Mostrando postagens com marcador Sergio e Emanuel. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sergio e Emanuel. Mostrar todas as postagens

Meu aniversário foi um dia dolorido. Explico por quê.




Quebrando o silêncio

Por Sergio Viula
10/05/2014.


Uma situação extremamente desagradável se instalou semana passada em minha vida conjugal. A maioria dos meus leitores e amigos sabe que depois de SETE ANOS de relacionamento com Emanuel, decidimos nos casar. Demos entrada nos papéis no final do ano passado e nos casamos no começo deste. Como tudo foi tão especial desde o começo, decidi escrever um livro de crônicas autobiográficas para compartilhar um pouco da nossa trajetória juntos.

Sempre desfrutamos muitas alegrias. Também tivemos desafios a vencer e obstáculos a transpor. Nossas fotos no Facebook sempre refletiram nossa felicidade.

Nossas famílias sempre foram amorosas para com os dois, tanto de um lado como do outro. Cada palavra colocada no livro é verdadeira e as histórias descritas foram testemunhadas por muitas pessoas.

Antes de prosseguir, preciso dizer que sou daqueles que pensam que esperar muito do outro é como espalhar sementes para futuras decepções. Não vale a pensa criar expectativas muito altas. Por outro lado, se a decepção é a não realização do esperado, a surpresa pode ser vista como o surgimento do inesperado.

Nunca esperei muito. Sempre me dei franca e liberalmente. Por isso, meu sentimento não se encaixa perfeitamente na extensão do termo ‘decepção’ e nem na de ‘surpresa’ – esta última me reportando muito mais a uma conotação positiva, alegre, benfazeja. Talvez perplexidade possa ficar em algum lugar entre a decepção e a surpresa.

Pois bem. Fiquei perplexo. Doloridamente perplexo. E isso foi na véspera do meu aniversário – exatamente na noite de 07 de maio. E foi nessa mesma noite que tomei uma decisão. É duro ter que fazer um caminho tão diferente do que eu desejava, mas a razão e a sensatez não me deixam espaço para outra coisa: Decidi me divorciar. Foi no dia 08 que avisei ao Emanuel, que não ficou surpreso de modo algum.

Não vou dizer qual foi o motivo. Quero poupar Emanuel de constrangimentos, além da mera informação de que estamos nos divorciando.

Digo apenas que não contribuí em nada para que a tal situação se instalasse. E que fique claro: não tem nada a ver com sair com outra pessoa. Na verdade, isso não teria sido razão para divórcio. Não sou daqueles que confundem sexo com amor e nem lealdade com castidade. Mas isso é papo para outra hora.  ;)

Voltando ao aniversário, minha vontade era sumir. Em pleno dia do meu aniversário, eu não queria ir ao trabalho nem falar com outras pessoas e nem festejar – essa era a minha vontade. Fiz exatamente o oposto e mais uma vez por uma questão puramente racional. Fui trabalhar sem deixar escorregar qualquer palavra sobre isso. No final do dia, amigos meus me levaram para um bar para comemorar. Disse a eles e elas que haviam feito a diferença no meu dia, mas não expliquei exatamente a profundidade do que dizia.

A vida tem que continuar. Como escapar do aspirador de gente que é a rotina – essa combinação de hábito, necessidade e desejo?

Eu já havia decidido que não falaria sobre isso até o final de semana. Queria tempo para organizar as ideias, sem ter que ficar falando nisso durante um momento tão doloroso, para evitar dizer bobagens das quais eu pudesse me arrepender mais tarde.

Emanuel decidiu não ficar mais em casa desde a manhã do dia 08 de maio, quando saiu para trabalhar.

Enquanto isso, eu fui tocando a vida, tomando as providências para a separação e combinando com ele como desvincular o que nos ainda nos mantinha ligados. E tudo por mensagem de inbox. Ah, a tecnologia... Nessas horas, ela pode ser conveniente, ainda que fria, mas calor para quê numa situação dessas? Respeito e educação bastam.

Lamento muito, muito mesmo. Emanuel é uma boa pessoa sob muitos aspectos. Ninguém é totalmente bom e nem totalmente mau. Eu também não sou. Contudo, saio dessa relação com a consciência tranquila: nunca fiz qualquer coisa que pudesse nos afastar. Simplesmente, o que posso dizer é que para tudo há limites.

Emanuel é inteligente, trabalhador, simpático, sabe se virar muito bem. Desejo que ele dê muito certo na vida. Espero mesmo.

Espero também que Dna. Antônia, minha (agora) ex-sogra não fique chateada comigo por não saber exatamente por que tudo isso. Espero a mesma coisa de Aline, Andreia, Adriana, André – irmãos de Emanuel – e dos demais familiares. Todos são pessoas muito boas, carinhosas e que sempre me receberam muito bem. Terei saudades.

Tenho certeza que meus pais, irmãs, filhos e demais parentes também lamentarão. Ainda não falei com meus pais sobre isso. Enquanto escrevo esse post, aguardo o retorno de meu pai e de minha irmã, que estão viajando, para reunir os de casa e conversar do mesmo modo que aqui escrevo. Quando vocês lerem essa mensagem, eles já terão sido informados, porque só a publicarei depois disso.

E, apesar de ser temerário dizer ‘nunca mais’, penso seriamente em não me comprometer dessa maneira com mais ninguém. Esse já é meu segundo casamento e não tenho vocação para Shirley MacLaine. Foram muitas alegrias durante muito tempo, mas não compensam a dor da ‘perplexidade’ diante de certas coisas, ou mesmo da decepção, por que não? Quem disse que é errado esperar algo de alguém? Pode ser errado esperar coisas demasiadamente difíceis, mas é impossível viver com alguém sem esperar pelo menos o básico. Pode ser até que o básico varie de pessoa para pessoa. O importante é deixar claro o que é essencial para cada um, e depois viver levando isso em consideração sempre que um dilema pintar pelo caminho.

O Crônicas de um Casamento Duplamente Gay já está escrito. Não vou tira-lo de venda. Cheguei a pensar em fazer isso. Posso até vir a fazê-lo mais adiante, mas uma boa história é sempre uma boa história. E a lição que fica é aquela cantada por Cássia Eller tantas vezes: ‘o pra-sempre sempre acaba’. E acaba mesmo, seja pela separação espontânea, seja pela separação imposta pela morte – como foi o caso da própria Cássia Eller e sua fiel Maria Eugênia. O meu pra sempre acabou terminando antes do que eu pensava. Foram sete anos depois do primeiro encontro e apenas quatro meses depois do casamento civil.

Mas não é nenhum bicho de sete cabeças. Como eu disse recentemente: casamento existe para unir e divórcio para separar. E os dois têm que ser um direito garantido.

Obrigado aos que torceram por nós. Obrigado aos que sentem muito por ter acabado assim. Obrigado aos que continuarão nos amando e respeitando, mesmo em estradas separadas agora.

Cadê os serviços LGBT de Buenos Aires?




Alguma pista do povo do arco-íris em Buenos Aires?


Sempre ouvi muita coisa boa sobre a cidade de Buenos Aires, Argentina. E, de fato, a capital portenha merece a fama que tem se o foco for limpeza, beleza, desenvolvimento, educação.

Antes de viajar para cá nesse carnaval/2014, fiz uma busca por produtos e serviços voltados para a comunidade LGBT local e para o turista LGBT. Muitas promessas, mas nenhuma boa surpresa, infelizmente. Todos os lugares LGBT que procuramos estavam fechados. Tudo bem que é feriado em Buenos Aires hoje e foi feriado domingo também, mas haveria justificativa para portas fechadas em estabelecimentos voltados para a gastronomia e entretenimento durante um feriado? Não são os feriados os momentos-chave para se ganhar dinheiro nesse ramo, ainda mais com tanta gente vindo a Buenos Aires justamente por ser carnaval? Então, cadê o povo do arco-íris? 

Só para dar uma ideia, veja abaixo os lugares que eu visitei sem sucesso:

Chueca Resto Bar: Alsina, 975 - Centro (fechado no final da tarde de domingo)
Cocoliche: Rivadavia, 878 - Centro (não existe o número e nem o restaurante em qualquer outro número dessa rua)

Inside Resto-bar: Bartolomé Mitre, 1571, Centro (existe, mas estava fechado no final da tarde de domingo)

Kaffir Thai: Tres Sargentos 427, Microcentro (existe, mas estava fechado em plena hora do almoço de domingo)

Librería Otras Letras – Cultura LGTBI: Soler 4796 – Palermo (fechada e vazia, sobrando apenas material de construção dentro da loja, que ainda exibe a placa da livraria).

Hoje, segunda-feira de carnaval, vou tentar o Flux Bar: Marcelo T. Alvear, 980 - Retiro (segundo o blog deles, o bar funcionará hoje, a partir das 20h).

Bem, de qualquer maneira, não achei Buenos Aires tão gay quanto pensava em termos de visibilidade. Não encontrei uma só bandeira do arco-íris em estabelecimentos comerciais. Não vi qualquer movimento de festa gay na cidade. E tudo isso, apesar de ser carnaval. Total silêncio e tranquilidade - o que não é nada mal para quem quis fugir do tumulto do carnaval carioca, diga-se de passagem.

De qualquer modo, fica o contraste. Quando fui a Amsterdã em 2012, vi uma cidade empenhada em celebrar intensamente o orgulho LGBT. Tudo bem que era a semana do Amsterdam Pride, mas existem muitos estabelecimentos voltados para o entretenimento LGBT naquela cidade o ano todo. Aqui, mesmo sendo carnaval, não vi nada.

Ainda falta muito para qualquer país da América Latina explorar o verdadeiro potencial do mercado de produtos e serviços voltados para pessoas LGBT. Enquanto, isso nós viados, sapatas, travas e trannies continuamos a gastar o nosso dinheiro em lugares onde sejamos bem atendidos de acordo com nossas especificidades e interesses.

Vendo isso, só lembro do livro "O Mercado GLS", publicado pela Editora Brejeira Malagueta.

Agora, uma coisa precisa ficar bem clara sobre Buenos Aires: fui muito bem atendido nos restaurantes, nos táxis, e pelas pessoas a quem pedi informações, apesar de algumas delas não conhecerem de fato a cidade. ^^

LEIA SOBRE O DIA SEGUINTE A ESSE POST: Um dia mágico em Buenos Aires - https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2014/03/um-dia-magico-em-buenos-aires.html


NOTA SOBRE A LIVRARIA OTRAS LETRAS




Sendo a primeira da América Latina totalmente voltada para material com tema LGBT, aberta em 2008, a livraria fechou as portas em 2013. Como eu não sabia disso, estive no endereço e o encontrei fechado. Tinha até mesmo material de construção dentro. Agora, encontrei a fan page da livraria e descobri por quê. Vejam o que aconteceu:


OUTRAS LETRAS fecha suas portas a partir de 1º de dezembro de 2013. Amigos de Outras Letras, escrevemos esta nota para informar que decidimos encerrar este ciclo na rua Soler. Diversos motivos nos levaram a tomar essa decisão.

O principal deles é a dificuldade de importar livros, conforme determinado pelo Ministério do Comércio da Nação. Podemos enfrentar o enorme desafio de implementar uma indústria nacional de publicações LGBT para substituir as importações? Sim, desde que possamos contar com assistência técnica e financeira.

No entanto, após termos buscado apoio junto às autoridades nacionais (Governo Federal), autoridades locais (Prefeitura) e até mesmo ao nosso banco, cujo lema é "Banco de solidariedade", não obtivemos nenhuma resposta.

Outras portas se fechariam se os livros fossem de uma organização LGBT ou de qualquer partido político? Preferimos guardar a resposta. No entanto, decidimos tomar as seguintes medidas:

1 - Continuaremos com a livraria online - www.libreriaotrasletras.com;

2 - Uma vez por mês, realizaremos visitas itinerantes às províncias argentinas, com o objetivo de disponibilizar os livros no contexto das atividades culturais.

Encerramos as atividades da livraria física, mas não de forma definitiva. Apenas para seguir planejando e refletindo sobre como continuar este belo projeto, que não podemos abandonar. Não cruzaremos os braços. Nosso canal de comunicação será o Facebook e o sistema de envio.

Muito obrigado a todos por tudo!

Aldo & Claudio 
Libreria otras Letras


Visitem o perfil da livraria no Facebook: https://www.facebook.com/libreriaotrasletras/

Daniela Mercury: Bonito é ser Feliz!

Daniela Mercury Bahia - Deo Colônia 100ml





Uma combinação única de notas amadeiradas e aromáticas, que enriquecem a fragrância traduzindo magnetismo, energia refrescante e colorido vibrante. Você, perfumada e radiante! Madeira Aromática Oriental Saída: New Freshness, Bergamota, Limão, Coentro e Cuminho. Corpo: Muguet, Jasmim Transparente, Lavandin e Guaiaco. Fundo: Cedro, Âmbar, Sândalo, Tonka Musk e Baunilha.



COLÔNIA DANIELA MERCURY BAHIA




FACHADA E INTERIOR DA LOJA ÁGUA DE CHEIRO - CARIOCA SHOPPING - RIO DE JANEIRO

Fica a dica:

Quem celebra a diversidade sexual e as trans-identidades pode fazer mais: pode apoiar aqueles que nos representam.

Daniela Mercury, você nos representa!

Então, mulherada, já que o produto é bom e ela é melhor ainda, experimentem a Deo-Colônia da nossa musa.

OBS: O Fora do Armário não ganhou um centavo para essa divulgação. O ganho é o reforço daquelas e daqueles que abraçam a causa dos direitos humanos para todos os humanos.

Postagens mais visitadas