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Carlos Tufvesson fala ao Fora do Armário depois de sair da CEDS-Rio ao fim da administração Eduardo Paes

Carlos Tufvesson - Parada LGBT do Rio (Copacabana) - arquivo pessoal


Um mês depois de sua saída da CEDS-Rio (Coordenadoria da Diversidade Sexual do Rio de Janeiro), Carlos Tufvesson, organizador e primeiro coordenador desse órgão municipal, a convite do ex-prefeito Eduardo Paes durante seu primeiro mandato, fala o Blog Fora do Armário sobre seu trabalho, sobre política e Movimento LGBT e sobre suas planos daqui para frente.

Com a eleição do novo prefeito, a cadeira foi ocupada pelo Nélio Georgini, de 41 anos, do mesmo partido que o prefeito, como informa o jornal O Dia.

Apesar de estar fora do gabinete agora, Tufvesson continua militando, como prometeu fazer quando concedeu essa entrevista no final da semana passada. Acredito que todos se lembrem da violência homofóbica e racista que um casal homoafetivo sofreu no prédio em que moram. Eles receberam uma carta anônima vilipendiando sua relação e sua identidade sexual e racial.

Tufvesson não perdeu tempo - acionou o Ministério Público do RJ. Ele esperou exatamente uma semana entre o ocorrido e alguma providência das autoridades. Como ninguém se manifestou, apesar do Rio de Janeiro ter órgãos de proteção à igualdade LGBT, Tufvesson entrou em ação. O resultado foi o seguinte, de acordo com site R7: 

MPRJ investiga mensagens de ódio enviadas para casal gay no Rio: "gente de cor e afeminada"

Sem assinatura, carta ainda pedia para que jovens deixassem condomínio na zona norte




O  MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) anunciou, neste sábado (28), que vai tomar todas as providências cabíveis e necessárias em relação ao caso do casal gay que recebeu uma carta com mensagens homofóbicas e racistas deixada na janela da casa onde vive, em Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio. O caso aconteceu no dia 20 de janeiro. 

O caso motivou uma reunião no MPRJ com o estilista e ativista Carlos Tufvesson, ex-coordenador especial da Diversidade Sexual da prefeitura do Rio. Tufvesson encontrou-se, na quinta-feira (26), com a promotora Eliane Pereira e o subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos, Alexandre Araripe Marinho.


Na reunião, o ativista afirmou que a liberdade de expressão religiosa não pode ser usada para discriminar um cidadão. Ele se mostrou preocupado com o aumento do número dos chamados crimes de ódio revelados por diferentes fontes estatísticas do Governo Federal e da ONU (Organização das Nações Unidas).

Veja, a seguir, uma entrevista exclusiva concedida por Tufvesson ao Blog Fora do Armário:


Fora do Armário: A Coordenadoria da Diversidade Sexual (CEDS-Rio) foi implantada durante a administração do prefeito Eduardo Paes. Quais foram os maiores desafios que você e sua equipe enfrentaram para implementar o programa dessa coordenadoria?

Carlos Tufvesson: Em primeiro lugar, juntar uma equipe competente, independente de partido ou ideologia, pois só isso já estraga as pessoas, que ficam tontas e perdidas, porque estarem cheias boas intenções não basta. Não adianta serem filiadas e nem mesmo saberem do que estão falando, pessoas sem nenhum histórico de militância. Na CEDS, o requisito para entrar na equipe era dedicação à nossa causa.

Depois criar um programa que comunicasse à sociedade a importância da luta contra a LGBTfobia – que não uma causa somente das pessoas LGBT, seus familiares e amigos, mas sim de toda sociedade de bem. Criamos o programa RIO SEM PRECONCEITO e conseguimos inserir uma nova mensagem nessa luta, que é de direitos civis e não de direitos especiais.

Reforçávamos isso em todas as campanhas que fazíamos a cada ano e que são históricas.

Me emociono de pensar nas campanhas que fizemos e em como as fizemos, pois nada é fácil, mas a dedicação e o compromisso com os direitos humanos sempre nos pautou.

Fora do Armário: Seis anos depois daquele início, quais são as realizações ou os resultados dos quais você mais se orgulha?

Carlos Tufvesson: Sim, dia 2 de fevereiro completaríamos 6 anos.

A maior importância foi a criação da CEDS em 2011. 

A nossa cidade do Rio de Janeiro, até então, não possuía nenhum órgão de defesa de direitos LGBT. É incrível imaginar isso numa cidade com a importância da nossa, que possui um dever preponderante como modelo cultural no país. A CEDS assumiu e desempenhou seu papel neste sentido.

Criamos a CEDS do zero e ela se tornou fundamental como políticas públicas, não só para os cariocas e aqueles que nos visitam, mas também toda sociedade LGBT nacional. A CEDS foi reconhecida como modelo de gestão de políticas públicas LGBT no país. Temos orgulho de todo o nosso trabalho. 

Seu maior resultado, talvez, seja a constatação da grande mudança comportamental de parte da sociedade após diversas e intensas ações realizadas, de forma efetiva, em toda cidade durante nossa gestão. 

A mera demonstração de afeto por casais homoafetivos àquela época ainda era vista como caso de polícia por suposto "atentado ao pudor". 

Outro exemplo, travestis e transexuais se escondiam e deixavam de acessar aos hospitais, clínicas da família ou escolas por causa da exposição e da humilhação de não poderem ser chamadas pelos seus nomes sociais. Foram tantas coisas realizadas, com resultados explícitos, que nem dá para relacionar aqui, mas se encontram públicos no site e rede social da CEDS: http://www.cedsrio.com.br/.  

Mas, foi o suporte do prefeito e de toda a administração, assim como do povo do Rio, que entendeu a mensagem do programa e apoiou o nosso trabalho, que nos possibilitou apresentarmos os resultados que tivemos.

Fora do Armário: Com a eleição do novo prefeito, um novo coordenador foi convidado a assumir a posição que você ocupou com tanta dedicação. Existe algum risco de que atividades que já estavam funcionando venham a ser interrompidas? Como você vê o futuro da CEDS-Rio?

Carlos Tufvesson: Não tenho porque achar que o prefeito não cumprirá suas promessas de campanha, pois tenho guardado comigo seus compromissos de continuar os projetos da CEDS, tendo sido até bastante elogioso.

Precisamos dar tempo para o novo coordenador trabalhar. Seguramente, ele sofre ataques e deve receber nosso apoio. Só estranhei, pois não houve transição, e nunca recebi um telefonema dele para se inteirar sobre a gestão  coisa que me parece normal, de praxe e até protocolar. Mas cada um trabalha com seus métodos e suas certezas.

De qualquer modo, como parte de minha antiga equipe está lá, ele tem as informações de que precisa. Eles têm experiência em políticas públicas LGBT. Então, existe uma continuidade na maneira de trabalhar.

Mas política pública não se faz sem orçamento. Eu sempre me virei nos trinta. É muito fácil todo mundo achar fofinho o Damas, mas é preciso aprovar o orçamento, como sempre fizemos em nossos 6 anos de gestão. Senão, é aquele modelo que todos nós da área já vimos: Falar muito e... apenas falar.

Fora do Armário: A campanha Rio Sem Preconceito, realizada anualmente, contava com várias celebridades que chamavam atenção para o combate ao preconceito e para a promoção da inclusão sexual, de gênero, racial, etc. Eles participavam sem qualquer cobrança de cachê porque acreditavam no seu trabalho. Antes de você sair, havia algum planejamento para a próxima campanha? Você acredita que haverá uma?

Carlos Tufvesson: Então minha angústia era essa. De não poder planejar o futuro de um órgão como a CEDS. Sinceramente, vejo a falência desse modelo partidarista na gestão pública exatamente por isso.

Como se interrompe um trabalho que estava indo tão bem, até mesmo pelo reconhecimento do então candidato Crivella, que é distinguido inclusive por honrarias da Câmara Municipal, do Governo Estadual e Federal, e da sociedade, apenas para inserir alguém por ser de um determinado partido? Seria para passar uma imagem de que o partido não é preconceituoso? Isso precisa ser demonstrado no dia-a-dia, em seu histórico e no de seus parlamentares, e não pelo uso de um órgão que presta serviços relevantes à sociedade.

Como cidadão, confesso que não acredito mais nesse modelo, pois vimos a falência dele, e nossa sociedade não aceita mais esse tipo de velha política. Basta olharmos para os resultados dos outros órgãos que agiram dessa maneira para entendermos que esse modelo é falido e não funciona.

Uma das razões do sucesso da CEDS era que ali não existia contratação partidária. Todos ali eram profissionais competentes em suas atividades e estavam ali dando de seu melhor para nossa comunidade, pois merecemos isso.

Não acredito em modelo diferente desse na gestão pública. Quem perde é o cidadão.

Fora do Armário: A CEDS-Rio foi grande parceira da Parada do Orgulho LGBT do Rio (Copacabana) no final do ano passado. Você considera que a comunidade LGBT poderá continuar contando com esse apoio daqui para frente? Caso a resposta seja negativa, quais seriam as alternativas?

Carlos Tufvesson: Não vejo porque não. Repito: O prefeito declarou em campanha e não tenho motivos para achar que ele mentiria. Não o conheço pessoalmente, mas o ex-prefeito Eduardo Paes me apresentou na transição e ele me pareceu uma pessoa muito gentil.

Mas acho que a sociedade civil precisa se reorganizar. E muito rápido.

Fora do Armário: Como você vê as demandas LGBT em relação ao poder público hoje no nível municipal, estadual e federal? Há razões para nos preocuparmos?

Carlos Tufvesson: Sim há razões. E muitas.

A lacuna aberta pela ausência de um movimento organizado, que defenda os direitos dos LGBTs acima dos interesses de partidos, nos deixou hoje sem movimento nenhum.

Há uma década, vemos os índices de crimes de ódio subirem e até a campanha de HIV para jovens LGBT ser barganhada politicamente. O movimento se calou a ponto de perder sua importância e relevância.

Aqui no Rio, fazíamos até uma campanha de prevenção – também nacionalmente reconhecida – exatamente para suprir essa lacuna. O resultado foi que nos tornamos o município que mais testa para HIV no país! Um trabalho de 5 anos de campanhas sérias e efetivas, com resultados para o cidadão.

Hoje um jovem nem sabe direito o que é o Movimento e acha que militar é compartilhar no Facebook.

Não é.

É também.

Precisamos refundar a maneira de lutar e pleitear nossos direitos. De maneira técnica, como sempre foi nossa atuação com meu grupo, e não de maneira subserviente a um partido.


Fora do Armário: O Movimento LGBT está mobilizado o suficiente para enfrentar esses desafios? Em sua opinião, o que está bem e o que precisa melhorar?

Carlos Tufvesson: Não.

Você que segue me diga: Quais inciativas tivemos do movimento nos últimos 8 anos no Rio? Posso te dizer que, na CEDS, nem propostas para apoio chegavam, exceto as da Parada LGBT.

E existem coisas que são de responsabilidade do poder público, mas outras que são do movimento social.

Temos uma lacuna gigantesca aí a ser preenchida e uma galera que não se reconhece nessa maneira antiquada de militar.

Fora do Armário: Quais são seus planos daqui para frente em termos de ativismo LGBT?

Carlos Tufvesson: Nesse momento descanso.

Desde que entrei na prefeitura, não tenho carnaval pois sempre estamos de plantão com a campanha de prevenção coordenada por nós. Será meu primeiro carnaval de folga. 

A CEDS, na prefeitura do Rio, se ocupava de tarefas bem além das questões de políticas públicas para os LGBTs, mas fico feliz pela oportunidade e pela confiança que tivemos de fazer esse trabalho.

Quero me dedicar à moda também, que é minha vida e minha profissão, pois existe uma carência enorme nesse setor tão mal compreendido.

Mas, entenda: Na minha vida, nunca planejei muito as coisas. Elas sempre foram acontecendo. Foi assim com o inesperado convite do Eduardo para ir para a prefeitura. Então, veremos.

Mas, entenda: Sou militante há 20 anos. É minha vida isso. E não tenho como deixar de ser. Porém, quero repensar essa forma e dar à sociedade civil uma nova maneira de poder militar junto.

Fora do Armário: Que mensagem você deixaria para a comunidade LGBT do Rio de Janeiro?

Carlos Tufvesson: DENUNCIE.

Sempre!

Em apenas 4 meses de gestão, assinamos 9 decretos para a comunidade LGBT em nossa cidade, que são direitos adquiridos.

Então exerça-os!

Fiscalize e cobre, ajudando a gestão, pois ela é de todos nós.


Se um de nós não tem direitos civis, então nenhum de nós tem direitos civis”.

Fora do Armário: Agradeço muito, Tufvesson, por sua disponibilidade em falar ao Fora do Armário. Desejo que você realize muita coisa em favor da comunidade LGBT. E espero sinceramente que a CEDS-Rio continue fazendo o trabalho que vinha fazendo, ampliando seus horizontes e que ela nunca se omita diante das demandas dos cidadãos e das cidadãs LGBT da cidade do Rio de Janeiro. 

Um grande abraço para você e para o André Piva, seu amor.

Carlos Tufvesson (à esquerda) e Andre Piva em 2011, quando se casaram.
Foto: Tatiane Amorim Fonte: Época - Coluna do Bruno Astuto.


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Matérias citadas:

Jornal O Dia: http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2017-01-14/gay-evangelico-de-41-anos-assume-pasta-em-defesa-de-lgbt.html

Site do R7: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/mprj-investiga-mensagens-de-odio-enviadas-para-casal-gay-no-rio-gente-de-cor-e-afeminada-28012017

III Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos para LGBT. Se liga no Blog Fora do Armário, bunitx!!!!




Rio Sem Homofobia


Convocação para as etapas regionais da III Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos para LGBT, que acontecem nas regiões do Estado do Rio, de 28 de novembro à 19 de dezembro.

São 09 Conferencias LGBT regionais. Veja a mais a próxima de você.

Você é nossa (a) convidada (a). Inscreva-se.

Acesse aqui:

Inscrições: http://migre.me/s8Uh6
Informações: http://migre.me/s8Ue1

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO:

Não deixe de ver as informações e de se inscrever. É muito importante que mais gente participe, não apenas os que historicamente já lutam nesse campo. Sangue novo é bem-vindo. Já posso adiantar que serão fortes emoções. 

Quero ver trans, travesti, bissexual, gay e lésbica lá! E queer, transgênero não binário, e por aí vai. Você não precisa pertencer a qualquer ONG LGBT para participar. Então, vai, lá, bunitx! Quem quer ter representação não fica no sofá comendo pipoca. 

O Rio de Janeiro tem se destacado em termos de progresso para a comunidade LGBT, principalmente graças ao programa estadual "Rio sem Homofobia" e ao programa municipal "CEDS-Rio", mas o Rio de Janeiro não é só a capital e se ainda existem tantas carências na capital e zona metropolitana, imaginem nas mais distantes.  

Por isso, todas, todos e todes lá! ^^

Inscrições: http://migre.me/s8Uh6
Informações:http://migre.me/s8Ue1


Claudio Nascimento em Macaé com ativistas LGBT - foto enviada por Margarida que trabalha em Campos dos Goytacazes (meio, à esquerda).

Veja como foi a festa contra o preconceito promovida pela CEDS-Rio no Circo Voador: Unindo Vozes contra a Homofobia.

Carlos Tufvesson abrindo o evento.


Pátio do Circo Voador. Cerveja, petiscos, bate-papo, gente linda, 
e os Arcos da Lapa logo ali.

Bárbara recebendo o pessoal e fazendo campanha pelo uso da camisinha.


Lado de dentro do Circo Voador. 
Mensagens e imagens lindas. 
Palco aguardando os artistas. 
Todos participaram por amor à causa, 
dispensando cachê. Lindos!


Eula recebendo os convidados. Simpatia e glamour no último.


Na segunda-feira, dia 29 de junho, tive a grata surpresa de receber um convite pessoal do Carlos Tufvesson para participar da festa Unindo vozes contra a homofobia, para lançamento da campanha Não fique calado diante da homofobia, promovida pela CEDS-Rio esse ano.

A festa de inauguração da campanha foi no dia 01 de julho de 2015. Um dia antes, Ana Maria Braga falou do evento e elogiou a iniciativa. No dia da festa, o Vídeo Show apresentou matéria muito bem feita, com vários atores celebrando a diversidade sexual e condenando a homofobia.

Eu tinha que trabalhar até às 21:00 naquele dia, e a festa começava exatamente às 21:00. Isso não foi problema. Marcos e eu pegamos um táxi depois do expediente e zarpamos para o Circo Voador, na Lapa. Entramos sem complicações, compramos umas cervejas e ficamos observando o espetáculo.

Espetáculo não é uma palavra para nos referirmos somente aos shows de cantores como Zélia Duncan, Toni Garrido, Martnália, Preta Gil, Pretinho da Serrinha, e outros, sob o comando da lindíssima e simpaticíssima Fernanda Lima; espetáculo foi vermos, além de tudo isso, tanta gente do bem junta. A cada fala contra o preconceito, o povo vibrava, aplaudia, gritava. E assim, a festa foi rolando até meia-noite.






Carlos Tufvesson, coordenador da CEDS-Rio.


Curiosamente, uma menina falou para as amigas, ainda na fila de entrada: A festa é promovida pela CEDS (na verdade, CEDS-Rio), mas eu não sei o que significa. Claro que isso não é nenhum demérito, mas quando não conhecemos as máquinas, os aparelhos, que o poder público nos oferece como fomento de cidadania, inclusão e empoderamento, perdemos algo, quiçá, muito por causa disso. Então, vamos lá:

A Prefeitura do Município do Rio de Janeiro criou em 2011 a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual. Isso é o que significa CEDS-Rio.

O site oficial da CEDS-Rio diz o seguinte:

A função da pasta é combater a discriminação e o preconceito, de quaisquer formas, pois esses são verdadeiros males do século. Nosso compromisso é obter a visibilidade de cariocas e turistas com Campanhas de conscientização, ações junto a população e o que for possível para a cidade do Rio de Janeiro se distanciar desse comportamento.

Somos uma cidade inclusiva, receptiva e hospitaleira. Logo, o poder público atuará de forma incisiva através da CEDS para garantir o pleno exercício da cidadania da população LGBT e de todos os demais.

Cabe ao novo órgão propor políticas públicas de promoção de cultura de respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero que favoreçam a visibilidade e o reconhecimento social do cidadão LGBTT carioca - lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Município do Rio de Janeiro.

Desde sua implantação, a CEDS-Rio vem sendo coordenada por Carlos Tufvesson. Sua equipe é bem articulada e conta com muita gente LGBT, mas também com heterossexuais sensatos que entendem a importância de se promover o respeito a todos os cidadãos e a celebração da diversidade por eles representada.

Para entrar em contato com a CEDS-Rio, qualquer que seja o motivo, basta acessar esse link: http://www.cedsrio.com.br/faleconosco.html.

Algumas das mensagens da Secretaria de Saúde em parceria com a CEDS-Rio:



Pessoal da Secretaria de Saúde divulgando informações preciosas


SOBRE O CIGARRO:





SOBRE SEXO SEGURO:






18° Aniversário da Lei de Combate à Discriminação na Cidade do Rio de Janeiro

Na manhã deste dia 11 de setembro de 2014, a  Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do Município do Rio de Janeiro ou simplesmente CEDS-Rio, realizou um ato comemorativo pelos 18 anos da lei municipal 2475/1996, de autoria da então Vereadora Jurema Batista, tendo como oradores o Prefeito Eduardo Paes, a Subsecretária de Inclusão Produtiva/SMD Jurema Batista (a própria autora da lei), a Secretária e assessora de gênero da Secretaria de Políticas Sociais do Rio de Janeiro Ana Rocha,  e o Coordenador da CEDS-Rio Carlos Tufvesson.

Tive a honra de ser convidado pessoalmente pelo Carlos Tufvesson e prontamente me dispus a ir. Logo na entrada fui muito bem recebido por uma recepcionista transexual. No andar de cima, num salão belíssimo, com convidados de setores da sociedade civil, da prefeitura e da imprensa, pude ouvir os discursos de Jurema Batista, Carlos Tufvesson e Eduardo Paes - nessa ordem. Infelizmente, perdi o de Ana Rocha, porque cheguei atrasado.


Fui muito bem recebido logo na entrada do Palácio da Cidade.

Foi uma reunião rápida, seguida de uma recepção simples, mas muito bem cuidada. O que saltou aos olhos foi o empenho de Tufvesson e o total  apoio de Eduardo Paes quanto ao combate ao preconceito por orientação sexual, gênero, raça e religião, entre outros.

Duas peças publicitárias foram apresentadas para relembrar o trabalho da CEDS-Rio (braço da Prefeitura) na conscientização de que uma cidade tão linda como o Rio não combina com o preconceito. Aliás, preconceito não combina com qualquer sociedade minimamente esclarecida, diga-se de passagem.

Jurema Batista falando da tribuna




Jurema Batista falou de sua luta para a provação da lei em 1996, quando não havia qualquer outra parecida no Brasil. Ela também falou de seu trabalho no combate ao racismo. Jurema encerrou ressaltando que "na cidade do Rio de Janeiro, os direitos individuais do cidadão estão garantidos."

Como Tufvesson reforçou em seguida, "a lei foi a primeira no Brasil e incentivou várias cidades e estados". Ele também destacou que a própria existência da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual no Rio deve-se ao trabalho de pessoas que lutaram arduamente no passado e que não podem ser esquecidas. Citou de cabeça o Paulo do Grupo Atobá, o Cláudio Nascimento que era presidente do Grupo Arco-Íris, o Almir França, a Loren que organiza a Parada LGBT de Madureira, o Marcelo Esteves e a Yone Lindgren, do Movimento Dellas. Como ele disse, muitos outros poderiam ser citados também.

Carlos Tufvesson - foto G1


Tufvesson também ressaltou que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República publicou relatório sobre os crimes de ódio contra homossexuais e transexuais. O aumento foi de 46 por cento. E ressaltou que o lema da CEDS-Rio é:


"Eu não preciso ser negro para lutar contra o racismo. Eu não preciso ser mulher para lutar contra o machismo. Não preciso ser judeu para lutar contra o antissemitismo. Você não precisa ser gay para lutar contra a homofobia".

Uma ótima notícia foi comunicada em primeira mão no evento. A Prefeitura do Rio já aprovou o projeto da CEDS-Rio para a criação do primeiro Centro de Referência Rio sem Preconceito. O espaço lindamente planejado contará com seis secretarias, espaço multifuncional, inclusive para exposições e para a continuação do Projeto Damas. O cidadão terá acesso direto e gratuito aos serviços prestados pelas respectivas secretarias municipais e pela própria CEDS-Rio. O local escolhido fica à esquerda daquele largo que se estende em frente aos Arcos da Lapa.

Eduardo Paes se dirige aos convidados.


O Prefeito Eduardo Paes fez um discurso descontraído, mas com diversas declarações de impacto. Entre elas, destaco as seguintes:

"No processo eleitoral, parece que as pessoas estão competindo para ver quem é o mais preconceituoso."

"Fico impressionado com a falta de coragem de se colocarem certos posicionamentos contra o preconceito no debate público."

"Não é admissível que em pleno século 21 a gente ainda tenha que ver pessoas sendo discriminadas por sua orientação sexual, sua religiosidade, seu sexo."

"Não precisamos alimentar a disputa de quem odeia mais quem."

"A gente só combate isso [o preconceito] com ações firmes."

"A gente vai continuar lutando para que as pessoas façam o que quiserem, desde que respeitem os direitos dos outros."

Ele encerrou com a seguinte convocação: "Abaixo o preconceito, o ódio e todos aqueles que pensam que sabem tudo e não sabem de nada."

Eduardo Paes está exercendo seu segundo mandato. Desde o primeiro, logo no começo, abriu espaço e deu apoio para a criação da CEDS-Rio, convidando Carlos Tufvesson para assumi-la como Coordenador. 

Nas eleições para o segundo mandato, Paes continuou firme em seu propósito de inclusão. Aliás, não nos esqueçamos que ele foi o primeiro prefeito que participou de uma Parada do Orgulho LGBT no Rio. Naquela ocasião, o Governador Sergio Cabral também esteve presente. Foi marcante ver as duas maiores autoridades do Executivo municipal e estadual no evento, mesmo sendo de partidos diferentes. Eduardo Paes venceu as eleições para o segundo mandato no primeiro turno com 65% dos votos - fato inédito em todas as eleições realizadas até o momento no Brasil.

Ele, melhor do que ninguém, pode dizer o que disse sobre a pobreza do discurso público em torno dessas questões. Parabéns ao Prefeito e sua equipe.


Eduardo Paes e Loren, responsável pela Parada LGBT de Madureira.

A imprensa compareceu em massa e assediou o prefeito, que respondeu a todas as perguntas com atenção e simpatia.

Quem desejar maiores informações, pode falar com o assessor de imprensa João Felipe Toledo: comunicacao.ceds@gmail.com ou visitar o site da CEDS-Rio:
https://cedsrio.com.br/


E na saída, mais um momento para celebrar a presença transexual no evento.

Ontem na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro

DEBATE PÚBLICO NA CÂMARA DOS VEREADORES DO RIO DE JANEIRO:

Repúdio aos crimes e manifestações de intolerância e preconceito no Município do Rio de Janeiro


Fotos e texto por Sergio Viula



Vereadora Laura Carneiro


Vereador Jefferson Moura, Carlos Tufvesson e Sheila Cristina Correa da Silva


Yone Lindgren (à direita)




Cláudio Nascimento


Ontem, dia 07 de maio, tive o prazer de assistir um debate público convocado pela vereadora Laura Carneiro (PTB) para discutir a violência e os crimes de intolerância contra o cidadão LGBT no Rio de Janeiro. Estavam presentes o Vereador Jefferson Moura (PSOL), defensor dos direitos humanos, Carlos Tufvesson, coordenador da CEDS-Rio, Cláudio Nascimento, coordenador do Rio sem Homofobia, Yone Lindren, Coordenadora do Movimento D'ELLAS e vice-presidente lésbica da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e Sheila Cristina Corrêa da Silva, coordenadora dos Centros de Cidadania LGBT da Capital da Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Posteriormente, Julio Moreira, presidente do Grupo Arco-Íris, que vinha de outro compromisso, juntou-se à mesa à convite da vereadora.

A sessão foi aberta por volta de 10:30 pela vereadora Laura Carneiro, que fez um discurso extremamente pertinente sobre a violência que vem sendo praticada contra os cidadãos LGBT do Rio de Janeiro - e do Brasil, de um modo geral. Comentou sobre o papel que uma casa como a Câmara dos Vereadores deve desempenhar, falou sobre a importância de legislação federal também, mas deixou claro que fará o que estiver ao seu alcance em nível municipal para combater a intolerância e a violência. A vereadora também ressaltou que os direitos humanos devem ser defendidos em nível suprapartidário, e destacou que isso ficava bem exemplificado na parceria que mantém com o Vereador Jefferson Moura, uma vez que sendo associados a legendas partidárias diferentes, sempre trabalham juntos quando o assunto é direitos humanos.

Ela passou a palavra ao Cláudio Nascimento, que apresentou um relatório sobre os resultados do programa Rio sem Homofobia e as pesquisas que têm sido feitas em nível estadual sobre a violência contra LGBT.

Dentre as boas notícias, estão a abertura de quatro Centros de Cidadania LGBT, em pleno funcionamento, o Disque Cidadania LGBT (0800 023 4567), o treinamento de 450 policiais no início desse ano, os se juntam aos outros 3.000 que já haviam alcançados pelo projeto conhecido como "Jornada ACADEPOL de Formação para a Promoção da Cidadania LGBT, da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos", e que receberão seus certificados no dia 17 de maio, em cerimônia especial, coincidindo com o Dia Mundial de Combate à Homofobia e à Transfobia.

Depois de apresentar diversos gráficos com estudos sobre a violência contra LGBT registrada pelos equipamentos do Estado, tanto no Rio sem Homofobia como nos boletins de ocorrência da polícia civil, Cláudio devolveu a palavra à vereadora Laura, que a repassou à ativista Yone Lindgren.

Yone relembrou momentos em que a Câmara dos Vereadores foi fundamental para o avanço dos direitos LGBT na cidade do Rio de Janeiro, como na realização do 1º Seminário de Lésbicas do Rio de Janeiro em 1995. Yone aproveitou a ocasião para convocar a sociedade, especialmente a comunidade LGBT, a se envolver mais diretamente na luta pela cidadania plena desse segmento. Ela foi objetiva: só criticar as ações que vêm sendo realizadas ou a falta delas, não basta. É preciso sair da zona de conforto, arregaçar as mangas e chegar junto na hora de fazer acontecer. O recado foi claro: o aparato estatal se mexe quando a gente também se mexe.

Carlos Tufvesson apresentou um vídeo que nos fez lembrar de vários casos de agressão contra pessoas LGBT, inclusive resultando em morte. Os casos não eram apenas do Rio, mas do Brasil, de um modo geral, com uma ou outra cena de casos internacionais. O objetivo era sensibilizar e conscientizar as pessoas para a amplitude da luta contra a homofobia e a transfobia.

Tufvesson manteve seu enfoque principalmente sobre a violência doméstica que acomete pessoas LGBT. Surpreende que ela seja a maior de todas, sendo seguida apenas pela violência nas ruas. Isso quer dizer que quando uma pessoa gay, lésbica, bissexual, transexual ou travesti sofre na rua, ele/ela não encontra respaldo em casa. Pelo contrário, sofre novamente. O contrário pode se dar também, ou seja, por sofrer violência em casa, ele/ela acaba indo para a rua e sofrendo novamente. Tufvesson ressaltou que é por isso que a cada três adolescentes que tentam suicídio, dois são LGBT. Ele apontou para a importância de uma escola capaz de incluir e integrar o aluno LGBT, ao mesmo tempo em que é capaz de dialogar com suas famílias sobre a legitimidade da homoafetividade e da transgeneridade.

Sheila Cristina Corrêa da Silva, coordenadora dos Centros de Cidadania do Rio sem Homofobia falou sobre o trabalho de atendimento, que inclui assistência psicológica, assistência social e assistência jurídica. Ela comentou a urgência de legislação que criminalize a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero - tema que contou com a unanimidade dos oradores ao longo de toda a discussão.

É conveniente lembrar que o projeto de lei que pretendia criminalizar a homofobia foi arquivado recentemente. Aliás, o Senador representante do Estado do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias (PT), votou pelo arquivamento do projeto nacionalmente conhecido como PLC 122/06, ou seja, considerou que homofobia não deve ser considerada crime hediondo. Julgue você mesmo se é ou não hediondo, visitando Quem a Homofobia Matou Hoje, site criado e administrado pelo querido Eduardo Michels: 
https://homofobiamata.wordpress.com/


 
Lindbergh Farias
Foto: revista Época


Sheila chamou atenção principalmente para as pessoas cuja vulnerabilidade é maximizada por diversos recortes: cor, gênero, classe social e orientação sexual. O exemplo foi claro: Se você é mulher, sofre um tipo de discriminação. Agora, se é mulher, negra, lésbica, e pobre, o nível de discriminação a que você é submetida é potencializado pela combinação de todos os preconceitos relacionados a cada uma dessas características. A mesma sobreposição de categorias e preconceitos pode ser aplicada às demais letrinhas (pessoas) da sigla LGBT.

A mensagem foi clara: a luta contra o machismo não dá conta de tudo. É preciso ser específico na penalização da homofobia e transfobia, tanto quanto se tem sido na penalização do racismo.

O Vereador Jefferson Moura teve que sair um pouco antes, devido a um compromisso com uma comissão da Câmara que o aguardava em outro recinto, mas ele renovou seu compromisso de apoiar as iniciativas que visem ao combate à homofobia e à transfobia, e que promovam a plena cidadania da população LGBT do Rio de Janeiro, a quem ele tem representado publicamente em diversas ocasiões dentro e fora da Câmara dos Vereadores - diga-se de passagem.

A sessão foi encerrada logo depois da participação popular. Uma professora fez colocações brilhantes na tribuna e inspirou ideias que serão debatidas por Laura Carneiro, Tufvesson e Nascimento daqui em diante, e poderão fazer uma diferença positiva na afirmação da cidadania da comunidade escolar.

A Vereadora Laura encerrou a sessão por volta de 13:30. A transmissão foi feita pela TV Câmara e poderá ser reprisada a qualquer momento.

O site da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro também registrou esse momento na Casa.

CEDS-Rio: Dia da Visibilidade Trans



Coordenadoria da Diversidade do Rio de Janeiro

Veja um pouco do que foi II Seminário de Cidadania Trans., que teve em sua mesa de abertura o coordenador da CEDS, Carlos Tufvesson , Sub Secretaria Municipal de Saude, Dra. Betina Durovni (SMS) e Dra. Mônica Almeida, representante do Governo do Estado do RJ. ‪#‎diavisibilidadetrans‬

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CEDS-Rio promove encontro com profissionais da saúde sobre violência contra homossexuais



CEDS-Rio promove encontro com profissionais da saúde sobre violência contra homossexuais 

10/09/2013 15:27:00 
Autor: Juliana Romar
Fotos: Ricardo Cassiano




A Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS) realizou nesta terça-feira (10/09) o I Encontro Saúde e Cidadania com o tema "Preconceito e violência: o que temos a ver com isso?", no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. O evento teve como objetivo sensibilizar os profissionais da saúde sobre a violência contra homossexuais, apresentar a legislação municipal relacionada a preconceito e discriminação e, principalmente, informar sobre o decreto que torna compulsória a notificação de casos de violência homofóbica no Relatório SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde).

O encontro reuniu o coordenador da CEDS, Carlos Tufvesson; o subsecretário municipal de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência, João Luiz Ferreira Costa; e representantes da Secretaria Municipal de Saúde, além de funcionários do hospital. A iniciativa surgiu com base nos dados que compõem o recente relatório divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sobre violência homofóbica no Brasil.
A pesquisa mostra que em 2012 foram registradas no país 9.982 violações de direitos humanos contra LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), com 4.861 vítimas; e que em relação a 2011, houve um aumento de 166,09% de denúncias e de 46,6% de violações. Entre os dados estão os principais tipos de violação de caráter: 20% dos casos de violência física, 52% de violência psicológica e 28% de discriminação. No município do Rio, em 2011, foram formalmente denunciados ao Ministério Público Federal 216 casos de violação de caráter homofóbico.

- Todo dia vemos na televisão ou ficamos sabendo de algum tipo de violência contra os LGBTs. Precisamos agir para reverter o quadro, já que 46% de aumento de crimes contra homossexuais, sendo 60% na faixa etária entre 15 e 29 anos, é algo muito preocupante e faz a gente ver que o futuro do país está em risco. Nosso objetivo é mostrar para esses profissionais de saúde como o preenchimento da notificação compulsória vai ajudar muitas pessoas - disse Tufvesson, que explicou como funciona o documento:

- Através desse relatório, pode-se abrir um processo investigatório com base numa suspeita. Isso é muito importante, principalmente, para os agentes de saúde que diariamente visitam as casas das pessoas e podem perceber um caso não só de homofobia, mas de racismo, de estupro, pedofilia, abuso sexual, contra a mulher e idosos. Esse relatório de investigação pode salvar mais vidas do que uma operação no centro cirúrgico.

Segundo o coordenador, muitas pessoas quando são agredidas por homofobia se sentem desconsideradas de seus direitos constitucionais e civis e já chegam às unidades de saúde fragilizadas e envergonhadas, por isso a importância da aplicação da notificação compulsória prevista no artigo 1º do Decreto Municipal nº 35816, de 28/06/2012. Através do informe, a CEDS irá acompanhar e dar apoio à vítima com medidas de averiguação, atuação nos limites de sua competência e eventuais encaminhamentos aos órgãos responsáveis.

O subsecretário municipal de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência, João Luiz Ferreira Costa, também falou sobre a medida:

- A finalidade é deixar claro aos profissionais de saúde que trabalham na ponta de atendimento, especialmente nas urgências e emergências do município, que o espaço de prestação de serviço de saúde na rede municipal deve acolher e atender a todos os cidadãos sem discriminação alguma, ou seja, independentemente de cor, de raça, de gênero, de religião e de orientação sexual. O que queremos é que fique claro que a notificação é uma obrigatoriedade e quando houver suspeita de violência a integrantes da população LGBT isso deve ser notificado imediatamente, assim como é feito quando um paciente baleado dá entrada no hospital e avisam a polícia, ou quando há agressões a crianças e chamam o Conselho Tutelar. O paciente precisa sentir que o hospital é uma área acolhedora à sua necessidade como cidadão e deve ser tratado de forma digna, respeitosa e com igualdade.

Desde que foi criada, em 2011, a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual vem atuando com diversas iniciativas para propor políticas públicas de promoção de cultura de respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero, assim como resguardar direitos que favoreçam a visibilidade e o reconhecimento social do cidadão LGBT - lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros no Município do Rio de Janeiro. A Lei n.º 2475/1996, regulamentada pelo Decreto 33.033/2008, assegura que no município nenhum estabelecimento comercial ou repartição pública pode discriminar pessoas em virtude de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

- Temos ainda o Decreto 33816/2011, sobre a inclusão e uso do nome social de travestis e transexuais; e, agora, essa notificação compulsória no Relatório Sinan, que também vai ajudar muito. Essa norma começou aqui no Rio no final do ano passado e, hoje, é federal, valorizando a cidadania. Além disso, começamos essa capacitação com servidores, estamos fazendo um ciclo de debates para discutir a homofobia e informar o cidadão sobre os seus direitos, e temos ainda a ouvidoria da prefeitura 1746 que funciona também para denúncias – enumera Tufvesson.


* CEDS-Rio significa Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do município do Rio de Janeiro.

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