio entre masculino e feminino.

3. O Papel de Kuan Yin

Embora não especificamente transgênero, Kuan Yin, a bodhisattva da compaixão, apresenta uma história de gênero significativa. Originalmente um homem chamado Avalokiteshvara nas tradições budistas indianas, Kuan Yin tornou-se uma figura feminina na cultura chinesa, simbolizando a capacidade de transcender gênero em favor de compaixão e aceitação universais.

4. Espíritos e Seres de Gênero Fluido

No folclore, espíritos de raposas (huli jing) e outras entidades sobrenaturais frequentemente mudam de forma e gênero para enganar ou seduzir humanos. Essas histórias, embora muitas vezes moralizantes, também ilustram uma compreensão cultural da fluidez de gênero como parte do mundo espiritual.

O Significado Cultural e Religioso

A aceitação ou a rejeição da homossexualidade e da transgeneridade nos mitos chineses variou ao longo do tempo. Enquanto as tradições confucionistas enfatizaram normas sociais rígidas, incluindo papéis de gênero e reprodução, o taoísmo e o budismo frequentemente ofereceram uma visão mais flexível, incorporando histórias e práticas que desafiavam as normas heteronormativas e cisnormativas.

Os mitos chineses que abordam homossexualidade e transgeneridade são mais do que simples histórias; eles oferecem uma janela para os valores e as transformações culturais de uma sociedade ao longo do tempo. Esses relatos mostram como, mesmo em uma cultura rica em tradições conservadoras, sempre houve espaço para diversidade e fluidez em narrativas que conectam o humano ao divino.

Conferência LGBTQ na "capital gay" da China é desfeita

Chineses LGBTQ parecem estar sob nova onda de repressão governamental


Com informações da REUTERS via NBC News
http://www.nbcnews.com/feature/nbc-out/lgbtq-conference-china-s-gay-capital-scrapped-n785186

Traduzido e adaptado por Sergio Viula


PEQUIM — Organizadores de uma conferência LGBTQ na "capital gay" da China tiveram que cancelar o evento essa semana pela segunda vez em alguns meses. Trata-se de um seminário que pretendia expandir a conscientização sobre assuntos lésbicos, gays, bissexuais e transgêneros.

O grupo chinês Speak Out havia marcado a conferência na cidade de Chengdu, na província de Sichuan no dia 23 de julho último, mas os donos do local cancelaram a reserva, alegando conflito de eventos, disse o grupo.

Não é ilegal ser gay na China, mas ativistas LGBTQ dizem que atitudes profundamente conservadoras contra a homossexualidade em alguns setores da sociedade têm levado a ocasionais repressões governamentais.


 
Imagem: Jovens seguram bandeiras durante
 sua parada anti-discriminação em Changsha, 17 de maio de 2013. 
AFP/Getty Images



Muitas pessoas ficaram surpresas com o cancelamento. Muitos jovens chineses consideram Chengdu como "gaydu", ou "a cidade dos gays", devido à sua liberalidade quanto aos LGBTQ.

"O local da conferência, o teatro Jinsha, nos disse que uma atividade oficial do governo foi marcada para ser realizada no mesmo dia, o que nos deixou sem escolha, exceto cancelar" - disse à Reuters o fundador de Speak Out, que se identificou apenas como Matthew.

Um administrador no teatro disse à agência Reuters que não estava ciente da situação.

Speak Out teve problemas semelhantes quando tentou organizar um conferência sobre direitos gays na cidade de Xian em maio último.

O cancelamento provocou centenas de postagens no Weibo, uma plataforma de mídia social exclusivamente chinesa, com muitas pessoas expressando sua solidariedade.

Peng Yanhui, um proeminente ativista LGBTQ estava agendado para conclamar o fim da "terapia gay" na conferência.

Algumas pessoas são forçadas por seus pais ou cônjuges a se tratarem em hospitais onde são diagnosticadas como tendo "desordem de preferência sexual". Muitas são forçadas a tomar drogas e passar por tratamentos de eletrochoque.

Em 2014, Peng processou uma clínica de terapia de conversão por causa do sofrimento pelo qual passou, e ganhou. As autoridades fizeram a clínica remover propagandas sobre seu serviço da Internet.

"Fiquei muito triste com o cancelamento," disse Peng a Reuters.

Até 2001, a China considerava a homossexualidade uma desordem mental.

Há poucos dias, a China já havia banido "conteúdo gay" de vídeos, não especificamente conteúdo obsceno como alguns poderiam pensar precipitadamente. O governo está aparentemente conduzindo uma nova onda de repressão às pessoas LGBTQ no país.

China: Proibição de conteúdo gay em vídeo dispara revolta online

Parada do Orgulho LGBT na China.
No cartaz: "Ouse amar"


Por Sergio Viula
Com informações de Kayleen Devlin
e de Vincent Ni para a BBC
http://www.bbc.com/news/blogs-trending-40610679



A homossexualidade é legal na China, mas as autoridades vêm implementando novas regras que censuram vídeos contendo representações de relacionamentos homoafetivos no país.

Depois que os censores derrubaram uma série de vídeos com conteúdo gay no site Sina Weibo, uma espécie de YouTube chinês, vários usuários criticaram a decisão. Alguns demonstraram revolta, outros tristeza.

"As pessoas não nascem iguais? ... Que direito vocês têm de discriminar os outros?" - disse um.

Outra pessoa comentou: "Os homossexuais não são normais? Por que vocês os empurram para um canto?"

De acordo com a BBC, essa nova regulamentação entrou em vigor no começo de julho desse ano.

Uma voz proeminente que criticou o governo chinês vem de Li Yinhe, a primeira mulher sexóloga da China e comentarista muito conhecida sobre temas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros).

Li Yinhe disse à BBC que havia escrito um artigo recentemente pedindo que o governo acabasse com o mecanismo de censura inteiramente, mas o artigo foi derrubado pelos censores do Weibo apenas algumas horas depois da publicação.

"Bem, essa é a realidade na China", diz ela.

As recentes regulações são parte de uma campanha mais ampla promovida pelas autoridades para controlar o discurso através da censura a uma série de conteúdos, incluindo live streaming, notícias e mídia social, proibindo uma série de coisas que vão além dos temas LGBT.

Mas, através das várias proibições que vêm sendo impostas sobre a comunidade LGBT, o governo está sinalizando que a homossexualidade não é bem-vinda na China atual.

A BBC lembra que há cerca de um ano, Pequim estabeleceu uma série de regras que baniam a representação da homossexualidade nos programas de TV, alegando que essas ações eram parte do que eles descreveram como repressão "a conteúdo vulgar, imoral e nocivo".

Uma série de aplicativos de namoro também foram encerrados no país - o mais recente foi o de namoro entre mulheres conhecido como Rela, que tinha mais de cinco milhões de usuárias, e que foi literalmente terminado no final de maio desse ano.

A homossexualidade, porém, não é ilegal na China, e foi removida de uma lista oficial de desordens mentais em 2001.

Wenxiong, um homem gay chinês que atualmente está estudando nos EUA, diz que a proibição à homossexualidade em ambientes virtuais é "como a Revolução Cultural de novo".

"Estamos vendo um grupo de pessoas como alvo de antagonismo, e as pessoas podem dizer coisas ruins sobre elas, insultá-las" - diz ele.

"O governo, além das regulações sobre conteúdo LGBT, também está publicando uma série de outras regulações culturais repressoras. O governo está lhe dizendo que você não pode ter uma vida gay."

Lembrando que a Revolução Cultural foi um período de transformações políticas e sociais que agitaram a China entre 1966 e 1976, e foi desencadeada pelo ditador Mao Tsé-tung, que liderava o país desde 1949, quando os comunistas chegaram ao poder.

É preciso que se diga que a Revolução teve seus méritos no que diz respeito a desenvolvimento da China (http://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-cultural-chinesa-1966-1976.htm), mas os homossexuais sofreram terríveis humilhações e castigos físicos durante esse período no país, e as liberdades civis foram severamente comprometidas. O site Terra publicou matéria na qual homens que viveram esse período falam dos seus sofrimentos sob a ditadura de Mao:

Os homossexuais sofreram perseguição pública, segregação social, castigos físicos e prisão durante e depois da Revolução Cultural, como parte da limpeza lançada em nível nacional por Mao Tsé-Tung contra todos os elementos contra-revolucionários.

O Governo comunista os qualificou publicamente de doentes mentais, situação que perdurou até 2001, e os confinou em centros de detenção e acampamentos de reeducação.

"A tortura psicológica foi o que mais me afetou, e embora tenha perdido minha dignidade e a esperança, o tempo todo sentia que tinha sido tratado injustamente", comentou Ba, vestindo uma camiseta do aniversário da fundação da República Popular da China, comemorado em 1º de outubro. (Site Terra: 60 anos de comunismo e discriminação a homossexuais na China -https://www.terra.com.br/noticias/mundo/asia/60-nos-de-comunismo-e-discriminacao-a-homossexuais-na-china,fc2cb08b03cea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html)

Ativistas gays foram detidos pela polícia chinesa em Xian

Foto pelo site português GPS


A agência de notícias Reuters informa que a Polícia da cidade de Xian, na região noroeste da China, deteve nove ativistas gays, dizendo que pessoas gays não são bem-vindas à cidade. O caso se deu depois que eles tentaram organizar uma conferência sobre direitos gays na cidade, disse um dos ativistas à agência Reuters na quarta-feira.
 
O evento aconteceria enquanto a comunidade gay chinesa celebra a decisão recente do Taiwan de reconhecer os direitos conjugais dos casais homoafetivos - o que o torna o primeiro país asiático a se mover na direção de reconhecer o casamento igualitário.
 
Na China, porém, a sociedade civil e o ativismo por direitos têm sofrido uma baixa sob oa administração do Presidente Xi Jinping.
 
A agência Reuters informa que o evento foi organizado pelo grupo chinês Speak Out e devia ter começado no domingo. Eram esperadas pelo menos 400 pessoas, mas a polícia deteve temporariamente nove ativistas e os interrogou.

A agência Reuters tentou falar com o departamento que a própria polícia de Xian indicou como sendo a referência para qualquer pergunta sobre o caso, mas ninguém atendeu o telefone quando ela buscou mais informações.
 
O evento já tinha enfrentado problemas com cancelamento do aluguel dos locais onde teria sido realizado por parte dos proprietários. Os cancelamentos e a detenção dos ativistas gerou centenas de comentários no Weibo da China (tipo de Twitter chinês), com muitas pessoas expressando raiva sobre o mau exemplo dado pela cidade de Xian para o restante do país no que diz respeito o tocante à intolerância.
 
Xian é um dos principais destinos turísticos na China, mais conhecida como a cidade natal do Exército de Terracota e um dos berços da civilização chinesa.


O Exército de Terracota


Não é ilegal ser gay na China, apesar do país ter encarado a homossexualidade como desordem mental até 2001, isto é, até 16 anos atrás. Na verdade, em muitas cidades a cena gay está em expansão, mas indivíduos gays ainda enfrentam muita pressão familiar para se casarem e terem filhos.
Na semana passada, um aplicativo popular de namoro lésbico (Rela) foi encerrado, apesar de não ter ficado claro o por quê.


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(A reportagem-base para esse post foi escrita por Ben Blanchard e editada por Clarence para a Agência Reuters)


A apresentadora mais popular da China é trans

Jin Xing, mulher trans e poderosa.


Escrito por Dominic Preston 
Texto originalmente publicado por Pink News
http://www.pinknews.co.uk/2016/11/01/chinas-most-popular-tv-hostess-just-happens-to-be-trans/

Tradução Sergio Viula



A apresentadora de TV mais popular da China, geralmente chamada de Oprah do país, começou sua carreira como um prodígio na dança.

Desde os 9 anos de idade, ela foi recrutada para integrar a trupe de dança das Forças Armadas chinesas, a principal máquina de propaganda do exército.

Lá, ela treinou balé, ópera, dança e acrobacias, assim como tiro e detonação de bombas.

Depois de deixar o militarismo, ela estudou como dançarina em Nova York, onde ela encontrou as palavras para finalmente expressar sua identidade.

"Agora eu era livre para me descobrir", disse ela ao The Hollywood Reporter. “Será que eu sou gay? Mas eu achava que não."

"Quando eu fui aos bares gays, conheci um amigo gay, mas eu disse: 'Não, não, eu não sou gay'. Minha sexualidade é semelhante a de uma mulher."

"Foi aí que eu encontrei as palavras — transexual, transgênero. Eu disse: 'OK, eu pertenço a essa pequena ilha'. Então, eu comecei a pesquisar."

Depois de vários anos treinando em Nova York de depois passeando e ensinando na Europa, Xing retornou à China em 1993. Três anos mais tarde, ela se tornou a primeira figura pública a fazer a transição em seu país.

"Eu consultei médicos no Ocidente, mas eu precisava voltar à China. Eu queria estar perto da minha mãe, porque a primeira vida foi ela que me deu, eu nasci chinês."

"Então, para a segunda vida que eu dei a mim mesma, um novo nascimento, eu queria estar na China também, Eu sou chinesa. Eu posso viver em Nova York, eu posso viver em qualquer lugar, mas eu sou chinesa".

Complicações durante a cirurgia quase custaram a carreira da dançarina, todavia, pois ela teve uma perna paralisada depois que o fluxo de oxigênio foi interrompido.

"Eu quase cometi suicídio. Eu queria me tornar uma mulher, mas eu não queria ficar aleijada. Eu não queria perder minha perna".

“Talvez eu precisasse sacrificar mais ainda para conseguir o que eu queria. Não é tão fácil conseguir o que você quer. Se fosse tão fácil, todo mundo conseguiria."

Determinação, trabalho duro e extensa terapia física promoveram sua recuperação e retorno ao palco, todavia, atuando pela primeira vez como uma mulher.

Dali, ela realizou seu retorno ao foco das atenções aparecendo como jurada na versão local de Então Você Acha que Pode Dançar (So You Think You Can Dance), ganhando o apelido de "Língua Venenosa" (Poison Tongue) com sua reprovações fulminantes.

Agora ela comanda seu próprio seriado semanal, o Jin Xing Show, arrastando uma audiência estimada de 100 milhões de expectadores.

Não foi tudo fácil desde que ela fez a transição. Ser trans não ilegal na China, mas o governo tem feito pouco para apoiar e defender os direitos das pessoas trans.

Ele foi inclusive dispensada do show de talentos da TV em 2011, porque era transexual, em meio à especulação de que o próprio governo havia bloqueado sua atuação.

Mesmo assim, é reconfortante ver uma mulher trans com o tipo de apelo que Xing tem – especialmente depois que Caitlyn Jenner lutou para ter o mesmo impacto no Oeste.

O show dela Eu Sou Cait (I Am Cait) foi cancelado depois de dois anos de queda nos índices, mas mesmo em seu melhor, ela atraiu 2,73 milhões de expectadores – uma pequena fração em comparação com audiência de Xing.

Pai de homossexual chinês pede a legalização do casamento homoafetivo

Zhong Shao e Qiang Shao da província de Fujian no sudeste da China, juntos havia dois anos e três meses no Dia dos Namorados (14 de fevereiro de 2012) anunciaram seu noivado em suas páginas do Weibo e receberam toneladas de comentários com votos de felicidade. Em 2015, cidadãos LGBT da China ainda aguardam a legalização de suas uniões. Foto publicada por Tea Leaf Nation em artigo sobre gays e o dia dos namorados na China.



Pai de homossexual chinês pede legalização de casamento entre pessoas do mesmo sexo

02-03-2015 05:21 | Fonte: Agência Lusa via Porto Canal
http://portocanal.sapo.pt/noticia/52948/



Pequim, 02 mar (Lusa) -- O pai de um homossexual na China enviou uma carta aos membros da Assembleia Popular Nacional (ANP),"parlamento", a pedir a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, nas vésperas do arranque do plenário anual, informou hoje a imprensa oficial.

Lin Xianzhi, de 61 anos e natural da província meridional de Jiangxi, espera que o seu pedido contribua para a igualdade de direitos para os casais homossexuais, incluindo ao nível da assistência médica e da transferência de propriedades, publica hoje o Global Times, jornal do grupo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

O filho de Lin -- Xiatao -- assegurou ao jornal que o seu pai aceitou a sua homossexualidade depois de uma fase de negação e que, agora, é voluntário na associação de pais, familiares e amigos de gays e lésbicas (PFLAG, na sigla em inglês).

"É injusto que não possam casar-se", disse Lin ao diário, acrescentando que mais de 50 milhões de famílias na China se deparam com este problema.

Apesar de alguns membros da Academia de Ciências Sociais da China citados pelo jornal se terem manifestado a favor do pedido de Lin, especialistas jurídicos consideram muito improvável que uma lei seja adotada num futuro próximo na China.

Espera-se que centenas de propostas sejam debatidas e aprovadas no plenário da ANP, uma das duas reuniões políticas anuais mais importantes do país asiático, a par do conclave do Partido Comunista, que se realiza no outono, a qual vai durar dez dias.

Constitucionalmente, a Assembleia Popular Nacional, com cerca de 3.000 delegados, é o "supremo órgão do poder de Estado".

DM // JCS
Lusa/fim


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Esse pai merece um abraço de cada um dos 50 milhões de LGBT chineses (esse número está subestimado). Num país com quase um bilhão e meio de pessoas, pode contar com pelo menos três vezes isso.

A China ainda vai surpreender o mundo ocidental metido a muito livre. Aguardem.

Homem gay chinês processa clínica de terapia de conversão e vence

Homem gay chinês ganha indenização no primeiro processo na história do país contra terapias de conversão

 Yan Tang venceu a demanda judicial contra a clínica de terapia de conversão



Postado: 12/19/2014 

Fonte: The Huffington Gay Voices 
Tradução: Sergio Viula


PEQUIM (AP) — Uma clínica psicológica foi condenada a pagar indenização a um homem gay que a processou por administrar choques elétricos para torná-lo heterossexual, no que se considera o primeiro caso da China envolvendo a assim chamada terapia de conversão.

O advogado Li Duilong disse que o Tribunal do Povo do Distrito de Haidian em Pequim foi condenado a pagar 3,500 yans (560 dólares americanos) como indenização a Yang Teng por prejuízos decorrentes da terapia.

Li disse que o tribunal também concluiu que não havia necessidade de administrar choques porque a homossexualidade não requer tratamento. Um processo contra a ferramenta de busca da gigante Baidu por divulgar a clínica foi arquivado.

Telefonemas para o tribunal ficaram sem atendimento, e uma pessoa na clínica desligou quando o caso foi mencionado.

Por telefone, Yang disse que estava “muito satisfeito com os resultados, os quais eu não esperava. O tribunal ficou a meu favor, e sustentou que a homossexualidade não é uma doença mental que requeira tratamento."

Yang disse que a terapia incluía hipnose e choques elétricos que o prejudicaram tanto fisicamente como emocionalmente.

Ele disse que voluntariamente se submeteu à terapia em fevereiro por pressão de seus pais para que casasse e tivesse um filho.

Yang disse que o veredito ajuda os defensores dos direitos gays na luta para que as clínicas parem de oferecer tais tratamentos e para que os pais não pressionem seus filhos gays a se submeterem a terapias.

"Alguém tem que se levantar porque temos que parar com essas transgressões severas” – disse ele.

O processo afirmou que a clínica havia alegado que o tratamento de eletrochoque não era perigoso. E pedia uma indenização de mais de 14.000 yans (2.300 dólares) para cobrir o custo da terapia, a viagem e os salários perdidos, assim como os prejuízos psicológicos e os danos físicos. O tribunal não concedeu essas indenizações.

A China tirou a homossexualidade da classificação de desordens mentais em 2001, apesar de não haver leis que criminalizem a discriminação contra minorias sexuais e as parcerias homoafetivas não são reconhecidas.

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Sobre o embuste da "cura" gay, visite e curta essa página:

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Primeiro casamento lésbico publicamente realizado no Sul da China

Primeiro casamento lésbico realizado no Sul da China


chinadaily.com.cn
Tradução Sergio Viula






Um casal lésbico, Dongdong, 36 anos, e Qiqi, 30 anos, juntas em sua cerimônia de casamento na cidade de Shenzhen, na província de Guandong, sul da China, em 04 de janeiro de 2013. A data tem pronúncia em chinês semelhante a "Eu te amarei pela vida toda." O casal finalmente obteve a aprovação dos pais ára o casamento depois de passarem por diversas dificuldades, tornando-se o primeiro casal lésbico a realizar um casamento público. [Foto/nandu.com]

"Não importa se minha filha se casa com um homem ou uma mulhere, ela ainda é minha filha e eu só posso pensar que isso (o casamento) traga-me outra filha, que também é motivo de felicidade," disse a mãe de Dongdong, que já se opôs ao relacionamento.

Atualmente, o casamento homossexual não é garantido pela lei chinesa, significando que tais casamentos não são oficialmente certificados.


Parceiras lésbicas, Dongdong e Qiqi, se abraçam em sua cerimônia de casamento na cidade de Shenzhen, na província de Guandong no sul da China , em 04 de janeiro de 2013. [Foto/nandu.com]

From my dearest Chinese friend Da Huang - 博客 / 关注巴西 – Sergio Viula



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Da Huang is a great Chinese friend I met in Amsterdam Pride/2012. He kindly wrote this post, which can be found in English and Chinese as follows:


Check it out in English here: 
https://www.queercomrades.com/blog/sergio-viula/


Or in Chinese here: https://www.queercomrades.com/zh/blog/sergio-viula/?noredirect=zh_CN


博客 / 关注巴西 – Sergio Viula


我们八月份参加阿姆斯特丹骄傲节的时候,见到了一个非常有意思的巴西朋友,Sergio Viula。听他的个人故事的时候,我们感觉非常感动。他在巴西建设了一个“治疗同性恋”的一个组织,可是当他发现“治同志”是一个非常危险的概念时,他改变他一切的生活:他现在是一个 lgbt 活动家,很强烈否认所有想治疗同性恋的项目。

在这里.可以看到更多关于他个人的故事和想法。

Sergio 有他自己的博克。虽然大部分都是用葡萄牙语写的,他也写了一些英文的文章,如这张关于同志骄傲月 和关于阿姆斯特丹骄傲节。你在这里可以看到他的一些视频.。
希望你们可以通过 Sergio 了解更多关于巴西的同志生活!
如果你自己有一些国际同志的新闻,请告诉我们,我们很愿意放到同志亦凡人的网站!请给我们在下面留言,还是发邮件到

info@queercomrades.com

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