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A Igreja Gay: Quando o Armário Está no Altar


 A Igreja Gay: Quando o Armário Está no Altar


Por Sergio Viula

A edição de março de 2019 da revista piauí trouxe à tona um tema que muitos preferem manter trancado a sete chaves: a presença significativa de homossexuais no clero da Igreja Católica. No artigo "A Igreja Gay", o jornalista Andrew Sullivan mergulha nas profundezas desse paradoxo institucional, revelando uma realidade que há muito tempo é sussurrada nos corredores eclesiásticos, mas raramente discutida abertamente. Revista Piauí - A Igreja Gay

Sullivan destaca que, embora não existam estatísticas oficiais do Vaticano sobre a orientação sexual dos padres, pesquisas independentes nos Estados Unidos sugerem que pelo menos 15% dos sacerdotes são gays, com algumas estimativas apontando para até 60%. Em ordens religiosas como a franciscana e a jesuíta, esse número pode ser ainda maior. Essa discrepância entre a doutrina oficial da Igreja, que considera a homossexualidade uma "propensão objetivamente desordenada", e a realidade vivida dentro de seus próprios muros é, no mínimo, desconcertante.

A contradição é gritante: uma instituição que condena a homossexualidade em sua doutrina é, em grande parte, composta por indivíduos que se identificam como homossexuais. Essa dissonância cognitiva tem levado muitos padres a viverem em constante conflito interno, divididos entre sua fé e sua identidade.

O artigo também aborda a questão dos escândalos de abuso sexual na Igreja, ressaltando que, embora a maioria dos casos envolva vítimas do sexo masculino, é incorreto associar automaticamente a homossexualidade ao abuso. Sullivan argumenta que a cultura de segredo e repressão dentro da Igreja contribui para um ambiente onde tais abusos podem ocorrer, independentemente da orientação sexual dos envolvidos.

Em um momento em que a sociedade caminha em direção à inclusão e ao reconhecimento dos direitos LGBTQIA+, é imperativo que instituições como a Igreja Católica enfrentem suas próprias contradições. Reconhecer a presença de padres gays não é apenas uma questão de justiça, mas também de integridade institucional.

A reportagem de Sullivan é um convite à reflexão e ao diálogo aberto sobre temas que, por muito tempo, foram considerados tabus. É hora de abrir as portas do armário, mesmo que ele esteja no altar.

Leia o artigo completo de Andrew Sullivan na revista piauí: A Igreja Gay.

Anglicanos extendem pensões a parceiros gays no clero

Anglicanos dão mais um passo na direção da igualdade

📢 Igreja Anglicana dá exemplo e aprova igualdade nas pensões para parceiros gays do clero

LONDRES, 12 de fevereiro de 2010 — Um passo corajoso rumo à justiça foi dado pela Igreja da Inglaterra esta semana. O Sínodo da igreja votou a favor da extensão dos mesmos direitos à pensão para parceiros civis gays de membros do clero, garantindo a eles o que já é assegurado a esposas e maridos heterossexuais.

A medida vai além do que exige a Lei de Parcerias Civis de 2004 — que, desde dezembro de 2005, obriga o pagamento de pensões aos parceiros registrados. Ou seja, a Igreja não apenas seguiu a lei: ela escolheu liderar pelo exemplo.

“Este não é um debate a respeito de clérigos gays", explicou Simon Baynes, recentemente eleito para a diretoria de pensões da igreja. “É um debate a respeito de reparar a injustiça que temos permitido que se construa em nosso sistema.”

💬 COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Parabéns à Igreja Anglicana. Se todas as igrejas seguissem esse exemplo de justiça, coragem e respeito ao ser humano, o cristianismo poderia começar — quem sabe — a parecer menos doentio.

Durante séculos, os discursos religiosos foram usados como armas para marginalizar, excluir, perseguir e condenar pessoas LGBT+. Ainda hoje, vemos pregadores que preferem o ódio à compaixão. Mas quando uma instituição religiosa poderosa como a Igreja da Inglaterra dá um passo concreto para corrigir uma desigualdade histórica, isso precisa ser aplaudido e divulgado.

Enquanto tantas igrejas insistem em negar direitos, a Anglicana mostra que é possível conciliar fé e justiça, religião e dignidade.

📌 Que este gesto inspire outras instituições a abandonar o moralismo cego e optar por algo mais próximo do que deveria ser a essência de qualquer espiritualidade: o amor ao próximo.

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