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POR QUE OS CRIMES DE ÓDIO ESTÃO EM ALTA NOS EUA?





Allison Hope
Especialista em Relações Públicas e Jornalista

Postado pelo The Huffington Post em 21/05/2013

Traduzido por Sergio Viula


Por Que Crimes de Ódio Estão em Alta: A Tempestade Depois da Calma


A notícia de outro crime hediondo, dessa vez o assassinato por bala de fogo, de Mark Carson, 32, marca o que esperamos que seja o último numa perturbadora série de atos violentos contra pessoas LGBT.
 
Há apenas quarto dias e alguns quarteirões de onde Carson foi morto, um outro homem gay foi atacado ao sair do bar Pieces. Cerca de uma semana antes disso, vimos as terríveis imagens de dois homens gays sendo espancados perto do Madison Square Garden em dois três numa noite de fevereiro, e Lou Rispoli, o ativista dos direitos gays que foi atacado e morto perto de sua casa em Sunnyside, Queens, apenas alguns dias antes do furacão Sandy.

Todos esses atos de violência anti-gay ocorreram na cidade de Nova York, e dois dos ataques ocorreram numa vizinhança que tem sido historicamente considerada um recanto seguro para jovens e adultos LGBT, o West Village.

O casamento gay é legal no estado de Nova York. O ENDA (Decreto Federal de Não-Discriminação no Emprego) está enfrentando um movimento legislativo potenciamente inovador esse ano, e o DOMA (Decreto Federal de Defesa do Casamento) está para provavelmente ser derrubado pela Suprema Corte até o final de junho. Estamos desfrutando pequenas vitórias e podemos sentir o cheiro de grandes vitórias, já enxergando a linha de chegada. Então o que acontece? Por que nossos irmãos e irmãs ainda estão sangrando nas ruas?

Crimes de ódio, de um modo geral, seguem em alta ano após ano. De acordo com o Comissário de Polícia de Nova York, Ray Kelly, já aconteceram ataques por preconceito na cidade até 2013, quando nesse mesmo tempo em 2012, haviam ocorrido 13 desses ataques. E de acordo com um relatório publicado recentemente pelo Gabinete de Estatísticas de Justiça (BJS) do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, "Vitimização por Crime de Ódio, 2003-2013," 234.979 crimes de ódio especificamente por causa de orientação sexual ocorreram por todos os Estdos Unidos de 2007 a 2011. Subindo 2 por cento entre 2003 e 2006.

Numa semana em que mais estados permitiram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e em que o ENDA enfrenta um voto inovador e o DOMA encara a extinção, por que estamos vendo um aumento nos crimes de ódio cometidos contra nossos irmãos e irmãs LGBT? Muito tem sido pensado sobre causas potenciais – as mudanças demográficas do West Village, o fato de que homens gays tendem a ser alvo de crimes, etc. – mas meus instintos me dizem que alguma coisa maior está acontecendo. Eu acredito que estamos vendo a última batalha deflagrada por um subconjunto de nossa sociedade que está perdendo a guerra cultural. Os homofóbicos sabem que uma mudança de consciência está ocorrendo, que a maioria da nação acredita que pessoas gays devem ter empregos, lares, cônjuges e filhos. Os maiores “odiadores” entre nós, que costumavam manter uma sensação de conforto por causa de um senso de justica moral desfrutado em seu ódio, estão agora percebendo que não detém mais o controle. E o que fazem pessoas ignorantes com raiva quando elas sentem que não têm mais controle (mesmo que seja sobre algo que elas nunca controlaram de fato)? Elas atacam, é claro. Elas usam suas palavras de ódio, seus punhos, suas armas de fogo e suas facas.

Sob o risco de misturar assuntos de raça e sexualidade, a história fala alto. Se olharmos para o tempo que antecedeu imediatamente a aprovação do Decreto dos Direitos Civis de 1964, houve um aumento na violência. De fato, o projeto de lei foi levado à Casa dos Representantes (como a Câmara no Brasil) apenas dois dias antes do presidente John F. Kennedy ser assassinado. Alguns dos piores atos de violência foram vistos durante os meses que antecederam o projeto de lei, que introduzia proteções, desde a discriminação por causa de raça, cor, religião ou origem nacional. Perceba que ainda estamos trabalhando para acrescentar a orientação sexual e a identidade de gênero àquela lista.

Yetta Kurland, candidato ao City Council (N.T.: como nossa Câmara de Vereadores) representando o distrito onde Carson foi assassinado, escreveu numa mensagem para mim pelo Facebook:

O assassinato de Mark Carson expõe quão profundo é o ódio contra a nossa comunidade. Apesar de todos os avanços que temos feito, toda a conscientização e trabalho que temos feito, um homem é baleado e morto por ser gay em pleno West Village de 2013. Ainda temos uma longa caminhada em direção a criar um mundo onde a comunidade LGBTQ não viva em abjeção e medo. Esse medo se estende ao tratamento justo no local de trabalho, à segurança quando andamos pelas ruas, à representação justa nos círculos do poder, ao acesso a recursos públicos, e a uma ideia de que simplesmente não existimos.

Seja qualquer for a causa, o resultado final é um desnecessário banho de sangue. Não existe desculpa para ferir outros, mas acreditamos que o amor prevalecerá sobre o ódio. Havemos de superar tudo!

Garoto da Quinta Série Impedido de Fazer um Discurso sobre Casamento Gay na Escola.

 
Kameron Slade (5ª Série) - The Huffington Post


ASSISTA: Garoto da Quinta Série Impedido de Fazer um Discurso sobre Casamento Gay na Escola.


Esse fofo desse estudante nova-iorquino quis fazer um discurso sobre casamento gay na escola e foi impedido pelo diretor. Ele fala de um modo lindo, claro e muito apropriado sobre amor, casamento, família, preconceito. O vídeo está em inglês, mas vale a pena ver. Se você tem boa compreensão da língua inglesa e aposta na liberdade e na felicidade humana, vai curtir o que ele diz e o modo como diz.

 

Nova York legaliza casamento homoafetivo.

Nova York legaliza casamento homoafetivo.




LGBTs comemorando o resultado histórico.


Em uma decisão histórica, Nova York, berço do movimento LGBT e o Estado mais populoso dos EUA, com cerca de 19 milhões de pessoas - mais do que a população combinada dos outros cinco estados que atualmente permitem o casamento gay - se tornou nessa sexta-feira, 24 de junho, o sexto Estado americano a aceitar legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. levando em consideração o peso político e a população de Nova York, é como se um País tivesse tomado tal decisão.

A votação aconteceu depois de dias de negociações, adiamentos, rumores, reuniões a portas fechadas e muita frustração por parte dos advogados.

O ponto de discórdia, foi a exigência republicana por uma maior proteção legal para os grupos religiosos, que temiam ser acusados e processados por discriminação, se eles se recusassem a realizar casamentos homoafetivos.

Logo após a votação, o Governador Andrew Cuomo, assinou projeto de lei, nem esperou o prazo de dez dias a que tinha direito, dando seguimento a uma promessa de colocar seu nome na legislação e entrar para a história. Até porque, ninguém seria tolo de perder uma oportunidade como essa.

"Nova York finalmente derrubou a barreira, que tem impedido casais do mesmo sexo de exercer a liberdade de se casar e de receber as proteções fundamentais, que tantos outros casais e famílias têm", disse Cuomo.

A votação foi apertada, 33 favoráveis e 29 contrários. As galerias estavam lotadas de LGBTs, que aguardavam ansiosos o resultado. E a vitória só foi possível porque os senadores republicanos indecisos Stephen Saland e Mark Grisanti, mudaram seu voto para "sim", momentos antes da votação do projeto. Saland reconheceu que irá decepcionar muita gente, mas afirmou também que, "estava fazendo a coisa certa tratando todas as pessoas com igualdade, e que a igualdade se inclui na definição de casamento". Casais gays que estavam nas galerias, choraram durante o discurso de Saland. Já Grisanti alegou ter mudado seu voto após fazer uma pesquisa. "Quem sou eu para dizer que alguém não tem os mesmos direitos que eu tenho com a minha mulher, a quem eu amo?" Disse ele.

Como não poderia deixar de ser, a Conferência dos Bispos Católicos de Nova York, emitiu uma nota dizendo que eles estavam "profundamente decepcionados e preocupados" com a aprovação da lei do casamento gay, porque isso mudaria a "compreensão histórica do casamento".

"A passagem pelo Legislativo desse projeto de lei, pode alterar radicalmente e para sempre, a compreensão histórica da humanidade sobre o casamento, e isso nos deixa profundamente decepcionados e preocupados", disse o Arcebispo de Nova York Timothy M. Dolan. Como são dramáticos esses religiosos!

Ao final da votação, a comemoração foi geral. Várias celebridades elogiaram o resultado da votação no Senado. Entre elas, Lady Gaga, que fez campanha para o projeto de lei, e não conseguia parar de chorar, "Parabéns! Já era tempo!", dizia aos prantos.

"Eu nunca estive mais orgulhosa de ser uma cidadã nova-iorquina como agora, depois da aprovação da igualdade no casamento", disse Cyndi Lauper, em um comunicado.

Nova Iorque junta-se agora a Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont e ao distrito especial da capital federal, Washington. Com essa aprovação, espera-se que outros Estados americanos também aprovem leis semelhantes.


Fonte: Nossos Tons

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