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E já é 2022 em todo o mundo!

Andre e eu - 31/12/21

 


Por Sergio Viula


Um novo ano começa, mas dessa vez, ele traz um quê de esperança e de ansiedade ao mesmo tempo. Em outubro, teremos a chance de acabar com esse ciclo de fascismo fundamentalista miliciano institucionalizado durante a administração do #EleNão. 

Pena que ainda tenhamos que amargar mais um ano sob o comando dessa besta apocalíptica. Mas, agora falta menos do que antes. A meta é definir o resultado das eleições presidenciais já no primeiro turno. E para que isso aconteça, sem dar a esse genocida e seus congêneres, alguma chance de rebote, não divida seu voto. Aperte 13 na urna e confirme. Depois, é cobrar as pautas que tanto Lula como o PT juram defender. Tem que entrar para recuperar o país e transformar essa desgraça na qual fomos lançados por mais de 50 milhões de descabeçados em 2018.

Mas, falando sobre nossa virada de ano, podemos dizer que foi tudo paz e amor. Ficamos em casa mesmo - só nós dois, meus pais, meu filho e um amigo dele, que já convive com a gente desde bem garotinho. Ele e a família dele são pessoas muito amigas.





Minha filha e o marido passaram a noite com um casal de amigos em Portugal, onde moram. Enquanto isso, minha neta ficou com os avós paternos. Foi a primeira vez que os pais passaram algumas horas longe dela desde o nascimento. Achei o máximo! Ela teve seu primeiro ano novo toda descoladinha, mas cercada de amor por todos os lados. E pelo visto, ela super curtiu a paparicação e os mimos na casa dos avós, com os tios, tias, primos e primas, porque não chorou com saudade dos pais ou coisa assim. 

Clara na casa dos avós paternos para o réveillon.


Sobre nossa família, é maravilhoso ver que todos atravessaram essa pandemia sem baixas, tanto lá como cá. Aliás, todos os familiares que se reuniram na casa dos avós paternos fizeram teste para Covid antes da reunião familiar. E todos os testes deram negativo. Segurança é fundamental e o pessoal lá tem sido muito cuidadoso.

Infelizmente, outras famílias não podem dizer o mesmo. Muita gente perdeu parentes queridos. Fico muito tocado quando penso em Paulo Gustavo. Meu coração chega a doer de tristeza por ele, pelo marido, pelos filhos, pela mãe e pelo pai dele, e por tanta gente que convivia com ele e o amava. Assim como ele, tantas outras pessoas estão passando pela tristeza de ter uma ou mais cadeiras vazias ao redor da mesa sempre que a família se reúne. Essa dor poderia ter sido evitada em grande medida se o governo desse genocida tivesse agido com rapidez e sem mensagens contraditórias e baseadas em ideias negacionistas e antivacinas. Foram 619 mil mortos até o dia de hoje, e a vacina reduziu o número de mortos de 79,298 mortos só no mês de março de 2020 para menos de 19 mil em dezembro de 2021. A vacina funciona. Todavia, é preciso seguir os protocolos de segurança, especialmente em face da nova variante (ômicron).


Bem assim, tá meu bem? 😆😆😆


Mas parece que o pessoal repete esse mantra dos protocolos de segurança sem praticar o que diz. Basta ver que o réveillon em Copacabana reuniu uma multidão sem máscaras, enquanto as pessoas que se reuniram em Tóquio estavam todas devidamente "mascaradas". Já sabemos o que esperar disso por aqui.

Esse não foi o único problema com o réveillon do Rio. Houve arrastão e até esfaqueamentos na orla (https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/01/01/homem-e-esfaqueado-em-arrastao-durante-queima-de-fogos-em-copacabana.ghtml).  E, apesar disso, as pessoas ainda querem se autoiludir com a ideia de que o Rio é um excelente destino turístico. Na realidade, uma simples caminhada pelas ruas do Rio pode ser o atalho mais curto para o necrotério, sem qualquer exagero. Isso para não falar na sujeira, na quantidade de gente abandonada pelas calçadas, praças e até nas portas de lojas. A cidade está um lixo sob todos os pontos de vista. 

Mas, o que é uma gilete escondida num brownie, não é mesmo? O brownie continua delicioso. Essa é exatamente a realidade do Rio - uma cidade que parece ser uma delícia, mas só até a primeira mordida. Não recomendo isso aqui para ninguém. E não vejo o menor sinal de melhora no horizonte pelos próximos 10 anos - isso para ser modesto.

Voltando aos nossos familiares, faz dois anos que não vemos o lado da família que mora em Minas Gerais. Esperamos que esse ano possamos ver essas pessoas amadas. Felizmente, eles não estão nas áreas afetadas pelas inundações. Mais de 120 cidades mineiras foram atingidas por essa catástrofe (https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/estado-decreta-situacao-de-emergencia-em-mais-27-municipios-afetados-por-chuvas), assim como diversas outras na Bahia (http://www.bahia.ba.gov.br/2021/12/noticias/governo/governo-do-estado-decreta-situacao-de-emergencia-para-mais-47-municipios-atingidos-pelas-enchentes/), mas o despresidente não deu a mínima para nada disso.

Falando sobre minha maior alegria em 2021, o nome dela é Clara. O nascimento da minha neta iluminou o ano que ficou para trás na noite passada. Esse ano, esperamos por quatro alegrias. São elas: 

1. Rever nossa família em Minas Gerais;

2. Receber a visita de Larissa, Vitor e Clara em outubro.

3. Ver meu filho se colocando no mercado de trabalho com o curso que ele vai terminar no primeiro semestre desse ano. Se tudo correr bem, ele vai trabalhar como técnico em radiologia. Depois que ele conseguir sua primeira oportunidade, tenho certeza que muitas outras portas se abrirão. 

4. Ver Andre conseguir uma nova colocação. Ele está empregado, mas já está querendo fazer uma mudança nessa área faz tempo.

E vocês, o que esperam de 2022? Deixem nos comentários. ^^

Desejo a todos vocês um ano repleto de boas realizações. Cuidem-se bem. 

2021: O pesadelo não acabou, mas já podemos sonhar



2021: O pesadelo não acabou,

mas já podemos sonhar



Por Sergio Viula



Já são praticamente três anos redondos usando máscaras, álcool gel e, finalmente, tomando as duas doses da vacina - tudo isso enquanto contamos os mortos e torcemos para esse pesadelo acabar.

A esperança, no tocante à vacina, se concretizou: Ela teve sua eficácia comprovada na prática. Basta verificar a vertiginosa queda no número de mortes - de 79.298 óbitos em março de 2021 (o pior mês até agora) para 6.894 em novembro de 2021, que foi o mês com menos óbitos desde abril de 2020 até o momento desse post.

Vale ressaltar que a maioria esmagadora das mortes que ainda estão sendo contabilizadas é de pessoas não vacinadas. Em 05 de dezembro, a CNN destacou que 8 em cada 10 mortos por Covid no Brasil não estavam vacinados. Ou seja, se estivessem vacinados, poderíamos ter reduzido o número de mortos para 20% do total.

Negar a eficácia da vacina e recusar-se a tomá-la é o maior atestado de burrice que alguém pode conferir a si mesmo. Na verdade, este pode ser apenas mais um passo para o atestado definitivo - o de óbito.


A fossa onde estamos mergulhados

Em meio a esse turbilhão, perdemos muitos e perdemos muito. Além dos CPFs cancelados, como disse o genocida com a faixa presidencial, tivemos muitos CNPJs cancelados também. Até julho de 2020, 716 mil empresas haviam fechado suas portas no Brasil por causa da pandemia. 

Se tomarmos somente estabelecimentos comercias com vínculo empregatício (somente lojas regulamentadas), os números são alarmantes. Os estados mais impactados foram São Paulo (20,30 mil lojas), Minas Gerais (9,55 mil) e Rio de Janeiro (6,04 mil).

Pessoalmente falando, nunca vi o Rio de Janeiro tão abandonado: lixo, violência, ruas inteiras que parecem ruas fantasmas - uma verdadeira vala a céu aberto - nem shopping center escapa.


Veja abaixo alguns dos casos recentes de assaltos e tiroteios dentro de shopping centers em todas as regiões da cidade. Para assistir a matéria, você precisa ter Globoplay.




Maior shopping do Rio (Barra Shopping)
https://globoplay.globo.com/v/5895707/?s=0s


Shopping na Zona Sul (Rio Sul)
https://globoplay.globo.com/v/4950096/?s=0s


Shopping da Zona Norte (Nova América)
https://globoplay.globo.com/v/6846610/


Shopping na Zona Oeste
https://globoplay.globo.com/v/4529119/?s=0s



Esses não foram os únicos casos. Houve assaltos em outros shopping centers também. Entre eles, o Fashion Mall em São Conrado e o Via Parque na Barra. Todavia, esses são absolutamente suficientes para ilustrar o que digo quando chamo isso aqui de Rio de Nojeira.



Neonazistas do Rio tinham usina nuclear como alvo

E quando você acha que o Rio de Janeiro já chegou no fundo da fossa, eis que surge mais bosta...


Informação publicada por Eduardo Michels e compartilhada na minha timeline no Facebook.



E nós aqui?

Felizmente, aqui em casa, ninguém foi atingido pela Covid. Nosso cuidado foi extremo, principalmente antes das vacinas chegarem até nós.

Meus pais, meu filho, meu marido e eu estamos todos vacinados. Minha filha, que está fora do Brasil, também foi vacinada, junto com o marido dela, e ambos me deram o prazer de ser avô de uma das coisinhas mais lindas que já pisaram nesse planeta - a Clara. Ela iluminou o nosso monótono 2021 no dia 22 de outubro.

Clara completa dois meses de vida hoje, mas ontem fez sua segunda visita mensal ao pediatra. Resultado: Ms Sunshine está 4kg e 630gr, medindo 56 centímetros, e com ótima saúde! Também está cada dia mais lindinha - e beleza nunca é demais. ^^

Outra coisa importante é que tanto Andre como eu conseguimos manter nossos empregos. Eu trabalhei a maior parte do tempo na modalidade do ensino remoto, exceção para esse semestre (já com a vacina), quando tive um grupo presencial. Andre trabalhou presencialmente e com alto nível de risco por contato, mas se cuidou muito bem e não pegou nada até agora. Que continue assim.

Se por um lado conseguimos nos manter livres de Covid esse tempo todo, por outro, pegamos a nova cepa do vírus Influenza A - essa que é chamada de Darwin (H3N2). Quando digo "pegamos", eu me refiro a mim mesmo, meu pai e meu filho. Felizmente, tivemos sintomas leves, apesar de termos passado algumas horas de cama ao longo de dois ou três dias de sintomas mais intensos, mas nada grave. Outras pessoas não tiveram a mesma sorte: Elas foram internadas ou vieram a óbito.

Minha mãe e Andre não pegaram essa gripe até o momento desse post, mas é desalentador pensar que 2021 tenha que computar mais essa desgraça, como se não nos bastasse o governo genocida que suportamos há três anos agora.



Família em BH

Ao longo desse tempo todo, ficamos sem poder ver a família do Andre em Belo Horizonte, inclusive tendo que cancelar uma viagem que faríamos para lá com meus pais. Teria sido um momento muito especial testemunhar o encontro de todos, mas não foi possível.

Com o surgimento da variante Ômicron, infelizmente, não faremos viagem para lá por um tempo ainda.

Aliás, ninguém deveria viajar para festas de natal, réveillon ou carnaval enquanto não for realmente seguro. Portugal e Alemanha já decidiram impor restrições às festas desse final de ano.

Claro que mesmo sabendo que é preciso se isolar o quanto possível, não dá para evitar a tristeza de saber que cada dia que se vai é um dia que não volta, e que as pessoas que amamos não são eternas, assim como nós também não somos. Quando será que estaremos finalmente livres dessa pandemia, Santa Cher?



Ciência e tecnologia

De qualquer modo, as tecnologias de comunicação têm nos valido nesse longo período. Tendo em vista que reuniões marcadas por beijos e abraços estão vetadas, os comunicadores das redes sociais, as transmissões públicas ao vivo, as videoconferências privadas e outras formas de contato têm sido fundamentais. Não é exagero dizer que em tempos de pandemia, no tocante à comunicação, só a Internet salva.

Assim como as ciências da vida estão derrotando o vírus pouco a pouco, as ciências da computação e das telecomunicações estão reduzindo as distâncias entre aqueles que não podem se encontrar presencialmente e garantindo tanto a subsistência de que quem depende de um emprego formal como de quem depende de trabalho informal.



2022 vem aí!

O que esperar de 2022? 

Mais do que qualquer outra coisa, viver para acabar com o pesadelo de termos um genocida no poder, cercado por promotores da morte, e da mentira, e do caos. 

Que esse período de densas trevas seja finalmente estancado pela realização do sonho de termos um governo que trabalhe para promover ações concretas que façam avançar a justiça social, a preservação ambiental, os direitos da pessoa humana e de outros animais, o avanço científico-tecnológico sustentável e uma economia que possa bancar o crescimento do país tanto no nível humano como no nível institucional.

A esperança vencerá a morte e o atraso nas urnas. Argentina e Chile já o fizeram. Nós também o faremos. Talvez ainda tenhamos o mesmo zé povinho atrasado espalhado por esse país falando merda aqui e ali, mas não necessariamente dando as cartas nos grandes centros de poder e nem atrofiando as instituições democráticas desse país.

Viva para fazer parte dessa virada!

E 2021 finalmente chegou!




 Por Sergio Viula


Um novo ano, apesar de ser apenas uma marcação arbitrariamente estabelecida em nosso igualmente arbitrário calendário, sempre traz uma sensação de expectativa ou até mesmo de esperança, coisa que se tornou uma raridade para muitos de nós ao longo dos últimos dois anos, principalmente. E nesse primeiro dia de 2021, desejo que todos os meus amigos e leitores aqui do blog tenham muita prosperidade, paz, amor e grandes oportunidades de autorrealização. 

Apesar de todos os problemas de 2020, especialmente por causa do confinamento - desafio que eu levei a sério e cumpri com rigor -, considero que termino o ano com saldo positivo. Andre e eu continuamos empregados, nossas famílias (no Rio e em BH) sobreviveram à doença até agora sem qualquer baixa, comemoramos o natal e o ano novo em casa com meus pais e meu filho, que são as pessoas que mantém contato conosco cotidianamente. Minha filha, que está morando fora há quase dois anos, vai bem - está com saúde, trabalhando e vivendo seu amor com um rapaz fantástico. Isso só para registrar o principal dentro do que é positivo aqui.

Sei que muitos dos meus amigos contabilizaram perdas, inclusive de vidas amadas ao longo de 2020. Não há reparação para a morte de quem amamos. Tudo o que pode ser feito é nos lembrarmos com carinho das pessoas que marcaram nossas vidas positivamente e viver o melhor que pudermos daí para frente, porque essas mesmas pessoas jamais quereriam que vivêssemos infelizes e inativos.

Porém, enquanto não for vacinado(a), continue seguindo tudo o que é recomendado pelas organizações de saúde. O ano não será melhor se você for infectado a essa altura do campeonato. Aguarde a vacina e não se apresse depois de tomá-la, porque é preciso dar tempo ao sistema imunológico para construir barreiras contra o vírus depois da aplicação da vacina.

Ah, estou voltando a publicar vídeos no canal que eu havia desativado no YouTube. Recomeços. ^^   Se desejar, siga-me lá também:  https://youtu.be/xydmodG1qpo

Feliz 2021!


*************

Revise as recomendações das organizações de saúde para evitar o coronavírus:


  1. Lave suas mãos com frequência. Use sabão e água ou álcool em gel.
  2. Mantenha uma distância segura de pessoas que estiverem tossindo ou espirrando.
  3. Use máscara quando não for possível manter o distanciamento físico.
  4. Não toque nos olhos, no nariz ou na boca.
  5. Cubra seu nariz e boca com o braço dobrado ou um lenço ao tossir ou expirar.
  6. Fique em casa se você se sentir indisposto.
  7. Procure atendimento médico se tiver febre, tosse e dificuldade para respirar.
  8. Ligue com antecedência para o plano ou órgão de saúde e peça direcionamento à unidade mais adequada. Isso protege você e evita a propagação de vírus e outras infecções.

Máscaras

Quem usa máscara pode ajudar a prevenir a propagação do vírus para outras pessoas. Isoladamente, as máscaras não são uma proteção contra a COVID-19, e o uso delas deve ser combinado com o distanciamento físico e a limpeza das mãos. Siga as orientações da autoridade local de saúde.


Blog Fora do Armário: último ano da década

Por Sergio Viula
31/12/19




Feliz 2020, querido(a) leitor(a)
do Blog Fora do Armário.


O último ano da década começa assim que o relógio tocar meia-noite. 

Essa é a nossa chance de darmos à segunda década do milênio um final feliz.

Eu me lembro que o ano 2000 costumava me parecer tão distante quanto a galáxia de Andrômeda. No entanto, encerraremos a segunda década deste milênio quando 2020 terminar.

Nessas quase duas décadas do segundo milênio do nosso calendário, muita coisa aconteceu. E não me refiro apenas ao mundo ao meu redor, mas também à minha vida pessoal. 

Foi no ano 2000, especificamente, que eu comecei a ver a porta do armário se romper totalmente diante de mim. Não que eu tenha saído ao primeiro tremor das fechaduras. Na verdade, meu primeiro ensaio de voo para fora do 'closet'  foi em 2001, mas só me livrei definitivamente das cadeias existenciais  da  homofobia dois anos depois.

Sai do armário - sem passagem de volta - em 2003. E, já em 2004, decidi me opor publicamente às falaciosas e perigosas terapias de reorientação sexual - a popularmente chamada "cura gay". 

Debutei em escala nacional na revista Época daquele ano. Depois disso, não parei mais. Minha bandeira anti "cura gay" tremulou em países estrangeiros através da revista americana The Advocate e de muitas outras. Pude ver meu depoimento reproduzido em inglês, francês, alemão, espanhol, japonês, italiano, russo, etc. 

Minha alegria não vinha do fato de ganhar notoriedade, mas da percepção de que era possível combater essa violência psíquica, absolutamente prejudicial àqueles que são submetidos a ela, por meio da conscientização pública. Era preciso desmascarar os embustes fabricados por fundamentalistas religiosos intelectualmente desonestos e ignorantes. Isso já estava em andamento.

Graças aos esforços de cientistas, profissionais de saúde mental, políticos, profissionais da área do direito, e de ativistas dos direitos LGBT (principalmente estes), vimos, nestas duas décadas agora quase completas, vários avanços no tocante aos mecanismos de proteção às pessoas  que são vítimas em potencial desses picaretas que prometem curar o que não é patológico, adoecendo as pessoas que se submetem a seu comando de maneiras nunca imaginadas por elas mesmas.

No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia, responsável por regular e prover diretrizes ao trabalho de psicólogos, bem como outros órgãos que supervisionam o ofício de médicos, psiquiatras, assistentes sociais, psicanalistas, entre outros, vêm se posicionando com clareza e firmeza contra indivíduos que pretendem utilizar esses campos de conhecimento científico para disseminar falcatruas maquiadas com terminologia pseudocientífica.

Nos Estados Unidos, vários estados já criaram legislação contra a "cura gay". Em breve, a Suprema Corte se pronunciará sobre esse tema, pondo fim aos pretextos falaciosos daqueles que já trancafiaram crianças, adolescentes e jovens em internatos ou clínicas com a pretensa finalidade de mudar sua orientação sexual, quando a pessoa é lésbica bissexual ou gay, e de "reajustar" sua identidade ou expressão de gênero, quando se trata de pessoa transgênera ou de gênero fluído.

A Alemanha já proibiu essas práticas em seu território. Vários outros países têm seguido essa mesma linha, baseando-se nos conhecimentos científicos disponíveis e nos direitos humanos básicos e universais - o que inclui  proteção contra a discriminação  por orientação sexual e/ou de gênero.

É estimulante ver quanto progresso já foi feito nos últimos 20 anos nesse sentido.

Poderíamos também falar dos avanços na legislação que diz respeito à conjugalidade, à criminalização da homofobia e transfobia, e aos procedimentos de modificação física disponibilizados para pessoas trans, quando for o caso. Apesar de haver há possibilidade de atendimento pelo SUS, ainda é preciso ampliá-lo para atender a demanda. Muitas pessoas não entendem que esses  procedimentos não são de cunho meramente estético, mas que dizem respeito à promoção de saúde mental e de bem-estar social a uma parcela da população com altas taxas de depressão, ansiedade e de suicídio por falta desse tipo de assistência médica e psíquica.

Ao mesmo tempo em que celebramos esses avanços, precisamos nos lembrar que mais de 70 países ainda punem pessoas LGBT por seu amor ou expressão de gênero, e que o Brasil continua matando a população LGBT nos grandes e pequenos municípios que compõem a nossa federação.

Não nos esqueçamos que tais perseguições ocorrem em países dominados por governos de direita, de esquerda e de cunho teocrático. Assim como muitos avanços ocorreram em países com governos tanto de esquerda como de direita. Isso porque os direitos chamados LGBT  são direitos humanos. E como tais, não estão necessária ou essencialmente atrelados a agendas desse ou daquele viés econômico.

Avanços têm sido feitos em países tão diferentes quanto Angola, Taiwan e Mônaco. Atrasos ou retrocessos também têm ocorrido em países tão diversos quanto Rússia, Brasil e Bolívia.  Isso por si só já deveria nos mobilizar para garantir que aqueles que nos governam ou que venham a nos  governar cumpram o que determinam a  Constituição Federal  e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada pelo Brasil, assim como por todos os países que compõem a ONU. Ambas devem ser cabalmente cumpridas. E quando se trata de uma parcela da população historicamente desprezada e perseguida, é preciso vigilância ainda maior sobre as violações cometidas ou toleradas contra esses direitos, especialmente quando partirem de governantes e instituições que deveriam promover e garantir tais direitos.

Não podemos mais nos dar ao luxo de votar sem levarmos em consideração o que diz o candidato desse ou daquele partido em relação à diversidade sexual e às transgeneridades, especialmente no tocante às políticas públicas que farão parte de seu programa de governo.

Diante de tudo que foi exposto, convido você a encerrar o último ano da segunda década desse milênio (2020) votando em gente comprometida com a diversidade humana e com o pluralismo que caracteriza as nossas cidades, cada uma delas com sua própria especificidade.

Teremos eleições para prefeitos e vereadores em 2020.  Não caiamos na armadilha de eleger fundamentalistas religiosos ou outros reacionários. Tomemos a administração de Marcelo Crivella, atual prefeito do Rio,  como exemplo claro do perigo e do fracasso que esse tipo de gente representa. 

Munidos dessa memória, votemos em pessoas que claramente valorizam a cultura popular, o turismo, inclusive aquele que atrai o famoso pink money; pessoas comprometidas com a criação de políticas inclusivas e afirmativas na área da educação, da saúde, da segurança pública, da moradia, com um olhar muito cuidadoso sobre as pessoas socialmente e financeiramente mais marginalizadas, inclusive aquelas que o são por sua orientação sexual e/ou identidade de gênero.

Não podemos ter, em qualquer cidade do território nacional, prefeito ou vereador com a mentalidade de Crivella, aquela que persegue ou despreza o carnaval, o réveillon, a parada LGBT, a Bienal do Livro, entre outros eventos importantes para a cidade - tudo por causa de estreiteza mental baseada em dogmatismo religioso. 

O mais recente ataque dele contra a população do Rio de Janeiro foi a tentativa de impedir a tradicional procissão realizada em homenagem a Iemanjá.

Mas, não se iludam. Isso é só a ponta do iceberg.  Além de tudo isso, ele foi incompetente, descomprometido com a cidade, insensível para com as necessidades básicas da população mais pobre, além de deixar a cidade falida. Falência provocada por ele mesmo.

É preciso voltar a pensar a cidade do Rio, bem como outras cidades,  em categorias progressistas libertárias, pacificadoras, amistosas, sustentáveis, inclusivas e visionárias.

Inaugure 2020 com esse tipo de pensamento. Certifique-se de encerrar o ano que vem - o último desta década - tendo agido com essa mentalidade em todos os âmbitos de sua vida, especialmente na hora de votar. Não se deixe levar por mantras que apelam à família, Deus, armas, etc. quem faz uso desse tipo de artifício discursivo geralmente esconde um lobo devorador sob a pele de um aparentemente inofensivo cordeiro. Você já viu isso muitas vezes antes para se deixar enganar agora ou mais uma vez.

Defendendo a liberdade de ser e de amar sem o patrulhamento do dogmatismo fundamentalista e de suas crias, desejo um feliz 2020 a todos os leitores do Blog Fora do Armário. Saúde, paz, amor e dinheiro no bolso!

Sergio Viula



Retrospectiva Fora do Armário 2015: Lembrar é preciso. ;)

Quem esquece, repete os erros.
Para quê, se podemos cometer erros totalmente novos? kkk



Mas, falando sério, lembrar é também empoderar-se.







Esse ano de 2015 foi bastante conturbado, mas frutífero. Alegrias e tristezas se intercalaram, mas fomos dando o nosso jeito para vivermos um dia de cada vez e superarmos as dificuldades. Criatividade não nos falta, não é, amigues? ;)

Nesse post, quero enumerar alguns dos acontecimentos desse ano. Todos eles estão circunscritos ao Brasil e têm algo a ver com a comunidade LGBT. Alguns dos acontecimentos listados foram de ordem pessoal, mas - é sempre bom lembrar - esse blog é também um diário de Sergio Viula. Então, lá vai. ;)



Na primeira semana de 2015, lancei O homem que amava mendigos pelo Amazon. Trata-se de um romance protagonizado por um homem rico e poderoso, mas mal resolvido sexualmente, que terá a oportunidade de descobrir alegrias nunca vivenciadas, apesar de toda grandeza que o cerca. A história é cheia de encontros inusitados. 

Confira.
https://www.amazon.com.br/homem-que-amava-mendigos-romance-ebook/dp/B00RURKA06/ref=sr_1_1


Uma notícia sempre aterradora é aquela que fala sobre a LGBTfobia no nosso país.


 

Em janeiro de 2015, o Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgou seu Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais no Brasil relativo a 2014. Foram documentados 326 mortes de gays,travestis e lésbicas no Brasil, incluindo 9 suicídios. Um assassinato a cada 27 horas. Um aumento de 4,1 % em relação ao ano anterior (313).


Durante o carnaval, participei do 24º Encontro da Nova Consciência. Foi em Campina Grande (PB). O tema sobre o qual falei no encontro da sexodiversidade foi "Tratar o desejo é possível?". O tema ainda reverberava na mente de todos, graças às pressões fundamentalistas para re-patologizar a homossexualidade. Felizmente, perderam. O evento nos proporcionou momentos de informação, com o suporte de uma apresentação em powerpoint, perguntas e respostas, assim como encontros inusitados.

 

No dia 22 de fevereiro, tive o privilégio de ser entrevistado por Ellen Page (a Shadowcat de X-Men). A entrevista era parte da produção de um programa que deverá ir ao ar em janeiro de 2016. Não posso comentar muito. Solicitaram sigilo, mas posso dizer que foram momentos mágicos. Mais de três horas de entrevista em inglês... O programa deverá ser apresentado nos EUA, Canadá, Inglaterra, etc.



No dia 29 de Março o [SSEX BBOX], em parceria com o SESC, realizou seu segundo evento do circuito em 2015. Foi exibido o curta [SSEX BBOX] EPISÓDIO #3, seguido de debate sobre Cultura, Religião e Sexualidade. Participaram desse evento: Tatiana Lionço, Sergio Viula, e Virginia de Medeiros. A mediação foi por conta de Ana Ferri. Inesquecível!


Em março, o ex-presidenciável Levy Fidelix foi condenado a pagar R$1.000.000,00 por danos morais contra a sociedade LGBT. A decisão da justiça determinava que o valor fosse revertido para ações de promoção de igualdade da população LGBT, conforme definição do Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT.

PROCESSO: 1098711-29.2014.8.26.0100
18ª Vara Cível - Foro Central Cível
JUIZA: Flavia Poyares Miranda




No dia 05 de março, o Supremo Tribunal Federal manteve a decisão que autorizou a adoção de crianças por um casal homoafetivo, reforçando a isonomia conjugal, independentemente do gênero dos parceiros. Na decisão, a ministra argumentou que o conceito de família não pode ser restrito por se tratar de casais homoafetivos e que o conceito de família, com regras de visibilidade, continuidade e durabilidade, também pode ser aplicado a pessoas do mesmo sexo. Vitória da cidadania e um futuro melhor para essa criança e muitas outras que ainda serão adotadas por pais e mães amorosos.



No dia 31 de março, a Editora Metanoia, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, lançou um edital para a composição de um livro de contos e outro de poesia em comemoração aos 450 anos do Rio. O nome da publicação foi "Um Rio de Cores". Tive a alegria de ver meu conto ("Ocaso") publicado. Minha irmã Kátia Viula também teve duas poesias. Por causa desse lançamento, vários eventos foram realizados na Cidade Maravilhosa para a divulgação desse material. Todos os que compareceram receberam seus exemplares gratuitamente. É a cultura da celebração da diversidade avançando, apesar de tanta obscuridade por parte de alguns. 

Eu estive na Arena Dicró e amei tudo o que vi. Parabéns aos realizadores.



Em abril, um caso chocante de completa violação dos direitos humanos foi tristemente testemunhado pelo Brasil. Verônica Bolina, que havia agredido uma senhora num surto psicótico, foi detida, levada para um presídio e desfigurada pelos que deveriam apenas detê-la até que a Justiça se pronunciasse sobre o caso.

Verônica errou gravemente, mas o que lhe fizeram deveria levar todos os envolvidos à imediata demissão. O Brasil tem leis duras contra a tortura, mas o fato de ser travesti parece ter embaçado a visão de muita gente para a gravidade da violação. Ainda espero um desfecho mais justo para esse caso.



Em maio, foi realizado o 12º Seminário LGBT no Congresso Nacional. Capitaneado pelo Deputado Federal Jean Wyllys, que contou com apoio de Erika Kokay e outros parceiros, o seminário fez história. Daniela Mercury e sua esposa também participaram.


No dia 31 de maio, enquanto eu voava para São Paulo, tive a grata surpresa de encontrar a 158ª edição da revista GOL e ler relatos belíssimos de famílias formadas por dois pais, duas mães, só avós, etc. A matéria tinha a ver com o mês das mães. Foi inspirador. Escrevi sobre a experiência e enviei para a empresa reforçando a bela atitude deles.


O mês dos namorados (junho) foi um tempo de fortes emoções. Graças ao falastrão do Silas Malafaia, a empresa O Boticário ganhou ainda mais visibilidade para sua campanha publicitária. A propaganda veiculada em horário nobre na TV mostrava três casais trocando presentes: um casal misto, um casal de mulheres e um casal de homens. A propaganda, que foi feita com muito bom gosto, foi alvo dos impropérios do fanático homofóbico. Muita gente apoiou o Boticário e empresa acabou vendendo 30% mais que na campanha anterior.

O Blog Fora do Armário também entrou na "briga" e lançou a campanha "Mostre que Você Apoia o Boticário", solicitando que as pessoas enviassem fotos de momentos em que estivessem comprando os produtos ou simplesmente com algum produto O Boticário que já tivessem em casa. O resultado foi enviado para a empresa, e ela respondeu carinhosamente agradecendo pelo apoio.



No dia 25 de junho, a lei estadual que proibia a discriminação sexual, que havia sido derrubada por uma manobra conservadora-fundamentalista, foi devidamente restabelecida. O estado do Rio de Janeiro continua proibindo e punindo a discriminação sexual nos estabelecimentos comerciais e outros espaços públicos.



No dia 01 de julho, a Coordenadoria da Diversidade Sexual da Cidade do Rio de Janeiro lançou sua campanha anual contra o preconceito com um festa linda no Circo Voador. Fiquei muito bem impressionado com tudo o que vi. É bom ver o poder público promovendo ações afirmativas.



Olha que coisa mais divertida. No dia 24 (logo 24!!!) de junho, o livro Em Busca de Mim Mesmo teve sua tiragem esgotada. Agora, o livro só se encontra no formato e-book. Confira no Amazon. Não haverá nova tiragem. Quando você tiver lido vai compreender por que, uma vez começada a leitura, as pessoas não conseguem parar mais de ler. Aqui: https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM/ref=sr_1_1



Aqui no Blog Fora do Armário, uma entrevista que deu o que falar foi a do jovem ex-testemunha-de-jeová que saiu do armário. Quem tiver interesse em saber mais, pode acessá-la aqui: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2015/07/jovem-ex-testemunha-de-jeova-e-gay-fala.html

A organização da testemunhas de jeová (Sociedade Torre de Vigia) é uma das mais cruéis para com pessoas LGBT no segmento religioso.
 



A lindíssima Viviany Belaboni fez manchetes! Ela conseguiu fazer a melhor e mais poderosa performance já realizada em todas as paradas LGBT do Brasil. A apresentação foi feita na maior de todas as paradas LGBT do país - na de São Paulo. Tive o privilégio de estar à mesma mesa que Viviany no [SSEX BBOX], mas antes disso, eu já tinha escrito um texto intitulado "Coando um mosquito e engolindo um camelo", que considero ainda muito interessante e cuja leitura recomendo aqui também.
https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2015/08/coando-um-mosquito-e-engolindo-um.html




Em agosto, os assassinos de Lucas Fortuna foram finalmente sentenciados. O pai dele, Avelino Fortuna, foi incansável na luta para não deixar que o caso caísse no esquecimento. Estive em algumas manifestações e chego a me emocionar novamente só em dar essa nota aqui. Continuemos lutando para que ninguém mais morra nesse país por causa de LGBTfobia. https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2015/08/tres-anos-depois-os-assassinos-de-lucas.html




Em setembro, o Brasil teve o privilégio de receber Judith Butler, a maior referência em discussões sobre performance de gênero. Butler falou na Universidade Federal da Bahia e também no I Seminário Queer, SESC-SP: https://www.youtube.com/watch?v=S7g22OlSFK4 

Ouvi todas as palestras desse seminário. Material de primeira. Tudo disponível no YouTube.
 



O internauta que ameaçou o deputado Jean Wyllys de morte e ainda espalhou calúnias sobre ele na internet foi condenado. Ao contrário do que muitos possam pensar, Jean foi inteligente e não pediu que ele fosse aprisionado, mas que prestasse serviços a uma organização de promoção dos direitos LGBT. Quem sabe assim ele aprende, né?



No dia 18 de setembro, tive o privilégio de participar de um evento na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, intitulado "Sexualidade Diversa: Vamos conversar sobre a influência da religião dentro da sala de aula?" Foi um evento marcante. Auditório lotado e atento. Parabéns ao Welbert de Souza Cabral e equipe.



Na vida particular, foi um ano de começar e de terminar um relacionamento amoroso. Na verdade, ser terminado. (hehehe) A vida é assim mesmo: começo, meio e fim. Algumas coisas, porém, chegam ao fim depois de um meio bem curtinho. ^^ Sem ressentimentos. Fiquei muito feliz quando Marcos me ligou para dizer que tinha passado num programa de mestrado com residência e bolsa para dedicação exclusiva. Fiquei feliz, porque fui um incentivador para que ele se inscrevesse. Sabia que ele tinha todas as condições para vencer essa. Ficou em terceiro lugar! Arrasa, bunyto!


Em outubro, também coloquei no Amazon o livro "Memórias eróticas de um menino gay". Trata-se de uma série de historietas com episódios picantes e até divertidos. Todos vividos durante minha adolescência. Histórias reais... ^^ https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2015/10/dicas-de-leitura.html




Foi ainda em outubro que fiz aqui, no Blog Fora do Armário, uma chamada para a campanha Eu sem Camisa, promovida por Di Santos. Tratava-se de uma ação de crowdfunding para que ele (um homem trans) pudesse fazer uma mamoplastia modeladora. Ele recebeu ajuda de várias pessoas e conseguiu fazer a operação.



Também em outubro, a Universidade Federal de Pernambuco deu um show de cidadania e inclusão das pessoas trans ao lançar uma campanha para que os alunos/alunas que fossem trans solicitassem o uso do nome social para todos os fins dentro da universidade. A campanha chamou atenção e fortaleceu a autoestima desses alunos/alunas e tomara que tenha servido de inspiração para outras instituições


Em novembro o [SSEX BBOX] e o Mix Brasil realizaram a 1ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] em São Paulo. Foi extraordinário! Gente como Buck Angel, João Nery, Carol Queen, Daniela Sea, Viviany Belaboni, Tatiana Lionço, Indianara, entre outras estrelas da diversidade sexual e de gênero estiveram presentes. No último dia, pude participar de uma mesa e garanto: quem esteve lá entre os dias 17 e 22 de novembro voltou cheio/cheia de coisas boas na bagagem existencial. Devido ao trabalho, só pude chegar no dia 21, mas minha irmã Katia Viula esteve lá do início ao fim e amou o evento! Não perca os próximos eventos. https://ssexbbox.com/



Não pude deixar de rir quando soube que Marisa Lobo, fundamentalista LGBTfóbica, teve suas contas de campanha eleitoral reprovadas pelo TRE. Como me divirto quando moralistas como ela revelam-se tão pouco ético$: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2015/11/marisa-lobo-tem-contas-de-campanha.html




Em novembro, também foi realizada a 3ª Conferência LGBT no Estado do Rio de Janeiro. Essa é sempre uma etapa importante para as políticas públicas em nível local e nacional.




Dezembro já começou com muito amor no ar! O Rio de Janeiro realizou sua 6ª Cerimônia Coletiva de Casamento Homoafetivo, com 185 casais no Tijuca Tênis Club. Foi um sucesso total! A cerimônia foi promovida pelo programa estadual Rio sem Homofobia.



Um livro que deu o que falar esse ano - e que foi lançado no Brasil em dezembro - foi "Este livro é gay... e hétero, e trans, e bi...", escrito por James Dawson. Comprei um na Livraria Cultura, li-o todo e gostei tanto que fiz um vídeo e e ainda escrevi para o autor e para as editoras dele no Brasil e no Reino Unido.

Dawson está fazendo uma transição do masculino para o feminino nesse momento e deverá se apresentar de outra maneira no próximo ano. As editoras responderam com satisfação e gratidão. Recomendo esse livro dele, especialmente para os jovens.


Para fechar, gostaria de falar de três memórias pessoais.




A primeira foi ter passado para o programa de mestrado da UERJ e começado no primeiro semestre de 2015. Isso me deixou muito feliz, apesar de me acrescentar muitas novas responsabilidades.



A segunda foi meu recesso em João Pessoa (PB). Descanso necessário. Foi simplesmente MARA (!!!), especialmente graças a meus primos e a um grande amigo meu, Edivan. Esses lindos tornaram tudo ainda mais mágico!



E a terceira foi o aniversário de 21 anos do meu filho mais novo. Pois é, agora, tenho dois filhos em maioridade plena (estou velhaaaa!!!): Larissa, com 23, e Isaac, com 21, completos nesse dia 29 de dezembro. Não fizemos uma festa no sentido pleno do termo. Foi um encontro muito simples. Mas, ele mesmo disse que foi muito especial e isso nos deixou muito felizes.
 

O que mais poderia dizer?

Que venha 2016, trazendo muitas alegrias, vitórias para a diversidade e para a liberdade de ser e de viver plenamente.



O Blog Fora do Armário, na pessoa de seu administrador, Sergio Viula, deseja a todos e todas um 2016 repleto de coisas boas, pontilhado de pessoas fantásticas (preferencialmente, ficando ^^) em sua vida, e recheado de conquistas que tornem a vida de cada um de seus leitores e leitoras ainda mais significativa e confortável.

Feliz ano novo! Muita purpurina e um lindo arco-íris colorindo sua vida e a dos seus queridos e queridas permanentemente!!!

O bom da vida é ser feliz!


Sem dúvida, o título desse post é um jargão muito falado e pouco vivido. Mas não é difícil viver feliz, exceto quando há dor insuportável física e/ou psíquica. Talvez a maioria das pessoas que eu conheço só não sejam mais felizes porque vivem muito preocupadas com o que os outros pensam delas. Consomem-se achando que não podem dizer (ou não dizer), fazer, (ou não fazer), desejar (ou não desejar) isso ou aquilo. Ontem mesmo, eu pensava e falava sobre isso com alguns amigos. 

É incrível como nos preocupamos com o que pensam os outros a nosso respeito. Isso inclui pai, mãe, irmãos, vizinhos, gente do nosso meio social, etc. Só nos esquecemos de uma coisa: Esses "ilustres" companheiros de viagem são seres que estarão esquecidos dentro de pouco tempo. Depois que a última pá de terra cobrir seus cadáveres, serão cada vez menos lembrados, até caírem no mais completo esquecimento. Portanto, o que eles pensam de nós não deveria fazer tanta diferença assim. Mais do que isso: não somos tão importantes quanto pensamos. Por que imaginar que todo mundo passa o tempo todo pensando numa só coisa: em nós? O que nos faz pensar que eles não tenham coisa melhor para fazer? E se não inventarem, aí merecem mesmo esse tormento de pensar em nós o dia inteiro. (risos) 

Além disso, nós também seremos esquecidos pouco tempo depois que a última pá de terra cobrir o que sobrar dos nossos "lindos" corpinhos depois do último suspiro.

Esses dias, eu disse uma frase que me fez rir: "Depois de morto, qual a diferença entre o cadáver em cima da maca de um hospital ou da mesa do IML e um frango depenado em cima da pia?" E respondi da seguinte maneira à minha própria pergunta: "Basicamente, a diferença é que não comemos gente, mas comemos frango (eu nem frango, como mais... hehehe). Ri da minha própria fala, mas não deixa de ser verdade. Somos tão cheios de auto-importância que achamos que o que fazemos ou deixamos de fazer poderia abalar as estruturas do planeta.

*Desculpem esse neologismo anglicanista, pois, em inglês, existe o adjetivo composto self-important. De onde tirei "auto-importante".

Tenha paciência, meu povo! O planeta não dá a menor importância para o fato de estarmos vivos ou mortos, andando ou vegetando, trepando ou tricotando. Quem banca o vigia da vida alheia para fins destrutivos nem merece ser ouvido, para começo de conversa. O que deve nortear nossas ações é simplesmente o desejo de viver do modo mais feliz possível enquanto não batermos as botas. E isso faz toda a diferença, inclusive para a construção de ética que norteia nossas ações para a realização de uma vida justa e produtiva, mas muito mais ainda para o desfrute de uma vida o mais livre possível das amarras moralistas que nos enroscam o pescoço e nos puxam para as profundezas da melancolia, do medo, do sentimento de culpa, do ressentimento contra nós mesmo e contra aqueles a quem conferimos o poder de nos infelicitar.

Então, o negócio é fazer aquilo que se quer no melhor das possibilidades vigentes. Sem esquecermos, é claro, que o outro tem tanta dignidade quanto nós mesmos e o direito de conduzir sua vida como bem entender, ou seja, do mesmo modo como devíamos encarar as nossas próprias possibilidades de realização - sem a interferência de terceiros. A regra áurea que podemos (e acho que é melhor para nós e para todos façamos exatamente isso) é: não fazer ao próximo aquilo que a gente não deseja que os outros nos façam também.

Agora, aos ressentidos pelo modo livre e resolvido como vivem aqueles que não têm medo de careta, o nosso mais ilustre e sofisticado 'beijinho no ombro'.

Se em 2016, você conseguir viver com essa leveza, você será e fará muito mais gente feliz ao seu redor. Pessoalmente, tenho procurado viver assim e lamento muito pelos perdem tempo com sentimentos e ideias que sequestram o melhor de suas vidas. Não se submeta ao mau humor, ao rancor, à sobrancelha já quase paralisada em posição de franzimento que os moralistas hipócritas, ressentidos com a própria miséria existencial em que vivem, geralmente manifestam sempre que veem uma boa oportunidade para contaminar os outros com esses sentimentos. Se tem uma coisa que a miséria existencial adora é companhia, especialmente para contágio de contato. Claro que podemos ser acometidos por sentimentos como esses em algum momento, mas assim como fazemos com os sintomas de uma virose, devemos nos livrar deles o mais rápido possível, antes que venham a se tornar coisa bem pior.

Como dizem, uma imagem diz mais que mil palavras.

Eu sempre digo que para os recalcados incuráveis, existe um botãozinho silencioso, mas com eficiência comprovada. Ele é vermelho e pisca sempre que existem babacas na área. Geralmente, traz a seguinte instrução no topo: "Em caso de babaquice deliberada ou recorrente, aperte aqui." Quando você aperta, uma luz vermelha destaca um verbo imperativo, acompanhado de partícula pronominal que indica a voz passiva. Eis que surge em toda a sua glória onipotente FODA-SE! acompanhado de um retumbante "Aleluia" de Handel. Não tem coisa melhor do que o botão do foda-se para momentos assim. E depois é só seguir em frente sem sequer olhar para trás, porque tem muita coisa melhor para fazer com seu tempo, baby. ;)

Mas para viver tudo isso sem chantagem de qualquer tipo, garanta-se financeiramente. Mesmo que seja pouco, que dê para você viver sozinho. Porque quem depende do pão alheio não tem autonomia de fato.

Ah, e não preciso nem dizer que se você entrar numa de ficar ressentido com as conquistas dos outros, você ainda precisa crescer muito. Honestamente, eu quero mais é que todo mundo seja feliz, porque gente feliz não enche o saco. Então, eu não tenho a menor inveja nem dos amigos nem dos inimigos. Kkkkk E isso dá uma leveza extra para a vida. Tenho até pena de quem se preocupa muito com a inveja alheia. Não faz o menor sentido. A gente tem que tomar cuidado é com as ações concretas que podem ser motivadas por esses sentimentos, mas o olho do outro não tem poder algum em si mesmo. Gostou? Olha mesmo, bunitx. ^^

Então, é isso: Mais alegria, amor, tesão, orgasmos e realizações em todas as áreas no ano que se aproxima. É o que deseja o Blog Fora do Armário na pessoa desse blogueiro (Sergio Viula), porque o primeiro passo para viver feliz é justamente viver sem medo de "botar a cara no sol". Não é como se morre, mas como se vive que conta. ;)




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