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Lawrence O'Donell comenta como Trump foi humilhado hoje diante de todo o mundo

Lawrence O'Donell comenta como Trump foi humilhado hoje diante de todo o mundo


Lawrence O'Donell


O texto abaixo é uma transcrição do vídeo feito em inglês por Lawerence O'Donell e publicado pela MSNBC em seu canal no YouTube. Veja o que disse esse analista sobre um vexame nunca antes vivenciado por um presidente dos EUA em circunstâncias semelhantes. Trump mentiu diante do presidente da França e foi imediatamente corrigido ao vivo.


Donald Trump fez história hoje, tornando este um dia que será lembrado com infâmia na história presidencial. Hoje, ele rejeitou formalmente a posição que todos os presidentes americanos mantiveram desde que Franklin Delano Roosevelt liderou os Estados Unidos à vitória na Segunda Guerra Mundial: a liderança do Mundo Livre. Roosevelt transformou a presidência nesse papel durante a guerra, e todos os presidentes subsequentes até Trump cumpriram essa responsabilidade, especialmente nas Nações Unidas.

As Nações Unidas nasceram na imaginação do presidente Roosevelt enquanto ele tomava decisões estratégicas essenciais para a vitória na Segunda Guerra. Ele também planejava o período pós-guerra—o que ele chamava de "planejar a paz". Durante a guerra, ele às vezes se referia aos Estados Unidos e seus aliados como as Nações Unidas. Embora ele não tenha vivido para ver sua ideia se concretizar, a organização foi construída com base no seu projeto. Todos os dias, na ONU, o embaixador do presidente americano sempre se posicionou ao lado da liberdade. Os EUA consistentemente votaram com as nações livres do mundo contra regimes opressores.

No século XXI, à medida que Vladimir Putin transformava a Rússia novamente em uma ditadura, a liderança americana no Mundo Livre significava enfrentar a agressão russa. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, exatamente três anos atrás, a ONU aprovou seis resoluções condenando a invasão. Em todas as votações, os Estados Unidos se posicionaram ao lado do Mundo Livre—até hoje. Pela primeira vez na história, os EUA não defenderam a liberdade na ONU. Em vez disso, votaram com o ditador contra o Mundo Livre. Donald Trump ficou ao lado de Vladimir Putin nas Nações Unidas.

A partir de hoje, se há um líder do Mundo Livre, ele não é mais o presidente dos Estados Unidos. Esse papel pode agora pertencer ao presidente da França, Emmanuel Macron, que teve um papel crucial neste momento histórico. Trump se tornou o primeiro presidente americano a ser publicamente interrompido e corrigido por um aliado—enquanto mentia sobre esse próprio aliado.

O General Charles de Gaulle, presidente da França após a Segunda Guerra Mundial, era conhecido por seu ego imenso. Até Winston Churchill e Roosevelt tiveram que lidar com sua forte personalidade com cautela, evitando discordâncias públicas com ele. Macron, por outro lado, é um dos presidentes franceses menos egocêntricos da história. No entanto, hoje, foi o presidente francês de temperamento tranquilo que precisou interromper o presidente americano arrogante e corrigi-lo de uma forma que nenhum outro presidente dos EUA jamais foi corrigido por um chefe de Estado.

Trump repetiu uma falsa alegação comum sobre a ajuda europeia à Ucrânia, dizendo que a Europa apenas empresta dinheiro para a Ucrânia, enquanto os EUA fazem doações diretas. Macron o corrigiu imediatamente, explicando que a Europa pagou 60% de todo o esforço de ajuda e congelou ativos russos no valor de 230 bilhões de euros, que não eram garantias de empréstimos. Macron até segurou o braço de Trump para impedir fisicamente que ele continuasse espalhando desinformação. No entanto, a resposta de Trump foi simplesmente repetir a mesma mentira.

No dia em que Trump oficialmente rebaixou a presidência dos EUA ao seu ponto mais baixo no cenário internacional—não apenas renunciando à liderança do Mundo Livre na ONU, mas ativamente se posicionando contra ele—ele também foi humilhado no Salão Oval. Nenhum presidente anterior seria tão patológico a ponto de contar uma mentira tão facilmente desmentível na frente da própria pessoa sobre quem estava mentindo, e nenhum presidente anterior seria tão tolo a ponto de tentar.

Como escreveu o historiador Timothy Snyder, a divisão política atual é entre realidade e irrealidade. Trump constantemente representa a irrealidade, e seus seguidores permanecem presos nessa ilusão. Eles são imunes à realidade—mesmo quando o presidente da França expõe diretamente as mentiras de Trump no palco mundial.

Os apoiadores de Trump nunca reconhecerão o que aconteceu hoje no Salão Oval. E mesmo se vissem, não entenderiam. Trump sabe disso, e é por isso que, mesmo depois de ser desmascarado, ele simplesmente repete a mentira novamente.

No final do dia, o presidente Macron chegou a ir à Fox News para tentar alcançar os seguidores de Trump. Ele alertou que qualquer acordo de paz com a Rússia deve incluir garantias reais de segurança para a Ucrânia e para a Europa. Enquanto isso, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell—que antes apoiava Trump em tudo—emitiu uma rara repreensão. Ele condenou qualquer tentativa de minimizar o papel da Rússia como agressora, chamando isso de um "erro grosseiro de julgamento e de compreensão da negociação e da influência".

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com Macron, Trump também cometeu uma gafe embaraçosa sobre comércio. Ele criticou antigos acordos dos EUA com Canadá e México, perguntando: “Quem assinaria algo assim?” A ironia é que o acordo que ele criticava era o mesmo que ele havia assinado quando estava no cargo.

Dois presidentes humilharam Donald Trump hoje. O primeiro foi o presidente da França. O segundo foi o presidente dos Estados Unidos.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, resumiu a importância deste momento:

“Esta guerra tem um significado profundo. É uma luta pela independência, como tantas nações já enfrentaram. Aqueles que lutam sobrevivem. Aqueles que se rendem são apagados pela história. E nós, ucranianos, existimos—e sempre existiremos.”

Joe Biden: Crescimento do autoritarismo no cenário global ameaça os direitos LGBTQ

Joe Biden - presidente dos Estados Unidos



 By Sergio Viula


Joe Biden: Crescimento do autoritarismo no cenário global ameaça os direitos LGBTQ


Em todo o mundo, cerca de 70 países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo. E aqui em casa, LGBTQI + americanos ainda carecem de proteção básica em 25 estados e continuam a enfrentar discriminação em habitação, educação e serviços públicos. (Joe Biden)


Essa foi a tônica da fala do presidente dos EUA Joe Biden no Dia de Combate à LGBTfobia. Biden criticou governos autoritários, atribuindo a eles, bem como à pandemia de coronavírus, o aumento da vulnerabilidade das pessoas LGBT+ ao redor do mundo. Ele também destacou o que vem fazendo para garantir os direitos das pessoas LGBT+ no país que preside desde o começo desse ano, quando sua administração foi inaugurada. 


Veja o pronunciamento de Biden feito em 17/05/21 na íntegra, abaixo:


Por Joe Biden - 17/05/21

Jill e eu temos o orgulho de reconhecer o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia - o aniversário desse dia, quando, em 1990, a Organização Mundial da Saúde deu o passo longamente esperado de desclassificar a "homossexualidade" como um transtorno mental.


Muita coisa mudou para a comunidade LGBTQI + desde aquele dia,  não apenas em nossas leis, mas nos corações e mentes do povo americano. Ativistas corajosos na América e em todo o mundo defenderam o progresso e venceram. Aqui em casa, a igualdade no casamento e maiores proteções contra crimes de ódio são a lei do país. No exterior, governos estrangeiros, sociedades civis e organizações internacionais como as Nações Unidas finalmente reconhecem que as pessoas LGBTQI + merecem dignidade e igualdade plenas.


Apesar desse progresso, o COVID-19 e o crescente autoritarismo em todo o mundo continuam a aumentar as brechas econômicas, sociais e de segurança para pessoas LGBTQI + e uma epidemia de violência ainda grassa, com um impacto particular sobre a comunidade transgênera, especificamente mulheres e meninas transgêneras de cor. Em todo o mundo, cerca de 70 países ainda criminalizam as relações entre pessoas do mesmo sexo. E aqui em casa, LGBTQI + americanos ainda carecem de proteção básica em 25 estados e continuam a enfrentar discriminação em habitação, educação e serviços públicos.


Minha administração sempre estará com a comunidade LGBTQI +. Já revertemos as políticas discriminatórias que visavam LGBTQI + americanos e marcamos nomeações históricas de indivíduos LGBTQI + para os mais altos escalões de nosso governo. Continuamos a implementar minhas ordens executivas para promover a igualdade e a equidade. E continuo a instar o Congresso a aprovar a Lei da Igualdade, que confirmaria as proteções críticas dos direitos civis com base na orientação sexual e identidade de gênero para todos os americanos.


Todos têm direito à dignidade e igualdade, não importa quem sejam, a quem amem ou como se identifiquem - e continuaremos a nos envolver com aliados e parceiros para fazer avançar os direitos humanos das pessoas LGBTQI + aqui em casa e em todos os cantos do mundo.

Reinaldo Arenas e o a ditadura cubana: Antes que anoiteça


Por Sergio Viula








Rafael Arenas – Antes que anoiteça


Rafael Arenas foi um escritor cubano perseguido pelo regime totalitário de Fidel Castro, que conseguiu se exilar, mesmo depois de denunciar o ditador ainda na ilha.

Link para a compra do livro (já esgotado na maioria das livrarias): https://www.estantevirtual.com.br/livros/reinaldo-arenas/antes-que-anoiteca/2030353469


Textos meus relacionados ao tema de Cuba e à perseguição aos LGBT:

1) A comunidade LGBT sob governos destros e canhotos: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2019/11/a-comunidade-lgbt-sob-governos-destros.html

2) Che Guevara, Fidel Castro e os LGBT em Cuba: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2020/10/che-guevara-fidel-castro-e-os-lgbt-em.html

NOTA: Não encontrei o filme para streaming. Ele está indisponível no Google Play, no Amazon e no YouTube, tanto para compra como para aluguel. O filme tem o título levemente diferente do livro. O filme foi intitulado Antes do anoitecer.

EUA: Mais de 100 prefeitos se unem contra a discriminação aos LGBT dias antes do discurso inaugural.

Mais de 100 prefeitos se unem contra a discriminação aos LGBT dias antes do discurso inaugural.


Esses prefeitos estão se unindo para aprovarem 
garantias à população LGBT em seus governos locais.


Por YEZMIN VILLARREAL
http://www.advocate.com/authors/yezmin-villarreal
18 de janeiro de 2017

Tradução por Sergio Viula

FONTE: THE ADVOCATE
http://www.advocate.com/politics/2017/1/18/over-100-mayors-unite-against-lgbt-discrimination-days-inauguration



WASHINGTON, D.C. — Dois dias antes do presidente eleito Donal J. Trump inaugurar seu governo, 175 prefeitos de 42 estados se uniram na quarta-feira para enviar uma mensagem: Eles garantirão proteção aos cidadãos LGBT localmente, mesmo que elas não sejam promovidas federalmente.

O evento foi lançado por uma coalização bipartidária de prefeitos dedicada a prover apoio e recursos para assistir governos locais que queiram aprovar garantias à população LGBT. A coalizão criou um site na Internet que roteiriza os passos que o grupo vai dar, incluindo "encabeçar proteções em nível municipal para as pessoas LGBT", "proibir viagens não essenciais a estados com leis anti-LGBT" e "apoiar leis locais de reforço a treinamento de inclusão LGBT."


Os co-diretores da coalizão incluem o prefeito Muriel Bowser do Distrito de Columbia em Washington, o prefeito Jim Kenney da Filadélfia, o prefeito Ed Lee de São Francisco e o prefeito assumidamente gay Ed Murray de Seattle.
 
O Centro para o Progresso Americano anunciou no encontro que emitirá um relatório explicando a variedade de opções para ações não legislativas que os governos locais podem executar com vistas a proteger as pessoas LGBT. Por ora, apenas 32 estados provêm proteções LGBT. Incluída na lista estão as proteções contra a discriminação para os funcionários do município e do condado e em serviço público; prevenir a discriminação e expandir as oportunidades através de garantias e contratos; e estabelecer alianças, comissões, e comitês de consultoria.
 
O anúncio vem dias antes de pelo menos 60 legisladores democráticos dizerem que não participarão da inauguração de Trump em protesto contra os ataques do presidente sobre o ícone dos direitos civis Rep. John Lewis. Também vem depois que 156 oficiais LGBT eleitos escreveram uma carta aberta na sexta-feira para o presidente eleito Trump, pedindo-lhe que avance a igualdade LGBT. "Como representantes da comunidade LGBT, nós consideraremos sua administração responsável por ações que infrinjam nossos direitos e oportunidades, e nos oporemos às pessoas designadas pelo presidente que denigram ou firam nossa comunidade", diz a carta.
 
O projeto de lei 2 da Carolina do Norte (que trata sobre o uso de banheiros de acordo com o gênero) foi referenciado várias vezes durante o encontro por prefeitos como um exemplo do que pode acontecer à economia de um estado e à população quando a discriminação é legalizada. A Carolina do Norte perdeu, de acordo com relatos, 329,9 milhões de dólares em arrecadação e mais de 730 empregos. Os prefeitos expressaram preocupação de que o mesmo pudesse acontecer no Texas se o estado aprovar um projeto de lei anti-LGBT protocolado recentemente.




A prefeita de Charlotte, Jennifer Roberts, que foi muito cotada na reunião, disse ao The Advocate que ela espera que a coalizão produza proteções LGBT em nível nacional. Roberts disse que a mudança sempre vem em nível local e que depois estimula esforços nacionais.
 
"Existem muitas coisas com as quais esse país ainda luta e, infelizmente, a campanha do presidente eleito inflamou algumas das que nos dividem," disse Roberts. "Tenho esperança de que os prefeitos se levantarão e dirão que não é certo no século 21, e que não é bom para os negócios, não é bom para a moralidade, não é bom para o bem-estar das pessoas." - disse Jennifer Roberts a respeito da discriminação contra pessoas LGBT.

Quais americanos são responsáveis pelo ódio russo?

Quais americanos são responsáveis pelo ódio russo?

Onde foi que a Rússia aprendeu tamanha intolerância? Dê uma olhada em nossos ativistas anti-gays caseiros.


Opinião no The Advocate reverberada pelo The Huffington Post
https://www.advocate.com/commentary/2013/09/03/op-ed-which-americans-are-responsible-russias-hate

Por DAVE STALLING - 03 de setembro de 2013


Traduzido por SergioViula.
NT: A palavra gay, quando usada num contexto como esse, refere-se a tudo o que diga respeito a LGBTQI, etc. Na tradução, em fidelidade à escolha do autor pelo termo, ela foi mantida.



Obama e Putin - fonte: "The Advocate"



Como muitos americanos, particularmente nós americanos gays, tenho assistido alguns vídeos que estão circulando mostrando neo-nazistas, na Rússia, brutalmente enganando, perseguindo, assediando, fazendo bullying, torturando e humilhando adolescentes gays. Fiquei especialmente perturbado e irado com uma foto mostrando dois caras de aparência durona posando orgulhosamente ao lado de um jovem humilhado, a quem eles haviam aparentemente torturado, como se fossem caçadores posando ao lado de seu troféu.

Gays ativistas russos relatam um crescimento dramático da violência contra gays nestas últimas semanas, levada a cabo por pessoas motivadas e inspiradas por palavras, atitudes e políticas anti-gays. Não somente o presidente russo Vladimir Putin fala asperamente contra gays e apoia leis anti-gays, como também o Patriarca Kirill, líder da Igreja Ortodoxa Russa, refere-se aos casais do mesmo sexo como um "sinal do Apocalipse." Tais palavras e políticas enérgicas podem provocar ações horríveis. Algumas semanas atrás, um homem de 23 anos foi assassinado em Volgograd. Garrafas de cerveja foram enfiadas em seu ânus, seu pênis foi exitrpado, e sua cabeça foi esmagada com uma pedra.

Como o colunista Neal Broverman da revista The Advocate ressalta num recente texto opinativo, atrocidades semelhantes estão acontecendo em outros lugares do mundo. Ele fala da convocação do presidente do Zimbabwe Robert Mugabe pela decapitação de gays. Um ativista gay dos Camarões foi recentemente torturado e morto. Na Nigéria, onde ser gay ainda é ilegal, uma lei está sendo considerada, a qual levaria pessoas à prisão por 14 anos se flagradas em relacionamento com alguém do mesmo sexo.

É enfurecedor e frustrante ler e assistir a tantas violações horrorosas contra os direitos humanos sendo infligidas contra pessoas inocentes em terras tão distantes, simplesmente por causa de quem são e de quem foram geneticamente propramadas para serem, e ainda sentir-me desamparado, sabendo que não há muito que possamos fazer.
Ironicamente, eu nutro arrependimento sobre políticas das quais eu ingenuamente participei enquanto servia como jovem fuzileiro da marinha americana durante a assim chamada Guerra Fria, quando a Rússia foi considerada o "Império do Mal" pelo então presidente Reagan. Fomos equipados para a guerra por todas as razões erradas. Agora, os fuzileiro em mim deseja que se pudessem enviar tropas bem treinadas para a Rússia para protegerem vidas inocentes. Eu seria o primeiro a me voluntariar. Mas eu também sei que respostas violentas geralmente abastecem mais violência. Violência induzida por fantasias geradas pela raiva não adianta.

Mas o que fazer?

Muitos de nós fazemos o que podemos para, ao menos, promover conscientização. Chamadas a boicotar a vodka Russa e as Olimpíadas estão, de alguma forma, certametne atraindo a devida atenção sobre as atrocidades que estão ocorrendo na Rússia. Mas nós, americanos, não podemos realmente esperar exercer muita influência direta sobre políticas exteriores, certo?

Pelo menos, isso é o que eu pensava. Um cidadão americano chamado Scott Lively diz o contrário.

Um advogado, pastor, auto-proclamado "consultor em direitos humanos", fundador e presidente do Defenda a Família Internacional (Defend the Family International) e presidente do Ministérios Verdade Permanente (Abiding Truth Ministries) em Springfield, Massachussets. Lively conduziu um tour de palestras através de 50 cidades da Rússia seis anos atrás, e ele diz que as atuais leis anti-gays refletem políticas que ele advogava naquele tempo quando ele incentivava a Rússia a "criminalizar" o que ele chama de defesa pública da homossexualidade (uma política que ele tem tentado promover nos Estados Unidos também, mas sem sucesso).

“O propósito da minha visita era levar uma advertência sobre o movimento político homossexual que tem feito muito para mudar meu país", escreveu Lively numa carta aberta aos cidadãos russos. "Este é um câncer social de crescimento muito rápido que destruirá os fundamentos da família em sua sociedade se vocês não agirem imediatamente e efetivamente para impedir isso.”

Ele disse que tais ações fariam da Rússia uma "sociedade-modelo pró-família" e sugeriu que "pessoas do Ocidente começariam a emigrar para a Rússia da mesma maneira que os russos costumavam emigrar para os Estados Unidos e para toda a Europa.” (Lively também é co-autor de um livro chamado The Pink Swastika: Homosexuality in the Nazi Party (A Suástica Rosa: Homossexualidade no Partido Nazista), no qual ele alega que "homossexuais foram os verdadeiros inventores do Nazismo e a força condutora por trás das atrocidades nazistas.”)

Lively não é o único cidadão americano alimentando as chamas da discriminação, da intolerância, do ódio, e da violência contra os gays na Rússia e em outros lugares.

Peter LaBarbera, presidente do Americanos pela Verdade a respeito da Homossexualidade (Americans for Truth About Homosexuality), com base em Naperville, Illinois, escreveu: “Os russos não querem seguir a promoção da confusão de gênero, da perversão sexual, e das ideologias anti-bíblicas para os jovens da decadente e irresponsável América.”

O Congresso Mundial das Famílias (The World Congress of Families), com base em Rockford, Illinois, está planejando executar sua oitava conferência internacional no Palácio dos Congressos do Kremelin, em Moscou, no ano que vem.

“A Rússia, com seu compromisso histórico para com uma espirtualidade e moralidade profundas, pode ser uma esperança para os defensores da família natural em todo o mundo,” diz uma declaração no site da organização.

Austin Ruse, presidente do Instituto da Família Católica e dos Direitos Humanos (Catholic Family and Human Rights Institute) [sim, o grupo realmente tem a audácia hipócrita de usar as palavras "direitos humanos" em seu nome], lamenta o fato de que tais leis não tenham sido aprovadas em nossa nação.

“Você admira algumas das coisas que eles estão fazendo na Rússia contra a propaganda", diz Ruse. O Instituto, que tem escritórios em Nova York e Washington, D.C., está buscando reconhecimento das Nações Unidas, ainda que alegue que a ONU está "arriscando sua credibilidade" por pressionar em favor dos direitos gays. Contudo, Ruse planeja viajar para a Rússia e encontrar-se com oficiais do governo e com líderes civis. “Queremos que eles saibam que o que eles fazem tem, de fato, tem apoio entre as ONGs americanas que trabalham com temas sociais", diz ele.

Stefano Gennarini, também do Instituto da Família Católica e Direitos Humanos (Catholic Family and Human Rights Institute), fala favoralmente das novas leis anti-gays da Rússia, e refere-se às paradas, concentrações e protestos em apoio à igualdade gay como "comportamento ridículo e perturbador exibido em praças e ruas da Europa e da América.” (Eu não pude achar comentários dele sobre o comportamento perturbador de perseguição, assédio, espancamento, tortura, e assassinato de pessoas gays inocentes nas praças e ruas da Europa.) Em vez disso, ele diz que pessoas em outras regiões, como a África e o mundo islâmico, poderiam "olhar para a Rússia como um exemplo positivo quando considerarem suas próprias leis.”

Como esses supostos cristãos conseguem dormir à noite? Eles esquecem, negam, ou ficam realmente satisfeitos com a discriminação, a intolerância, o ódio, a violência, e o sofrimento com os quais suas palavras e ações contribuem? Eles realmente acreditam que o Cristo que eles cultuam - o Cristo que, conforme meu entendimento, defendia a paz, o amor, o não julgamento, a tolerância, a aceitação - estaria satisfeito com eles?

Eu nunca defenderia a violência contra essas pessoas, nem negaria a elas o direito constitucional à livre expressão ou à liberdade religiosa. Mas, poderiam eles ser - deveriam eles ser - responsabilizados de alguma maneira?

O presidente Obama disse que tornaria os direitos gays uma parte de sua política externa, e o secretário de Estado John Kerry diz: “Só precisamos continuar defendendo a tolerância e a diversidade.” Talvez, eu esteja apenas irado e frustrado demais, e eu sei que estou pisando em solo perigoso, mas quando os cidadãos americanos e as organizações viajam a países estrangeiros e ajudam a promover ou incitar a intolerância, a discriminação, o ódio, e a violência, não estão violando alguma lei dos Estados Unidos? Podem eles trabalhar legalmente contra os interesses e política externas de nossa própria nação? Não estão essas pessoas "ajudando e sendo cúmplices do inimigo"? Podem suas ações ser consideradas traição? Não deveria ser ilegal exportar discriminação, intolerância, ódio e violência anti-gay a partir dos Estados Unidos?

Scott Lively já foi processado na corte federal dos Estados Unidos por um grupo de defesa dos direitos gays em Uganda, que o acusou de promover e influenciar leis para perseguir homossexuais naquele país — algumas versões [dessa lei] sob consideração convocavam a pena de morte em alguns casos. Lively está trabalhando para encerrar o caso. Talvez, esta seja mais uma das minhas fantasias de vingança induzidas pela raiva, mas espero que o caso não seja encerrado.

Espero que ele perca uma considerável soma em dinheiro e credibilidade. Eu espero que outros processos semelhantes sejam movidos contra ele e outros. Eu quero tanto que essas pessoas sejam responsabilizadas pelo sofrimento pelo qual são parcialmente responsáveis. Será que eles podem ter, ao menos, seu status de organização sem fins lucrativos, e livre de impostos, caçado?

Além do boicote à vodka e às Olimpíadas, devíamos fazer tudo e qualquer coisa possível para ajudar a chamar a atenção e conscientizar as pessoas a respeito das consequências apavorantes de palavras e ações de gente como Scott Lively, Peter LaBarbera, Austin Ruse, e Stefano Gennarini e as organizações para as quais eles trabalham - pessoas e organizações bem aqui em nosso país.

Se nada mais, eu quero que eles nos digam como se sentem. Eu quero ver e ouvir suas reações. Eu quero ver a expressão de seus rostos e ouvir seus pensamentos, se ou quando eles assistirem os vídeos que circulam na Internet mostrando neo-nazistas na Rússia brutalmente enganando, perseguindo, assediando, fazendo bullying, torturando, e humilhando adolescentes gays. Eu quero saber o que acontece quando eles olham a foto que mostra dois caras com aparência durona posando orgulhosamente ao lado de um jovem humilhado a quem eles aparentemente torturaram como se fossem caçadores posando ao lado de seu troféu, e ouvi-los com respeito a um homem de 23 anos sendo morto, tendo garrafas de cerveja enfiadas em seu ânus, seu pênis extirpado, e sua cabeça esmagada com uma pedra.

Só porque ele era gay.

O Cristo deles aprova?

DAVE STALLING é um ex-enrustido fuzileiro da marinha. Ele é escritor e um apaixonado defensor dos direitos gays, e um protetor profissional da vida selvagem. Ele mora em Berkeley, Califórnia. 

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