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INOVAÇÃO: Casal de mulheres gesta o mesmo embrião juntas

Ashleigh (esquerda) e Bliss (direita) 
com o bebê Stetson (Ashleigh Coulter/facebook)



Com informações de Josh Jackman
em 30 de outubro para o portal Pink News
https://www.pinknews.co.uk/2018/10/30/lesbian-couple-pregnancy-baby-world-first/

Traduzido e adaptado por Sergio Viula




Duas mulheres casadas gestaram o mesmo bebê antes do nascimento, no que parece ter sido o a primeira gravidez por fecundação in vitro desse tipo.


Ashleigh e Bliss Coulter, que vivem em Dallas, Texas, usaram um procedimento revolucionário no qual Bliss, 36 anos, carregou o embrião por cinco dias durante o precedimento de fertilização, antes que Ashleigh, 28, recebesse o mesmo embrião e levasse sua gestação até o fim.


O filho delas, Stetson Coulter, nasceu feliz e saudável em junho deste ano.


Bliss, Ashleigh e Stetson ainda em gestação (Ashleigh Coulter/facebook)


A Dra. Kathy Doody, um especialista em fertilidade no CARE Fertility em Bedford, Texas, desenvolveu o INVOcell, um dispositivo que tornou possível esse procedimento sem precedentes. Ela trabalhou junto com seu marido e colega de profissão, o Dr. Kevin Doody, e com o cientista canadense Jason Broome.


Falando ao PinkNews, ela explicou que o INVOcell é um container “do tamanho de uma rolha de champanhe, feito de poliestireno”, que pode ser preenchido com esperma e um óvulo para depois ser inserido na vagina, oferecendo condições perfeitas para a fertilização.


“Um laboratório provê a temperatura estática e a atmosfera, com o PH certo e com os níveis de dióxido de carbono adequados" - disse a Dra. Doody, que trabalha na área há 29 anos.


O casal com a Dra. Kathy Doody (Ashleigh Coulter/facebook)


"Comparado ao método tradicional de fertilização in vitro, existe o risco de expulsão do aparelho, apesar de ninguém ter reportado perda até agora", disse a Dra. Doody. Esse método também pode oferecer maior risco de que um "embrião anormal" seja transferido para o útero.

Mas a Dra. Doody disse ao Pink News que seu processo era "mais natural," uma vez que permite que ambas as parceiras participem da gravidez e criem laços com a criança.


Ashleigh carried Stetson for nine months (Ashleigh Coulter/facebook)


“Normalmente, o que aconteceria seria a doação de esperma, ou elas duas tentariam engravidas com o mesmo doador de esperma, mas esse [procedimento] permite que ambas participem. Isso é algo que um casal heterossexual não pode compartilhar."

“Eu realmente acho que isso é especial. Estou entusiasmada.”

E não é apenas revolucionário; é consideravelmente mais barato que as alternativas mais comuns.

“A fertilização in vitro tradicional e recíproca custa geralmente 15 mil a 20 mil dólares. A nossa custa aproximadamente oito mil dólares," disse a Dra. Doody.


Ashleigh e Stetson (Ashleigh Coulter/facebook)

“Isso aumentará as chances dos casais de criarem famílias, e essa é a espinha dorsal do que fazemos."

Desde o nascimento de Stetson, outro casal lésbico, que mora no norte do Texas, também usou o aparelho com sucesso, dando à luz um bebê saudável em setembro. A Dra. Doody disse que não há razão que impeça esse tipo de gravidez de se tornar terreno comum por todo o globo muito em breve.

Fonte: https://www.pinknews.co.uk/2018/09/26/lesbian-wedding-us-canada-ice-hockey-rivals-marry-meghan-duggan-gillian-apps/   

“Avance cinco anos a partir de agora e o conceito de INVOcell estará muito mais disseminado," predisse a médica. "Clínicas têm nos procurado de toda parte nos Estados Unidos, incluindo o Havaí, e de Hong Kong para aprender conosco.

“Meu marido tem viajado para a Nigéria, Uganda e Quênia para ensinar as pessoas sobre esse dispositivo. Há potencial para que ele se espalhe pelo mundo todo nos próximos anos." - disse a Dra. Doody.

Homens gays cada vez mais têm filhos através de barriga solidária

Homens gays cada vez mais têm filhos 
através de barriga solidária


Traduzido e adpatado por Sergio Viula
Texto original por Nara Schoenberg
http://www.chicagotribune.com/lifestyles/health/sc-gay-men-having-babies-health-1130-20161123-story.html



Cliff Hastings e Ron Hoppe-Hastings com seus filhos gêmeos de 11 meses, Alexandra e Sydney, concebidos com a ajuda de uma doadora de óvulos e gestados no útero de uma mãe de "barriga solidária". Cada vez mais, os homens gays estão recorrendo a doadoras de óvulos e "barrigas solidárias" para terem filhos. (Zbigniew Bzdak/Chicago Tribune) 



Cliff Hastings e Ron Hoppe-Hastings disseram seus votos em 2011 durante uma cerimônia de união civil. Mais tarde, eles tornaram-se pais juntos.

"Choramos copiosamente," disse Hastings, 41 anos. O tema da paternidade era emocionalmente tocante para eles. Os dois realmente queriam ter filhos, mas havia uma questão: "Não sabíamos quais eram as opções. Ambos pensávamos que ter filhos poderia ser mais uma espécie de sonho do que uma realidade de fato."

Hoje, Hastings e Hoppe-Hastings são pais orgulhosos de duas meninas gêmeas com 11 meses de idade. Elas foram concebidas através de óvulos doados e gestados através do que se costuma chamar "barriga solidária" (quando uma mulher se dispõe a cultivar o óvulo fertilizado por outras pessoas, carregando-o em seu próprio útero). Até recentemente, esse processo era muito comum para casais heterossexuais que não podiam ter filhos por motivos relacionados à fertilidade ou à saúde. Agora, cada vez mais casais gays recorrem a essa técnica.

Não existem registros exatos de quantos homens gays estão tendo filhos através de fertilização in vitro e barriga solidária, mas observadores dizem que este número está crescendo.

Uma pesquisa informal sobre clínicas de fertilidade em mais de 10 cidades americanas feita pelo jornal Chicago Tribune através do site FertilityIQ (www.fertilityiq.com), uma página onde os pacientes avaliam seus médicos de fertilidade, descobriu que 10 a 20 por cento dos óvulos doados estão indo para homens gays que desejam ter filhos via "barriga solidária", e em muitos lugares os números subiram 50 por cento há cinco anos.

O custo continua sendo uma grande barreira, de acordo com o co-fundador do FertilityIQ Jake Anderson, com valores cobrados de homens gays que variam entre 100 mil dólares e 200 mil dólares.

O casal Hastings e Hoppe-Hastings pensou em adotar os filhos que desejavam ter, mas, algo mudou o curso das coisas: Cerca de três anos atrás, uma das colegas de turma de Hasting dos tempos de ensino médio postou fotos em seu Facebook. Ela estava grávida, e quando Hasting a parabenizou, ela explicou que tratava-se de "barriga solidária", e que estava carregando o bebê de um casal heterossexual. A amiga colocou Hastings em contato com a mesma agência que havia preparado tudo para que ela fosse "barriga solidária" para aquele casal. A organização era a Family Source Consultants em Chicago.

Desde o primeiro encontro com a agência, ele diz que sentiu que era o que devia fazer.

Houve alguns impasses também. A primeira doadora de óvulo escolhida pelos pais não passou no exame psicológico. Depois, a primeira "barriga solidária" que eles escolheram, que era uma mulher casada e mãe, moradora de Indiana, concordou em carregar seus bebês, mas depois de algumas semanas, ela mesma enviou uma mensagem de texto para Hastings. Sua igreja não havia aprovado que ela fosse "barriga solidária" para um casal homoafetivo. Ela recuou.






10 a 20% dos óvulos doados geram filhos para casais gays.



"Aquilo foi difícil para nós", diz Hoppe-Hastings, 32 anos, um pai "dono-de-casa" que, junto com Hastings, treina o time campeão de garotas na Faculdade Parkland. "Nós quase nos sentimos como se tivéssemos perdido os bebês de certa maneira, porque já estávamos adiantados no processo, e então tivemos que voltar à estaca zero."

Os pais ficaram um mês sem fazer nada em relação à gravidez, mas quando retomaram o processo, parece que tudo simplesmente fluiu.

"Nossa mãe de 'barriga solidária' e o doador do óvulo simplesmente parecem ter caído no nosso colo através da agência," diz Hoppe-Hastings. "Nós as entrevistamos no mesmo dia e simplesmente nos apaixonamos por ambas, então tudo funcionou perfeitamente."

Os óvulos foram extraídos da doadora e fertilizados. Então, dois dos melhores embriões foram implantados no útero da "mãe solidária"; um deles biologicamente pertencente a Hastings e o outro pertencente a Hoppe-Hastings.



Porém, houve mais acidentes de percurso: As garotas nasceram com 6 meses de gestação e tiveram que passar 19 dias na unidade neonatal do hospital. Hoppe-Hastings foi até Chicago para estar com suas filhas e foi hospedado pela Casa Ronald McDonald. O plano de saúde da companhia inicialmente considerou a hospitalização dos bebês como "fora da cobertura", uma discriminação dispendiosa que acrescentou stress aos pais.

No final, porém, tudo funcionou. A empresa do plano de saúde cedeu e as garotas foram para casa em paz.

Hoje, as meninas estão engatinhando e aprendendo a andar.

"Elas são perfeitamente saudáveis," disse Hastings. "Elas são gigantes. O médico fica constantemente surpreso de que ela sejam prematuras."


Brasil ainda luta para combater intolerância contra homossexuais

Foto meramente ilustrativa.
Fonte: Internet (blog A Nova Era Gay)



Matéria apresentada no Fantástico 
Janeiro de 2011



Agora, casais do mesmo sexo podem recorrer a técnicas de reprodução assistida. No Rio, único estado com estatística oficial de agressão contra gays, foram 378 casos de homofobia em 2010.

Esta semana, o Conselho Federal de Medicina deu um importante passo contra a discriminação aos homossexuais. Agora, casais do mesmo sexo podem recorrer a técnicas de reprodução assistida para ter filhos. Antes esses procedimentos só podiam ser feitos em casais heterossexuais.

“O importante é que todas as pessoas, independente da qualidade ou do estado civil da suas uniões, tenham acesso a esta técnica”, afirmou Roberto d’Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.

Este é mais um de uma série de avanços recentes no reconhecimento dos direitos de gays e lésbicas, num país que infelizmente ainda luta para combater a intolerância.

Um espancamento brutal. “Eu tenho essas marcas que estão aqui, meus dentes saíram do lugar. Eu estou sempre com a sensação de que algo de ruim vai me acontecer. Sempre em pânico”, conta Bruna Freire Silva, vítima de agressão.

Um tiro a queima-roupa. “A bala entrou aqui e saiu aqui”, lembra outra vítima.

De acordo com o Grupo Gay da Bahia, organização que monitora casos de violência em todo o país, a cada dois dias, um homossexual é assassinado no Brasil.

No Rio de Janeiro, único estado com estatística oficial de agressão contra gays, foram 378 casos de homofobia em 2010, mais de um por dia. E nove assassinatos.

“Ele foi apedrejado, ele foi torturado. O caso do Alexandre se tornou um símbolo nacional da luta contra a homofobia”, lembra Marco Duarte, primo de Alexandre. Alexandre Ivo morreu em junho deste ano.

Todos os acusados respondem em liberdade. “É um garoto de 14 anos. Ele perdeu o direito dele de viver”, destaca Marco.

A intolerância pode acontecer à luz do dia. Felipe foi expulso de um ônibus a ponta pés só porque tentava ajudar um cadeirante a embarcar. “As três pessoas que estavam reclamando se voltaram contra mim alegando que eu não era homem”, lembra ele.

Ele procurou a polícia imediatamente. Se fosse em outra época, talvez Felipe ficasse calado.

“O que acontece é que anos atrás, talvez, as famílias não assumiam que um filho que morreu de homofobia morria de homofobia. Não ia à delegacia falar: ‘meu filho é gay e morreu porque é gay’. E agora essas denúncias têm esse teor”, afirma ele.

“Como estão perdendo no âmbito da civilidade esse debate, estão partindo para o âmbito da violência, para o campo do terror e do ódio”, explica o gestor público Cláudio Nascimento.

Contra o ódio, uma festa concorridíssima. “A gente tinha pensado num evento para no máximo 30 ou 40 pessoas, uns amigos. E foram 300 pessoas”, lembra Cláudio, falando sobre seu casamento.

Como o Brasil não tem uma lei de união civil de pessoas do mesmo sexo, Cláudio e João assinaram um pacto homoafetivo. É um documento público registrado em cartório para oficializar o que a vizinhança inteira já sabia.

“É uma vida normal, como a de qualquer outro casal, com sonhos, desejos, desafios, obstáculos”, afirma Cláudio.

O Estado brasileiro também resolveu enxergar o óbvio. “Dorme, planeja a vida, paga as contas. Vê lá quanto que entrou de dinheiro no final do mês”, diz Cláudio.

A Receita Federal anunciou que casais de mesmo sexo vão poder incluir dependentes ou fazer declaração conjunta do Imposto de Renda deste ano. E uma portaria do Ministério da Previdência, enfim, decidiu tornar regra o que a Justiça já obrigava por força de liminar: homossexuais e seus companheiros terão direito à pensão e aposentadoria.

A Justiça do Rio Grande do Sul foi a primeira a determinar que ações envolvendo pensões, heranças e partilha de bens de casais homossexuais saíssem das varas cíveis e passassem a ser discutidas nas varas de família. Ou seja, o Judiciário entendeu que o caso aí era menos de uma relação de negócio e mais de uma relação de afeto entre pessoas do mesmo sexo. Isso só foi possível graças à atuação decisiva da desembargadora Maria Berenice Dias.

Heterossexual, casada cinco vezes, três filhos, e ainda assim vítima de preconceito por defender os direitos dos homossexuais.

“Parece que é uma coisa depreciativa.Tanto que todo mundo diz: ‘mas, Berenice, tu não te incomoda?’ Mas não me ofende acharem que eu sou homossexual porque eu não acho que eles sejam um segmento assim: ‘ai, que horrível!’ Para mim, em primeiro lugar não me importa o que os outros pensam a meu respeito, né?”, afirma ela.

A desembargadora aposentada Maria Berenice Dias foi a primeira a dar razão a um casal gay numa ação judicial em 2000. De lá para cá, ela já contou 808 decisões favoráveis de dezenas de juízes pelo país afora.

Para ela, só falta o Congresso Nacional mudar de comportamento. “Um fundamentalismo perverso, acho que uma postura covarde do nosso legislador que, não sei se tem medo de ser rotulado de homossexual, tem uma visão muito fechada do conceito de família, mas no Legislativo não se consegue avançar”, destaca ela.

Existem 19 projetos de lei tramitando em Brasília, inclusive, o que torna crime a homofobia. “Isso também não avança”, lembra a desembargadora.

Mesmo sem uma lei específica, por exemplo, sobre adoção de crianças por casais de mesmo sexo, pelo menos 20 sentenças já foram proferidas.

“O que a Justiça faz? A Justiça aplica a Constituição Federal que manda se ter uma proteção integral a crianças e adolescentes”, diz a desembargadora.

O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro diz que não há qualquer risco de sequela psicológica para a criança. “As pré-condições para que uma adoção seja bem sucedida são afeto e disponibilidade dos adultos em acolher essa criança. E afeto e disponibilidade não estão relacionados à orientação sexual”, destaca Eliana Olinda, psicóloga do CRP-RJ.

“Tudo o que eu faço, desde que eu acordo até a hora que eu vou dormir, é em função da Maria Vitória. Não tem como”, afirma a funcionária pública Cristiane Carvalho Corrêa.

Cristiane adotou Vitória quando ela era bebê. Agora a companheira dela, Sílvia, entrou na Justiça para ser, legalmente, a mãe que já é na prática.

“Aí a Cris falava: ‘Não, Sílvia, feijão tem que dar escondido, põe o arroz e a carne por cima’. Todo um malabarismo na colher para esconder o feijão. Ela vai comer o feijão, ela tem que saber que tem que comer feijão, que feijão é bom para ela”, lembra Sílvia.

Uma tem coração mole. “Às vezes ela deixa fazer as coisas!”, diz Vitória. A outra contrabalança: “O quartel!”, brinca Vitória.

Se tudo der certo, Vitória terá duas mães na certidão de nascimento. Carinho em dobro, ela já tem. “Todos nós podemos viver no mesmo mundo. Não há um mundo separado”, diz Cris.

Fonte: Blog do Cláudio Nascimento

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