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Espanha suspende registro de crianças nascidas por barriga solidária: o que isso significa para famílias homoafetivas?

Espanha suspende registro de crianças nascidas por barriga solidária: o que isso significa para famílias homoafetivas?


Casais heterossexuais que não podem ter filhos também são afetados



Por Sergio Viula 


No dia 1º de maio de 2025, entrou em vigor na Espanha uma nova normativa que suspende o registro automático de crianças nascidas por gestação por substituição (conhecida popularmente como "barriga solidária") no exterior. A medida tem causado alarme e revolta, especialmente entre famílias homoafetivas, que frequentemente recorrem a essa prática em outros países como única via para realizar o sonho da parentalidade.


O que mudou?

A nova diretriz do Ministério da Justiça espanhol revoga as instruções de 2010 e 2019, que permitiam o registro de crianças nascidas por gestação por substituição com base em documentos emitidos por outros países. 

Agora:

Todos os registros pendentes estão suspensos.

A Espanha deixa de reconhecer certidões e decisões judiciais estrangeiras sobre nascimentos por gestação por substituição.

Os pais precisam comprovar filiação biológica ou recorrer à adoção para que a criança seja reconhecida legalmente no país.

A justificativa do governo se baseia na legislação espanhola que proíbe a gestação por substituição, considerando-a uma forma de exploração das mulheres e violação da dignidade da criança, como reforçado por decisão do Tribunal Supremo em dezembro de 2024.

Impacto devastador para famílias homoafetivas

A medida atinge com força casais homoafetivos masculinos, que não podem engravidar nem contar com técnicas tradicionais de reprodução assistida. Para muitos deles, a gestação por substituição no exterior era a única alternativa para ter filhos biológicos.

Com a nova norma:

Apenas um dos pais (o biológico) pode registrar a criança diretamente.

O segundo pai precisa iniciar um processo de adoção, o que pode ser demorado e burocrático.

Enquanto isso, a criança pode ficar sem documentos, sem acesso pleno a serviços públicos, e até sem nacionalidade clara.

A estrutura familiar construída com tanto planejamento e afeto é posta em risco legal.


O que casais afetados podem fazer?


Apesar da rigidez da medida, existem estratégias legais e caminhos de proteção para as famílias afetadas. Eis algumas delas:

1. Reconhecimento da filiação biológica

O pai biológico pode fazer um teste de DNA e registrar a criança com base nesse vínculo. Isso garante à criança um primeiro passo para o reconhecimento jurídico.

2. Adoção pelo segundo pai

É possível realizar a adoção por vínculo afetivo, processo que já foi utilizado por muitas famílias homoafetivas na Espanha. Esse procedimento requer apoio jurídico especializado.

3. Medidas judiciais de urgência

Em casos em que a criança corre risco de ficar sem nacionalidade ou sem acesso a direitos básicos, é possível acionar a justiça com medidas cautelares.

4. Apoio de ONGs e associações

Diversas organizações oferecem orientação jurídica e suporte emocional às famílias afetadas. Elas também são importantes canais de pressão política por mudanças legislativas.


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Contatos úteis de apoio na Espanha


FELGTBI+ (Federación Estatal LGTBI+)

Site: https://felgtbi.org
Contato: info@felgtbi.org

Atuação: articulação nacional de coletivos LGTBI, apoio jurídico e incidência política.


Asociación de Familias LGTBI

Site: https://familiaslgtb.org
Contato: familias@familiaslgtb.org

Atuação: apoio direto a famílias arco-íris, consultoria legal e rede de trocas entre pais.


Fundación Triángulo

Site: https://fundaciontriangulo.org
Contato: info@fundaciontriangulo.org

Atuação: direitos LGBTI, apoio internacional, visibilidade e proteção familiar.


Red Jurídica

Site: https://red-juridica.com
Contato: contacto@red-juridica.com

Atuação: advocacia com foco em direitos humanos e diversidade.

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Resistir é proteger nossas famílias

Essa decisão do governo espanhol é um duro golpe contra a diversidade familiar e os direitos das crianças nascidas em lares homoafetivos. Mas a resistência continua: as famílias arco-íris não vão desaparecer — elas vão se reorganizar, se apoiar e lutar por seus direitos.

Se você vive na Espanha, está sendo afetado por essa medida ou conhece alguém que está, compartilhe essa informação e busque apoio. O amor continua sendo o maior argumento.



Blog Fora do Armário – informação, acolhimento e resistência.

Um tribunal negou a um casal gay o direito de adotar por uma razão realmente muito boa




Um tribunal negou a um casal gay o direito de adotar 
por uma razão realmente muito boa


Por Bil Browning · Wednesday, November 29, 2017
Fonte: LGBTQ Nation
https://www.lgbtqnation.com/2017/11/court-denied-gay-couple-right-really-good-reason/
Traduzido por Sergio Viula para o Blog Fora do Armário


Um tribunal sul-africano negou a um casal gay o direito de adotar uma criança e o juiz fez isso por uma razão muito boa. A adoção não estaria de acordo com o melhor interesse da criança.

Fonte: http://www.mambaonline.com/2017/11/24/concern-judges-closet-surrogacy-denial-ruling/

Os dois homens têm estado comprometidos por dez anos e queriam ter um filho através de uma "barriga solidária". Acordos de "barriga de aluguel" têm que ser aprovados por uma corte no país africano antes que os direitos de adoção sejam garantidos.

Ao mesmo tempo em que eles eram parceiros há uma década, um dos pais requerentes não vivia fora do armário. Os dois homens, que vivem separadamente para esconder seu relacionamento, só foram identificados no tribunal como CJD e HN.

A juíza Ronel Tolmay declinou do acordo dizendo que o relacionamento no armário poderia prejudicar psicologicamente o bem-estar da criança.

“Eu posso ver um garotinho de dois anos correndo entusiasmado para o pai em público, gritando: 'Papai'. Será que o pai fingiria não ser o pai? Como isso afetaria a criança?", disse ela na decisão.

“Ninguém pode julgar uma pessoa gay que, por causa do persistente preconceito público, reluta em revelar sua orientação sexual. Todavia, a corte tem que colocar sempre os direitos da criança primeiro."

“Se HN no futuro achar que é menos arriscado se abrir a respeito de sua orientação sexual, ele poderá abordar a corte e obter os direitos parentais.”

A juíza é conhecida por suas decisões progressistas e por regularmente defender as causas LGBTQ como advogada antes de ascender à cátedra.

Homens gays cada vez mais têm filhos através de barriga solidária

Homens gays cada vez mais têm filhos 
através de barriga solidária


Traduzido e adpatado por Sergio Viula
Texto original por Nara Schoenberg
http://www.chicagotribune.com/lifestyles/health/sc-gay-men-having-babies-health-1130-20161123-story.html



Cliff Hastings e Ron Hoppe-Hastings com seus filhos gêmeos de 11 meses, Alexandra e Sydney, concebidos com a ajuda de uma doadora de óvulos e gestados no útero de uma mãe de "barriga solidária". Cada vez mais, os homens gays estão recorrendo a doadoras de óvulos e "barrigas solidárias" para terem filhos. (Zbigniew Bzdak/Chicago Tribune) 



Cliff Hastings e Ron Hoppe-Hastings disseram seus votos em 2011 durante uma cerimônia de união civil. Mais tarde, eles tornaram-se pais juntos.

"Choramos copiosamente," disse Hastings, 41 anos. O tema da paternidade era emocionalmente tocante para eles. Os dois realmente queriam ter filhos, mas havia uma questão: "Não sabíamos quais eram as opções. Ambos pensávamos que ter filhos poderia ser mais uma espécie de sonho do que uma realidade de fato."

Hoje, Hastings e Hoppe-Hastings são pais orgulhosos de duas meninas gêmeas com 11 meses de idade. Elas foram concebidas através de óvulos doados e gestados através do que se costuma chamar "barriga solidária" (quando uma mulher se dispõe a cultivar o óvulo fertilizado por outras pessoas, carregando-o em seu próprio útero). Até recentemente, esse processo era muito comum para casais heterossexuais que não podiam ter filhos por motivos relacionados à fertilidade ou à saúde. Agora, cada vez mais casais gays recorrem a essa técnica.

Não existem registros exatos de quantos homens gays estão tendo filhos através de fertilização in vitro e barriga solidária, mas observadores dizem que este número está crescendo.

Uma pesquisa informal sobre clínicas de fertilidade em mais de 10 cidades americanas feita pelo jornal Chicago Tribune através do site FertilityIQ (www.fertilityiq.com), uma página onde os pacientes avaliam seus médicos de fertilidade, descobriu que 10 a 20 por cento dos óvulos doados estão indo para homens gays que desejam ter filhos via "barriga solidária", e em muitos lugares os números subiram 50 por cento há cinco anos.

O custo continua sendo uma grande barreira, de acordo com o co-fundador do FertilityIQ Jake Anderson, com valores cobrados de homens gays que variam entre 100 mil dólares e 200 mil dólares.

O casal Hastings e Hoppe-Hastings pensou em adotar os filhos que desejavam ter, mas, algo mudou o curso das coisas: Cerca de três anos atrás, uma das colegas de turma de Hasting dos tempos de ensino médio postou fotos em seu Facebook. Ela estava grávida, e quando Hasting a parabenizou, ela explicou que tratava-se de "barriga solidária", e que estava carregando o bebê de um casal heterossexual. A amiga colocou Hastings em contato com a mesma agência que havia preparado tudo para que ela fosse "barriga solidária" para aquele casal. A organização era a Family Source Consultants em Chicago.

Desde o primeiro encontro com a agência, ele diz que sentiu que era o que devia fazer.

Houve alguns impasses também. A primeira doadora de óvulo escolhida pelos pais não passou no exame psicológico. Depois, a primeira "barriga solidária" que eles escolheram, que era uma mulher casada e mãe, moradora de Indiana, concordou em carregar seus bebês, mas depois de algumas semanas, ela mesma enviou uma mensagem de texto para Hastings. Sua igreja não havia aprovado que ela fosse "barriga solidária" para um casal homoafetivo. Ela recuou.






10 a 20% dos óvulos doados geram filhos para casais gays.



"Aquilo foi difícil para nós", diz Hoppe-Hastings, 32 anos, um pai "dono-de-casa" que, junto com Hastings, treina o time campeão de garotas na Faculdade Parkland. "Nós quase nos sentimos como se tivéssemos perdido os bebês de certa maneira, porque já estávamos adiantados no processo, e então tivemos que voltar à estaca zero."

Os pais ficaram um mês sem fazer nada em relação à gravidez, mas quando retomaram o processo, parece que tudo simplesmente fluiu.

"Nossa mãe de 'barriga solidária' e o doador do óvulo simplesmente parecem ter caído no nosso colo através da agência," diz Hoppe-Hastings. "Nós as entrevistamos no mesmo dia e simplesmente nos apaixonamos por ambas, então tudo funcionou perfeitamente."

Os óvulos foram extraídos da doadora e fertilizados. Então, dois dos melhores embriões foram implantados no útero da "mãe solidária"; um deles biologicamente pertencente a Hastings e o outro pertencente a Hoppe-Hastings.



Porém, houve mais acidentes de percurso: As garotas nasceram com 6 meses de gestação e tiveram que passar 19 dias na unidade neonatal do hospital. Hoppe-Hastings foi até Chicago para estar com suas filhas e foi hospedado pela Casa Ronald McDonald. O plano de saúde da companhia inicialmente considerou a hospitalização dos bebês como "fora da cobertura", uma discriminação dispendiosa que acrescentou stress aos pais.

No final, porém, tudo funcionou. A empresa do plano de saúde cedeu e as garotas foram para casa em paz.

Hoje, as meninas estão engatinhando e aprendendo a andar.

"Elas são perfeitamente saudáveis," disse Hastings. "Elas são gigantes. O médico fica constantemente surpreso de que ela sejam prematuras."


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