Mostrando postagens com marcador indígenas gays. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador indígenas gays. Mostrar todas as postagens

Diversidade sexual e de gênero entre povos indígenas brasileiros antes da invasão

Diversidade sexual e de gênero entre povos indígenas brasileiros: resistência e memória


Por Sergio Viula


Muito antes da chegada dos europeus, os povos indígenas brasileiros já reconheciam e celebravam diferentes expressões de gênero e sexualidade. Entre Tupinambá, Tupi-Guarani, Guaicuru e outros, havia papéis sociais e rituais específicos para pessoas que hoje poderíamos chamar de travestis ou pessoas de gênero fluido, mostrando uma compreensão complexa e respeitosa da diversidade humana.


Travestis cerimoniais e papéis sociais


Jovens indígenas se preparando para cerimoniais


Os Tupi e Tupinambá tinham figuras conhecidas como “travestis cerimoniais”, que desempenhavam funções ligadas à cura e à espiritualidade. Já os Guaicuru, no Mato Grosso do Sul e Paraguai, eram conhecidos por relações sexuais entre guerreiros, especialmente entre jovens iniciados e veteranos.

Relatos de viajantes europeus do século XVI, como o missionário André Thévet e o cronista Jean de Léry, registraram essas práticas entre tribos costeiras, sem escândalo local. Cronistas como Jean de Léry e Hans Staden observaram homens que “viviam como mulheres” entre os Tupinambá. Thévet mencionou os tibira — homens que assumiam o papel feminino e se relacionavam com outros homens.


O impacto da colonização


A vivacidade das cultura indígenas é encantadora


Infelizmente, sob influência europeia, o termo "tibira" foi estigmatizado e passou a ser usado de forma pejorativa. Um tibira tupinambá tornou-se o primeiro brasileiro documentado a ser executado por ser homossexual, por ordem de um missionário francês, em 1614, em São Luís (MA). Ele foi amarrado a um canhão e explodido publicamente, tornando-se mártir involuntário da homofobia colonial. Yves D’Évreux registrou o episódio em seu livro Voyage au nord du Brésil, publicado em 1614, tratando o ato com triunfalismo cristão e sem qualquer compaixão.


Monumento erguido na Casa do Maranhão 
em memória do indígena tibira supliciado e morto 
ela Igreja Católica por ser gay



Indígenas LGBT existem e resistem

Esses exemplos históricos nos lembram que a diversidade de gênero e sexualidade sempre fez parte das culturas indígenas brasileiras. Reconhecer essas histórias é uma forma de honrar a memória de pessoas que resistiram à opressão colonial e celebrar a riqueza da diversidade humana, reafirmando que ser quem somos é legítimo e ancestral.


Aprofunde-se nesse tema lendo Devassos no Paraíso - de João Silvério Trevisan: 

https://www.amazon.com.br/Devassos-Para%C3%ADso-edi%C3%A7%C3%A3o-revista-ampliada/dp/8547000658

☝☝☝☝☝☝

CASAMENTO HOMOAFETIVO reconhecido por TRIBOS INDÍGENAS nos EUA

Darren Black Bear, esquerda, e Jason Pickel 
a caminho da cerimônia de casamentoem El Reno,
Oklahoma em 31 de outubro de 2013.

O casal se casou legalmente depois de receber autorização através 
da Tribo Cheyenne Arapaho, uma das tribos mais proeminentes 
que conduzem ou reconhecem casamentos homoafetivos. 
Rick Wilking / Reuters, arquivo



Traduzido e adptado por Sergio Viula

Com informações de Lenzy Krehbiel-Burton | PAWHUSKA, OKLA.

Fonte: Reuters
http://www.reuters.com/article/us-oklahoma-gaymarriage-tribe-idUSKBN16U000



Uma tribo nativa americana em Oklahoma votou em favor do reconhecimento do casamento homoafetivo, juntando-se a um pequeno grupo de tribos proeminentes que mudaram suas leis à luz da decisão histórica da Suprema Corte Americana que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o território americano. A decisão da Suprema Corte foi tomada em 2015.

Como entidades soberanas, as Nações Indígenas reconhecidas federalmente não são obrigadas a se submeterem à decisão da Suprema Corte.

Uma votação, na segunda-feira, entre a Nação Osage, no norte de Oklahoma, revelou que 52 por cento aprovavam um referendum para emendar a definição de casamento no código legal da tribo, a fim de incluir os casais homoafetivos, disseram oficiais essa semana.

Agora, casais gays e lésbicos poderão obter o registro de casamento de acordo com o código legal da tribo, que tem mais 20 mil cidadãos e é uma das maiores tribos de Oklahoma.

Especialistas em legislação disseram que o casamento homoafetivo também está sendo considerado por um grande número de outras tribos.

Henry Gray, um estudante universi´tario Osage responsável pelo grupo no Facebook Cidadãos Osage pela Igualdade no Casamento (Osage Citizens for Marriage Equality), disse que o voto da Nação Osage essa semana ajudará lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros a saberem que a tribo os aceita.

"Tenho muitos familiares e amigos que se identificam como LGBT e existem ainda muitos que têm medo de se assumir, então conseguir essa aprovação foi [uma vitória] muito pessoal", disse ele.

No Brasil, as Nações Indígenas também contam com membros LGBT, mas é uma pena que sejam presas relativamente fáceis para pregadores inescrupulosos que violentam suas culturas e invadem seu território, espalhando, entre outras coisas, homofobia.

Postagens mais visitadas