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Brasilien: "Schwulenheilung" auf dem Vormasch?


BRASILIEN

"Schwulenheilung" auf dem Vormasch? Homosexualität als Krankheit: In Brasilien dürfen Psychologen neuerdings Schwule und Lesben "therapieren". Doch auch in Deutschland sind solche "Therapieangebote" nicht illegal. Experten fordern deshalb ein Verbot.


TRADUÇÃO:

BRASIL
"Cura gay" em ascensão? A homossexualidade como doença: No Brasil, psicólogos agora podem "tratar" gays e lésbicas. Mas na Alemanha, essas "ofertas de terapia" também não são ilegais. Especialistas, portanto, exigem uma proibição.


Sergio Viula kämpfte jahrelang gegen die eigene Sexualität, 2003 outete er sich.
Tradução: Sergio Viula lutou durante anos contra sua própria sexualidade e, em 2003, assumiu-se.


MATÉRIA EM ALEMÃO AQUI:
http://www.dw.com/de/schwulenheilung-auf-dem-vormasch/a-40618005

Berlim: Cidade vencedora do prêmio GayCities de Melhores Cidades Gays de 2016

Berlim - Alemanha


Com informações de Emma Anderson para o site The Local
http://www.thelocal.de/20161216/berlin-named-best-city-to-be-gay-and-single

Adaptado e ampliado por Sergio Viula


Nota: No dia em que esse post estava programado para ser publicado no Blog Fora do Armário, a mídia noticiou o que parece ter sido um atentado contra o povo da linda Berlim: Um caminhão invadiu um mercado de natal, matando nove pessoas e deixando cinquenta feridas. O Blog Fora do Armário se solidariza com o povo alemão e aqueles que, amando a Alemanha, foram morar nessa linda cidade de Berlim.


O site de viagens GayCities anunciou semana passada os vencedores do seu guia para as Melhores Cidades Gays de 2016 (2016 Best of Gay Cities guide). O primeiro lugar foi conquistado por Berlim - o melhor destino gay, especialmente para solteiros.

O site GayCities recebeu dezenas de milhares de votos, tendo Berlim e Londres como as duas cidades que disputaram mais acirradamente o lugar de "Melhor Cidade para Solteiros", cada uma com 22 por cento dos votos.

Um segundo lugar apertado foi disputado por Fort Lauderdale, Flórida (21 por cento), seguido de Nova Orleans (16 por cento), Seattle (12 por cento) e Viena (7 por cento).

Berlim é conhecida por realizar uma série de festivais LGBT a cada ano, incluindo o as celebrações do Dia da Rua Christopher Street Day, que datam de 1979, e o Orgulho LGBT de Berlim (Berlin Pride). Centenas de milhares participam desses eventos a cada ano.

O compromisso da cidade com a comunidade LGBT também é demonstrado através de seu cuidado para com refugiados de guerra. Berlim estabeleceu o primeiro abrigo gay da Alemanha em Fevereiro.

E para aqueles que querem encontrar um parceiro na cidade dos solteiros, uma Igreja Protestante de Berlim fez história em agosto, quando realizou seu primeiro casamento homoafetivo, apesar do casamento gay não ser legalmente reconhecido na Alemanha. Somente uniões civis podem ser oficializadas.

Mas nem tudo é tão colorido na Alemanha. O país ainda fica atrás de outros países ocidentais em termos de direitos LGBT, apesar de um relatório recente apontar para o fato de que a Alemanha tem a maior fatia populacional de pessoas que se identificam como LGBT na Europe.

Por exemplo, existem restrições sobre adoção por parceiros do mesmo sexo que podem dificultar a formação de uma família, por exemplo.

VEJA EM INGLÊS: Cinco maneiras pelas quais a Alemanha carece de direitos gays (leia-se LGBT): Five ways Germany falls short on gay rights - http://www.thelocal.de/20150430/five-ways-germany-falls-short-on-gay-rights

Contudo, pesquisas demonstram que a tolerância é bastante alta na Alemanha, com 65% dos alemães dizendo que são a favor do casamento igualitário, de acordo com o Rainbow Europe.

No GayCities guide, a cidade liberal de São Francisco levou o prêmio de Melhor Cidade de 2016, assim como por ter a mais quente "gayzinhança" ("gayborhood" - um jogo de palavras para dizer "vizinhança gay").

Estocolmo levou o prêmio de Cidade do Futuro. Orlando, Flórida, ganhou como Cidade do Ano por sua "compaixão e resiliência na sequência do massacre da Boate Pulse", no qual mais de 49 pessoas foram mortas por um homem armado que havia jurado fidelidade ao grupo terrorista Isis.

No site GayCities guide, o Rio de Janeiro também tem espaço. Se souber inglês, leia a descrição que eles fazem da cidade do ponto de vista do turismo LGBT:  http://rio.gaycities.com/overview/

Curiosamente, Florianópolis, e não o Rio de Janeiro aparece na competição na categoria "Diversão sob o Sol", mas com apenas 7% dos votos: http://www.gaycities.com/best-of-2016/vote/4  Mesmo assim, é motivo de orgulho para Santa Catarina ter sua capital citada entre cidades mundialmente conhecidas e procuradas como destino turístico.

Eu sempre digo e vou repetir aqui: as capitais que mais atraem turistas no Brasil precisam promover festivais LGBT e garantir que o turista LGBT seja bem recebido em hotéis, restaurantes, casas de show, etc. E que haja circuitos de serviços especializados nesse público. As Paradas LGBT costumam ser "carro chefe" na promoção das cidades como lugares LGBT-friendly em várias grandes cidades do mundo: Londres e Amsterdã são dois grandes exemplos na Europa. Existem muitos outros.

Triângulo Rosa: Um Homossexual no Campo de Concentração Nazista.


Em 14/01/13 a Martins Fontes tinha o melhor preço.

Confira aqui:
https://www.martinsfontespaulista.com.br/triangulo-rosa-651320/p






"Eu li e recomendo" - Sergio Viula
Triângulo Rosa

FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/tag/triangulo-rosa/


17/04/2011 às 8:44 

Leituras cruzadas

Entre os 10.000 homossexuais deportados pelo regime nazista, um sobrevive: Rudolf Brazda conta sua experiência

http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/secao/leituras-cruzadas/


Muito se fala sobre a perseguição aos judeus na Segunda Guerra Mundial, mas o sofrimento de outros grupos visados pelos nazistas, como os gays, ainda pode, e deve, ser mais bem narrado. Triângulo Rosa – Um Homossexual no Campo de Concentração Nazista (Mescla Editorial, tradução de Ângela Cristina Salgueiro Marques, 184 páginas, 48,90 reais), livro lançado nesta semana no Brasil – primeiro país estrangeiro a lançar uma tradução – é um esforço neste sentido. Ele conta a história de Rudolf Brazda, único sobrevivente entre os 10.000 homossexuais deportados pela ditadura de Adolf Hitler.
 
Rudolf Brazda se descobriu homossexual muito jovem. Antes dos 10 anos de idade, seus amigos já comentavam que era afeminado. Quando adolescente, mostrou ser um verdadeiro pé de valsa. As garotas disputavam entre si para ser seu par na pista de dança. Não eram poucas as vezes em que elas tentavam ir mais longe, mas ele não correspondia. Estava claro que preferia os garotos. Filho de pais checos, livres de qualquer tipo de preconceitos, Brazda não teve problemas ao levar seu primeiro grande amor para conhecê-los. Manteve umrelacionamento sério com Werner de 1933 a 1936, quando o companheiro foi convocado para o serviço militar. Eles não se veriam mais. Depois dele, porém, vieram outros amores.
 
Nascido no vilarejo de Brossen, perto Leipzig, na Alemanha, em 23 de junho de 1913, Brazda tinha apenas 20 anos quando os nazistas tomaram o poder. Especialmente em 1935, a legislação contra os homossexuais foi endurecida pelo regime. Os termos do parágrafo 175 do código penal foram reforçados: “A luxúria contra o que é natural, realizada entre pessoas do sexo masculino ou entre homem e animal é passível de prisão e pode também acarretar a perda de direitos civis”. Todos os gays passaram a ser cadastrados na Central do II Reich, com o objetivo claro da repressão. As estimativas da época apontam que cerca de 100.000 pessoas foram fichadas, entre elas Brazda e seus amigos.
 
Ele foi condenado pela primeira vez em 1937. Passou seis meses na prisão e acabou expulso da Alemanha. Esperava retomar a vida na Tchecoslováquia, mas, em 1938, o regime de Hitler atravessou o seu caminho mais uma vez. Com a anexação da província dos Sudetos pelos nazistas – onde fica a cidade onde morava, Karlsbad -, as leis alemãs passaram a ser aplicadas ali com o mesmo rigor. Em pouco tempo, Brazda foi preso novamente e condenado a 14 meses de prisão. Embora tenha cumprido a pena integralmente, não chegou a ser libertado. No auge do regime de Hitler, os campos de concentração se propagaram: abrigariam também prisioneiros de guerra, comunistas, social-democratas, judeus, testemunhas de Jeová, ciganos e homossexuais.

Mais um triângulo rosa - Em 8 de agosto de 1942, Brazda foi mandado para o campo de Buchenwald. Identificado com o símbolo de um triângulo rosa, afixado em sua roupa, Brazda era apenas mais um entre os 10.000 gays deportados para campos de concentração durante a II Guerra. Durante três anos, vivenciou todo tipo de atrocidade. A humilhação começava logo que os prisioneiros chegavam ao local, pois todos eram despidos para inspeção. Brazda, particularmente, ainda participou de uma briga feia com um SS. Levou um tapa no rosto depois de ter lhe respondido de maneira insolente e perdeu três dentes.
 
Sempre otimista, Brazda conta que, apesar de tudo, sua passagem pelo campo poderia ter sido pior. “Outros foram ainda mais prejudicados. Eu ao menos podia trabalhar. Eles me deixavam relativamente tranquilo, só era necessário prestar atenção para não me fazer notar pelos SS”, diz lenta e pausadamente, em entrevista por telefone ao site de VEJA. “Testemunhei diversos tipos de violência contra outros prisioneiros. Foram coisas que não me machucaram fisicamente, mas que me marcaram de forma profunda”, acrescenta. Brazda foi libertado em 11 de abril de 1945, quando fixou residência na França.
 
Para manter o sorriso no rosto, ele se recorda principalmente das fases felizes de sua vida, ou seja, antes de ser preso pela primeira vez e depois do período em que esteve no campo de concentração. Após nova pausa para reflexão, Brazda conclui que o melhor período foi aquele em que viveu com seu último companheiro, Eddi. Eles se conheceram em 1950 e a partir 1959 passaram a morar juntos na França. “Tínhamos uma boa vida, trabalhávamos. Éramos livres e podíamos nos deslocar como quiséssemos”, lembra. Permaneceram juntos por quase meio século – Eddi morreu em 2003. Hoje, aos 97 anos, Brazda é o último sobrevivente entre os homossexuais deportados pelos nazistas. Crente em Deus, ele define sua passagem no mundo como “plena”.
 
A reconstrução da história - Assumindo o papel de confidente de Brazda, o pesquisador e militante dos direitos dos homossexuais Jean-Luc Schwab pôde transformar seus depoimentos no livro Triângulo Rosa. Coincidentemente, havia entrado em 2008 para uma associação dedicada ao reconhecimento desse tipo de deportados na França quando descobriu que o último sobrevivente morava bem perto dele, na região de Mulhouse, na França. Para recompor a trajetória do personagem, Schwab recorreu a centenas de horas de entrevistas com diferentes fontes, pesquisas pessoais em arquivos alemães, checos e franceses e viagens aos antigos lugares ligados à vida e ao confinamento do biografado.
 
Leia a seguir trechos da entrevista com o co-autor Jean-Luc Schwab:
 
Como o senhor tomou conhecimento da história de Brazda? Ouvi falar de Rudolf num jornal local francês, em 2008. Pouco antes, havíamos inaugurado em Berlim o memorial às vítimas homossexuais do nazismo(Homosexuellen-Denkmal), em 27 de maio. Na inauguração, lamentamos que não havia um só sobrevivente para ver o monumento. Ao saber do fato pela TV, Rudolf – que até então achava que sua história não interessava a ninguém – resolveu avisar que estava vivo. Ele não se dava conta do valor histórico de seu testemunho. No fim de junho, então, ele foi convidado para o Gay Pride na Alemanha, e foi feita uma nova cerimônia em homenagem ao memorial, desta vez com uma das vítimas presente. Depois disso, a notícia se espalhou pelos meios de comunicação internacionais.
 
De que forma o senhor pôde coletar material histórico suficiente para a escritura do livro? Quando fui visitar Rudolf pela primeira vez, me dei conta de que sua história não tinha sido documentada. Então, comecei a entrevistá-lo, para recolher seu testemunho verbal ao menos, e depois gravar os depoimentos em vídeo. Na época, ele estava com 95 anos. E, quando se pede a alguém dessa idade para falar de algo que ocorreu há mais de 60 anos, as lembranças não são muito claras. Então, foi importante verificar nos arquivos se os fatos históricos correspondiam àquilo que ele dizia. Isso nos permitiu descobrir alguns pontos de que ele se esqueceu e precisar outros citados por ele, especialmente algumas datas.
 
Como nazistas faziam para descobrir quem era ou não era homossexual? No caso de Rudolf, seu nome foi evocado por seus amigos. Não tive acesso a arquivos de outras pessoas, mas, de uma forma geral, quando havia uma denúncia de homossexualidade, era aberto um inquérito policial e, depois disso, bastava provar que o acusado de fato teve relações “contra a natureza” com uma ou mais pessoas. Nesses inquéritos, faziam de tudo para descobrir o máximo possível de nomes envolvidos, para começar novas investigações e assim por diante.
 
Depois de tanta conversa, surgiu uma amizade entre o senhor e Brazda? No início, não passava de uma relação entre pesquisador e sujeito de estudo. Hoje em dia, me tornei um amigo e confidente. Eu o ajudo no cotidiano, como para preencher documentos ou garantir o contato com seus médicos e enfermeiros. Passo em sua casa frequentemente para visitá-lo, mas não mais para fazer perguntas. De um ano para cá, sua memória vem se desgastando. É bom saber que sua história pôde ser eternizada.
 
Cecília Araújo

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