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Batman e Robin por Tony Bellotto

Batman e Robin




Outro dia, caminhando por Ipanema, encontrei Batman e Robin num botequim bebendo cerveja. Por um instante achei que o carnaval tinha chegado antes da hora, mas como passava pela Farme de Amoedo, reduto gay de Ipanema, não estranhei. Pelo contrário: aceitei o convite de Robin para tomar um copo de cerveja. Santa ignorância!, disse Robin, comentando a polêmica gerada por uma de minhas crônicas.

"O criacionismo não pode ser considerado uma ciência, nem sequer uma teoria! Uma teoria requer análises, estudos, testes, experiências, modificações e adequações. Uma teoria evolui com o decorrer do tempo, à medida que o ser humano amplia seus conhecimentos e descobertas. A evolução é uma estrutura teórica bem definida, que embasa a Cladística, a Biologia do Desenvolvimento, a Paleontologia, a genética de Populações e todas as demais áreas da Biologia; ao passo que o criacionismo é constituído de uma multiplicidade de superstições sem unidade, criadas pelas centenas de religiões e mitos hoje existentes ou que já existiram!"

Relaxa, eu disse, degustando a cerveja gelada. Assuntos que envolvem religião sempre são polêmicos. Batman continuava quieto, semblante sério, olhando a rua, como se não escutasse nossa conversa. Deu um arrotinho discreto, quase imperceptível, consultou o relógio e disse:"Vamos, Robin, pare de se pavonear com o que você leu no google. Estamos atrasados para o barebacking". Levei um susto. Barebacking, para quem não sabe, são orgias em que os adeptos - chamados bug chasers, caçadores de vírus - arriscam-se conscientemente a contrair o vírus HIV. É a sinistra roleta russa da aids.

Esse tipo de festinha macabra anda na moda aqui no Rio e em outros lugares do mundo. "Vocês estão nessa?", perguntei, assombrado. "Nada disso", respondeu Batman, "somos agentes infiltrados da Fiocruz responsáveis por distribuir camisinhas nesses eventos. Assim ajudamos a diminuir as chances de contágio." Respirei aliviado. Antes de sair, Batman me recomendou estudar sobre Gregor Mendel, que demonstrou que a hereditariedade funciona embaralhando e recombinando fatores, que agora conhecemos como genes, durante a reprodução sexual.

E também procurar saber mais sobre James Watson e Francis Crick, que ganharam o Nobel de medicina em 1962 por terem descoberto, em 1953, a estrutura da molécula do DNA, um composto orgânico cujas moléculas contém as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. Assim, ele acredita, terei mais argumentos contra os defensores do criacionismo. Despedi-me da dupla dinâmica e voltei para casa caminhando sob a chuva fina que insiste em cair sobre Ipanema nesse começo de ano.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:


Parabéns ao Tony Bellotto pela abordagem a respeito do barebacking de um modo tão inteligente. Igualmente inteligente foi a abordagem a respeito das supersticiosas crenças criacionistas. Adorei!

Espero que as pessoas tornem-se cada vez mais coscientes dos perigos envolvidos em sexo sem camisinha. "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!!!" Lembram desse motto? É a pura verdade!

Ótimo domingo para todos!

Vc sabe o que é Barebacking?

" Barebacking" cresce no Brasil e torna-se caso de saúde pública no Brasil



Barebacking: liberdade sexual ou roleta-russa?


Atualização feita em 09/04/2025

No universo LGBTQIA+, especialmente entre homens gays e bissexuais, um termo tem ganhado visibilidade — e muita controvérsia: barebacking. Mas o que, afinal, significa isso?

Barebacking é o nome dado à prática do sexo anal sem preservativo. Simples assim — e ao mesmo tempo, não tão simples assim. Embora existam casais sorodiferentes (onde um parceiro vive com HIV e o outro não) ou soroconcordantes (ambos com o mesmo status sorológico) que optam por relações sem camisinha com acompanhamento médico e uso da PrEP ou tratamento antirretroviral, o termo “barebacking” geralmente está associado a contextos deliberados de sexo sem proteção, com múltiplos parceiros, sem qualquer tipo de prevenção ou transparência sobre status sorológico.

Quem promove o barebacking — e por quê?

A internet e os apps de encontro popularizaram ainda mais o conceito. Existem fóruns, perfis, vídeos e até festas dedicadas ao “bareback”. Alguns influenciadores sexuais, produtores de pornô ou mesmo frequentadores assíduos desse universo costumam defender a prática como uma forma extrema de “liberdade sexual” — ou como um “prazer real” sem barreiras.

Alguns dos termos usados nesses espaços também escancaram o grau de fetichização envolvido: bug chasing (quando alguém busca deliberadamente ser infectado pelo HIV) e gift giving (quando uma pessoa HIV positiva tenta infectar outra) são práticas que existem e, embora sejam minoria, ganham visibilidade — e preocupação.

A questão é: liberdade sem responsabilidade vira risco coletivo.

Quais são os riscos do barebacking?

Embora o avanço da medicina tenha trazido alternativas como:

  • PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV),

  • PEP (profilaxia pós-exposição),

  • Tratamento antirretroviral eficaz (que torna a carga viral indetectável e intransmissível),

…isso não significa que o sexo desprotegido está “liberado geral”. Mesmo com a PrEP, há riscos reais:

  • Outras ISTs (sífilis, gonorreia, hepatites, HPV, clamídia etc.);

  • Falha no uso da PrEP ou falta de adesão correta;

  • Exposição de pessoas vulneráveis que não têm acesso ou conhecimento sobre prevenção;

  • Reforço de comportamentos de risco sem responsabilidade coletiva.

Prazer com consciência existe, sim

Sexo deve ser prazeroso, claro — mas também pode e deve ser respeitoso com a sua vida e com a dos outros. Camisinha, PrEP, testagens regulares e informação não são obstáculos: são ferramentas de liberdade real.

A liberdade sexual que queremos celebrar é aquela que protege, que cuida, que compartilha o prazer sem descuidar da saúde — individual e coletiva.

Barebacking não é tabu — é debate.

Precisamos falar sobre isso abertamente, sem moralismo, mas também sem romantizar práticas de risco. Nosso corpo é nossa casa, e nossos afetos merecem ser vividos com o melhor que a liberdade pode oferecer: consciência, cuidado e prazer.


📌 #SaúdeLGBTQIA+ #Barebacking #SexoSeguro #PrEP #CamisinhaSim #ConsciênciaSexual #ForaDoArmário






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