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ATEU HOMOFÓBICO – UMA QUIMERA




ATEU HOMOFÓBICO – UMA QUIMERA

De um ateu para outros ateus ou a quem possa interessar

Por Sergio Viula



Muitas quimeras já foram idealizadas por esse mundo afora, mas nenhuma é mais paradoxal do que um ateu que cultiva pensamentos homofóbicos ou palavras e posturas desse feitio. Felizmente, essas pessoas são vistas em número cada vez menor por aí. Alguns são muito barulhentos, mas não perfazem a maioria dos ateus. Alguns dos maiores nomes do ateísmo moderno são realmente pró-diversidade em todos os sentidos. O que me deixa perplexo é ver como os desafinados com a diversidade sexual não percebem que todo esse fervor anti-gay é herança da religião (ou das religiões) a que foram submetidos desde pequenos, bem como das instâncias – também influenciadas por estas – que se ocuparam de sua educação. Uma vez acriticamente internalizados, tais preconceitos contra a homossexualidade, a bissexualidade, a transexualidade, etc nunca foram esquadrinhados com o mesmo zelo racional com que tais precipitados ateus puseram à prova outros preconceitos e dogmas religiosos. 



Metaforicamente falando, não adianta um ateu se livrar da cabeça (deus) e guardar o resto do cadáver (crenças preconceituosas e moralismo dogmático). É preciso se livrar do morto todo. Aliás, desse cadáver que tanta gente tenta conservar só se tira uma lição: a de que a vida não pode ser encaixotada por mandamentos, prescrições e ordenanças. 

A ciência, por sua vez, não dita comportamento sexual (ou outros). Em outro campo, um dos prediletos da filosofia, uma ética da felicidade rechaça tais preconceitos, uma vez que o amor entre pessoas capazes de decidirem por si mesmas é absolutamente digno de existir, qualquer que seja a orientação sexual ou a identidade de gênero dos envolvidos. Tal postura ética diante da vida entende que as pessoas são livres para realizarem suas biografias, e estimula cada uma delas a construir sua própria história visando à realização pessoal, ao mesmo tempo em que conclama cada indivíduo a respeitar o espaço do outro, bem como suas possibilidades e seus direitos, de modo que este também possa experimentar o máximo de felicidade na vida. E não me refiro a momentos de euforia; refiro-me àquela sensação de que se está vivendo o mais fielmente possível a si mesmo, somando-se a isto uma convivência politicamente correta com o outro. Tal vivência nos coloca anos-luz à frente de qualquer pessoa guiada por mandamentos. E que ninguém se precipite: "viver de maneira politicamente correta" nada tem a ver com esse arremedo debochado que alguns espalham por aí, como se fossem muito originais em sua rebeldia contra o que é justo, belo e bom no sentido em que os gregos entendiam a virtude. Quem assim faz demonstra sequer ter compreendido o que significa a frase "o homem é um animal político". Como esperar, então, que entenda o que é viver de modo politicamente correto? 

Ainda de olho em nossa espécie, quando penso naquele humano mais primitivo, que, já sendo um de nós, vez por outra, se divertia despreocupadamente com o outro macho, ou nas primitivas fêmeas de nossa espécie que transavam com outras fêmeas, exatamente como fazem centenas de outras espécies, que se relacionam esporádica ou fixamente com membros do mesmo gênero em nossos dias, sem qualquer problematização desse gozo, não posso evitar um sorriso ironicamente condescendente para com os que já se acham muito distantes do Pentateuco ou das Epístolas Paulinas, enquanto continuam sendo assombrados por fantasmas dali emanados. Será que esses ateus pela metade, que ainda sustentam discursos religiosos, fazendo malabarismos hermenêuticos para não soarem tão dogmáticos quanto os crentes assumidos, isto é, para não soarem “cristãos” demais, não percebem a armadilha em que caíram? Como ousam se gabar de fundamentos tão lodacentos na construção de sua moralidade? Mesmo que utilizem um termo ou outro falsamente científico, com alguma retórica aparentemente irrefutável, será que não percebem que enfeitar o cadáver não o torna menos morto ou – ainda pior – não diminui seu potencial de contaminação para quem o carrega continuamente sobre as costas? 

A relação sexual entre membros do mesmo gênero, dentro de uma mesma espécie, remonta aos primórdios da nossa história evolutiva e parece que vai permanecer entre nós enquanto esse bicho que a gente chama de humano não vier a ser outra coisa, alguma coisa que não transe, por exemplo. Porque, uma coisa se pode afirmar com base em nosso histórico: enquanto houver sexo, haverá bi/homo/heterossexualidade, como sempre houve. Antes, sem problematização de qualquer ordem. Não era sequer nomeado dessa maneira pelos primeiros homens, como não é pelos outros animais. A herança maldita imposta pelas religiões monoteístas à sexualidade humana, por meio de suas crenças castradoras, mortificadoras, desnaturalizantes, não pode ter outro destino senão o completo descarte por aqueles que desejam pensar e agir de modo plenamente racional. As interpretações desses fenômenos da afetividade e da sexualidade humanas poderão ganhar novas cores no futuro, mas o fato de dois indivíduos do mesmo gênero transarem, identificados ou não por certas “etiquetas”, é e sempre será um fenômeno (aquilo que aparece, aquilo que acontece) inerente à humanidade. E, a menos que nossa espécie se extinga por circunstâncias cosmológicas previsíveis ou jamais pensadas, o mundo ainda será palco de muitos orgasmos entre pessoas do mesmo sexo e de sexos diferentes, exclusiva, simultânea ou alternadamente. E que diferença faz para a ordem natural se fulano e sicrano entendem isso ou complicam tudo? A natureza, inclusive a nossa, abrirá passagem e seguirá indiferente.

Agora, uma coisa é certa: Os seres humanos e suas comunidades serão muito mais felizes se viverem sob o comado de uma razão a serviço da felicidade humana, começando pela sua própria. E vejam que já existem vários religiosos experimentando essa liberdade, a despeito de sua crença no divino ou até mesmo por causa dela. Deviam se envergonhar de sua superficialidade, esses ateus quiméricos muitos dos quais vivem ridicularizando as pessoas de fé tanto quanto ridicularizam os LGBT. 

Já deu. Se não deu, devia ter dado - se é que me entendem. ;)


P.S.: A Liga Humanista Secular do Brasil (LiHS), a Atheist Alliance International (AAI) e a International and Ethical Union (IHEU), só para citar três, são exemplos de organizações que agregam ateus, agnósticos, céticos, secularistas, humanistas e são francamente pró-diversidade com igualdade de tratamento e de direitos.

Terremoto e tsnumani: O mundo abalado!



Incêndio por causa do terremoto no Japão

Um terremoto de 8,9 graus na escala Richter atingiu o Japão na madrugada dessa sexta feira (11/03/2011). O tremor ocorreu por volta das 3 horas da tarde (horário do Japão), na costa noroeste do país. O epicentro foi há 129 quilômetros da costa do Japão e a 24 quilômetros de profundidade, uma distância relativamente curta para um terremoto dessa magnitude. A rede de TV japonesa NHK transmitiu ao vivo o momento em que o tsunami chegou a Sendai, cidade da costa do Japão.

De acordo com testemunhas o terremoto durou aproximadamente 2 minutos e vários japoneses correram para as ruas com medo de serem atingidos por possíveis desmoronamentos.

A previsão é que por volta das 6 horas da manhã a tsunami chegue há costa da Indonésia, Filipinas e Papua Nova Guiné. Esses três países que ficam na costa do oceano índico e correm risco de serem atingidos pelas ondas gigantes. Também existe a possibilidade do Havaí ser atingido.

As redes de televisão de todo o mundo estão transmitindo ao vivo. Abaixo, disponibilizamos alguns vídeos que mostram flagrantes do terremoto e do tsunami que atingiu o Japão.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

O Japão enfrenta hoje uma das piores catástrofes naturais já vistas: terremoto e tsunami varrem cidades inteiras. E o terremoto não parou. Há lugares tremendo de 10 em 10 minutos. Quem pode garantir que novos tsunamis não venham a ocorrer?

É impressionante também a quantidade de enchentes que estão ocorrendo no Brasil, matando centenas e centenas de pessoas, desalojando milhares, acabando com o patrimônio conquistado por pessoas que tiveram que suar muito para conquistarem o que tinham. Não têm mais nada.

Vários países estão em alerta, inclusive os EUA e países que têm o litoral banhado pelo Oceano Pacífico, porque o que aconteceu no Japão pode acontecer por lá também.

Nessa hora, um monte de gente vem com teorias escatológicas - e me refiro à escatologia como o "estudo ou conhecimento das coisas do fim". Essas pregações enlouquecidas deixam as pessoas que acreditam nesses profetas de última hora ainda mais tensas. O grande profeta deste século, porém, foi Al-Gore, que quase foi presidente dos EUA, perdendo numa eleição duvidosa para George Bush.

Al-Gore, ignorando qualquer "profetismo apocalíptico" produziu o filme "Uma Verdade Inconveniente", no qual denuncia o avanço do aquecimento global e atribui grande parte dele à indústria e à poluição causada por ela e por seus produtos. Para produzir e vender, florestas são destruídas, gases tóxicos são lançados na atmosfera, lixo em toda parte, águas dos rios e mares são poluídas. Tudo isso enquanto, consumidores ávidos por novidades fúteis continuam consumindo e poluindo desnecessariamente o planeta. 

É verdade que o fenômeno do aquecimento global não se deve somente à ação destrutiva do homem, mas que essas ações podem estar acelerando o processo, isso podem. 

É impressionante ver as cenas no Japão e em cidades alagadas por enchentes e comparar com as imagens do filme e as informações dos estudos científicos sobre as mudanças climáticas.

E não adianta clamar a Deus ou aos Deuses. Eles não podem ouvir. E por que não  podem? Não podem porque não estão lá nem aqui. Quem escapa com vida, escapa como um peixe que, por pouco, não é engolido pela rede que retira centenas de outros do meio do mar. Enquanto estes sufocam fora d'água, os que escaparam (se pudessem pensar como os humanos) diriam: "Foi um milagre! Se não fosse Deus, eu estaria morto agora." E dizendo isso, não percebem que depõem contra a própria divindade que pretendem glorificar, enquanto sentem-se privilegiados por algum tipo de plano divino que os inclui no livramento e  deixa os demais se ferrarem. E entre os que se ferram, muitos deles são exatamente aqueles que citam o salmo 91 de cor: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará".

Fica aqui o alerta: Cuidar da natureza no que estiver ao nosso alcance é proteger a nós mesmos, posto que somos natureza ou - se preferirem - a natureza também é homem. Além disso, estudar e conhecer (em vez de crer) sobre como o planeta está se comportando e o que pode acontecer em função dessas mudanças. Isso pode nos ajudar a prevenir desastres maiores, deixando as áreas de risco e buscando áreas mais seguras. É importante não se arriscar em nome de divindade alguma, porque na hora do "pega pra capar", nem os templos escapam. E se os deuses não protegem suas casas de oração ou meditação, como protegerão a minha ou a sua? Fica de pé aquilo que a natureza mesma não destrói. Os deuses - imaginários como são - não podem interferir na realidade. Depois que estão em segurança, os humanos fazem interpretações mirabolantes a respeito dos acontecimentos naturais, tentando dar um sentido espiritualizado ao que é simplesmente e absolutamente natural - terrivelmente natural.

Amanhã ou depois pode ser eu. Pode ser você. E não adianta dizer "Deus me livre!". O que a gente precisa é estudar e trabalhar para estabelecer  comunidades humanas em locais menos arriscados, mas nenhum lugar é absolutamente seguro. Isso é verdade para homens, zebras, frangos, peixes, minhocas. Tudo natureza... O sobrenatural é apenas fruto da inquieta imaginação humana.

Natureza: essa coisa fascinante e assustadora ao mesmo tempo. 

Um pensamento de Sergio Viula (João 1:1 está diferente... 😂)


"No princípio era o homem, e o homem estava com medo, e do medo vieram os deuses. O medo estava no princípio com o homem. Todos os mitos foram feitos por ele, e, sem ele, nenhum mito se fez. A superstição estava nele, e a superstição obscurecia o entendimento dos homens, mas a razão prevaleceu contra ela." (por Sergio Viula)

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