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Violência LGBTfóbica: resistir e avançar. O caso de Alexsander Lepletier


ALEXSANDER LEPLETIER
https://www.facebook.com/alexsander.lepletier


Por Sergio Viula

Soube da violência sofrida pelo Alexsander através de um contato dele pelo Facebook. 

Fiquei indignado com a ação irresponsável do guarda-vidas - no referido posto em Ipanema - diante da ameça de dois indivíduos que atuam na praia alugando barracas. 

Depois, fiquei chocado que a própria PM não tenha levado os dois para a delegacia, a fim de registrar o caso (flagrante!!!). 

Em seguida, fiquei decepcionado com o abandono da vítima diante de um de seus agressores no tribunal de conciliação por parte do advogado que havia sido garantido pelo Rio sem Homofobia (programa do Estado do Rio de Janeiro para o combate do preconceito por orientação sexual e de gênero), mas que não compareceu à audiência, deixando o autor do processo (a vítima) ainda mais vulnerável.

Assisti ao relato do Alexsander e não podia deixar de dar visibilidade ao caso, uma vez que esse espaço existe justamente para promoção afirmativa dos direitos LGBT e para a celebração da diversidade, mas também para protesto e cobrança de ações por parte das autoridades e das instituições de um modo geral.

Em tempo, gostaria de dizer que vi um pedido de desculpas com a garantia de prevenção da recorrência desse tipo de erro nos processos envolvidos no trabalho do Rio sem Homofobia. O pedido foi feito pelo próprio Superintendente, o Cláudio Nascimento, por quem nutro grande admiração. Achei nobre da parte dele responder à cobrança pública, mas também considero a fala do Alexsander fundamental aqui nesse vídeo.

Não basta que o Estado diga que garante as liberdades civis e que protege a dignidade de seus cidadãos. Ele tem que transformar esse discurso em ação, dar concretude ao que é dito. E não me refiro apenas à ações de correção ou de punição, mas principalmente de prevenção. Melhor do que ver um assassino na cadeia é não ter que enterrar mais um cadáver.

No caso em questão, a meu ver, o agressor não precisava ser preso. Bastava que ele fosse obrigado a prestar algum serviço comunitário à comunidade que ele agrediu no momento em que agredia um de seus membros. Por exemplo, um mês de serviços prestados a uma ONG LGBT estaria de ótimo tamanho, do meu ponto de vista. Seria mais do que mera punição, seria educação.  Se o Rio sem Homofobia estivesse lá, isso provavelmente teria acontecido e o Alexsander não estaria agora contabilizando mais uma omissão estatal.





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Um romance de Sergio Viula que dialoga com várias questões relacionadas às sexualidades. Não é pornô, apesar de ter uma ou outra cena mais quente devidamente contextualizada e com relevância para o enredo.

Violência contra pessoas LGBT - Violence against LGBT people

Em português:


EM 2012, O BRASIL TESTEMUNHOU 338 CASOS DE HOMOSSEXUAIS E TRANSEXUAIS ASSASSINADOS. SEM CONTAR OS QUE FORAM AGREDIDOS E NÃO MORRERAM, COMO O CASO QUE VOCÊ LERÁ AGORA.


Ativista gay é espancado e roubado no centro de Porto Alegre


Com notícias de Guilherme Balza
UOL, em São Paulo, Feb 09, 2012
Tradução / Translation: Sergio Viula


A Polícia Civil está investigando a agressão a um ativista homossexual que foi espancado e roubado na noite de domingo (5 de fevereiro) em Porto Alegre. O caso aconteceu na rua Sarmento Leite, região central da capital gaúcha, pouco antes de 0h.

A vítima, o universitário William Santos, 20, caminhava pela rua, em direção a um ponto de ônibus, quando foi abordado por dois homens. Segundo o estudante, um dos agressores lhe dirigiu uma ofensa homofóbica e, em seguida, o imobilizou. O outro agressor, então, começou a dar socos no rosto da vítima, que acabou caindo.

No chão, sem chances de se defender, Santos levou chutes pelo corpo e no rosto. Na sequência, lembra Santos, os agressores levaram a mochila e seu par de tênis. O universitário acredita que foi agredido por ser gay e que o roubo de seus pertences seja apenas consequência da agressão.

“Antes de tudo fui agredido verbalmente. Não é um roubo qualquer. Se a motivação fosse me roubar, teriam levado o meu celular, que era o objeto de maior valor que estava comigo”, afirma.

Santos afirma que ficou semiconsciente por alguns minutos. Em seguida, ligou para um amigo que o levou de carro até o pronto-socorro. A vítima teve quatro dentes quebrados, levou pontos no rosto e ficou com vários hematomas.

Santos registrou boletim de ocorrência no setor de pronto-atendimento da polícia um dia depois da agressão.

A vítima atuou por dois anos na ONG Somos, que defende a causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Atualmente, Santos estuda relações internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ele conta que amanhã vai retornar à Natal.

“Não posso parar minha vida por isso, mas também não posso deixar passar em branco. É um fato doloroso, mas estou tendo apoio”, desabafa.






In English:

IN 2012, BRAZIL WITNESSED ASTONISHING 338 CASES OF MURDERED HOMOSEXUAL AND TRANSGENDER PEOPLE, NOT INCLUDING THOSE WHO WERE SPANKED BUT DIDN'T DIE, AS THE CASE YOU'LL BE READING AHEAD.


Gay Activist is spanked and mugged in the center of Porto Alegre (capital of Rio Grande do Sul state, Southern Brazil)


With news by Guilherme Balza
UOL, in São Paulo, Feb 09, 2012
Translation: Sergio Viula

The Police Department has been investigating an assault and agression against a homosexual activist who was beaten up and mugged on Sunday night, February, 5th, 2012.

The victim is College student William Santos, 20, who was walking on the street, towards a bus stop, when he was assaulted by two men. According to the student, one of the aggressors voiced homophobic offenses and then immobilized him. The other aggressor, then, started to punch the victim's face, causing him to fall down.

On the floor, unable to defend himself, Santos was kicked all over and in the face. After that, he recalls, the aggressors took his rucksack and his sneakers. The College student believes to have been slammed for being gay and that the robbery of his belongings were just a consequence of the aggression.

"Above all, I was verbally harassed. It was not an ordinary case of robbery. Had the motivation been robbery, they would have taken my mobile, which was the most valuable object with me," says Santos.

Santos claims he remained unconscious for some minutes. After that, he called a friend who drove him to the hospital for first-aid. The victim had four teeth broken, had the face stitched and remained with several bruises.

Santos filled in a case after leaving the first-aid hospital one day after the aggression.

The victim worked for two years with an NGO which defends the LGBT rights. Nowadays, Santos studies international relations in the Federal University of Rio Grande do Norte (Northeastern Brazil). He said he would return to Natal, capital of Rio Grande do Norte, where the university is.

"I can't stop my life because of it, but I can't let it go unnoticedly either. That is a painful fact, but I've been receiving support", he reveals.

Resource/Fonte: UOL

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COMMENT BY THIS BLOGGER

LGBT people are still being persecuted in Brazil. There has been a lack of concrete actions by the federal government, principally. There was no favorable deployment to the victim in this case.

Homofobia, Crime e Beijo - A Visão do Filósofo Paulo Ghiraldelli Jr

Atualização em 01/03/2025:
Infelizmente, o vídeo com a fala do
filósofo Paulo Ghiraldelli não está mais disponível.


Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo e professor brasileiro, tem se destacado por suas reflexões acerca da homofobia, da criminalização desse preconceito e das manifestações de afeto entre pessoas do mesmo sexo. Ele argumenta que a homofobia é um problema cultural e estrutural, frequentemente reforçado por valores religiosos e morais conservadores.

Para Ghiraldelli, a criminalização da homofobia no Brasil é um passo importante, mas insuficiente para erradicar o preconceito. Ele enfatiza a necessidade de um trabalho educacional contínuo que promova a transformação de mentalidades e a desconstrução de preconceitos enraizados na sociedade.

O filósofo também provoca reflexões sobre o desconforto social diante de demonstrações públicas de afeto entre pessoas do mesmo sexo, sugerindo que tais reações revelam aspectos do moralismo e da hipocrisia presentes na sociedade brasileira. Ele destaca que a liberdade de expressão e o respeito às diferenças são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Ao abordar a questão do beijo entre pessoas do mesmo sexo, Ghiraldelli ressalta que a aceitação dessas manifestações de afeto é um indicador do avanço ou retrocesso da sociedade em termos de respeito à diversidade e aos direitos humanos. Ele argumenta que a naturalização dessas expressões de amor e carinho é essencial para a promoção da igualdade e para o combate efetivo à homofobia.

Em suma, Paulo Ghiraldelli Jr. nos convida a refletir sobre a importância de ações educativas e culturais que promovam o respeito à diversidade, indo além da mera criminalização da homofobia, e incentivando a construção de uma sociedade mais inclusiva e tolerante.

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