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Sibéria Indígena: Onde o Gênero Sempre Foi Fluido

Sibéria Indígena: Onde o Gênero Sempre Foi Fluido


Xamã siberiano
Entre os povos indígenas da Sibéria, xamãs que transitavam entre masculino e feminino eram vistos como seres “entre dois mundos” — espirituais e de gênero. Hoje, jovens queer e trans siberianos redescobrem essa herança.


Muito antes da colonização russa e da repressão soviética, povos indígenas da Sibéria já viviam realidades em que o gênero não era rígido, mas parte de um espectro espiritual e social. Entre grupos como os iacutes (ou sakha), evenkis, chukchis e koryaks, havia homens e mulheres que assumiam papéis de outro gênero — e eram respeitados por isso, especialmente no contexto xamânico.

Os xamãs, figuras centrais nas comunidades siberianas, muitas vezes desafiavam as fronteiras entre masculino e feminino. O antropólogo russo Waldemar Jochelson, no início do século XX, descreveu casos entre os iacutes e evenkis de “xamãs do sexo masculino que, após iniciação espiritual, vestiam-se como mulheres, assumiam papéis femininos e eram considerados ‘entre dois mundos’ — não apenas o mundo dos espíritos, mas também o de gênero”.


Xamã iacute


Essa ambiguidade era vista como um dom, uma manifestação do poder espiritual de quem transita entre planos, corpos e energias.

Pesquisadores como Marie Antoinette Czaplicka, Vladimir Bogoraz e S. M. Shirokogoroff registraram que, entre povos como os chukchis, a mudança de gênero era frequentemente entendida como um chamado dos espíritos. A pessoa — geralmente um homem — passava a adotar penteados, roupas, ocupações e gestos femininos, abandonando as atividades tradicionalmente masculinas. Esses “xamãs transformados” ou “homens suaves” (soft men, nas traduções inglesas) podiam inclusive se casar com outros homens, exercendo papéis domésticos e sociais femininos sem perder o respeito da comunidade.

O xamanismo siberiano, portanto, não via o gênero como uma prisão, mas como parte da jornada espiritual. O equilíbrio entre forças opostas — dia e noite, vida e morte, masculino e feminino — era essencial para a harmonia do mundo.

Essas expressões de gênero e sexualidade faziam sentido dentro de cosmologias próprias, muito antes de existirem palavras como “transgênero”, “não-binário” ou “Two-Spirit”.

Com a chegada do Império Russo e, depois, do regime soviético, essas tradições foram perseguidas. O xamanismo foi criminalizado, práticas espirituais proibidas e os papéis de gênero passaram a ser rigidamente moldados pela moral cristã e pelo materialismo estatal. Grande parte da diversidade indígena — espiritual e sexual — foi silenciada, transformada em tabu ou simplesmente apagada da história oficial.

Mas o século XXI trouxe novos ventos. Jovens indígenas e pessoas LGBTQ+ da Sibéria estão redescobrindo e reivindicando suas raízes queer, reconstruindo pontes entre ancestralidade e resistência contemporânea.


 Soldado Kowalisidi, ativista trans e intersexo originário da Sibéria


Um dos nomes que simbolizam essa retomada é Soldado Kowalisidi, ativista trans e intersexo originário da Sibéria. Desde 2010, Kowalisidi luta pelos direitos trans e queer na Rússia, enfrentando perseguições, ameaças e violência num dos países mais hostis à diversidade de gênero e orientação sexual.

Seu ativismo dá continuidade, em novas formas, à coragem dos antigos xamãs que cruzavam fronteiras de corpo e espírito para manter o equilíbrio do mundo.

A Sibéria sempre foi diversa — e continua sendo. Entre tundras e taigas, resiste uma memória viva de espiritualidade e liberdade que ecoa nos corpos e vozes de quem insiste em existir fora das margens impostas.


📚 Para quem desejar pesquisar mais:


Jochelson, Waldemar. The Yakut. Memoirs of the American Museum of Natural History, 1933.

Czaplicka, Marie Antoinette. Aboriginal Siberia: A Study in Social Anthropology. Oxford, 1914.

Bogoraz, Vladimir. The Chukchee. Memoirs of the American Museum of Natural History, 1904–1909.

Shirokogoroff, S. M. Psychomental Complex of the Tungus. London, 1935.

“Gender Reversals and Gender Cultures” (1996) – estudos etnográficos sobre gênero entre os povos siberianos.

Entrevista com Soldado Kowalisidi em Speak Act Change: What It Means to Be a Trans Rights Activist in Siberia: https://www.speakactchange.org/2017/09/08/means-trans-rights-activist-siberia-conversation-soldado-kowalisidi/?utm_source=chatgpt.com

Coragem e escrita: pioneiros da literatura homoafetiva na Rússia

Coragem e escrita: pioneiros da literatura homoafetiva na Rússia


Por Sergio Viula


A história da literatura russa guarda nomes que desafiaram normas sociais e políticas para expressar sua sexualidade e identidade. Em tempos de repressão, esses escritores não só revelaram seus desejos, mas também abriram caminhos para a literatura LGBT+ na Rússia. Entre eles, destacam-se Mikhail Kuzmin, Grão-Duque Konstantin Konstantinovich e Evguêni Kharitonov.


Mikhail Kuzmin (1872–1936)


Mikhail Kuzmin

Pioneiro da literatura homoafetiva russa, Kuzmin abordou abertamente temas LGBT+ em sua obra. Seu romance Asas (1906) narra a história de Vânia Smurov, um jovem que descobre sua sexualidade ao se apaixonar por seu mentor, Larion Strup. A obra causou escândalo na Rússia czarista, mas é hoje considerada um marco da literatura LGBT+, mostrando que a expressão do amor entre pessoas do mesmo sexo sempre encontrou formas de existir, mesmo em sociedades conservadoras.


Grão-Duque Konstantin Konstantinovich (1858–1915)


Grão-Duque Konstantin Konstantinovich

Membro da família imperial russa, Konstantin Konstantinovich manteve diários íntimos nos quais revelava suas lutas relacionadas à homossexualidade. Apesar de ser casado e pai de nove filhos, ele descreveu encontros com homens e os conflitos entre suas obrigações públicas e seus desejos pessoais, oferecendo um retrato profundo da tensão entre identidade e expectativa social.


Evguêni Kharitonov (1941–1981)


Evguêni Kharitonov 

Escritor e cineasta vigiado pela KGB, Kharitonov escrevia e distribuía seus textos de forma clandestina. Durante a era soviética, ele abordou temas homoafetivos em sua obra, deixando um legado fundamental para a literatura underground russa e mostrando a resistência do amor e da expressão sexual mesmo sob regimes repressivos.


Perseguição e resistência LGBT na Rússia hoje


Vladimir Putin tem perseguido os cidadãos russo LGBT sem trégua


Infelizmente, a perseguição à comunidade LGBT+ na Rússia não é coisa do passado. Desde 2013, a chamada “lei contra a propaganda gay” proíbe qualquer divulgação de informações sobre relações entre pessoas do mesmo sexo para menores, criminalizando a visibilidade e silenciando vozes LGBT+. Ainda assim, movimentos de resistência surgem em diferentes formas: publicações independentes, ações de ativismo online, grupos de apoio e artistas que continuam a criar obras que afirmam a diversidade sexual. A coragem de Kuzmin, Konstantinovich e Kharitonov ecoa até hoje, inspirando novas gerações a lutar por liberdade, expressão e dignidade.

Esses exemplos históricos e contemporâneos nos lembram que a coragem de viver e escrever quem somos não é recente. A literatura e a resistência LGBT na Rússia continuam a ser ferramentas de afirmação, identidade e esperança, provando que mesmo sob repressão, a diversidade sempre encontra formas de resistir.

Linha do Tempo da Repressão LGBT na Rússia

 
Até abril de 2025, Vladimir Putin acumulava mais de 24 anos no poder
considerando seus mandatos como presidente e primeiro-ministro.


🕰️ Linha do Tempo da Repressão LGBT na Rússia


2013 – Lei da "Propaganda Gay"

  • Data: 30 de junho de 2013

  • Medida: Aprovada uma lei federal que proíbe a "promoção de relações sexuais não tradicionais" para menores de idade.

  • Impacto: Tornou ilegal qualquer manifestação pública pró-LGBT que pudesse ser interpretada como "influência sobre crianças", incluindo paradas, bandeiras, e discussões em escolas.


2017 – Prisões e perseguições na Chechênia

  • Data: Abril de 2017 (denúncias reveladas)

  • Medida: Prisão, tortura e desaparecimento de dezenas de homens suspeitos de serem gays na região da Chechênia.

  • Impacto: Condenação internacional, mas negação por autoridades locais e inação do governo central russo.


2020 – Emenda Constitucional

  • Data: 1º de julho de 2020

  • Medida: A Constituição russa foi alterada para incluir a definição de casamento como a união exclusiva entre um homem e uma mulher.

  • Impacto: Proibição constitucional do casamento homoafetivo.


2022 – Expansão da Lei de "Propaganda Gay"

  • Data: 5 de dezembro de 2022

  • Medida: Expansão da lei de 2013 para proibir a “propaganda de relações sexuais não tradicionais” para todas as idades, não apenas menores.

  • Impacto: Qualquer mídia, livro, filme, música ou manifestação pública pró-LGBT passou a ser censurada ou banida.


2023 – Proibição do Movimento LGBT

  • Data: 30 de novembro de 2023

  • Medida: A Suprema Corte da Rússia declarou o “movimento social internacional LGBT” como extremista, proibindo oficialmente suas atividades.

  • Impacto: ONGs, grupos, eventos e materiais pró-LGBT passaram a ser considerados ilegais. Qualquer associação pode resultar em prisão.


2024 – Banimento de organizações internacionais pró-LGBT

  • Data: Abril de 2024

  • Medida: A Procuradoria Geral da Rússia declarou a Elton John AIDS Foundation como uma organização “indesejável”.

  • Impacto: Proibição de funcionamento no país. Funcionários e apoiadores podem ser acusados criminalmente.

  • Justificativa: “Promoção de valores familiares ocidentais e relações sexuais não tradicionais.”


🗨️ Comentário deste blogueiro:

Cada item dessa linha do tempo é um lembrete brutal de como o ódio pode ser institucionalizado e travestido de "proteção à infância", "tradição" ou "segurança nacional". O que está acontecendo na Rússia é um exemplo escancarado de como regimes autoritários precisam de bodes expiatórios para manter o controle — e nós, pessoas LGBT+, estamos entre os alvos preferenciais.

É assustador ver como a perseguição avançou do silêncio forçado para o desaparecimento de vidas e o banimento completo da nossa existência. E tudo isso sob aplausos de setores ultraconservadores que sonham com o mesmo tipo de repressão em seus próprios países.

O mais perverso é que essa máquina de repressão não se contenta em nos excluir: ela quer apagar a nossa história, a nossa cultura e até a nossa solidariedade internacional — como mostra o ataque à fundação do Elton John, que salva vidas!

Mas há algo que eles nunca conseguirão banir: nossa coragem. Nossa verdade. Nossa luta. E é por isso que seguimos fora do armário.

Trump coloca as unhas de fora em atitude chantagista e imperialista jamais vistas no salão oval

Zelensky com Trump 
no Salão a Oval


Trump e a Ucrânia: O Desastre da Reunião no Salão Oval


A reunião entre Donald Trump, JD Vance e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Salão Oval foi um verdadeiro desastre diplomático. Em vez de uma colaboração em torno da luta contra a invasão russa, o encontro virou um espetáculo de hostilidade, com Trump e Vance descreditando Zelensky e suas ações. A guerra na Ucrânia, que já era uma questão partidária nos Estados Unidos, foi ainda mais politizada, com figuras republicanas se afastando do apoio a Zelensky, principalmente devido à postura de Trump.

Durante a reunião, Trump fez questão de atacar a administração do presidente Barack Obama, sugerindo que a Ucrânia enfrentava desafios devido a uma "falta de ação" do ex-presidente. Ele implicou que Obama falhou em ajudar a Ucrânia de maneira eficaz durante a crise de 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia. Trump ainda usou a retórica de que, se fosse presidente, teria uma postura mais dura contra Putin, insinuando que Obama não fez o suficiente para impedir a invasão russa.

Zelensky, que tem enfrentado um grande desgaste enquanto tenta salvar seu país, se viu confrontado pela postura agressiva de Trump, que parecia mais interessado em atacar a administração Biden do que em apoiar a Ucrânia. Esse evento marcou uma virada no apoio internacional à Ucrânia, com a base republicana alinhando-se cada vez mais com o discurso isolacionista de Trump.

O impacto dessa postura pode ser devastador não apenas para a Ucrânia, mas para os Estados Unidos, que têm se afastado dos valores democráticos ao estreitar laços com autocratas como Putin. O apoio à Ucrânia, uma vez unânime, agora enfrenta crescente resistência dentro do partido republicano, e a interferência russa nas eleições americanas de 2016 continua a ser uma sombra sobre as relações políticas atuais.

Canadá e Europa reagem à descompostura de Trump 

Após o tenso encontro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, no Salão Oval da Casa Branca, líderes do Canadá e da Europa expressaram forte apoio à Ucrânia. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, reafirmou o compromisso do Canadá em apoiar a Ucrânia diante da agressão russa. 

Líderes europeus também se manifestaram. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, convocou uma cúpula de emergência em Londres para discutir estratégias de apoio à Ucrânia. O presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou a posição da França em apoiar a Ucrânia e condenar a agressão russa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou a dignidade e coragem de Zelenskyy, reafirmando o compromisso da UE com a soberania ucraniana. 

Essas reações destacam a solidariedade internacional com a Ucrânia após o confronto diplomático ocorrido no Salão Oval.

Qualquer pessoa minimamente sensata concordará com os líderes canadense e europeus nessa questão.

Trump e seus aliados parecem mais dispostos a colaborar com regimes autocráticos do que a proteger os princípios democráticos que sustentam a ordem internacional pós-Segunda Guerra Mundial. O cenário internacional que se desenha coloca em risco o futuro das relações globais e a segurança mundial.

Lawrence O'Donell comenta como Trump foi humilhado hoje diante de todo o mundo

Lawrence O'Donell comenta como Trump foi humilhado hoje diante de todo o mundo


Lawrence O'Donell


O texto abaixo é uma transcrição do vídeo feito em inglês por Lawerence O'Donell e publicado pela MSNBC em seu canal no YouTube. Veja o que disse esse analista sobre um vexame nunca antes vivenciado por um presidente dos EUA em circunstâncias semelhantes. Trump mentiu diante do presidente da França e foi imediatamente corrigido ao vivo.


Donald Trump fez história hoje, tornando este um dia que será lembrado com infâmia na história presidencial. Hoje, ele rejeitou formalmente a posição que todos os presidentes americanos mantiveram desde que Franklin Delano Roosevelt liderou os Estados Unidos à vitória na Segunda Guerra Mundial: a liderança do Mundo Livre. Roosevelt transformou a presidência nesse papel durante a guerra, e todos os presidentes subsequentes até Trump cumpriram essa responsabilidade, especialmente nas Nações Unidas.

As Nações Unidas nasceram na imaginação do presidente Roosevelt enquanto ele tomava decisões estratégicas essenciais para a vitória na Segunda Guerra. Ele também planejava o período pós-guerra—o que ele chamava de "planejar a paz". Durante a guerra, ele às vezes se referia aos Estados Unidos e seus aliados como as Nações Unidas. Embora ele não tenha vivido para ver sua ideia se concretizar, a organização foi construída com base no seu projeto. Todos os dias, na ONU, o embaixador do presidente americano sempre se posicionou ao lado da liberdade. Os EUA consistentemente votaram com as nações livres do mundo contra regimes opressores.

No século XXI, à medida que Vladimir Putin transformava a Rússia novamente em uma ditadura, a liderança americana no Mundo Livre significava enfrentar a agressão russa. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, exatamente três anos atrás, a ONU aprovou seis resoluções condenando a invasão. Em todas as votações, os Estados Unidos se posicionaram ao lado do Mundo Livre—até hoje. Pela primeira vez na história, os EUA não defenderam a liberdade na ONU. Em vez disso, votaram com o ditador contra o Mundo Livre. Donald Trump ficou ao lado de Vladimir Putin nas Nações Unidas.

A partir de hoje, se há um líder do Mundo Livre, ele não é mais o presidente dos Estados Unidos. Esse papel pode agora pertencer ao presidente da França, Emmanuel Macron, que teve um papel crucial neste momento histórico. Trump se tornou o primeiro presidente americano a ser publicamente interrompido e corrigido por um aliado—enquanto mentia sobre esse próprio aliado.

O General Charles de Gaulle, presidente da França após a Segunda Guerra Mundial, era conhecido por seu ego imenso. Até Winston Churchill e Roosevelt tiveram que lidar com sua forte personalidade com cautela, evitando discordâncias públicas com ele. Macron, por outro lado, é um dos presidentes franceses menos egocêntricos da história. No entanto, hoje, foi o presidente francês de temperamento tranquilo que precisou interromper o presidente americano arrogante e corrigi-lo de uma forma que nenhum outro presidente dos EUA jamais foi corrigido por um chefe de Estado.

Trump repetiu uma falsa alegação comum sobre a ajuda europeia à Ucrânia, dizendo que a Europa apenas empresta dinheiro para a Ucrânia, enquanto os EUA fazem doações diretas. Macron o corrigiu imediatamente, explicando que a Europa pagou 60% de todo o esforço de ajuda e congelou ativos russos no valor de 230 bilhões de euros, que não eram garantias de empréstimos. Macron até segurou o braço de Trump para impedir fisicamente que ele continuasse espalhando desinformação. No entanto, a resposta de Trump foi simplesmente repetir a mesma mentira.

No dia em que Trump oficialmente rebaixou a presidência dos EUA ao seu ponto mais baixo no cenário internacional—não apenas renunciando à liderança do Mundo Livre na ONU, mas ativamente se posicionando contra ele—ele também foi humilhado no Salão Oval. Nenhum presidente anterior seria tão patológico a ponto de contar uma mentira tão facilmente desmentível na frente da própria pessoa sobre quem estava mentindo, e nenhum presidente anterior seria tão tolo a ponto de tentar.

Como escreveu o historiador Timothy Snyder, a divisão política atual é entre realidade e irrealidade. Trump constantemente representa a irrealidade, e seus seguidores permanecem presos nessa ilusão. Eles são imunes à realidade—mesmo quando o presidente da França expõe diretamente as mentiras de Trump no palco mundial.

Os apoiadores de Trump nunca reconhecerão o que aconteceu hoje no Salão Oval. E mesmo se vissem, não entenderiam. Trump sabe disso, e é por isso que, mesmo depois de ser desmascarado, ele simplesmente repete a mentira novamente.

No final do dia, o presidente Macron chegou a ir à Fox News para tentar alcançar os seguidores de Trump. Ele alertou que qualquer acordo de paz com a Rússia deve incluir garantias reais de segurança para a Ucrânia e para a Europa. Enquanto isso, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell—que antes apoiava Trump em tudo—emitiu uma rara repreensão. Ele condenou qualquer tentativa de minimizar o papel da Rússia como agressora, chamando isso de um "erro grosseiro de julgamento e de compreensão da negociação e da influência".

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com Macron, Trump também cometeu uma gafe embaraçosa sobre comércio. Ele criticou antigos acordos dos EUA com Canadá e México, perguntando: “Quem assinaria algo assim?” A ironia é que o acordo que ele criticava era o mesmo que ele havia assinado quando estava no cargo.

Dois presidentes humilharam Donald Trump hoje. O primeiro foi o presidente da França. O segundo foi o presidente dos Estados Unidos.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, resumiu a importância deste momento:

“Esta guerra tem um significado profundo. É uma luta pela independência, como tantas nações já enfrentaram. Aqueles que lutam sobrevivem. Aqueles que se rendem são apagados pela história. E nós, ucranianos, existimos—e sempre existiremos.”

Ucrânia e os direitos LGBTQ+: uma luta dentro e fora do campo de batalha


Ucrânia e os direitos LGBTQ+: uma luta dentro e fora do campo de batalha

Por Sergio Viula 


Desde o início da invasão russa em 2022, a LGBTQ+fobia tem sido usada como ferramenta de propaganda por Moscou. O governo de Vladimir Putin e seus aliados tentam justificar a guerra alegando que a Ucrânia representa uma ameaça aos "valores tradicionais" russos. No entanto, longe dessa narrativa distorcida, a realidade é que a sociedade ucraniana tem avançado significativamente em direção à aceitação e aos direitos das pessoas LGBTQ+.

Se conseguir garantir sua soberania, a Ucrânia pode se tornar um dos países mais progressistas da Europa nesse sentido.

O discurso de ódio como arma de guerra

Logo nos primeiros meses da invasão, o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, declarou que a Rússia estava lutando contra a Ucrânia porque os moradores de Donetsk "não querem Paradas do Orgulho impostas pelo Ocidente". Mais recentemente, em 2024, o governador de São Petersburgo afirmou que os soldados russos estavam defendendo o país contra uma suposta "neutralidade de gênero" nas escolas ucranianas – uma alegação sem qualquer fundamento.

Essa retórica não é nova. A Rússia há anos criminaliza e reprime qualquer manifestação de diversidade sexual e de gênero. Em 2023, a Suprema Corte russa classificou o suposto "movimento LGBT internacional" como extremista, colocando-o na mesma categoria de grupos terroristas como o ISIS e a Al-Qaeda. Também proibiu totalmente a transição de gênero, ignorando recomendações médicas e a autonomia individual das pessoas trans. Agora, planeja criar um banco de dados de cidadãos LGBTQ+, o que pode levar a perseguições ainda mais severas.

A resistência LGBTQ+ na Ucrânia

Enquanto a Rússia intensifica sua repressão, a Ucrânia trilha um caminho oposto. Desde a Revolução da Dignidade, em 2014, a sociedade ucraniana passou por mudanças significativas. O governo adotou políticas contra a discriminação, e a aceitação social das pessoas LGBTQ+ cresceu de forma impressionante.

Em 2023, pesquisas mostravam que 58% da população ucraniana tinha uma visão neutra ou positiva sobre a comunidade LGBTQ+. Em 2024, esse índice ultrapassou os 70%. O presidente Volodymyr Zelensky também se comprometeu a legalizar a união civil para casais do mesmo sexo.

Outro marco dessa transformação é a presença de pessoas LGBTQ+ no exército ucraniano. Embora ainda enfrentem desafios dentro das forças armadas, sua participação ativa na defesa do país tem contribuído para mudar percepções e ampliar a aceitação dentro da sociedade.

Curiosamente, um dos fatores que impulsionaram essa mudança foi o próprio discurso da Rússia. O fato de a LGBTQ+fobia ser usada como justificativa para a guerra fez com que muitos ucranianos passassem a enxergar a diversidade sexual e de gênero de forma mais positiva – afinal, se a Rússia é contra, então deve haver algo de errado com essa mentalidade repressiva.

A ocupação russa e o perigo real para a comunidade LGBTQ+

Nas regiões ucranianas sob ocupação russa, o cenário é drasticamente diferente. Relatos indicam que soldados russos têm perseguido deliberadamente pessoas LGBTQ+ e que a repressão contra essa população tem se intensificado. Para essas pessoas, vencer a guerra e retomar os territórios ocupados não é apenas uma questão de patriotismo, mas de sobrevivência.

Diante desse contexto, é crucial que a comunidade internacional continue apoiando a Ucrânia em sua luta não apenas pela soberania, mas pelos direitos humanos. A resistência ucraniana não é apenas militar – é também uma luta pela liberdade, pela diversidade e pela construção de um país mais inclusivo.

A história está sendo escrita agora, e as próximas páginas podem transformar a Ucrânia em um símbolo de progresso para toda a Europa.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia e a hipocrisia dos que não condenam as ações de Putin

 

A invasão russa já dura quase um ano e três meses



Por Sergio Viula

24 de abril de 2023


Quando eu condeno Vladimir Putin  pela invasão à Ucrânia e seus crimes de guerra, costumo ouvir muito chororô por parte das viúvas de Stalin, outro genocida que matou diretamente ou levou à morte milhões de habitantes da falecida Uniâo das Repúblicas Socialistas Soviéticas.  Não eram unidas, não se comportavam como repúblcias, nunca foram socialistas no sentido real do termo e nem se enquadravam como soviéticas literalmente, porque "sovietes" era o nome dado aos conselhos de trabalhadores originados na Rússia, que foram incorporados como funcionários do governo, perdendo a capacidade de se opor a ele sob qualquer circunstância. Os sovietes perderam sua função original, tornando-se parte da engrenagem ditatorial estatal. Marx deve ter batido cabelo dentro do túmulo de decepção e indignação com tudo isso. 

Fato é que, geralmente, essas nostálgicas amantes de ditadores assassinos de seu próprio povo, como foram Stalin e agora Putin, que também mata um povo vizinho, independente e pacífico, falam muito sobre os americanos quando me ouvem condenar tais crimes, como se eu não condenasse igualmente as desgraças que os EUA já fizeram e ainda fazem por aí. O que mais me diverte na tolice das colocações que fazem tentando minimizar o que jamais poderá ser justificado ou normalizado, especialmente no tocante à invasão da Ucrânia, é que esses desafetos dos dos EUA não deixam de comprar, nem mesmo por um dia sequer, os produtos que financiam os imperialistas do lado de cá do meridiano de Greenwich. 

Explico: 

Uma das maiores violências que os EUA e parte da Europa cometem é despejarem incessantemente o lixo produzido pelas indústrias de alimentos, de fármacos, de roupas e de eletrônicos em solo africano. Os africanos de vários países diferentes não aguentam mais tamanha violência, que, entre outras coisas, se constitui numa das mais cruéis e estratégicas formas de invasão e de envenenamento sistemático das riquezas naturais e das populações africanas. 

Uma das melhores matérias feitas sobre isso foi pelo Intercept (em inglês), cujo link eu vou colocar abaixo. Mas, existe uma outra só sobre eletrônicos feita pela BBC, em português, que eu também vou linkar aqui. 

Toda vez que você pensar em desviar a atenção dos crimes de guerra cometidos por Vladimir Putin, citando os EUA, lembre-se que você faz parte da engrenagem de destruição destes últimos e deixe de ser hipócrita. Você provavelmente nunca deixou de comprar o que eles vendem e muito mais provavelmente ainda nunca os pressionou a mudar o modo como obtém a matéria-prima dos seus produtinhos favoritos em solo estrangeiro e como descartam o lixo gerado por essa cadeia de produção e consumo quando já não servem ao propósito de aumentar o seu idolatrado capital. 

A César o que é de César - Putin fora da Ucrânia e julgado por crimes de guerra; os EUA e a Europa pressionados a mudar suas políticas de produção e descarte que causam mais dano do que muitas guerras recentes.

E você, viúva nostálgica de ditadores assassinos, vai aprender o que significa a ética de fazer aos outros o que você espera que eles façam a você. Ela não é religiosa, diga-se de passagem. Foi apenas apropriada por alguns monges escritores que a colocaram na boca de um dos maiores ícones da cultura pop de todos os tempos.


#putinnacadeia

#PutinIsaWarCriminal

#putincriminosodeguerra


LINKS:


BBC: 

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160109_lixao_eletronicos_ab

The Intercept:

https://theintercept.com/2020/04/19/africa-plastic-waste-kenya-ethiopia/

Ucrânia: Por que devemos condenar o ataque de Putin?

Ucrânia: Por que devemos condenar 
o ataque de Putin?














Assista esse vídeo e pense comigo. 
Mais do que notícia, um alerta!

                  

Reinaldo Arenas e o a ditadura cubana: Antes que anoiteça


Por Sergio Viula








Rafael Arenas – Antes que anoiteça


Rafael Arenas foi um escritor cubano perseguido pelo regime totalitário de Fidel Castro, que conseguiu se exilar, mesmo depois de denunciar o ditador ainda na ilha.

Link para a compra do livro (já esgotado na maioria das livrarias): https://www.estantevirtual.com.br/livros/reinaldo-arenas/antes-que-anoiteca/2030353469


Textos meus relacionados ao tema de Cuba e à perseguição aos LGBT:

1) A comunidade LGBT sob governos destros e canhotos: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2019/11/a-comunidade-lgbt-sob-governos-destros.html

2) Che Guevara, Fidel Castro e os LGBT em Cuba: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2020/10/che-guevara-fidel-castro-e-os-lgbt-em.html

NOTA: Não encontrei o filme para streaming. Ele está indisponível no Google Play, no Amazon e no YouTube, tanto para compra como para aluguel. O filme tem o título levemente diferente do livro. O filme foi intitulado Antes do anoitecer.

Aterrorizante: Crianças adotadas são arrancadas de seus pais gays na Rússia

Autoridades invadem apartamento de dois homens gays que tinha filhos adotados

Os investigadores envolvidos usaram a chamada "lei de propaganda gay" da Rússia para remover as crianças de seus lares.



Autoridades revistaram apartamento e causaram prejuízos 
a uma família formada por um casal homoafetivo e dois filhos adotivos. 
Foto: Facebook.



Fonte: Gay Star News
https://www.gaystarnews.com/article/terrifying-adopted-kids-removed-from-their-gay-dads-in-russia/

Traduzido e adaptado por Sergio Viula


Uma visita à sala de emergência logo se tornou um pesadelo para dois pais, que foram separados de seus filhos adotivos depois que as autoridades ordenaram que os meninos fossem retirados deles. Advogados dos homens decreveram a situação como "aterrorizante".

Em 19 de junho, dois homens russos levaram um de seus filhos ao hospital de Moscou para tratar um caso com suspeita de apendicite. Os homens não serão identificados aqui para sua segurança.

Assim que o médico descobriu que o garoto tinha dois pais, ele não hesitou em denunciar os dois para o Comitê Investigativo da Rússia. Além de ordenar que as autoridades removessem os meninos de seu lar, o Comitê processou os assistentes sociais envolvidos no processo de adoção por negligência.

Cerca de um mês depois, as coisas pioraram. As autoridades russas tentaram várias vezes revistar o apartamento dos pais e da família mais próxima deles. Por fim, derrubaram a porta do apartamento do casal e de um dos seus irmãos. Os investigadores também interrogaram um dos pais das crianças por mais de três horas.

Propaganda Gay

O Comitê decidiu que a adoção contrariava a controversa lei de "propaganda gay" da Rússia. Desde 2013, a lei proibe qualquer representação positiva de pessoas LGBT+ na mídia. O governo argumenta que a lei interrompeu a "promoção de relações sexuais não tradicionais para menores". Porém, o que a lei tem produzido é vigilância e perseguição diuturnas contra pessoas gays, lésbicas, bissexuais e transgêneras até mesmo em questões privadas como a vida familiar.

Grupos LGBTI de Moscou e de São Petersburgo uniram forças para apoiar o casal e prover-lhes assitência legal.

Como aconteceu a adoção?

A Rússia não permite a adoção por casais homoparentais. Acontece que um dos homens adotou os dois garotos legalmente. Os meninos tinham 12 e 14 anos de idade em 2010. Como pessoas solteiras podem adotar, e ele se encaixava no perfil, os assistentes sociais não recusaram o pedido de adoção.

De acordo com os advogados do casal, a agência de adoção em Lyublino realizava visitas regulares à casa deles desde 2010. Foram nove anos até o momento do ataque do governo contra a família. Durante todo esse tempo, a agência relatou que os dois homens cuidavam muito bem dos meninos.

De acordo com Polina, uma ativista da organização "Saindo do Armário", sediada em São Petersburgo, "os vizinhos do casal estavam presentes durante a revista e conversaram com a mídia. "Eles só disseram coisas boas sobre a família".

"De acordo com eles [os vizinhos], eles não notavam qualquer sinal de problema, as crianças cresciam numa atmosfera calma e inteligente, e os pais cuidavam dos filhos." - comenta Polina.

Polina diz que a lei de "propaganda gay" foi redigida de modo tão vago que não deixa claro o que é ilegal ou não.

Provavelmente, essa seja a razão pela qual essa aberração legislativa crie insegurança jurídica e dê margem para discriminação em todo o território russo, inclusive com uso de violência física, verbal e simbólica.

"A única coisa que pessoas LGBTI podem fazer para ficarem completamente seguras é permanecer na invisibilidade, é esconder sua orientação sexual e identidade de gênero, mentir em seu ambiente social", diz Polina.

"Também ficou claro que famílias homoafetivas com filhos seriam o grupo mais vulnerável sob essa lei, porque sob essa lei, você está "fazendo propaganda" todo dia apenas por ser uma família."

Polina também descreve o sentimento daqueles que são LGBT+ ou se solidarizam com suas lutas: "Estamos todos apavorados por causa das famílias com filhos adotivos, pois seria muito fácil anular adoções e destruir famílias."

"Essa tendência causará muito dano, primeiro e acima de tudo para as crianças, que de outro modo teriam famílias amorosas e solidárias", finaliza Polina.

Ativista LGBT Yelena Grigoryeva é assassinada em São Petersburgo

Yelena Grigoryeva era uma ativista LGBT muito conhecida na Rússia. (Dinar idrisovis/Facebook)


Com informações do Portal Pink News

https://www.pinknews.co.uk/2019/07/23/lgbt-activist-yelena-grigoryeva-murdered-in-st-petersburg/
Traduzido e adaptado por Sergio Viula



Rússia: Ativista LGBT Yelena Grigoryeva
é assassinada em São Petersburgo


Ativistas LGBT+ na Rússia disseram que a mulher assassinada em São Petersburgo era uma conhecida defensora dos direitos LGBT+ chamada Yelena Grigoryeva.

As autoridades disseram que uma mulher de 41 anos de idade foi encontrada morta com múltiplos ferimentos a faca no domingo passado, mas não revelaram seu nome.

Agora, ativistas e a mídia local já sabem quem é a vítima e trouxeram seu nome a público. Yelena Grigoryeva vinha recebendo inúmeras ameaças de morte por seu apoio público aos direitos LGBT+ na Rússia e por exigir a libertação de prisioneiros políticos na Ucrânia.

“A ativista dos movimentos democrático, anti-guerra e LGBT Yelena Grigoryeva foi brutalmente assassinada perto de sua casa,” escreveu o ativista de oposição Dinar Idrisov no Facebook.

De acordo com Idrisov e a Rede LGBT Russa (Russian LGBT Network), Grigoryeva havia recebido múltpilas ameaças de morte tanto online como offline, mas as autoridades não mostraram qualquer "reação perceptível" às suas denúncias.

Fonte: https://meduza.io/en/news/2019/07/22/lgbtq-activist-killed-in-st-petersburg

Um site de notícias de São Petersburgo chamado Fontanka disse que um suspeito foi preso depois que Grigoryeva foi encontrada morta com ferimentos a faca em suas costas e rosto. A notícia também diz que ela parece ter sido estrangulada.

Fonte: https://www.fontanka.ru/2019/07/22/143/

O jornal The Guardian relata que conhecidos de Grigoryeva disseram que seu nome estava numa lista de ativistas LGBT+ publicada por um site russo que convocava as pessoas a tomarem ações de "vigilantes" contra elas.

Fonte: https://www.theguardian.com/world/2019/jul/22/lgbt-activist-murdered-in-saint-petersburg  




Esse site russo encoraja usuários a caçarem e torturarem 
pessoas gays num jogo baseado no filme Jogos Mortais.



LGBTfobia estatal russa


A chamada "lei anti-propaganda gay", aprovada pelo parlamento russo em 2013, tornou-se uma das maiores responsáveis pelo encrudescimento da LGBTfobia na Rússia.

A lei proíbe a mera menção de palavras como gay, lésbica, bissexual, transgênero, queer, entre outras. Quem fizer qualquer declaração por escrito ou verbal sobre o tema, especialmente com intenção de defender os direitos dessa população como tal, enfrenta imediatamente as penalidades da lei.

A estupidez e crueldade dessa legislação pôde ser vista mundialmente durante a Copa do Mundo realizada naquele país em 2018, mas seus efeitos sobre a vida do cidadão são diuturnos e muito piores do que os jornalistas puderam captar.

Em julho de 2013, mesmo ano da aprovação da lei "anti-propaganda gay", quatro ativistas da ONG holandesa LGBT Groningen foram presos, deportados e proibidos de voltar à Rússia durante os próximos três anos, por terem sido acusados de violar a legislação nacional contra a chamada “propaganda de relações sexuais não-tradicionais”.

Os quatro estrangeiros estavam filmando um documentário sobre a comunidade gay na Rússia e participavam, na região de Murmansk, de um evento cultural para jovens ativistas de direitos humanos quando foram detidos.

Depois disso, a Chechênia (território russo com liderança autônoma) promoveu um 'expurgo' que levou mais de 100 homens gays à cadeia, os quais foram submetidos a todo tipo de maus tratos, culminando na morte de vários deles.

Graças ao esforço conjunto de uma ONG LGBT russa e ao apoio de cidadãos de outros países, muitos homens gays foram "contrabandeados" para fora da área de risco eminente na Chechênia e escaparam de ter o mesmo destino.

Durante a crise, os EUA deram uma das mais infames demonstrações de descaso para com as violações aos direitos dessas pessoas na Chechênia. A terra do Tio Sam, que se gaba de ser terra de oportunidades e de liberdade, negou vistos aos gays chechenos que tentaram escapar para lá em maio de 2017.

Em contrapartida, a reação do governo alemão foi totalmente diferente. A Alemanha abriu as portas para os homens gays que fugiram do expurgo LGBT na Chechênia.


Reações externas


França

Em maio de 2017, O presidente da Rússia estava na França para conversas com Macron duas semanas depois de sua vitória nas eleições. A cobrança de Macron vem depois que relatos sobre uma campanha brutal das autoridades chechenas contra homens gays foram amplamente divulgados, incluindo denúncias de tortura e assassinato.

"Eu enfatizei ao Presidente Putin... quão importante é para a França o respeito por todas as pessoas, todas as minorias", disse Macron durante uma conferência de imprensa com o líder russo.

"Falamos sobre os casos de pessoas LGBT na Chechênia... Eu disse ao Presidente Putin o que a França espera em relação a esse assunto, e concordamos em regularmente tratarmos do assunto."


Alemanha

A Chanceler alemã Angela Merkel pressionou o presidente russo Vladimir Putin para que investigasse alegações de perseguição homofóbica na Chechênia, durante uma rara reunião na Rússia.

Grupos de direitos humanos têm demonstrado preocupação com o tratamento que as pessoas LGBT estão recebendo na Chechênia, uma região autônoma da Rússia.

Os relatos chegaram no mês passado com muitos temendo pela própria vida: 100 PRESOS E TRÊS MORTOS.


Islândia

Em agosto de 2013, Reykjavik, capital da Islândia rompeu sua "irmandade" com a cidade de Moscou, em protesto contra a legislação contra a Comunidade LGBT na Rússia.Islândia.

Logo que as recentes legislações que enfraqueceram os direitos da Comunidade LGBT (lésbica, gay, bissexual, trans), não só na Rússia, mas também de forma internacional, com a proibição da "propaganda de relações sexuais não tradicionais" e a adoção de crianças por casais homossexuais estrangeiros, a cidade de Reykjavik, capital da Islândia, decidiu romper sua irmandade com Moscou.

"À luz dos acontecimentos que têm tomado lugar na Rússia nos últimos meses em relação aos assuntos gays, bissexuais e transexuais, a Promotoria distrital, o Gabinete de Direitos Humanos e o prefeito de Reikiavik com seu gabinete propõem emendar ou reincidir, conjuntamente como o Ministério de Assuntos Exteriores, o acordo de cooperação entre Reykjavik e Moscou", disse um comunicado da prefeitura da capital da Islândia.


E a ONU?

Enquanto essas reações por parte de alguns países são bem-vindas, é preciso que se diga que não são suficientes. A Rússia faz parte do conselho de segurança da ONU e tem voto em todas as decisões daquele organismo supranacional. Ela não pode violar a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos e sair ilesa.

O descaramento de Putin chegou ao ponto de impedir uma homenagem a Ban Ki-Moon, quando completou seu mandato como Secretário Geral das Nações Unidas, por causa de seu notório posicionamento em favor do reconhecimento dos direitos LGBT em todos os países do mundo.

A história LGBT na Rússia não é recente. Em 2013, mesmo ano da aprovação daquela lei desumana, eu traduzi e publiquei um wiki aqui no Blog Fora do Armário sobre a história LGBT na Rússia. Vale a leitura, sem dúvida.

Veja aqui: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2013/08/historia-lgbt-na-russia-um-wiki.html 

Sejamos todos, todas e todes sensíveis ao martírio a que estão sendo submetidos nossos irmãos e irmãs LGBTQ+ na Rússia e em qualquer outra parte do mundo.


Adolescente russo vence caso contra a "propaganda gay"

Guarda dos oficiais do Ministério do Interior Interior russo coagem uma manifestação lésbica, gay, bissexual e transgênero (LGBT) na VIII Parada de São Petersburgo, Rússia, em 12 de agosto de 2017 - © 2017 Reuters



Adolescente russo vence caso contra a "propaganda gay
"


Uma vitória fantástica para os direitos LGBT



Com informações de 
Kyle Knight
Pesquisador e ativista LGBT
Human Rights Resource
https://www.hrw.org/news/2018/10/31/russian-youth-wins-gay-propaganda-case


Traduzido e adaptado por Sergio Viula


Uma corte russa encerrou um caso contra um adolescente de 16 anos, no qual ele era acusado de ter quebrado a absurda lei contra a "propaganda gay". A lei efetivada em 2013 proíbe a discussão pública de qualquer informação positiva sobre "relações sexuais não tradicionais".

Em agosto de 2018, a Comissão sobre os Direitos de Menores e de Proteção a Menores multou Maxim Neverov em 50.000 rublos (o equivalente a 760 dólares ou 2.855 reais - câmbio na data desta publicação) por violar a lei contra "propaganda gay". A comissão alegou que o jovem Neverov havia postado fotos de homens jovens cuja aparência tinha características de propaganda de relações homossexuais em sua conta no Vkontake – um site russo de mídia social. Neverov foi o primeiro menor de idade a ser multado sob a lei, e imediatamente registrou uma apelação contra a decisão.

A alegada razão por trás da lei contra a "propaganda gay" da Rússia é que ao retratarem-se relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo como socialmente aceitáveis, constitui-se uma ameaça contra o bem-estar mental, moral e intelectual das crianças.

A verdade é bem o oposto, uma vez que a proibição expõe crianças e adolescentes a danos graves por negar-lhes acesso a informações essenciais e por perpetuar estigmas contra crianças lésbicas, gays, bissexuais e transgêneras (LGBT) e contra suas famílias. A lei foi devidamente condenada pelo Comitê sobre Direitos da Criança (da ONU), pela Corte Europeia de Direitos Humanos, pela Organização para Segurança e Cooperação na Europa, e pelo Conselho da Europa.

Neverov contou a repórteres que ficou surpreso com a decisão do tribunal favorável a ele. Ele disse que estava certo de que seria condenado de novo, uma vez que várias outras cortes vêm multando ativistas sob o pretexto da "lei de propaganda gay" nos últimos cinco anos. Anteriormente, esse ano, o governo usou a "lei de propaganda gay" para atacar o site ParniPlus, um espaço virtual que objetivava conscientizar a população sobre a epidemia do HIV, que explodiu entre homens que fazem sexo com homens - o que traz consequências graves não só para esse segmento populacional, mas para toda a sociedade. Paradoxalmente, o diretor do Centro Federal para AIDS em Moscou chamou a epidemia de HIV na Rússia de "catástrofe nacional". O governo primeiro proíbe a disseminação de informações, depois se espanta com o resultado disso. É ridículo.

No caso do jovem Neverov, porém, prevaleceram a Justiça e a Razão. Essa devia se tornar a norma, não a exceção, uma vez que a lei de "propaganda gay" da Rússia já foi e continua a ser exposta pelo que ela realmente é: uma desculpa cínica para discriminar a comunidade russa LGBT, inclusive seus membros mais jovens.

COPA DO MUNDO NA MESMA RÚSSIA QUE PERSEGUE LGBT?

COPA DO MUNDO NA RÚSSIA? QUEM PODE ESTAR SEGURO NUM PAÍS QUE IGNORA A PERSEGUIÇÃO, PRISÃO E ASSASSINATO DE PESSOAS LGBT?


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PARA A RÚSSIA COM AMOR:

https://www.netflix.com/title/80014602

Presidente francês exorta Putin a proteger os gays chechenos




Por Sergio Viula

Com informações de Emma Burrows 
(com a colaboração de Mathew Chance)
para a CNN em 29 de maio de 2017
http://edition.cnn.com/2017/05/29/europe/macron-putin-russia/


De acordo com uma reportagem da CNN, o presidente francês Emmanuel Macron exortou Vladimir Putin a garantir que os direitos das pessoas LGBT sejam protegidos em função de alegações sobre uma perseguição contra homens gays na república russa da Chechênia.

O presidente da Rússia estava na França para conversas com Macron duas semanas depois de sua vitória nas eleições. A cobrança de Macron vem depois que relatos sobre uma campanha brutal das autoridades chechenas contra homens gays foram amplamente divulgados, incluindo denúncias de tortura e assassinato.

"Eu enfatizei ao Presidente Putin... quão importante é para a França o respeito por todas as pessoas, todas as minorias", disse Macron durante uma conferência de imprensa com o líder russo.

"Falamos sobre os casos de pessoas LGBT na Chechênia... Eu disse ao Presidente Putin o que a França espera em relação a esse assunto, e concordamos em regularmente tratarmos do assunto."

Macron junta sua voz à da Chanceler alemã Angela Merkel que, também durante um encontro recente com Putin, pediu que o presidente garantisse os direitos das pessoas LGBT na Chechênia.
Existem relatos de espancamento e choques

Um homem falou a CNN, sob a condição de que sua identidade fosse mantida sob anonimato, que centenas de homens gays foram presos por causa de sua orientação sexual. Ele também foi preso e espancado.

"Eles começaram a me bater com os punhos e os pés. Queriam obter nomes de amigos gays", disse um outro checheno à CNN numa casa de refúgio.

"Depois, eles amarraram fios à minhas mãos e colocaram prendedores de metal nas minhas orelhas para me eletrocutarem. Eles têm equipamento especial e muito poderoso. Quando eles te dão um choque, você salta do chão, muito alto."

Alguns países estão buscando soluções para acolher esses refugiados da perseguição homofóbica na Chechênia, mas os ativistas dizem que o governo americano tem recusado as solicitações deles por ajuda.

A ativista Tatiana Vinnichenko, da Russian LGBT Network, compartilhou com a CNN imagens de abusos atribuídas à perseguição contra homens gays na Chechênia. A imagem foi compartilhada com a autorização da vítima.


Graves ferimentos podem ser vistos num homem
que foi detido e torturado por ser gay na Chechênia.


A organização Human Rights Watch diz que os homens perseguidos nesse expurgo gay na Chechênia não estão a salvo na Rússia. A ativista Vinnichenko concorda.

Human Rights Watch: https://www.hrw.org/report/2017/05/26/they-have-long-arms-and-they-can-find-me/anti-gay-purge-local-authorities-russias

"As vidas deles estão em perigo. Essas pessoas podem ser mortas", disse ela à CNN.

"Quando eles foram devolvidos pela polícia a seus parentes na Chechênia, eles foram 'tirados do armário'. A polícia disse aos parentes: 'Vocês sabem o que fazer.' Eles encorajaram os parentes a matarem sua própria carne e sangue", disse Vinnichenko.

A frase "vocês sabem o que fazer" fazem referência aos "assassinatos pela honra", que são considerados como uma maneira de expiar a vergonha da família quando um parente se declara ou é descoberto gay.

As autoridades chechenas negam as acusações, mas as evidências são irrefutáveis, inclusive com ativistas sendo presos ao tentarem entregar uma petição com centenas de milhares de assinaturas assim que desceram do carro em frente a um prédio do governo na Rússia.

Gay chechenos tentando escapar da Rússia têm vistos negados pelos EUA

Gay chechenos tentando escapar da Rússia 
têm vistos negados pelos EUA



Os que tentam escapar da perseguição
não conseguem econtrar um país que os acolha.


Por YEZMIN VILLARREAL
MAY 17 2017 7:07 PM EDT
http://www.advocate.com/authors/yezmin-villarreal


Traduzido por sergio viula



Os EUA estão negando vistos para homens gays e bissexuais que estão tentando escapar da Chechênia, uma república russa semiautônoma, onde muitos dos seus companheiros têm sido torturados em campos de concentração, conforme relata o BuzzFeed News: https://www.buzzfeed.com/lesterfeder/us-denies-visas-to-gay-russians-fleeing-kidnapping-and?utm_term=.ehpvzDzlAV#.eo35X2XQVn


Pelo menos, 40 chechenos estão escondidos na Rússia, disse a porta-voz da Russia LGBT Network, Svetlana Zakharova ao BuzzFeed News. Desde que os relatos de perseguição de homens chechenos gays e bissexuais, somente dois conseguiram obter vistos para países seguros, disse ela. Vários homens escaparam por conta própria e sem vistos.

Um porta-voz do Departamento de Estado americano disse ao BuzzFeed News o seguinte: "Como os registros de visto são confidenciais sob a lei americana, não podemos discutir casos individuais." O porta-voz acrescentou: "Os Estados Unidos continuam preocupados com a situação na República da Chechênia, onde relatos críveis indicam que pelo menos 100 homens foram detidos com base em sua orientação sexual."

Zakharova disse que "as negociações têm sido difíceis" com países que poderiam acolher chechenos em segurança,e na terça-feira o grupo dela notificou que "os Estados Unidos não emitirão vistos para pessoas da Chechênia."

A mídia russa primeiramente relatou em abril que pelo menos 100 homens gays e bissexuais haviam sido detidos e colocados em campos de concentração. Pelo menos três deles morreram. As autoridades chechenas continuam a negar que homens gays e bissexuais estejam sendo perseguidos porque alegam que não existem pessoas gays na Chechênia. Oficiais da Embaixada Russa a Israel disseram recentemente que eles haviam completado uma investigação e constataram que "não há vítimas de perseguição, ameaça ou violência." O presidente russo Vladimir Putin concordou, sob pressão, em investigar.


Fonte: The Advocate
http://www.advocate.com/politics/2017/5/17/gay-chechens-trying-escape-russia-denied-visas-us

Dezenas de homens gays salvos de expurgo na Chechênia por um ousado grupo russo

Pessoas têm protestado exortando 
o governo russo a tomar ação contra a LGBTfobia (Getty)


Por Elena Cherubini
9th May 2017, 3:51 PM
Para o Pink News
http://www.pinknews.co.uk/2017/05/09/dozens-gay-men-saved-from-purge-chechnya-daring-russian-group/


Tradução e leve adpatação: Sergio Viula


A organização Russian LGBT Network já ajudou a evacuar 40 homens gays da Chechênia, onde pelo menos quatro pessoas foram mortas num "expurgo gay".

Relatos no mês passado alegam que mais de 100 homens gays foram detido no expurgo checheno com muitos temendo pela própria vida.

Segundo relatos, homens gays estão sendo espancados, torturados com eletricidade, vivendo sem água ou sem comida.

Numa entrevista à NPE via Skype, o gerente de comunicações da Russian LGBT Network descreveu como a organização dela estabeleceu uma linha de apoio a homens gays para retirá-los da Chechênia.

A mulher, que permaneceu anônima devido ao risco envolvido em seu trabalho, disse que seu grupo já ajudou 40 homens a escapar da Chechênia.

Os homens são primeiramente evacuados da Chechênia para outras regiões da Rússia, antes de serem conduzidos para fora do país.

“Para a maioria deles, permanecer na Rússia é simplesmente mortal,” disse ela.

“Eles já estão sendo caçados por seus parentes... porque a homossexualidade é considerada uma mancha sobre toda a família e acredita-se que a única maneira de lavar essa mancha é matando a essa pessoa.”

Mais cedo essa semana, um adolescente gay foi empurrado para fora da varanda de um prédio pelo tio por causa de sua homossexualidade.

Depois de lançar esse serviço telefônico de suporte, a mulher disse que muitos dos homens têm sentido medo de ligar.

“Desde o começo, as primeiras pessoas que nos contataram... estavam terrivelmente apavoradas, elas não tinham certeza se podiam confiar ou se nós as mataríamos", disse ela.

A mulher acrescentou que o governo russo não está dando qualquer suporte e está ignorando as pessoas envolvidas nesse trabalho como uma organização LGBT.

Assine a petição do PinkNews para pressionar o governo a parar com a perseguição os homens gays na Chechnya,

“O que queremos deles nesse momento é que eles façam uma investigação adequada sobre esse assunto", disse ela.


“Houve muita atenção da parte da comunidade internacional, houve muita pressão, e as autoridades Rússia foram muito questionadas sobre o que está acontecendo na Chechênia, e em algum momento eles não puderam permanecer em silêncio."




Líder Checheno, Ramzán Kadýrov.


Ela chamou o governo de 'monstros' porque eles não estão fazendo nada sobre os cidadãos russos que estão sendo mortos e sequestrados.

O presidente russo Vladimir Putin, que inicialmente negou qualquer informação confiável sobre o assunto, agora concorda em investigar a perseguição na Chechnya.

Esse pronunciamento só foi possível depois que Putin foi exortado pelas autoridades incluindo os EUA, o Reino Unido, a ONU e a chanceler alemã Angela Merkel a tomar providências sobre isso.

O jornalista que primeiro descobriu a história foi forçado a se esconder depois de receber ameaças de morte em nome da Jihad. 


Nota 1: A Chechênia é um território majoritariamente dominado pelo islamismo, mas faz parte da Federação Russa.

Nota 2: O SSEX BBOX lançou uma campanha de visibilidade chamada beijaço LGBTQ online por direitos na Rússia. A hashtag é #kiss4LGBTQrights e está sendo executada no Instagram. Você só precisa publicar uma foto de beijo com qualquer pessoa, colocar a hashtag na legenda da foto e geolocalizar a foto em Moscou, Kremlin. Assim, o SSEX BBOX tem enchido o Kremlin com fotos de beijos, pressionando o governo de lá, uma vez que todo mundo que visita o Kremlin online acaba vendo as publicações. Eu, por minha conta, acrescentei mais hashtags para que as fotos apareçam em mais lugares. 


Nota 3: Se você entende bem a língua inglesa, leia e ouça essa entrevista com meu amigo queer gender Pri Bertucci para a rádio KPFA, em San Francisco, sobre tudo isso e muito mais. 

Nesse link, você pode acessar a entrevista diretamente e até baixá-la para seu aparelho eletrônico: https://kpfa.org/episode/talk-it-out-radio-may-7-2017

O QUE É O SSEX BBOX
http://www.ssexbbox.com/sobre/

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E falando em 'jihad' e movimentos islâmicos e/ou governos extremistas, vale a pena resgatar o seguinte trecho de uma postagem feita à época do ataque à boate Pulse. Falo sobre isso porque algumas das justificativas à perseguição contra homens gays na Chechênia passam pelo Corão e suas interpretações mais radicais. Veja abaixo:


Recomendo esse vídeo produzido pelo Dr. Bill Warner, do Centro de Estudos do Islão Político, comenta sobre a chacina na boate gay Pulse, em Orlando, Flórida. O que levou um muçulmano e se tornar jihadista, matar 49 pessoas LGBT e ferir outras 50?

No vídeo, ele também diz porque estamos perdendo a guerra contra a 'Jihad' e o que fazer para reverter o quadro.

A dica me veio através do perfil https://www.facebook.com/LeiIslamicaEmAcao/ no Facebook. 

Eles também mantém o blog http://infielatento.blogspot.com.br/ para chamar atenção sobre o avanço da Sharia, a lei islâmica aplicada a todos os aspectos da vida dos muçulmanos, inclusive o poder estatal onde ela é adotada.

Sobre a necessidade de se criticar o Islã, Maomé, a 'jihad' e os sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais que surgem a partir deles, muita gente nunca entendeu o Charlie Hebdo, inclusive quando eles falaram sobre o afogamento do menino imigrante. Sugiro que leiam esse ponto de vista publicado por mim na época em que a "treta" rolava solta nas redes sociais. Invista um tempinho nessa leitura. Acredito que será produtivo.


Sobre o cartoon do Charlie Hebdo com o menino sírio:

https://www.foradoarmário.com/2016/01/sobre-o-cartoon-do-charlie-hebdo-com-o.html


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