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Argentina aprova casamentos 'gay' e faz história na América Latina


🇦🇷✨ Argentina legaliza o casamento igualitário e a adoção por casais LGBTQIAP+!


Após 15 horas de intenso debate, o Senado argentino entrou para a história da América Latina ao aprovar a lei que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo — e mais: autoriza a adoção por casais homoafetivos.

A votação terminou com 33 votos a favor, 27 contra e 3 abstenções, na madrugada de uma quinta-feira gelada, mas com clima quente e cheio de emoção na Praça do Congresso, em Buenos Aires. Gritos, aplausos e lágrimas tomaram conta do local — mesmo entre aqueles que enfrentaram o frio intenso para acompanhar de perto esse momento histórico.

⚔️ Uma batalha entre o progresso e o conservadorismo

A aprovação da lei não aconteceu sem resistência. A oposição foi liderada, previsivelmente, pela Igreja Católica, que tachou a proposta de “guerra contra Deus”, nas palavras do então arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio (sim, o futuro Papa Francisco). Em contraponto, ativistas LGBTQIAP+ responderam nas ruas com cartazes e palavras de ordem como: “Igreja, lixo, tu és a ditadura!”

Mas a democracia venceu. O Código Civil argentino agora reconhece casamentos entre “contratantes”, e não mais entre “homem e mulher”. Além disso, casais homoafetivos passam a ter direito a herança, pensão, previdência e adoção em igualdade com casais heterossexuais.

“É uma verdadeira igualdade social”, declarou María Rachid, da Federação Argentina LGBT.

💬 A palavra da presidenta

A então presidenta Cristina Kirchner comemorou a aprovação, classificando a nova lei como “um passo positivo” para o país. A expectativa era de que ela ratificasse a lei nos dias seguintes — o que, de fato, aconteceu, consolidando a Argentina como o primeiro país da América Latina a reconhecer legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Antes disso, apenas a Cidade do México havia aprovado a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Fora da América Latina, nove países já haviam legalizado o casamento igualitário.

🏳️‍🌈 Amor que resiste — e vence!

O caminho para essa vitória começou com um ato de coragem: Alex Freyre e José María Di Bello se casaram em dezembro de 2009, na Terra do Fogo. Embora a justiça tenha tentado anular o casamento com base no artigo 172º do Código Civil, eles resistiram — e prometeram lutar até o fim. A nova lei foi a resposta a essa luta.




✊ COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:

O que dizer? Os argentinos ARRASARAM!
Eles podem, sim, se sentir os caras da América Latina. E agora, com razão. Em termos de direito civil, eles estão anos-luz à frente de nós, brasileiros.

Enquanto isso, por aqui, a gente ainda assiste à nossa democracia ser infiltrada pelo mofo teocrático — que tenta impedir avanços em nome de crenças particulares. E o pior: muitos dos nossos parlamentares ainda se curvam ao lobby religioso (católico, evangélico, ou seja lá qual for o rótulo).

Lembro das palavras de Marina Silva, que ao ser perguntada sobre ensino religioso disse:

“O Brasil é um país laico, mas não é ateu.”

E eu pergunto: por que não disse simplesmente:

“O Brasil é um país laico. Ponto final”?

Porque, claro, ela acredita que o cristianismo deve ter primazia sobre as demais visões. Mas isso é um veneno perigoso para qualquer democracia.

Então, ZEUS nos livre de um presidente com essa mentalidade.
E AXÉ a todes que continuam lutando por uma sociedade onde ninguém precise pedir desculpas por amar ou existir.

Juiz anula primeiro casamento gay da América Latina

Casamento anulado, mas a luta continua: a história de Alejandro Freyre e José di Bello na Argentina


Os argentinos Alejandro Fryre e José Bello haviam se casado em dezembro de 2009
Foto por Reuters


Publicado em 15/04/2010
Blog Fora do Armário


Em dezembro de 2009, a América Latina testemunhou um marco histórico: os argentinos Alejandro Freyre e José María di Bello se tornaram o primeiro casal homoafetivo a se casar oficialmente na região. A cerimônia aconteceu na cidade de Ushuaia, capital da província da Terra do Fogo, após uma longa batalha jurídica.

Mas nesta quinta-feira (15), esse símbolo de conquista foi atingido por um retrocesso: o juiz argentino Marcos Meillien anulou o casamento. A justificativa? O Código Civil do país ainda não contempla a união entre pessoas do mesmo sexo. A decisão judicial, baseada nesse argumento legal, declara o casamento como “inexistente”, um golpe duro para o casal e para os avanços dos direitos civis na região.

A própria governadora da província, Fabiana Ríos, havia autorizado a cerimônia. E sua equipe não escondeu a surpresa com a anulação. Eleonora de Maio, secretária Legal e Técnica da província, declarou:

“Realmente nos surpreende isso e a forma na qual atuou a Justiça. Temos que ver os termos da sentença e analisar a possibilidade de tramitar algum recurso.”

Freyre e di Bello já haviam tentado se casar em Buenos Aires, mas enfrentaram barreiras institucionais. Foi apenas na Terra do Fogo que encontraram uma brecha de esperança — esperança essa que agora foi, pelo menos temporariamente, frustrada.


Comentário deste blogueiro:

A Argentina está diante de uma encruzilhada histórica: pode optar por um futuro de cidadania plena, com igualdade real entre todas as pessoas, ou pode continuar alimentando desigualdades sociais, políticas e jurídicas que já duram gerações.

A decisão do juiz não apaga o que Alejandro e José simbolizam: coragem, amor e resistência. Mas ela serve como lembrete gritante de que os direitos da população LGBTQIA+ ainda são extremamente frágeis quando não estão protegidos por uma legislação clara, justa e igualitária.

Enquanto isso, seguimos lutando. Porque nenhum juiz pode anular o amor — e muito menos deter o avanço da história.

🌈 Fora do Armário
Por direitos iguais, sem exceções.

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