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Escolas fechadas depois que pais ameaçaram castrar uma aluna trans

Aluna trans é ameaçada por pais de alunos na escola


Com informações de
Josh Jackman
para o portal Pink News
https://www.pinknews.co.uk/author/joshjackman/

Tradução e adaptação por Sergio Viula


Cartaz apresentado numa manifestação
em favor da permanência de uma aluna trans numa escola de Fortaleza - CE.


Um distrito escolar inteiro foi fechado em Oklahoma, nos EUA, depois que pais ameaçaram castrar uma garota trans e espancá-la porque ela usou o banheiro feminino.

As horrendas mensagens se referiam a uma menina de 12 anos chamada Maddie e falavam da aluna como "coisa", "gusano assado pela metade" e "a transgênera". As ameaças e ofensas foram postadas num grupo do Facebook para pais de alunos em Achille, Oklahoma, EUA.

Anteriormente, este ano, um professor de Indiana, que se recusava a usar os nomes escolhidos pelos estudantes trans, pediu demissão porque suas crenças conflitavam com as políticas da escola.


Tradução: "Se ele quer ser uma fêmea, façam-no uma fêmea.
Uma boa faca afiada fará o trabalho realmente rápido."


Quando o abuso veio à tona – incluindo o comentário sobre castração – a mãe da menina, Brandy, ficou tão amedrontada não dorme com as crianças à noite em casa desde então.

“Essa foi uma ameaça contra a vida dela – isso é apavorante", disse ela.

Brandy acrescentou: “Ela é uma criança fantástica. Ver qualquer temor nela – não consigo explicar o quanto isso dói em mim.”

O superintendente do distrito escolar de Achille ISD, Rick Beene, avisou: "Estamos empregando medidas extras para ajudar a salvaguardar nossos alunos."

As escolas ficaram fechadas até dia 15, semana passada.

"Apreciamos toda a preocupação com nossos alunos em Achille. Nossa escola está fechada até quarta-feira por precauções de segurança."

"Ao mesmo tempo que não podemos entrar detalhes, aumentamos a segurança."

Beene disse que a maioria das pessoas que postaram no grupo de pais não mora realmente no distrito escolar, acrescentando que o próprio grupo não está oficialmente conectado a quaisquer das escolas locais.

"As escolas públicas de Achille e sua administração acreditam que todos deveriam receber educação grátis e segura", acrescentou ele.


Castração consumada na Bahia

Enquanto isso, no Brasil – mais precisamente na Bahia –, um líder LGBT foi morto a facadas e teve sua genitália castrada.

Eduardo Michels, pesquisador do Grupo Gay da Bahia, informa que Marquinho, conhecido como Tigresa, foi assassinado cruelmente em Tororó, onde liderava a Parada do Orgulho LGBT. Segundo ele, esse tipo de crime que inclui a castração é geralmente motivado pela ideia de que um homem gay não honra seus "colhões", não merecendo tê-los.


Marquinhos, militante LGBT assasinado a facadas 
e brutalmente castrado em Tororó - Bahia

Mais informações aqui: 
https://www.revistaforum.com.br/lider-lgbt-da-bahia-e-encontrado-morto-com-a-genitalia-mutilada/


A imagem do corpo mutilado é tão chocante que não pode ser publicada aqui.



Nossas crianças trans

Em Fortaleza, Ceará, este ano, uma garota trans chamada Lara enfrentou problemas para frequentar a escola por causa de transfobia. Houve mobilização popular e ela venceu.

Como relata o jornal El País em seu site, providências foram tomadas para assegurar o direito da aluna:

O Sistema Fecomércio e a Escola Educar Sesc de Ensino Fundamental divulgaram uma nota pedindo desculpas à Lara e família e afirmaram que o caso da aluna foi analisado e que ela tem matrícula assegurada para o ano de 2018. Informaram ainda que a direção do Sistema determinou imediata apuração e tomada de providências para o acolhimento da aluna, bem como a adoção de protocolos para que fatos semelhantes não voltem a acontecer.

Fonte: 
https://www.facebook.com/sescceara/photos/a.227789163919422.62642.225051977526474/1702376833127307/?type=3&theater


Lara segura o uniforme.



Saiba mais sobre esse caso em El País.
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/22/politica/1511380413_809298.html

Não se pode ignorar uma ameaça homofóbica, transfóbica e outras semelhantes. O crime bárbaro que tirou a vida de Marquinhos não pode se repetir nas vidas de outras pessoas, seja aqui, nos EUA ou em qualquer outro lugar do planeta.

Alunos e alunas trans não podem ficar fora do sistema escolar por causa de transfobia.

Nenhum LGBT pode ficar fora da escola ou fora de casa por causa de LGBTfobia. Essa crueldade intolerável tem que ser coibida por meio da educação e da lei.

Junte-se a nós na luta contra a LGBTfobia. Não tolere a discriminação contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, etc.

Sem respeito às diferenças, não haverá paz.

Jean Wyllys: Sobre a não inclusão de gênero e orientação sexual no Plano Nacional de Educação





Tweet da Semana


Sempre costumo dizer que a educação é transformadora. E de fato, é. Ou deveria ser em todos os espaços. A educação proporciona o exercício da (re)invenção de nós mesmos e do mundo à nossa volta, aquilo que a filósofa Hannah Arendt chama de “vida com pensamento”. Uma vida que vai além da mera satisfação de necessidades básicas e da mera repetição de velhos preconceitos.

Ontem a educação de qualidade sofreu um revés. Hoje, em todos os fóruns de educação, discute-se o problema da violência de gênero nas escolas. Um problema que deveria ser combatido, mas que o parlamento determinou que não será. Não será porque, na cabeça de alguns, tratar de "gênero" será uma forma de desconstruir a identidade de gênero de meninos e meninas, para que eles possam escolher, mais velhos, se serão cis ou transgêneros - ou, como pensam estes, se vão querer ser gays ou não. Acreditam que tratar de gênero nas escolas será proibir comemorações de dia dos pais ou das mães. Basta uma rápida pesquisa no youtube por "ideologia de gênero" para entender a razão deste entendimento e os interesses por trás dele.

A escola perde a oportunidade de ultrapassar limites mecanicamente impostos pela sociedade, onde a menina tem que ser educada para cuidar do lar. Onde a agressividade do menino é entendida como parte de sua formação, mesmo que leve à violência escolar. A escola perde a chance de formar alunos prontos à vida em uma sociedade diversa, respeitando as diferenças que existem entre todos nós. Perde a chance, também, de se tornar um ambiente acolhedor, livre do bullying. Nada disto interessa aos que se sentem vitoriosos com a retirada dos pontos que fazem referência à promoção da igualdade de gênero.

Bradam alguns que a família tradicional venceu. Não, meus caros. Quem venceu foi a ignorância, que continuará sendo matéria da grade curricular de nossas escolas já tão castigadas pela falta de recursos. Que ao menos o PNE consiga garantir os 10% do PIB à educação, para que não lamentemos mais dez anos perdidos.

Transfobia na escola: ABGLT protocola pedido na Secretaria de Educação do Paraná



ABGLT protocola pedido na SEED (Secretaria de Educação do Paraná) sobre verificação de denúncia e tomada de ações cabíveis sobre não respeito ao nome social de adolescente transexual em escola em Curitiba.
 
Muito bom sabermos que a ABGLT está pronta a agir em casos como esses. E parabéns à jovem transexual que não se intimidou. Não ficou chorando no meio-fio. Foi lá e fez acontecer. Orgulho trans é isso!
 
Sergio Viula
 

Ofício SECED 035/2013 (dh/TR) Curitiba, 10 de setembro de 2013

Ao: Exmo. Prof. Flávio Arns
Vice-Governador e Secretário de Educação do Estado do Paraná
Presidente do Fórum Estadual de Educação do Paraná

Assunto: Requer verificação de denúncia e tomada de ações cabíveis


Prezado Professor Flávio,

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) – é uma entidade de abrangência nacional, fundada em 1995, que atualmente congrega 286 organizações congêneres e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.

Neste sentido, recebemos de uma estudante transexual com 15 anos, matriculada num colégio particular em Curitiba, o pedido de ajuda / denúncia em anexo. Em suma, a estudante reclama que não está tendo sua identidade de gênero respeitada no colégio.

Assim sendo, vimos por meio deste solicitar a averiguação da denúncia, dentro das competências da Secretaria de Estado da Saúde.

Na expectativa de sermos atendidos, estamos à disposição.


Respeitosamente,

Toni Reis
Secretário de Educação da ABGLT

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