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Não me peçam respeito pela homofobia do papa - por Bruno Bimbi

Não me peçam respeito pela homofobia do papa


Bruno Bimbi
https://www.amazon.com.br/stores/Bruno-Bimbi/author/B00E6GVBA2

Por Bruno Bimbi
Segunda-feira, 29 de julho de 2013

Fonte: http://blogs.tn.com.ar/todxs/2013/07/29/tolerancia/

— Escreve-se muito sobre o lobby gay. Ainda não encontrei ninguém que me dê um cartão de identidade no Vaticano dizendo isso. Dizem que existe. Quando se encontra uma pessoa assim, é preciso distinguir entre o fato de ser gay e o fato de fazer lobby, porque nenhum lobby é bom. Se uma pessoa é gay e busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? O catecismo da Igreja Católica explica isso de forma muito bonita. Diz que essas pessoas não devem ser marginalizadas por isso. Devem ser integradas na sociedade. O problema não é ter essa tendência. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby — disse o papa aos jornalistas no avião que o levava de volta do Rio de Janeiro para Roma.

— A sociedade brasileira mudou, os jovens mudaram. O senhor não falou sobre o aborto nem sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil foi aprovada uma lei que amplia o direito ao aborto e outra que contempla os casamentos entre pessoas do mesmo sexo [Nota: não foi uma lei, mas uma decisão do Conselho Nacional de Justiça; a lei ainda tramita no Congresso, mas, na prática, o casamento já é legal]. Por que não falou sobre isso?

— A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso, não era necessário voltar a falar sobre, assim como também não falei sobre a fraude, a mentira ou outras coisas sobre as quais a Igreja tem uma doutrina clara. Não era necessário falar sobre isso, mas sim sobre coisas positivas que abrem caminho para os jovens. Além disso, os jovens sabem perfeitamente qual é a postura da Igreja.

— Mas qual é sua postura sobre esses temas?

— A da Igreja. Sou filho da Igreja.

(A primeira versão deste post foi escrita e publicada antes das declarações que o papa deu aos jornalistas no avião. Os blogs, diferentemente dos meios impressos, permitem atualizar um texto diante de uma notícia urgente. Bergoglio agora diz que não é quem para nos julgar por sermos gays e que o problema não é ser gay, mas fazer lobby — sabe-se lá a que lobby ele se refere, o que eu conheço bem é o lobby da Igreja contra os direitos civis dos gays. Mas vejamos: “Se uma pessoa é negra e busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”, “O problema não é ter essa cor de pele, o problema é fazer um lobby”. Sim, soa horrível visto assim. Mas é um avanço e é bom que tenha acontecido, porque antes ele dizia coisas piores e porque muitos de seus subordinados dizem coisas irreproduzíveis que agora, tendo em conta o que ele disse, terão de reformular. Sobre nossos direitos civis, no entanto, Bergoglio lembra que já se expressou e que continua pensando o mesmo. Que sua posição é a da Igreja. E que não mudou porque não mencionou isso no Brasil, assim como não mencionou a fraude e a mentira. Linda comparação. Isso é tudo por hoje. Haverá mais?)

Eu compreendo o alívio de muitas pessoas ao ver a Igreja Católica, pela primeira vez, emitir uma mensagem que não soa odiosa, cheia de preconceitos e violenta contra a diversidade sexual, e que reconhece que ser gay não é um pecado. Isso parece um avanço, mesmo que não seja. Compreendo também que para quem viveu toda a vida acreditando que era um erro de Deus, uma maldição, uma doença, um desvio moral ou uma aberração, ouvir o papa dizer que não somos julgados por sermos gays pode ser libertador.

Mas também é muito importante perceber que o papa continua acreditando que ser gay é uma tendência, um desvio do natural, que não podemos formar famílias, que nossas relações são inferiores e que não devemos ter os mesmos direitos civis que as outras pessoas. Não esqueçamos que, enquanto cardeal de Buenos Aires, Bergoglio liderou uma cruzada contra o casamento igualitário, convocando manifestações e pressionando deputados, senadores e juízes, além de se opor à adoção por casais gays com argumentos baseados em preconceitos que já foram amplamente refutados pela ciência.

Se, ao longo do tempo, a sociedade mudou, como ele mesmo diz, a Igreja também deveria mudar sua doutrina e seus dogmas baseados no preconceito. E enquanto isso não acontecer, as palavras bonitas e o discurso da tolerância não passam de um verniz, uma tentativa de melhorar a imagem de uma instituição que tem causado tanto sofrimento a tantas pessoas.

Como dizia Harvey Milk: "Não peçam que aceitemos menos do que a igualdade completa."

A mona loka do cartório e o Papa: além de homofóbica, mentirosa?




Por Sergio Viula


De acordo com o Vaticano, ela teria aumentado a história. Quem é ela? Trata-se de Kim Davis, a funcionária de cartório que se recusou a emitir licenças para o casamento civil de casais homoafetivos. Segundo ela mesma, o Papa Francisco teria lhe concedido uma audiência privada e dito que permanecesse forte. A informação vem de uma entrevista dela à Fox. Rapidamente, a notícia se espalhou pelo mundo. Mas, agora, ela entra para a história não apenas como homofóbica e descumpridora de seus deveres como funcionária do cartório, mas também como uma das mentirosas mais caras-de-pau do mundo. Será que é mentira mesmo?
 
Essa semana, fiquei especialmente decepcionado quando li que o Papa Francisco teria se encontrado com uma das maiores inimigas dos homossexuais durante sua visita a Washington, EUA. Não que eu espere muito dos papas, sejam eles quais forem, mas era especialmente lamentável ver alguém que vinha fazendo declarações tão importantes ao longo de sua viagem à terra do Tio Sam terminar essa jornada de modo tão lastimável.

A notícia também foi reverberada pelo jornal El País (em português por aqui), a partir de uma entrevista que a "bunita" havia dado à Fox. A matéria dizia o seguinte:

"O papa Francisco se reuniu em Washington com a funcionária pública norte-americana Kim Davis, que passou cinco dias presa no mês passado por se recusar a conceder licenças matrimoniais a casais homossexuais. O encontro, mantido em sigilo até esta quarta-feira, foi confirmado pelo Vaticano. O advogado de Davis revelou que a ativista e seu marido conversaram com o pontífice durante 15 minutos e que o Papa lhes pediu que 'rezassem por ele'." 

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/30/internacional/1443639715_969070.html

Hoje (03/10/15), pela manhã, durante um intervalo entre aulas, uma querida amiga minha passou-me a notícia que agora repasso a vocês, leitores do Fora do Armário. Preservarei o nome da minha atenta amiga, porque sei que ela não gosta de se expor. Mas aí vai, a notícia do babado papal:

De acordo com o The New York Times, a tresloucada Kim Davis parece ter usado o Papa para se promover, mas o remendo ficou pior que o rasgo.

A notícia diz o seguinte:

"Uma semana depois que o Papa Francisco encontrou-se com Kim Davis, a funcionária de um cartório em Kentucky aprisionada por se recusar a emitir licenças para casamento para casais do mesmo sexo, o Vaticano, na sexta-feira, sugeriu que ela explorou o encontro para promover suas opiniões, negou que o Papa a apoie integralmente e lançou dúvidas sobre seu relato a respeito do encontro."

"Mais tarde, o Vaticano noticiou que Francisco teve uma "audiência" privada em Washington com um ex-aluno do Papa, Yayo Grassi, um gay argentino assumido que, juntamente com seu parceiro de uma vida e alguns amigos, encontraram-se com Franscisco."

"O porta-voz do Vaticano, Rev. Federico Lombardi, disse numa declaração que Grassi,'que já havia se encontrado outras vezes no passado como Papa, pediu para apresentar vários amigos ao Papa durante a estada do Papa em Washington, D.C.'"

"Um vídeo postado online mostra Grassi abraçando o Papa e apresentando-o a seu parceiro, assim como a uma mulher argentina e alguns amigos asiáticos."

"As declarações, em seu conjunto, parecem pretender distanciar o Papa de Davis" [nota do tradutor: a funcionária homofóbica].

"Davis passou aproximadamente uma semana na cadeia depois de ter desafiado a decisão da Suprema Corte que legalizou o casamento gay nos Estados Unidos. Semana passada, ela disse que havia encontrado com Francisco em Nunciature, o escritório do Vaticano nos EUA, em Washington, em 24 de setembro, durante sua visita aos EUA, onde ele lhe disse durante um encontro de 15 minutos para 'ser forte'.” 

Fonte: https://www.latimes.com/world/europe/la-fg-pope-francis-kim-davis-meeting-20151002-story.html

O jornal USA Today também publicou matéria a respeito do ocorrido, deixando em dúvida se o Papa realmente disse ou não disse o que disseram que ele disse. hehehehe 

Fonte: https://www.usatoday.com/story/news/world/2015/10/02/vatican-kim-davis-pope-francis/73193194/

De qualquer modo, estamos carecas de saber que em se tratando de Vaticano, sempre sobra vaselina, especialmente quando o babado é polêmico.

O que pode ter acontecido de fato?

1. Talvez o Papa tenha encontrado com ela realmente e dito "Seja forte";

2. Talvez, o Papa nunca tenha realmente conversado nada disso com ela;

3. Talvez o Papa nunca tenha sequer encontrado com ela.

Provavelmente, nunca saberemos ao certo, mas uma coisa podemos afirmar: o Papa Francisco ter encontrado com um casal gay e seus amigos, fazendo questão de assumir isso publicamente, não é coisa nem um pouco banal, queridinh@s.

Então, fica a dica: se você não puder conviver com a diversidade humana e a igualdade de direitos, faça a Lúcia e se enfie no convento das Carmelitas até morrer. Foi o que fez a única sobrevivente dos três pastorezinhos que diziam ter visto N. Sra. de Fátima. Particularmente, duvido muito que ela tenha ingressado naquele convento por livre e espontânea vontade tanto quanto duvido que ela tenha visto alguma coisa além da chatice cotidiana do cenário de miséria em que vivia, mas isso são outros quinhentos. A lição que fica é: não quer conviver com o mundo em sua diversidade? Enfie-se na uniformidade entediante da clausura.

Se Francisco é tão humanista quanto tentam fazer parecer que ele seja, ainda não sei, mas é bom ver que ele não é nenhum troglodita também. Mais perigoso porque mais esperto? Ou apenas alguém sinceramente tentando viver à altura do "ama teu próximo como a ti mesmo"? Não tenho pressa em descobrir. Tenho muito o que fazer em prol da igualdade de direitos na diversidade de sujeitos, mas diria ao Papa o que diz Chapolin Colorado a qualquer um: Sigam-me os bons! E beijunda para os recalcados!

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