Mostrando postagens com marcador havana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador havana. Mostrar todas as postagens

O padre cantor, o boy de regata, a cafeteria precipitada e o gerente demitido: Direto ao ponto.

O padre cantor, o boy de regata, a cafeteria precipitada e o gerente demitido:

Direto ao ponto.


Não olhem para isso... Olhem para... 
Ah, o gerente. Olhem só o que ele fez comigo.
(teria sido essa a razão para todo esse babado?)

"Sergio, eu pensei que você fosse comentar alguma coisa sobre a história do padre."  isso foi o que alguns amigos meus me disseram essa semana. Então, eu decidi fazer uma live curtinha no Instagram e colocar algumas questões que eu considero importantes.

Primeiro: Padre é uma figura que deveria cuidar de paróquia, orfanato, hospital de caridade e coisas assim. A Santa Casa de Misericórdia, por exemplo, está precisando muito de ajuda. Um padre cantor poderia facilmente levantar dinheiro suficiente para salvar da falência uma unidade da Santa Casa. Imagina, o que poderia ser feito por essa importante instituição se todos padres cantores doassem apenas o cachê de um ou dois dos seus shows!

Só para deixar bem claro, vale dizer o seguinte: Se o padre é gay ou não, isso não faz a menor diferença. O que mais tem na Igreja Católica é padre gay. Na verdade, a Igreja não seria nada sem padres gays e bissexuais ou freiras lésbicas e bissexuais. A Igreja tem no seu corpo clerical um número gigante, senão majoritário, de pessoas LGBTQIA+. 

Ah, Sergio, mas será que tem pessoas trans?  alguém poderia questionar.

Sim, provavelmente tem, sim — eu me refiro especialmente a pessoas transgêneras que não fizeram a transição, mas que sabem que são trans, mesmo vivendo como se fossem cisgêneras.

Então, se o padre cantor é gay ou não, isso não importa. Ele pode ser gay, e ninguém poderá impedir isso. Não existe papa que por decreto de uma bula possa impedir que alguém seja gay ou que possa obrigar alguém a deixar de ser gay. Isso não existe. O que mais tem é padre gay e freira sapatão — isso não faz a menor diferença. O que faz diferença é como ele vive essa sexualidade. Ele é ético? É correto? Ou é abusador? Se for um abusador, seja de meninas ou de meninos, de homens ou de mulheres, ele tem que ser punido. Mas esse não parece ser esse o caso com o padre em questão aqui. Ele foi apenas um babaca.

Ah, mas será que ele não está vivendo maritalmente com alguém? Não sabemos e nem interessa saber. É problema dele e do(a) adulto(a) com quem ele possa estar vivendo. A questão aqui é: por que um padre mentiria sobre uma história gravada em vídeo? Por que causaria a demissão de um funcionário de cafeteria, que trabalhava duro, enquanto o embatinado cobra cachês altíssimos para cantar? Esse honesto funcionário ganhou a vida toda cerca de um salário mínimo. Era o primeiro emprego com um salário um pouco maior.

O padre causou a demissão do rapaz, e por justa causa — o que é um absurdo, porque o funcionário não cometeu erro algum. Eu, se fosse o gerente demitido, entraria com uma ação no Ministério do Trabalho contra a empresa — e ganharia. A própria empresa reconheceu que ele não fez nada de errado, mas o demitiu por causa do escândalo. Agora o rapaz está doente, em tratamento, tomando remédios, traumatizado, sem conseguir sair de casa. Ele chegou a precisar de uma vaquinha online para sobreviver. Pior, ele não consegue outro emprego porque sua carteira ficou manchada. Além disso, tem medo de sair na rua porque sente-se vigiado.

O gerente demitido é a única vítima dessa história. Testemunhas confirmaram que ele não fez nada de errado. As câmeras também mostraram isso. E mesmo assim, a empresa o demitiu. 

Agora, pensem comigo: até que ponto vai essa desgraça que é o sistema católico de "recursos humanos"? Para se proteger, a padre  funcionário da Igreja — cria um bode expiatório. Ele usa um trabalhador vulnerável para distrair a atenção pública que já recaía sobre ele e seu acompanhante por outras possíveis questões constrangedoras para um padre supostamente celibatário. Só que esse bode expiatório é um trabalhador que nunca vai ganhar durante toda a vida o que esse padre ganha em três meses.

Sim, porque esse padre ganha dinheiro com shows, livros, trabalhos na Igreja e possivelmente presentes milionários. Você acha que ele sequer paga seu próprio refrigerante quando sai para almoçar com alguém? Claro que não. Enquanto isso, o rapaz provavelmente não consegue nem pagar o aluguel agora que está desempregado.

Vamos parar de achar que essas figuras religiosas têm algo que a gente não possa desenvolver por conta própria — virtude, ética, honestidade. Chega de infantilização. Você não precisa de padre, pastor, guru, pai de santo, iogue, ninguém. Construa sua vida com quem você escolheu ter por perto. Veja se essas pessoas são realmente amigas. Não espere que elas te carreguem no colo, mas também não deixe ninguém montar nas suas costas.

A última coisa que você precisa é de mais um clérigo tentando te ensinar como viver. Eu estou muito indignado com essa história. Se fosse comigo, eu processaria a empresa por demissão injusta e o padre por calúnia, difamação, exposição de imagem. Ele deu detalhes de onde o rapaz trabalhava. Ele sabia que isso acabaria mal. Eu nunca dexiaria uma coisa dessas passar em branco se acontecesse comigo.

Mas o problema é que o rapaz é simples. E aí vem a pergunta: cadê as organizações de direitos humanos para defender esse cara? Cadê as organizações ateias desse país para mover um processo e mostrar que padres não podem agir como criminosos impunemente? Por que estão todos calados? Só vejo YouTubers e sites de fofoca comentando o caso.

E o padre ainda tem a ousadia de posar de vítima. “Estão me odiando na internet.” — disse ele. Ora, pensasse antes de agir estupidamente! 

Além disso, por que não pediu desculpas ao rapaz injustiçado? Por que não pediu a readmissão dele, nem que fosse em outra unidade? Por que não tirou dinheiro do bolso para ajudá-lo a recomeçar? Por que não acionou seus contatos para arranjar outro emprego para ele?  Não... O padre preferiu fazer o papel de coitadinho perseguido. O mesmo padre que não disse uma só palavra quando o Papa Francisco morreu, foi o mesmo que não hesitou em utilizar a Internet para atacar um trabalhador. Isso é muita cara de pau.

É isso, gente. Meu recado está dado.


***********

DICA DE LEITURA

QUENTE SOBRE PADRES

https://www.amazon.com.br/vida-secreta-dos-padres-gays/dp/6556165549/

☝☝☝☝

Fidel Castro assume culpa pela perseguição aos homossexuais em Cuba

FIDEL CASTRO

🏳️‍🌈 Quando Fidel Castro disse: “Se alguém é responsável, sou eu”


Em 2010, uma declaração surpreendente chamou a atenção da comunidade LGBTQIA+ e dos defensores dos direitos humanos em todo o mundo: Fidel Castro, líder da Revolução Cubana, assumiu publicamente a responsabilidade pela perseguição sofrida por homossexuais em Cuba nas décadas de 1960 e 1970.

“Se alguém é responsável, sou eu. Houve momentos de grande injustiça.”
Fidel Castro, em entrevista ao jornal mexicano La Jornada

Durante anos, o governo cubano associou a homossexualidade a comportamentos “antirrevolucionários”, incompatíveis com o ideal do “homem novo” socialista. Essa visão gerou uma onda de repressão brutal, com demissões, prisões e até internações em campos de trabalho forçado — as temidas UMAPs (Unidades Militares de Ajuda à Produção).

O que foram as UMAPs?

As UMAPs funcionavam como campos de reeducação onde gays, religiosos, artistas “inconvenientes” e outros considerados "desviantes" eram enviados para realizar trabalho forçado e “corrigir condutas”. Era uma forma institucionalizada de castigar quem fugia das normas morais impostas pelo regime.

Esses episódios marcaram profundamente a vida de milhares de cubanos e ainda hoje são uma ferida aberta na memória coletiva da ilha.

A fala de Fidel: um reconhecimento tardio

A admissão de Fidel não veio acompanhada de um pedido formal de desculpas nem de reparações às vítimas, mas teve um valor simbólico inegável. Pela primeira vez, o homem que por décadas governou Cuba reconheceu publicamente a violência de Estado contra a comunidade LGBTQIA+.

Fidel afirmou que “na época, não havia consciência suficiente” e que muitos preconceitos estavam enraizados até mesmo nos quadros mais altos do governo. Ele disse que não delegaria a culpa e assumiria a responsabilidade pessoal pela política repressiva.

Cuba hoje: novos tempos, novos direitos

Nas últimas décadas, Cuba passou por mudanças significativas na pauta LGBTQIA+. Um dos nomes centrais nesse processo é Mariela Castro, filha de Raúl Castro e diretora do CENESEX (Centro Nacional de Educação Sexual). Ela liderou campanhas de conscientização e foi fundamental na luta pela igualdade de direitos.

Em 2022, o país aprovou um novo Código da Família, por meio de referendo popular, garantindo o casamento igualitário e o direito à adoção por casais homoafetivos — um avanço histórico, especialmente num país que até pouco tempo atrás via a homossexualidade como ameaça.

O que aprendemos com tudo isso?

A história de Cuba mostra que nenhuma ideologia está imune à homofobia. Quando o Estado decide o que é “normal” ou “aceitável”, quem foge do padrão corre perigo. E isso vale para governos de esquerda ou de direita.

A fala de Fidel Castro nos lembra que o primeiro passo para mudar é reconhecer o erro. Mas memória sem reparação não basta. O verdadeiro compromisso com os direitos humanos exige ação, escuta, justiça e mudança.


-----------------------------------------------
COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

E quando a gente fala desse assunto no Brasil da ditadura, na Cuba de Fidel, na China de Mao-Tse-Tung, na Rússia de Stalin, na Alemanha de Hitler, nos diversos países muçulmanos com seus respectivos ditadores, nos países da Inquisição católica, nos Estados Unidos dominados pelo fanatismo evangélico, ainda tem uns BABACAS que duvidam ou acham que é isso exagero dos homossexuais. Eles acham que a gente diz isso para bancar a vítima. Não! Porque os homossexuais já foram e ainda têm sido vítimas de injustiças inomináveis é que a gente coloca a boca no trombone mesmo! Ainda bem que Fidel Castro teve coragem de assumir isso, especialmente agora que os homossexuais têm liberdade de ir e vir em Cuba, liberdade de se expressar, como na Parada do Orgulho LGBT em Havana este ano. Eu anunciei aqui com fotos e tudo. Basta pesquisar aqui no blog pelo nome Cuba. A filha de Fidel estava lá na parada dando apoio aos homossexuais. Novos tempos! Os dilemas, porém, ainda são muitos graças aos mesmos protagonistas da discórdia: ditadores e fanáticos! Faça bom uso do seu voto. É o seu traseiro que está na chapa. ;)

Postagens mais visitadas