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Veja como foi esse final de semana no SSEX BBOX


Parte da equipe que organizou e/ou executou o [SSEX BBOX]


Por Sergio Viula

As fotos que você verá abaixo referem-se apenas à noite de sábado e manhã/tarde de domingo do [SSEX BBOX]. Teve muito.mais do que isso.


De acordo com o Pró Bertucci, produtor do evento, cerca de 100 pessoas estiveram diretamente envolvidas com mesas, intervenções artísticas e outras atrações do projeto.


Minha irmã Katia Viula esteve no evento desde terça-feira e só voltará para o Rio nesta segunda, 23/11/15. Infelizmente, eu só pude ir no sábado e voltar no domingo, mas valeu MUITO a pena.


Não posso deixar de compartilhar com os leitores desse blog e simpatizantes da causa que a grandeza do projeto não corresponde aos recursos. O 
[SSEX BBOX] ainda está arrecadando contribuições através do Catarse (um site de vaquinhas online) para pagar todas as despesas.


Acho justo dizer que até mesmo alguns convidados contribuíram. E por quê? Porque não se trata de um show com direito a cachê, mas de troca de ideias, militância, desconstrução do velho para construir o novo. Portanto, se você considera esse projeto relevante para as discussões e as lutas LGBTQIA, colabore hoje mesmo por aqui: https://www.catarse.me/pt/ssexbbox Toda ajuda será valiosa para que nada fique pendente do ponto de vista financeiro do projeto. Deste modo, ano que vem poderemos ter um evento ainda melhor, se é que é possível melhorar tanto assim, porque esse foi bom demais! ^^


O encerramento foi especialmente tocante. Os microfones ficaram abertos ao público. Dez pessoas falaram por livre e espontânea vontade sobre o que estavam levando para casa e o que gostariam que acontecesse na conferência do ano que vem. Alguns depoimentos foram especialmente tocantes e nos levaram às lágrimas. Algumas pessoas também deram sugestões que farão a conferência do ano que vem ainda mais fantástica.


Veja algumas das fotos das pessoas maravilhosas com quem tive o privilégio de conversar em um dos finais de semana mais queer da minha vida. :)


Obs: algumas dessas fotos foram publicadas em post anterior a esse, mas achei melhor colocar todas aqui: as mais recentes e as anteriores. Olha só... ^^



Buck Angel

Alexandra, Beto, Indianara e Tatiana Lionço

Beto de Jesus

PRI Bertucci, Beto, Indianara, Tatiana Lionço

João Nery

Beto e Katia 

                      Malonna Queenie

  Pri Bertucci

Magô Tonhon

Dois amigos da produção/Buck Angel e Laerte
Laerte

Mesa 15: Sexualidade, cultura e religião

      Pri, Pablito, Tatiana e Viviany Beleboni

   Galera da mesa: Pablito, Tatiana e Viviany

Viviany Beleboni e Daniela Sea

Magô Tonhon, co-produtora

      Grupo Les Queens: rap e hip hop para cantar a mulher, a negra e a lésbica. Muitas vezes, a mesma mulher.

Buck Angel e Miss Ian Librarian

Buck Angel e Kátia Viula


ANTES DE ENCERRAR ESSE POST,
ALGUMAS IDEIAS QUE ESTÃO PIPOCANDO NA CABEÇA DESSE BLOGUEIRO:

1. Cada indivíduo constrói sua subjetividade numa dinâmica relacional com o outro. Essas relações podem causar tristeza ou alegria. Para alguns, as tristezas são mais numerosas e até mais intensas do que para outros, mas é preciso que o próprio indivíduo comece a estabelecer novas relações de força com as pessoas ao se redor e com o mundo no qual está inserido (Foucault).  É fundamental deixar de lado os afetos tristes (Espinosa) e cultivar os afetos alegres, porque a alegria nos fortalece, enquanto a tristeza nos enfraquece. Indo mais longe, é preciso que nos apoderemos de tudo o que perpassa a nossa existência e experiência para transformar em poder: vontade de potência (Nietzsche). Não basta manter-se no próprio ser; é preciso expandir-se;

2. Não existe um bloco homogêneo sob a famosa e ultradiversa - mas nunca suficiente - sigla LGBTQIA (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, queer, intersexuais e assexuais). Não existe homogeneidade sequer sob cada letra dessa sigla. Nenhum padrão de subjetividade pode ser localizado. Não há universalidades aqui. Por exemplo, as subjetividades lésbicas são tantas quantas são as mulheres lésbicas perpassadas por diversos outros marcadores que também não podem ser universalizados. As subjetividades gays são tantas quantos são os homens gays com seus infinitos marcadores sociais. E essa é a realidade para cada pessoa que se identifica como L, G, B ou T.  Como disse Carol Queen, durante uma conversa no bar do Hostel SP011, na noite de sábado: são 7 bilhões de orientações sexuais e 7 bilhões de identidades de gênero. Ninguém é igual a ninguém e nem representa o outro perfeita ou plenamente. Nós mesmos não seremos amanhã os sujeitos que somos hoje.  Nossas subjetividades são mais fluidas do que imaginamos. Sempre negociadas, sempre mudando;

3. Muitas das dores vividas pelos indivíduos nos embates travados para se colocarem como se desejam e como se sentem deixam "feridas" na alma. Mas foi possível perceber pelo depoimento de algumas pessoas no encerramento que essas "feridas" podem ser tratadas com um "remédio" muito eficaz: a abertura para o outro num ambiente de liberdade desprovido de juízos de valor sobre como se performa o próprio gênero e como se usufrui do próprio corpo ou corpo alheio, quando este voluntariamente se entrega ao seu. Mas não foi só desse tipo de dor que alguns foram aliviados. Há mais injustiças entre os seres humanos do que se pode imaginar, mas o que um humano fere, outro humano cura. Ou, pelo menos, alivia;

4. Durante a mesa 15, da qual participei, e que era sobre sexualidade, cultura e religiosidade, falamos (eu, Tatiana Lionço e Viviany Beleboni) sobre diversos aspectos desse tema trino. ^^ As falas abordaram religiões monoteístas, espiritualidade não institucionalizada, fundamentalismo, ateísmo, gênero e orientação sexual, sempre num viés libertário e em contraposição à mentalidade uniformizante e sufocante que muitas religiões, principalmente as igrejas católicas e evangélicas, nutrem. Gostei de ouvir Viviany, que se identifica como travesti, um mulherão que não perde nada para modelos e atrizes deslumbrantes, falar sobre o que significa para ela identificar-se com o gênero feminino e curtir ter pênis. Aproveitei para chamar atenção do público para o caráter revolucionário, em termos dos binarismos heterossexistas, que subjaz a essa existência/subjetividade/discurso de Viviany. O mesmo acontece com Buck Angel, que é um baita dum homem lindo e poderoso que se orgulha de ter vagina. Em outras palavras, no meio do corpo feminino de Viviany e do corpo masculino de Buck Angel, encontra-se o inusitado por dentro e por fora. Imaginem, por exemplo, se Viviany e Buck decidissem ter um filho. Viviany fecundaria Buck, que, por sua vez, geraria o filho e o daria à luz, a partir de um corpo absolutamente masculino em sua compleição externa, mas com segredos que nem os deuses desconfiam. Os heteronormativos piram; 

5. Quando nos dirigíamos para o aeroporto, a fim de voltarmos para casa, encontramos um morador de rua sexodiverso e belamente queer. Ele era negro, magro, provavelmente com seus mais de 40 ou mais, e desfilava pela calçada entre uma lata de lixo e outra, sempre verificando se ali havia alguma coisa que pudesse ter valor. Envolvido por um cachecol ao redor do pescoço, trajando uma saia curta e uma blusinha, aquela pessoa de barba e cabelos encaracolados completava o figurino com uma bolsa a tira-colo. Pensei que a diferença mais gritante entre ele e outros queer que eu vi no [SSEX BBOX] era a classe social: ele era mendigo.  E justamente por isso, admirei ainda mais a grandeza daquela figura que era obrigada a "colocar a cara no sol". Não podia se esconder, porque, muito provavelmente, nem mesmo de uma casa, ele dispunha. Falando em vulnerabilidades e possibilidades de existência, quem mais vulnerável do que aquelx queer? No entanto, elx parecia estar vivendo a construção de si mesmx, a despeito do que dissessem ou pensassem os outros. O ser humano é mesmo incrivelmente complexo e diverso. E isso para muito além do minúsculo mundinho das escrituras judaicas do "macho e fêmea os criou". Está mais para macho e/ou fêmea eu me torno ou até mesmo alguma outra coisa para além disso, como muito bem disse Beto de Jesus: "Macho/e/fêmea já parece pouco demais para mim."

Bem, ano que vem deve ter outra conferência, mas provavelmente haverá eventos intermediários aquecendo os tamborins. Fique ligadx. ;)



Para quem ficou curioso pelo livro Em Busca de Mim Mesmo, fica a dica:  http://www.amazon.com/Em-Busca-Mim-Mesmo-Portuguese-ebook/dp/B00ATT2VRM/ref=asap_bc?ie=UTF8




Defensoria Pública do Estado de São Paulo: espaço fantástico para aprendizagem e troca.

Tatiana Lionço e Sergio Viula - Foto por Ana Ferri

Foi excepcional participar de uma mesa na Defensoria Pública do Estado de São Paulo na última quinta-feira. Antes disso, tivemos o privilégio de ouvir um professor de Filosofia da USP e um Procurador do Ministério Público que deram um show sobre liberdade de expressão.


José Reinaldo de Lima Lopes (professor da USP), 
Jefferson Dias (promotor e representante do Ministério Público) 
e a Dra. Vanessa Vieira, da Defensoria Pública, fazendo as apresentações.


Nossa mesa, digo, minha e da Tatiana Lionço, foi sobre Estado laico e diversidade. O público foi incrivelmente participativo e interessado, esticando o horário ao máximo com perguntas e participações fantásticas.

Um agradecimento especial a Vanessa Vieira, Vivianne Ormond Mutarelli, Amanda Cássia Dias, Elisabete Freire Magalhães e Daniel Moraes. ^^

Quem desejar fazer os cursos oferecidos pela Escola de Defensoria Pública de São Paulo pode acompanhar a página deles por aqui:

https://www.facebook.com/pages/Escola-da-Defensoria-P%C3%BAblica-do-Estado/130043513738557?sk=timeline


O trabalho da Defensoria é de alto nível!

EDEPE
Escola da Defensoria Pública do Estado
Rua Boa Vista nº 103 - 12º e 13º andares
Centro
São Paulo - SP
Fone: (11) 3101-9454
email: escola@defensoria.sp.gov.br



Sergio Viula e Tatiana Lionço - Foto por Ana Ferri

Defensoria Pública de SP, hoje, 16/07/15, palestra e debate sobre direitos humanos e diversidades



LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DISCURSO DE ÓDIO
José Heraldo de Lima Lopes e Jefferson Dias



LIBERDADE RELIGIOSA E LAICIDADE DO ESTADO
Com Tatiana Lionço e Sergio Viula


HOJE, 16/07/15, QUINTA-FEIRA
Aberto ao público

Envie um e-mail com seu nome e contato 
para a Defensoria Pública pelo e-mail: 
nucleo.discriminacao@defensoria.sp.gov.br

SESC SOROCABA: Evento imperdível no domingo, 29 de março de 2015

https://www.facebook.com/events/456641364485064

AMIGOS E AMIGAS DE SOROCABA, 
quero convida-los para um evento que vai acontecer aí.


 https://www.facebook.com/events/456641364485064 

Quer estiver ou morar nessa cidade linda, compareça. Vai ser fantástico! Deem uma olhada na descrição do evento.

No dia 29 de Março o [SSEX BBOX], em parceria com o SESC, fará o seu segundo evento do circuito em 2015. Será exibido o curta [SSEX BBOX] EPISÓDIO #3, seguido de debate sobre Cultura, Religião e Sexualidade com a psicóloga Tatiana Lionço, o filósofo Sergio Viula, a artista Virginia de Medeiros e a mediação de Ana Ferri.

O evento ocorrerá na unidade do Sesc da cidade de SOROCABA, às 16 horas. A entrada é gratuita e todos estão convidadxs!

A parceria conta também com a sensibilização sobre diversidade sexual e de gênero para todxs xs funcionárixs do Sesc Sorocaba, com oficinas ministradas pelo [SSEX BBOX].


▼ [SSEX BBOX] EPISÓDIO #3 
& PAINEL DE DISCUSSÃO COM ▼

★ Tatiana Lionço - Psicóloga e Ativista
★ Sergio Viula - Professor e Filósofo
★ Virginia de Medeiros - Artista Plástica e Ativista
★ Ana Ferri - Psicóloga e Ativista

▼ Serviço ▼
29/03, às 16:00.
Sesc Sorocaba: Rua Barão de Piratininga, 555, 
18030-160 Sorocaba, SP.

Entrada é gratuita, mas é necessária a retirada do ingresso com 1h de antecedência.

 Saiba mais aqui:  https://www.facebook.com/events/456641364485064 

Tatiana Lionço: Fundamentalismo, Desenvolvimento e Direitos Humanos

Seminário "Fundamentalismo, Desenvolvimento e Direitos Humanos" realizado no dia 20 de junho de 2013 em Brasília.

Neste vídeo, Tatiana Lionço (Cia. Revolucionária Triângulo Rosa) apresenta conceitos sobre Laicidade do Estado e Fundamentalismo e aponta os desafios num contexto de acirramento do fundamentalismo e conservadorismo.

O evento foi promovido pela Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Plataforma de Direitos Humanos (Dhesca Brasil) e Movimento Estratégico pelo Estado Laico.



Por que comecei a gritar na Câmara dos Deputados? É tempo de guerra moral no Brasil.

 


Por que comecei a gritar na Câmara dos Deputados? 
É tempo de guerra moral no Brasil.


Publicado originalmente em: 07/03/2013 19:09:50


Por Tatiana Lionço

Doutora em Psicologia, ativista feminista e membro fundadora da Cia. Revolucionária Triângulo Rosa

Gostaria de compartilhar abertamente minhas reflexões sobre quando comecei a gritar na Câmara dos Deputados. Nunca foi um hábito ou predileção argumentativa, mas nas últimas vezes em que estive presente em atividades parlamentares nos plenários da câmara eu gritei. Nas últimas vezes em que fui à Câmara dos Deputados eu passei mal.

Em 2012 fui diversas vezes à Câmara. Primeiramente em maio, por ocasião do IX Seminário LGBT, convocado pelo Deputado Federal Jean Wyllys, em que me pronunciei publicamente sobre sexualidade na infância e adolescência e sua relação com a homofobia. Sou uma doutora em Psicologia e o tema da sexualidade infantil, pasmem se assim o quiserem, integra o currículo de todas as graduações do país, não consistindo em elocubrações descabidas de uma lésbica comprometida com uma ditadura gay. Sequer sou lésbica, perguntem isso ao movimento LGBT, que sempre me interpelou sobre não o ser e ainda assim lutar contra a homofobia. Pensar e reconhecer a sexualidade infantil serve também para o enfrentamento de abusos sexuais contra crianças, inclusive.

Após esta atividade profissional, tive que retornar inúmeras vezes à Câmara para buscar reagir à violação moral que me acometeu por atuação deliberada do Deputado Federal Jair Bolsonaro na edição de um video em que ele alerta a sociedade brasileira sobre os riscos psíquicos e sociais que pessoas como eu representam para as crianças nas escolas. Imediatamente após, blogs de fundamentalistas cristãos ou mesmo de conservadores assumidos se lançaram fervorosamente na violação de minha imagem e honra pública. Ganhei até a atenção de líderes do movimento pró-família, o movimento que desconsidera que família é direito humano universal e que não há gente neste mundo que não a tenha. Hoje, posso dizer convicta, dado que tenho uma pilha de matérias impressas, que eu, uma ativista feminista e que luta pelos direitos humanos, direitos sexuais e reprodutivos, consto na internet como pessoa que faz apologia da pedofilia, que luta pela sua descriminalização e deveria ser incriminada. Foi aí que eu comecei a gritar. Antes disso, eu apenas dispus por duas vezes meus argumentos acadêmicos em eventos da Camara dos Deputados, seguindo o cumprimento de meu compromisso social que marca minha própria trajetória intelectual.

Ontem especialmente, dia seis de março, eu gritei bastante durante a sessão de eleição do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias – CDHM. Ao final da sessão, suspensa devido à evidente reprovação da indicação do Deputado Marco Feliciano tanto por parte dos movimentos sociais feministas, negro, e LGBT quanto por parlamentares que ainda integram a CDHM, gritei novamente após tomar uma braçada-empurrão em meu pescoço por uma mulher que estava acompanhada pelo Deputado Henrique Afonso. Continuei então gritando ao entrar na Ouvidoria da Câmara, estarrecida com minha memória de que na outra ocasião em que me queixei sobre a atuação do Deputado Jair Bolsonaro àquela instância de comunicação com a comunidade pouco resultado obtive senão a oportunidade de gritar por vias institucionalizadas a minha indignação. Gritava ali na ouvidoria também devido ao episódio há pouco relatado, eu queria gritar para que todo mundo ouvisse o que havia se passado. Foi quando escutei de um senhor lá dentro que eu gritasse lá fora, e assim eu decidi continuar gritando também de fora da Câmara dos Deputados e é isso que estou a fazer agora.

Me recordo agora de outro episódio em que passei mal na Câmara dos Deputados, ao escutar palavras do pastor Feliciano, o parlamentar indicado pelo Partido Social Cristão para presidir a CDHM e que tomou posse hoje enunciando que teve seus direitos como cidadão violados. Hoje ele afirma que é acusado injustamente de racismo e homofobia. Dizia ele palavras bonitas, na ocasião da audiência pública sobre o polêmico projeto de lei apelidado como “cura gay” pelo movimento social. Dizia ele que respeita homossexuais e que não estaríamos mais em uma Era de caça às bruxas, que seria injusto os evangélicos serem acusados de preconceituosos. Concordo. Nem estamos mais na Era da caça às bruxas, dado que hoje estão a caçar o próprio satanás, e concordo também que acusar de modo generalizado evangélicos de homofobia seria uma irresponsabilidade, algo que poderia se qualificar como crime de intolerância religiosa. Tenho convicção pessoal de que nem toda a comunidade evangélica e cristã é preconceituosa, conheço outras autoridades evangélicas e fiéis de várias igrejas que discordam da atuação de certos pastores deputados que adotam discursos fundamentalistas, por exemplo.

Enquanto eu escutava as palavras do pastor Feliciano dizendo que ele não era homofóbico eu me lembrava que ele mesmo, em pregação no Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora a uma multidão no ano passado, fez menção aos ativistas do movimento LGBT como engendrados por satanás e incitou a multidão a agarrar o demônio pelos chifres e esfregar a cara dele no chão. Passei mal e me senti invadida simbolicamente pelo pastor. Eu, pessoalmente, sequer me apresento como lésbica. Tenho uma trajetória heterossexual e sou mãe de crianças. Mas isso não me exime de ser desqualificada moralmente ou mesmo desumanizada, posto que sendo uma ativista que luta contra a homofobia e pelos direitos de homossexuais, eu mesma, heterossexual, seria nas palavras do pastor engendrada por satanás.

Feliciano parecia também querer anular a nossa memória de que ele mesmo, ou ao menos com a sua anuência, editou e publicou um video distorcendo a voz do Reverendo Márcio Retamero, importante pastor de igreja inclusiva no Rio de Janeiro e ativista pró-LGBT, que teve a voz satanizada e a fala descontextualizada em relação ao seu pronunciamento no IX Seminário LGBT, como se este fosse um louco voraz pelo armamento de uma guerra. Bruxas? Isso é coisa datada historicamente, hoje estão a caçar demônios e satanás e estas bestas estão supostamente personificadas em pessoas como eu ou mesmo em pastores que pensam diferentemente daqueles que ocupam o parlamento na defesa explícita do que chamam moral cristã. Como eu estava presente, posso contra-argumentar e dizer que afirmava o Reverendo Retamero, naquela ocasião, que estávamos em uma espécie de guerra moral e que assim como na época da ditadura militar muitos pegaram em armas, inclusive supostamente a atual Presidenta da República, era porque diante da guerra é preciso escolher de que lado lutar. Estamos sim lutando em defesa dos ideias democráticos e contra o fundamentalismo religioso e somos muitos, ateus, cristãos, umbandistas, feministas, e muita gente de bem.

São muitas as notícias recebidas recentemente sobre assassinatos e violências homofóbicas. Sei bem que o meu caso em nada se compara ao assassinato de Lucas Fortuna, ou mesmo ao espancamento do ativista André Baliera em São Paulo. Não se compara ao homossexual espancado até a morte na última quarta-feira de cinzas, no Rio de Janeiro. Não se compara à lésbica que teve parte de dois dedos decepados porque a polícia de Valparaiso de Goiás resolveu que sendo lésbica, a trataria como homem. Sequer eu sabia que é assim que homens deveriam então ser tratados por policiais. Não se compara, mas também para mim pesa ser exposta como uma pessoa que faz apologia da pedofilia na internet, como uma degradação humana e criminosa. É o que eu chamo hoje de estupro moral, mas também tenho ciência de que mesmo há poucos séculos, quando se estava em pleno advento da secularização, argumentou-se já que se estupravam almas quando se violava a liberdade de consciência de outrem.

Li há poucos meses uma carta aberta que a missionária Marisa Lobo escreveu para o Deputado Federal Jean Wyllys sobre o que ela própria viveu na Câmara, na última audiência pública sobre o projeto de lei que visa sustar a resolução do Conselho Federal de Psicologia que veta o tratamento e patologização das homossexualidades. A missionária alega que foi violada pela atribuição de desvalor posto que foi vaiada, assim como hoje alegou Feliciano que foi violado. O que eu penso é que esta violência simbólica que Marisa Lobo sofreu e que hoje o pastor Feliciano também teve que suportar é um fato. Temos que rever seriamente as condições em que viremos a tratar de assuntos de interesse coletivo. Por outro lado, há uma discrepância entre ser caluniada como criminosa sem provas, e ser apontada/o como autor de infração sobre algum consenso historicamente datado sobre o que haveria de ser um veto. A missionária Marisa Lobo e o pastor Feliciano não são imorais, mas de fato infringem, no caso dela, um código de ética profissional, que é o que temos em vigência na Psicologia, e no caso dele, segundo análise da Deputada Erika Kokay, o próprio regimento da CDHM que ele virá a presidir, dado que é pessoa pública que faz afirmações racistas e homofóbicas e não representa as minorias organizadas ou não em movimentos sociais.

Pode parecer que o simples fato de uma mulher gritar é algo, em si, condenável. Haveriam outros modos menos extremistas de comunicar. Dado que cheguei ao limite de ser usada à minha revelia para fins opostos ao de minha própria luta política em defesa de direitos humanos, estou agora reivindicando minha liberdade de gritar e continuarei o fazendo até que eu mesma julgue necessário, ou até que calem a minha boca a força. A deslegitimação que se sucedeu à atuação do Deputado Bolsonaro, por parte de seus apoiadores é a da alegação de que uma doutora em Psicologia, que teve inclusive sua formação intelectual custeada pelo Estado, ou seja, pelos impostos de todas as pessoas, seja uma retardada, formada em universidade-hospício, uma pessoa que lutaria pela descriminalização da pedofilia e outros absurdos, que considero no mínimo uma violência simbólica contra toda a academia brasileira.

Ser mencionada na internet como pessoa asquerosa, criminosa, tudo isso me parece bem mais grave do que ser questionada publicamente, como é o caso da Marisa Lobo, como uma profissional advertida posto que viola publicamente o código de ética profissional que explicitamente veta a associação do exercício da profissão à fé religiosa, ou ao pastor Marco Feliciano, que deverá ele também assumir o peso de suas palavras sobre a comunidade. Imunidade parlamentar não garante o silêncio da comunidade que se sente atingida pelo que bem entende falar e fazer um parlamentar. Me parece também que o que os parceiros dessa luta política evangélica fazem, concretamente, com a vida de seus supostos opositores é bem mais danoso do que a nossa própria recusa pública de aceitar seus pleitos por romper a laicidade na Psicologia ou mesmo o risco disso vir a acontecer dentro do Parlamento. Somos paranóicas? Temos elementos da realidade para alimentar nosso delírio, se delírio for, e precisaremos que nos tragam a convicção de nosso erro de consciência para que nosso entendimento mude. Não acredito que será o caso.

De minha parte, após a dica do Deputado Federal Jair Bolsonaro aos fundamentalistas cristãos e da extrema direita de que as crianças estariam em perigo caso pessoas como eu participassem do processo democrático de construção de políticas de educação no país, o suposto erro moral a mim atribuído por auto-intitulados “cavaleiros, condes e reverendos” foi, principalmente, ter dito publicamente argumentos que nunca foram os meus. Ora um auto-intitulado atribui a mim suas próprias fantasias pedófilas, ora recusam explicitamente ouvir que o que eu mencionei como sendo a sexualidade infantil não é equiparável à sexualidade adulta. Insistem também que eu tenha defendido que as crianças deveriam brincar sexualmente em paz quando eu me referia de modo muito mais abrangente à patologização de crianças quando estas estariam apenas buscando dar sentido a si e ao mundo ao brincarem com brinquedos considerados inadequados para o seu gênero. Eu não disse para as crianças brincarem sexualmente em paz, eu disse que deixassem as crianças brincarem em paz. Estava naquele momento preocupada em evitar que crianças continuem a ser violentadas real e/ou simbolicamente por não corresponderem às normas de gênero. Disse também que mesmo quando as crianças se lançam em brincadeiras que eu qualifiquei como sexuais entre elas mesmas com outras crianças do mesmo sexo, brincadeiras que consistem na curiosidade sobre o próprio corpo e sobre o corpo de outra criança, que mesmo quando as crianças fazem isso ou vestem roupas do sexo oposto isso não significa que sejam, as crianças, nem homossexuais nem travestis ou transexuais. Disse, explicitamente, que do meu ponto de vista teórico sequer possamos afirmar que existam crianças homossexuais, travestis ou transexuais, uma posição que assumo mesmo diante do movimento LGBT, que em parte discorda de mim. Mesmo assim, me apresentam como pessoa que estimula o tal homossexualismo infantil. Não conseguem acompanhar o meu argumento? O ônus não pode ser meu. Digo também que o Deputador Jair Bolsonaro, um saudosista da ditadura militar e de práticas de tortura não está em condições mínimas de questionar moralmente a produção de conhecimento acadêmico que contrarie sua opinião moralmente questionável.

Sim, estamos em uma espécie de guerra moral no Brasil. Cabe a todas as pessoas medirem o valor e peso das próprias palavras, pois cada qual que desumanizar o outro na satanização e atribuição de criminalidade sem provas estará violando o direito humano à dignidade e incorrendo em violação moral. Cada qual que abusar do direito à liberdade de expressão reivindicando impunidade e liberdade na prática dos crimes da calúnia, da difamação, ou mesmo violando o direito universal à não discriminação, deverá ser punido na forma da lei pelo abuso do direito à expressão. Cada qual deverá atender à lei acordada no esforço da escuta recíproca entre diferentes, entre antagonistas, mas que fique bem claro que também reivindico que não nos exijam fingir que o que escutamos de parlamentares dentro da Câmara é tudo o que escutamos, pois também os escutamos em suas atividades fora da Câmara, e isso não podem desmentir. Lemos notas taquigráficas e também ficamos estarrecidas, saibam disso. Cada qual que, com base em suas próprias leis restritas a comunidades morais, infringir a lei de todos, deverá ter a sua própria lei não acordada coletivamente qualificada como violadora.

Basta de estupro moral, de satanização e de atribuição de desvalor a nós ativistas de movimentos sociais feministas, pelos direitos humanos e pelos direitos sexuais e reprodutivos. Perante a lei que nós mesmos acordamos, somos todos iguais, quer queiram ou não. Nessa guerra moral, estou passando mal por perceber que as violações simbólicas e concretas que eu e outros viemos sofrendo são banalizadas pelos opositores e nossa própria indignação tem sido muitas vezes significadas pela opinião pública como agressão. Insistem na violência mesmo quando pedimos para que parem. Basta, se estão de fato buscando o sacrifício e a redenção atentem para o modo como isso já acontece no mundo. Nós não temos benefício próprio em sermos violentados por vocês, nós somos bodes expiatórios de seu projeto homogeneizador e abolidor das diferenças humanas e de consciência.

Mas saibam que nós somos iguais ao menos em direito. Sejam, portanto, iguais. Paguem os impostos devidos, esta é uma reivindicação sobre a qual passaremos a nos pronunciar. Mantenham o limite entre a opinião e a injúria. Nós também pensamos, sentimos, cremos e sonhamos. Aceitem. Se virem com o fato de eu mesma ter ciência de meu direito à liberdade de consciência. Aceitem ou ao menos aguentem que eu finalize esta reflexão enunciando que eu mesma seja cristã. Digamos que eu seja uma cristã que não se deixa cooptar por religiões institucionalizadas, dessas envolvidas com a indústria bélica ou com o enriquecimento de pastor foragido no exterior, apenas para citar poucas das minhas críticas a certas igrejas cristãs de hoje. Vocês não podem desmentir a minha fé, não podem me atribuir injustamente imoralidade, não podem hoje, sequer, questionar que eu tenha gritado. Antes de começar a ser violada moralmente eu nunca havia elevado a voz para tratar destes assuntos. Hoje, eu grito, e espero não apenas que escutem mas que também não editem ou distorçam a minha mensagem nesta comunicação aberta.

Igreja Universal, união civil homoafetiva e outros babados numa entrevista de Sergio Viula para o Conexão Jornalismo


Atualização em 13/01/2025:

Em 05 de setembro de 2012, fui entrevistado pelo Conexão Jornalismo para um podcast fantástico! Foi uma experiência incrível e repercutiu muito. Atualmente, a entrevista não encontra mais no site deles. Então, decidi atualizar esse post com outro bate-papo que eu tive o privilégio de travar com o querido Daniel Gontijo em 02/03/2022.


Assista nesse link: 
https://youtu.be/l6phzkfa-Mw
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Nota pública da ABEH – Associação Brasileira de estudos da homocultura - Tatiana Lionço

Cia Revolucionaria Triangulo Rosa


29 de Agosto de 2012 11:02

A Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH), organização que reúne pessoas que pesquisam a diversidade sexual e de gênero no Brasil, vêm a público repudiar os ataques que vêm sendo realizados por fundamentalistas religiosos brasileiros contra pesquisadores e pesquisadoras da área em nosso país. Falas de pesquisadores/as reconhecidos/as no Brasil e no exterior têm sido editadas de forma a modificar completamente o sentido dos seus pronunciamentos públicos.

As falas das pesquisadoras Tatiana Lionço e Marina Reidel e do pesquisador Alexandre Bortolini, do Secretário de Educação Continuada, Albetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, da deputada Fátima Bezerra, do deputado Jean Wyllys e do religioso Marcio Retamero e de outros/as participantes do 9º Seminário LGBT, realizado no último dia 15 de maio de 2012, na Câmara dos Deputados, com o tema Respeito à diversidade se aprende na infância, foram explicimente editadas com o objetivo de dar outro sentido para as mensagens dos/as palestrantes, desqualificar as pesquisas e impedir o avanço da implementação de políticas públicas que combatam a homo, lesbo e a transfobia em nosso país.

A ABEH manifesta sua solidariedade aos/às pesquisadores/as e solicita que as autoridades competentes tomem as devidas providências.

Salvador, 27 de agosto de 2012

A direção da ABEH

O Caso Tatiana Lionço: Bolsonaro Deturpa e Fundamentalistas Multiplicam

O Caso Tatiana Lionço: Bolsonaro Deturpa e Fundamentalistas Multiplicam


Tatiana Lionço




Atualização em 13/01/2025

Relembre o caso

Em 2012, a psicóloga e ativista Tatiana Lionço participou do IX Seminário LGBT na Câmara dos Deputados, onde discutiu a implementação do programa "Escola Sem Homofobia". Durante o evento, suas declarações foram gravadas e, posteriormente, editadas de forma a distorcer seu conteúdo original. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) foi um dos responsáveis por essa edição, que visava desqualificar as pesquisas e impedir o avanço de políticas públicas contra a homofobia, lesbofobia e transfobia no Brasil. 

As falas de Lionço, juntamente com as de outros participantes do seminário, foram manipuladas para transmitir mensagens contrárias às intenções originais. Essa distorção gerou uma onda de ataques e difamações contra os envolvidos, especialmente nas redes sociais, onde o vídeo editado foi amplamente compartilhado. 

Em resposta, Lionço publicou um texto intitulado "Perdoai, eles não sabem o que dizem", no qual expressou sua indignação com a manipulação de suas palavras e os ataques subsequentes. Ela destacou a importância de esclarecer o contexto original de suas declarações e reafirmou seu compromisso com a luta pelos direitos humanos e contra a discriminação. 

Além disso, Lionço escreveu sobre o impacto da disseminação de fake news e a manipulação de informações no debate público sobre gênero e sexualidade no Brasil. Ela enfatizou como essas práticas contribuem para o esvaziamento do debate público e a disseminação de desinformação, prejudicando a compreensão e o respeito à diversidade sexual e de gênero. 

Esse episódio ilustra como a manipulação de informações e a disseminação de fake news podem ser utilizadas para atacar e desqualificar pesquisadores e ativistas que defendem os direitos da comunidade LGBTQIA+. A distorção de declarações e a propagação de desinformação têm sido estratégias recorrentes de grupos conservadores para enfraquecer políticas públicas de inclusão e respeito à diversidade.

Para aprofundar-se nesse tema, recomenda-se a leitura do livro "Contra a Má-Fé: Conjurações de uma Acadêmica de Ação Direta", de Tatiana Lionço, que aborda suas experiências e reflexões sobre o fundamentalismo religioso e a defesa dos direitos humanos no Brasil.

Tatiana Lionço: Uma biografia resumida

Tatiana Lionço é psicóloga, professora e ativista brasileira, com forte atuação na defesa dos direitos humanos, especialmente no que diz respeito à diversidade sexual e de gênero. Ela é uma das principais referências no estudo da homofobia, lesbofobia e transfobia no Brasil, e sua pesquisa se concentra em temas como políticas públicas de educação e saúde para a população LGBTQIA+.

Tatiana ganhou visibilidade ao participar de eventos como o IX Seminário LGBT, realizado na Câmara dos Deputados, em 2012. Nesse seminário, suas falas sobre a importância da educação para a diversidade foram distorcidas e manipuladas por setores conservadores, com o objetivo de desqualificar sua pesquisa e os avanços na implementação de políticas públicas voltadas para a inclusão e proteção da comunidade LGBTQIA+.

Além de seu trabalho acadêmico, Tatiana também tem se dedicado à reflexão sobre o impacto das fake news e a manipulação de informações na construção do debate público sobre gênero e sexualidade. Ela é uma das vozes que defende a necessidade de uma educação que promova o respeito à diversidade desde a infância, contribuindo para a formação de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Tatiana Lionço segue sendo uma importante figura no movimento LGBTQIA+ e na luta contra a discriminação no Brasil.

Tatiana Lionço é alvo de nova armação de Jair Bolsonaro

Liberdade de crença e de expressão: não farás falso testemunho ao teu próximo


Escrito por Daniela Novais 
19/08/2012



Crédito : Savio Ivo


Por Tatiana Lionço

O Deputado Federal Jair Bolsonaro usou dinheiro público para editar um vídeo difamatório contra acadêmicos e ativistas comprometidos com a defesa de direitos humanos e com o enfrentamento da homofobia no país. A partir de imagens veiculadas pela TV Câmara, relativas ao Seminário Diversidade se aprende na infância, ocorrido em maio na própria Câmara dos Deputados, o Jair Bolsonaro editou as falas, descontextualizou argumentos e atribuiu legendas interpretativas que distorcem o sentido que os próprios participantes do evento atribuem aos seus posicionamentos públicos. Além disso, o vídeo veiculado no canal de youtube do Deputado abriu precedente para uma sequência de narrativas difamatórias.

Veja como foi o encontro para falar sobre "As Falácias da Reversão Sexual"

Sergio Viula e Tatiana Lionço, 
que foi a moderadora da palestra-conversa


A palestra começou pontualmente às 18:30 e estava prevista para durar uma hora e meia, com perguntas em seguida, enquanto o povo quisesse ficar. E ficaram mesmo. O bate-papo só acabou às 22h. Foram três horas e meia de troca, muito conteúdo, interação e descoberta de talentos que já atuam em prol da diversidade sexual e do combate à homofobia em Brasília e arredores, mas que ainda não haviam se olhado de perto. ^^ O encontro foi riquíssimo e foi transmitido em tempo real pelo livestream do Twitcam. Graças a isso, o número de pessoas assistindo pode ter sido muito maior ainda. E tudo isso foi resultado do empenho dos organizadores e colaboradores.

Fatos que me chamaram muito a atenção:

1. As pessoas envolvidas são extremamente conscientes de seu papel na luta por direitos humanos. Estão profundamente comprometidos com a luta pelos direitos LGBT, que são direitos humanos, obviamente.

2. A Cia. Revolucionária do Triângulo Rosa (promotora do evento) dialoga com outras minorias, além dos LGBT.

3. A Cia. Revolucionária do Triângulo Rosa não conta com recursos governamentais. Ela funciona à base de muito empenho e muito amor por parte dos seus integrantes e colaboradores. Até a minha passagem foi paga por um colaborador, sem o qual a minha vinda não teria sido possível ou teria sido mais difícil. O Triângulo Rosa também providenciou acomodações num hotel muito agradável. Tudo isso feito à base de muita força de vontade.

4. O clima entre os integrantes do Triângulo Rosa e outros participantes do evento é festivo, mas responsável, pessoalmente comprometido, politica e socialmente engajado e intelectualmente profícuo. Fiquei muito impressionado com o nível acadêmico e capacidade crítica de todos, inclusive dos mais jovens.

Ficam aqui registrados meus agradecimentos públicos a todos os que tornaram esse encontro possível, especialmente esse charmoso grisalho da foto abaixo que custeou meu voo, e também agradeço ao Marcelo Galo, ao Sandro Candiles, ao Luth Laporta, ao Sávio Ivo, à Tatiana Lionço, que conduziu brilhantemente a abertura, bate-papo e fechamento, além de outras pessoas cujos nomes me escapam agora, inclusive os de dois amigos que jantaram conosco. Perdoem-me a falha. Acrescentarei assim que perguntar ao Sandro e ao Marcelo. ;)


O subsolo do Balaio Café ficou lotado.







A Cia. Revolucionária Triangulo Rosa é um coletivo de pessoas que apoiam mas que não conseguem ser reconhecidas na sigla LGBT; que sentem na pele a opressão relacionada à sua vida sexual ou à sua apresentação social da feminilidade e/ou masculinidade

e que desejam um mundo onde os rótulos sexuais serão superados.

Poder para os sexodiversos!


Siga no Facebook:
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A palestra contou com apresentação e PowerPoint. Aqui eu me refiro a um dos slides na tela.


Gente bonita, inteligente e interessada.


O público realmente surpreendeu.


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo

Foto: Savio Ivo

Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Foto: Savio Ivo


Essa é a fachada do Balaio Café.


Bate-papo enquanto aguardávamos o jantar. O meu pedido foi um frango tailandês. Adogu! ^^

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