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Orgulho em Cingapura: da tradição dos bissu à resistência moderna

Orgulho em Cingapura: da tradição dos bissu à resistência moderna

O Merlion - símbolo nacional


por Sergio Viula



Antes da colonização britânica, Cingapura fazia parte de culturas austronésias e malaias que reconheciam e respeitavam a diversidade de gênero.

Entre essas tradições, destacavam-se os bissu — xamãs não binários das comunidades bugis (atuais Indonésia, Malásia e Singapura). Os bissu eram vistos como seres espiritualmente completos, por reunirem qualidades masculinas e femininas, e atuavam como mediadores entre o mundo humano e o espiritual. Sua presença simbolizava equilíbrio e poder sagrado, e sua identidade era aceita como parte natural da ordem social.

Com a dominação britânica, essa harmonia foi rompida. Vieram a imposição de valores vitorianos e a criminalização da homossexualidade. A Seção 377A do Código Penal passou a punir relações entre homens — mesmo com consentimento. Mesmo após a independência, em 1965, a lei permaneceu, servindo por décadas como instrumento de repressão.

Somente em 2022, após anos de mobilização e debate público, o Parlamento de Cingapura finalmente revogou a 377A. Contudo, a luta continua: no mesmo ano, uma emenda constitucional foi aprovada para impedir o reconhecimento do casamento LGBTQ+ no país.

Ainda assim, o orgulho cresce. O evento Pink Dot se tornou o maior símbolo dessa resistência colorida e pacífica.
 
Pink Dot: o coração do orgulho em Cingapura

O Pink Dot nasceu em 2009, inspirado nas Paradas do Orgulho de outros países, mas adaptado à realidade de Cingapura — onde manifestações públicas são rigidamente controladas. Realizado anualmente no Hong Lim Park, o único espaço onde protestos são permitidos, o evento convida pessoas LGBTQ+ e aliados a se vestirem de rosa (a cor que simboliza amor e diversidade) e formarem juntos um enorme ponto rosa — o pink dot — como expressão de solidariedade e orgulho.

Pink Dot

Ao longo dos anos, o Pink Dot cresceu em visibilidade e impacto. De algumas centenas de participantes no início, passou a reunir dezenas de milhares de pessoas, incluindo diplomatas, artistas, empresas inclusivas e figuras públicas.

Mesmo enfrentando censura, restrições a patrocínios estrangeiros e vigilância do Estado, o movimento conseguiu abrir espaço para o diálogo público sobre diversidade e direitos humanos em uma sociedade conservadora.

Mais do que um evento, o Pink Dot é hoje um movimento cultural e social, que inspira campanhas, ações comunitárias e projetos de acolhimento em todo o país.
 
Vozes do orgulho em Cingapura


Andrea Razali (acima, à esquerda), Tereza Goh (acima, à direita),
Elieena Lee (abaixo, à esquerda) e Andrian Peng (abaixo, à direita)


Alguns nomes se destacam por seu papel fundamental na luta pela igualdade e visibilidade LGBTQ+ no país:

Andrea Razali, modelo trans e ativista, usa sua visibilidade nas passarelas e nas redes sociais para educar sobre identidade de gênero e combater o estigma. Ela tem sido uma das vozes mais corajosas a discutir abertamente os desafios enfrentados por pessoas trans em Cingapura, tornando-se referência para jovens que buscam aceitação e autenticidade.

Theresa Goh, nadadora paralímpica queer e embaixadora do Pink Dot, conquistou medalhas internacionais e hoje dedica sua influência a promover inclusão e empoderamento LGBTQ+. Sua história inspira tanto pela superação física quanto pela força com que defende a visibilidade queer em espaços esportivos e públicos.

Eileena Lee, terapeuta lésbica e fundadora de espaços de acolhimento LGBTQ+, criou ambientes seguros para que pessoas queer possam conversar, se fortalecer e receber apoio psicológico. Ela é uma das pioneiras na criação de redes comunitárias que promovem o bem-estar mental e emocional da população LGBTQ+ em Cingapura.

Adrian Pang, ator renomado e apoiador ativo do movimento, tem usado sua influência cultural para defender a empatia e o respeito. Sua presença em eventos como o Pink Dot reforça a importância de aliados públicos, especialmente no meio artístico, para normalizar a diversidade e ampliar o alcance da mensagem de igualdade.
 
Política e representatividade: Vincent Wijeysingha

Além de ativistas e artistas, a política também tem sua voz na luta LGBTQ+ em Cingapura.
Vincent Wijeysingha, ex-membro do Singapore Democratic Party (SDP), tornou-se em 2013 o primeiro político em Singapura a se assumir publicamente gay. Ele declarou nas redes sociais: “And yes, I am gay”.

Vincent Wijeysingha

Wijeysingha concorreu nas eleições gerais de 2011, mas não foi eleito, e posteriormente deixou a política partidária para se dedicar à sociedade civil e à defesa dos direitos LGBTQ+. Mesmo sem ocupar um cargo no parlamento, sua visibilidade foi um marco histórico, mostrando que ser assumidamente LGBTQ+ é possível na política singapurense, embora ainda represente um desafio num contexto conservador.

Sua trajetória inspira não apenas candidatos e políticos, mas toda a comunidade queer, lembrando que a presença e a representação importam tanto quanto leis e políticas.
 
Resistência e esperança

Mesmo sem o reconhecimento do casamento igualitário, a comunidade LGBTQ+ de Cingapura segue erguendo sua bandeira com coragem e criatividade. Entre tradições espirituais como a dos bissu, movimentos culturais como o Pink Dot e pioneiros políticos como Vincent Wijeysingha, o país revela uma história de resistência — uma luta constante pela dignidade, pela liberdade e pelo direito de amar.
Conclusão: florescendo em terreno árido

Em um território pequeno, mas de cultura intensa, a coragem LGBTQ+ de Cingapura floresce mesmo sob vigilância e conservadorismo. É um lembrete poderoso de que o orgulho não depende apenas de leis ou reconhecimento estatal — ele nasce da união, da visibilidade e da persistência de quem se recusa a desaparecer.

O amor vence!

Como os bissu de outrora, as pessoas queer de hoje continuam tecendo pontes entre mundos, inspirando novas gerações a celebrar quem são — e a construir, passo a passo, um futuro mais livre.

O Pink Dot, cada vez mais brilhante, mostra que onde há amor e resistência, há sempre caminho.

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Sobrinho do primeiro ministro de Cingapura se casa com outro homem

Li Huanwu, o sobrinho gay do primeiro ministro de Cingapura, se casa com parceiro

Com informações de Adam Maidment

para o Portal Pink News
https://www.thepinknews.com/2019/05/24/li-huanwu-gay-nephew-of-singapore-prime-minister-marries-partner/


Traduzido e adaptado por Sergio Viula




Os noivos Li Huanwu e Heng Yirui anunciaram seu casamento na cidade de Cape Town. (@Hengyirui/Instagram)


Li Huanwu, sobrinho do atual primeiro ministro de Cingapura Lee Hsien Loong e neto de Lee Kuan Yew, que também foi primeiro ministro de Cingapura anteriormente, casou-se com seu parceiro na cidade de Cape Town, na África do Sul.

Huanwu e seu parceiro Heng Yirui compartilharam a notícia de seu casamento no dia 24 de maio, quinta-feira.

Numa postagem no Instagram, seu (agora) marido, o Dr. Yirui, que trabalha como veterinário, escreveu: “Hoje, eu me caso com minha alma gêmea. Ansioso por uma vida de momentos como este com @hero.unit.”

Instagram: https://www.instagram.com/p/Bx10MESB7_1/

O casal foi fotografado durante uma exuberante exibição em Cape Town, com um elefante ao fundo.

Huanwu também compartilhou informações sobre a cerimônia juntamente com fotos do casal desfrutando momentos especiais em Cape Town.

As fotos, que retratavam o casal abraçado e com um cachorro carregando as duas alianças de casamento no focinho, foram postadas no Facebook com a legenda: "Safari antes dos nosso grande dia. #lovewins” (tradução da hashtag O Amor Vence)

Facebook: https://www.facebook.com/lightbringer.li/posts/10162139521540037


Yirui também postou no Facebook dizendo: “Hoje eu me caso com a minha alma gêmea. A jornada tem sido maravilhosa com o amor e apoio de nossos amigos e familiares.

“Eis uma vida de companheirismo amoroso e de satisfação!”

Facebook: https://www.facebook.com/heng.yirui/posts/10156466296876194


O casal no Parque Nacional Mana Pools em Cape Town. (Li Huanwu/Facebook)



Li Huanwu manda um recado que só entende plenamente quem já esteve no armário e saiu dele convicto de seu direito à livre expressão e autonomia: “A vida é mais do que a escuridão do armário”.

Huanwu saiu do armário em julho do ano passado (2018), durante uma exibição LGBT que coincidia com o evento conhecido como Pink Dot Pride em Cingapura.

Fonte: https://www.pinknews.co.uk/2018/07/23/singapore-grandson-founding-father-comes-out-gay-li-huanwu/

É inegável que esse gesto foi um avanço e um desafio.

Em 2013, o evento Pink Dot sofreu grandes pressões e até perseguição em Cingapura - um país próspero e pacífico que ainda mantém uma mentalidade criminalizadora da homoafetividade.

Em 04 de julho de 2013, o Blog Fora do Armário reverberou a notícia de que Cingapura estava recorrendo a uma lei centenária para perseguir a comunidade LGBT. Nesse mesmo dia, também reverberamos que pela primeira vez um político influente e gay saía do armário, demonstrando disposição para resistir às pressões e encorajar a comunidade LGBT daquele país. Depois disso, chegou-nos a notícia de que religiosos fanáticos estavam fazendo pressão para que as pessoas fossem coibidas em seu direito humano de se manifestar no que diz respeito à sua orientação sexual e identidade de gênero.


Diante de tudo isso, o gesto monumental de Li Huanwu ganha ainda mais relevância! Sobrinho do primeiro ministro atual de Cingapura, ele estabelece um marco na luta pela livre expressão da homoafetividade naquele país, ainda que tenha se casado fora dele. Sua linda terra-natal, infelizmente, ainda engatinha com preguiça e sem vontade no tocante aos direitos LGBT.

“Para a comunidade LGBT, não é menos que um sonho compartilhar as mesmas dignidades humanas que vocês [desfrutam], para que vivenciem vidas plenas e prósperas," postou ele no Facebook depois do evento.

“Se você é um membro da comunidade LGBT no armário, eu o conclamo a sair. Espero que você possa deixar para trás as barricadas de segurança e as checagens de identidade e enxergar – ainda que por uma tarde apenas – que a vida é mais do que a escuridão do armário, que existem pessoas lá fora que se importam."

“E, finalmente, se você é um membro assumido da comunidade LGBT, você tem uma responsabilidade moral de sair. Se você não defender a si mesmo, você não pode esperar que outros lutem por você. Esse é seu dever moral.”

Relações homossexuais ainda são ilegais em Cingapura, sob a Seção 377A do Código Penal de Cingapura. E em entrevista anterior ao portal Pink News, a ativista Rachel Yeo disse que "definitivamente, é preciso ter pele espessa para ser LGBT+ no país."

PinkNews: https://www.pinknews.co.uk/2018/08/20/singapore-lgbt-reality-check/ 

Contudo, os ativistas esperam que a descriminalização da homossexualidade na Índia inspire Cingapura a seguir nos mesmos passos, uma vez que ambos os países herdaram essas leis do antigo império britânico com seus códigos vitorianos de conduta. Além da Índia, nesse mês de maio, o Taiwan deu um fantástico exemplo de respeito aos direitos fundamentais de sua população LGBT, quando legalizou o casamento homoafetivo - o que o coloca anos-luz à frente de Cingapura no tocante aos direitos que devem caracterizar qualquer sociedade que pretenda ser justa e igualitária.

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E no Brasil, o Supremo Tribunal Federal deu uma aula de cidadania e interpretação da Constituição brasileira (humanista, como ela é), quando 6 dos 11 ministros que já votaram a criminalização da homofobia decidiram por declarar a homofobia e transfobia como crimes qualitativamente equivalentes ao racismo. Foi uma GRANDE VITÓRIA para os Direitos Humanos no Brasil. Veja mais aqui: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2019/05/stf-e-homofobia-seis-votos-contra-o.html

Procurador Geral de Cingapura é processado por leis anti-gays


Procurador Geral de Cingapura é processado por leis anti-gays

Cidadãos LGBT+ de Cingapura querem seguir os passos da Índia e descriminalizar a homossexualidade no país


Originalmente escrito por Shannon Power

Gay Star News
https://www.gaystarnews.com/article/lawsuit-filed-against-singapore-attorney-general-over-anti-gay-laws/#gs.NzfDhqFR

Traduzido e adaptado por Sergio Viula


O portal Gay Star News informa que um ativista LGBT+ de Cingapura protocolou um processo contra o Procurador Geral daquele país por causa das leis anti-gay que a cidade-estado ainda mantém.

De acordo com o site, Brian Choong quer que Cingapura revogue a Seção 377, uma lei do período colonial que criminaliza o sexo entre homens. O processo foi protocolado em novembro do ano passado.

Choong argumenta no processo que a Seção 377A do Código Penal, que proíbe o sexo gay, viola os Artigos 9, 12 e 14 da constituição de Cingapura, uma vez que esses artigos garantem o direito individual à liberdade, a igualdade de todos os cidadãos diante da lei e o direito de se reunirem pacificamente e formarem associações.

De acordo com o reclamante, esses artigos da Constituição esvaziam a Seção 377A e a tornam inconsistente.

Gay Star News reporta que um porta-voz do Gabinete do Procurador Geral disse que o gabinete recebeu um resumo do caso.

"Somos incapazes de comentar mais, uma vez que a matéria está agora diante das cortes", disse o porta-voz ao Straits Times.

O debate sobre descriminalizar a homossexualidade ganhou força de novo em 2018, depois que a Suprema Corte da Índia derrubou a Seção 377 de seu Código Penal, que criminalizava as relações homoafetivas naquele país.

Mas o apoio à lei anti-gay continua intocável entre os cingapurianos. Uma pesquisa feita em novembro do ano passado revelou que a maioria das pessoas quer manter a Seção 377A, mesmo que ela não seja mantida.

Cingapura é uma cidade-estado socialmente conservadora no sudeste da Ásia. Sua população perfaz cinco milhões e seiscentas mil pessoas. Durante o debater sobre a Seção 377A, tanto organizações cristãs quanto organizações muçulmanas expressaram apoio à lei anti-gay.

Recentemente, o governo de Cingapura prometeu endurecer suas leis sobre adoção. Essa declaração foi feita logo depois que uma corte garantiu o direito de adoção a um pai que gerou um filho através de 'barriga solidária'.

Religiosos Contrários ao Comício pelos Direitos Gays do 'Pink Dot' Podem Usar Branco em Protesto

Religiosos Contrários ao Comício pelos Direitos Gays 
do 'Pink Dot' Podem Usar Branco em Protesto



Fonte: Reuters via The Huffington Post
https://www.huffpost.com/entry/singapore-pink-dot-protest_n_5520852

Tradução: Sergio Viula
Para o blog Fora do Armário com leve adaptação.
 



IMAGENS DOS COMÍCIOS E SHOWS 
DO PINK DOT (CINGAPURA)
2012 E 2013











Cingapura, 23 de junho (Reuters) – Alguns cristãos se juntaram aos muçulmanos em conclamar seguidores a usarem branco nesse final de semana em protesto ao sexto comício pelos direitos gays promovido pelo “Pink Dot”, que atraiu um recorde de 21 mil participantes no ano passado.

Cingapura está observando crescente ira a respeito de temas que vão da imigração e do custo de vida aos direitos gays – tudo num país onde a discórdia é ativamente desencorajada e reuniões políticas demandam permissão a despeito de quantas pessoas estejam envolvidas.

Ano passo o comício do Pink Dot foi realizado apenas alguns meses depois que a Alta Corte rejeitou a petição para revogar a lei que criminaliza sexo entre homens.

Ustaz Noor Deros, um professor muçulmano, lançou o movimento do Use Branco semana passada, conclamando muçulmanos a não participarem do evento no sábado, e a usarem roupas brancas durante as orações naquela noite enquanto aguardam a chegada do mês sagrado do Ramadã. A página dele no Facebook conquistou mais de 33 mil ‘curtidas’.

O movimento “Use Branco” recebeu a adesão de Lawrence Khong, diretor da Igreja Batista Comunidade de Fé (Faith Community Baptist Church), e da rede de igrejas LoveSingapore. Ele também encorajou os membros de sua igreja a usarem branco nos cultos desse final de semana.

"Não podemos e não iremos endossar a homossexualidade. Continuaremos a resistir a qualquer promoção pública da homossexualidade como um estilo de vida alternativo,” disse Khong numa publicação no Facebook.

A maioria do povo de Cingapura parece estar contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mesmo com o Pink Dot registrando crescente apoio desde seu começo em 2009, inclusive atraindo patrocinadores como a BP, a Goldman Sachs e o Google.

Um estudo feito pelo Institute of Policy Studies publicado no começo deste ano descobriu que até esse ano, 78,2 por cento do povo de Cingapura achava que relações sexuais entre dois adultos do mesmo sexo eram sempre ou quase sempre erradas, e 72,9 por cento deles eram contra o casamento gay.

Os ministros do governo de Cingapura pediram restrição ao crescente apoio ao movimento Use Branco, apesar de ativistas dos direitos humanos dizerem que eles deveriam ser mais explícitos na condenação da discriminação.

"O Estado precisa entrar e desempenhar um papel claro de uma perspectiva legal,” disse Braema Mathi, presidente do MARUAH, um grupo de direitos humanos.


ESSE ANO SERÁ NO DIA 28 DE JUNHO.


Primeiro político de Cingapura fora do armário na história daquele país

Com a lei contra ele, Político de Cingapura diz que é Gay




Por SATISH CHENEY - Associated Press
SINGAPORE July 2, 2013 (AP)

Tradução: Sergio Viula 
(4 de julho de 2013)


Essa conservadora Cidade-Estado condenou homens por comportamento homossexual há apenas sete anos, e a lei da era colonial britânica que eles usaram encontra-se apenas nos livros. O governo de Cingapura não demonstra qualquer interesse em fazer uma mudança: O conselho do Primeiro Ministro tem sido deixar as coisas como estão.

O oposicionista Vincent Wijeysingha não está seguindo esse conselho. Na sua página do Facebook na semana passada, ele tornou-se o primeiro político de Cingapura a sair do armário, e está defendendo que a lei seja banida.

Ele disse ao Associated Press na segunda-feira que, apesar do governo resistir à descriminalização da homossexualidade, "a sociedade finalmente prevalecerá sobre o governo nessa questão."

"Estou inteiramente convencido de que a lei será finalmente modificada," disse Wijeysingha (wee-jay-sing-ga), tesoureiro do Parido Democrático de Cingapura (Singapore Democratic Party).

A lei de décadas atrás torna a "indecência grosseira" entre homens passível de punição de até dois anos na cadeia. Ela não tem sido ativamente reforçada nos últimos anos, mas 185 homens foram condenados sob essa lei entre 1997 e 2006, de acordo com informação do governo.

Reclamações contra a discriminação baseada em orientação sexual têm se tornado menos comum em Cingapura, uma potência econômica no Sudeste da Ásia com aproximadamente 5 milhões de habitantes. Mas até uma década atrás, políticas governamentais impediam que gays obtivessem "cargos sensíveis" no serviço público e censuravam severamente conteúdo relacionado à homossexualidade nos cinemas e programas de TV.

Os direitos homossexuais têm crescido ao redor do mundo. Mais de doze países e 13 estados americanos permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas, de acordo com as Nações Unidas, cerca de 75 países continuam a criminalizar o comportamento homossexual; em alguns deles punível com a morte.


Vincent Wijeysingha


A Suprema Corte de Cingapura rejeitou em abril uma ação da parte de um casal gay para reformular a lei estado-municipal, determinando que o Parlamento se responsabilizasse por fazer quaisquer mudanças.

O Primeiro Ministro Lee Hsien Loong disse anteriormente esse ano que esses não eram "temas que possamos acomodar de um jeito ou de outro, e é realmente melhor para nós deixá-los como estão, e apenas concordar ou discordar."

Ativistas dos direitos homossexuais disseram que isso é inaceitável para um crescente número de cidadãos de Cingapura. Eles destacaram que a manifestação em defesa dos homossexuais chamada Saturday's Pink Dot atraiu mais de 20.000 pessoas ao parque, o melhor comparecimento ao evento que vem sendo realizado desde 2009.

A manifestação desempenhou um papel importante no pronunciamento de Wijeysingha. Ele havia falado sobre temas gays em fóruns passados, e amigos e associados ficaram sabendo que ele era gay, mas ele confirmou isso publicamente na página do Facebook dizendo "sim, eu vou ao Pink Dot ... e sim, eu sou gay."

"É a primeira vez que ele disse isso tão explicitamente em público," disse Siew Kum Hong, um advogado e comentarista político. "Até um certo ponto, isso mostra que a sociedade de Cingapura está se abrindo mais, uma vez que ele obviamente não pensa que isso possa ser fatal para suas chances eleitorais."

Baey Yam Keng, um legislador do Partido Ação do Povo (People's Action Party), disse que apesar de ser incerto como a maioria do povo de Cingapura se sente a respeito da homossexualidade, "chegará o tempo em que o Parlamento terá que se abrir para outro debate" quando a descriminalização dela.

"Há muito estigma ainda associado à homossexualidade em Cingapura," disse Baey. "Apesar de mais gente ter aparecido no evento Pink Dot desse ano, incluindo pessoas heterossexuais, é difícil dizer se a homossexualidade é amplamente aceita em Cingapura, todavia. Mas eu acho que é importante que as autoridades e o governo estejam abertos e tenham compromisso contínuo a respeito desse assunto."

Baey condenou Wijeysingha por ter se assumido a respeito de sua sexualidade, dizendo que "deve ter custado muita coragem fazer o que ele fez."

Wijeysingha disse que a melhor resposta que ele recebeu foi dos jovens que lhe disseram que ele lhes deu coragem para sair do armário. Mas ele disse que trabalhará mais sobre os direitos homossexuais.

"Meu sistema de valores é de direitos iguais para todos," disse ele. Direitos Humanos são indivisíveis."


Vincent Wijeysingha


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


No ano 2000, estive em Cingapura. Passei um mês naquele lindo país. Quem tiver lido "Em Busca de Mim Mesmo" sabe do que estou falando. Quem não tiver lido poderá encontrar essa e outras experiências ao longo do relato. 

https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM
☝☝☝

Mas o que interessa nesse momento é o seguinte: Cingapura é um país desenvolvido, próspero, com um povo ordeiro e simpático, onde tudo funciona perfeitamente. Porém, é um país composto por uma diversidade étnica e religiosa muito grande. Entre as principais religiões, encontram-se o budismo, o cristianismo e o islamismo, mas há outras. A mudança dessa lei é urgente, mas muito provavelmente enfrentará opositores nessas fileiras.

Apesar disso, Cingapura tem uma considerável comunidade LGBT que passa despercebida pela maioria, mas vai encontrando meios de se conhecer, interagir e se amar. A Internet tem contribuído muito para essas trocas. Entretanto, enquanto houver uma lei que permita que algum governante extremista encarcere homossexuais por causa de sua sexualidade, ninguém estará seguro. Nem mesmo quem não é LGBT. A Idade Média já demonstrou como o "denuncismo" pode ser útil aos inescrupulosos, vingativos, ambiciosos quando se trata de alcançarem o que desejam. Bastava dizer que uma mulher era bruxa ou que um homem era sodomita para que estes encontrassem um fatídico destino nos porões da Inquisição. A negação não era uma resposta aceitável. Se negassem, seriam torturados até "confessarem" seus "crimes". Nada impede que o mesmo aconteça com leis ridículas e perigosas como essas leis "anti-sodomia" que ainda prevalecem em alguns países.

Cingapura, por ser tão avançada, culta, educada, já deveria ter se livrado disso dessa legislação discriminatória e destrutiva.

De qualquer modo, eu vivi uma grande aventura nas terras do Merlion e sobrevivi para voltar ao Brasil com o que seria o início de minha saída definitiva do armário. 


The Merlion:
O símbolo nacional de Cingapura: uma combinação de sereia (mermaid) e leão (lion), donde Merlion.

Cingapura usa lei centenária para perseguir homossexuais

Parlamento de Cingapura



Cingapura usa lei centenária para perseguir homossexuais


A homossexualidade masculina é até hoje perseguida em Cingapura por causa de uma antiga lei aprovada no início do século XX, quando a cidade-estado era parte do Império britânico, e que foi mantida pelos diferentes governos e pelo sistema judiciário mesmo depois da independência.

A "Seção 377A" do Código Penal considera como delito os atos sexuais ou atos "indecentes" entre homens, quer seja em âmbito público ou privado, aos quais condena uma pena máxima de dois anos de prisão, enquanto a relação entre lésbicas não é considerada delito.

"Este artigo discrimina legalmente a orientação sexual das pessoas, muitas das quais são demitidas de seus trabalhos sem nenhum direito a protestar", disse Sujith Kumar à agênciaEFE, porta-voz do grupo pelos direitos dos homossexuais em Cingapura "The Purple Alliance".

Em abril, o Alto Tribunal de Cingapura rejeitou duas propostas para derrubar a "Seção 377A", alegando que a sociedade cingapuriana ainda não está preparada para certas mudanças. "Estamos em uma sociedade em transformação. Algumas mudanças são rápidas, outras precisam de tempo para serem efetivadas e ganharem apoiadores", disse o juiz Quentin Loh.

Ambas as propostas foram levadas ao Tribunal de Apelação, embora as organizações homossexuais se mostrem "pouco confiantes" em conseguir este "avanço social". "O governo insiste na importância da unidade familiar heterossexual para a sociedade (...) A comunidade homossexual é vista pelos líderes como peões que fazem avançar a economia, não como pessoas merecedoras de dignidade e igualdade", declarou Kumar.

Em 2007, uma revisão do Código Penal suprimiu a "Seção 377", a lei que deu origem à "377A" e que condenava o sexo oral e anal entre heterossexuais e também o sexo entre as lésbicas.

Apesar de os organismos governamentais terem feito várias promessas públicas de que não perseguirem a homossexualidade legalmente, a "377A" está no Código Penal desde que foi introduzida em 1938, embora não seja frequentemente utilizada.

"Manter este artigo é um sinal claro de que o governo de Cingapura não nos quer aqui. Muitos cingapurianos se mudaram para outros países para terem igualdade de direitos e oportunidades", declarou Kumar, ao dizer que é difícil dar números concretos dessas pessoas que emigraram.

A imprensa de Cingapura, seriamente controlada pelas instituições locais, poucas vezes cobre os protestos ou reivindicações pelos direitos desta minoria, embora costume publicar com grande evidência os casos judiciais nos quais está envolvido um homossexual, lembrou a associação. "Nas escolas, durante o ensino de educação sexual, se ensina a homossexualidade como um ato contra as leis", denunciou Kumar.

À sombra dos grandes arranha-céus propriedade de alguns dos bancos mais importantes da Ásia fica o pequeno bairro de Tanjong Pagar, cheio de casas coloridas de dois andares onde está concentrado o movimento gay de Cingapura.

Mais de 15 mil pessoas participaram no ano passado de um evento anual, conhecido como "Pink Dot" ("Ponto Rosa"), organizado para promover a liberdade de amar independentemente das orientações sexuais. "Apesar de a percepção das pessoas estar mudando, especialmente entre os jovens, ainda existe um longo caminho por percorrer para se conseguir a igualdade de direitos para a comunidade homossexual em Cingapura", disse o porta-voz de "The Purple Alliance".

Fonte: SITE TERRA


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


No ano 2000, estive em Cingapura. Passei um mês naquele lindo país. Quem tiver lido "Em Busca de Mim Mesmo" sabe do que estou falando. Quem não tiver lido poderá encontrar essa e outras experiências ao longo do relato. 


https://www.amazon.com.br/Busca-Mim-Mesmo-Sergio-Viula-ebook/dp/B00ATT2VRM
☝☝☝


Mas o que interessa nesse momento é o seguinte: Cingapura é um país desenvolvido, próspero, com um povo ordeiro e simpático, onde tudo funciona perfeitamente. Porém, é um país composto por uma diversidade étnica e religiosa muito grande. Entre as principais religiões, encontram-se o budismo, o cristianismo e o islamismo, mas há outras. A mudança dessa lei é urgente, mas muito provavelmente enfrentará opositores nessas fileiras.

Apesar disso, Cingapura tem uma considerável comunidade LGBT que passa despercebida pela maioria, mas vai encontrando meios de se conhecer, interagir e se amar. A Internet tem contribuído muito para essas trocas. Entretanto, enquanto houver uma lei que permita que algum governante extremista encarcere homossexuais por causa de sua sexualidade, ninguém estará seguro. Nem mesmo quem não é LGBT. A Idade Média já demonstrou como o "denuncismo" pode ser útil aos inescrupulosos, vingativos, ambiciosos quando se trata de alcançarem o que desejam. Bastava dizer que uma mulher era bruxa ou que um homem era sodomita para que estes encontrassem um fatídico destino nos porões da Inquisição. A negação não era uma resposta aceitável. Se negassem, seriam torturados até "confessarem" seus "crimes". Nada impede que o mesmo aconteça com leis ridículas e perigosas como essas leis "anti-sodomia" que ainda prevalecem em alguns países.

Singapura, por ser tão avançada, culta, educada, já deveria ter se livrado disso dessa legislação discriminatória e destrutiva.

De qualquer modo, eu vivi uma grande aventura nas terras do Merlion e sobrevivi para voltar ao Brasil com o que seria o início de minha saída definitiva do armário. 


The Merlion:
O símbolo nacional de Cingapura: uma combinação 
de sereia (mermaid) e leão (lion), donde Merlion.

Irmãos de Cingapura trocam de sexo juntos

Após 8 anos, irmãos trocam de sexo e participam de concurso de beleza

Irmãos de Cingapura fizeram cirurgia de mudança de sexo juntos





Angel Aurora Jalleh-Hosey, de 38 anos, e sua irmã, Jessie Jalleh-Hosey, de 37 anos, que participavam de concursos de beleza como travestis, fizeram cirurgia de mudança de sexo e agora arrasam nos concursos como mulheres. Elas passaram oito anos participando de concursos de beleza para travestis até que, em 2005, realizaram a cirurgia de mudança de sexo.
 
Angel superou outras 12 finalistas para ganhar o concurso para transgêneros realizado em Cingapura, o Miss Exótica 2012, segundo o site Asia One. Desta vez sua irmã a acompanhava na plateia, mas ela já ganhou um concurso de beleza também, em 2004, quando foi eleita Miss Tiffany Singapore. Na época, ela ainda era oficialmente um homem.

A mãe das duas – que tem um terceiro filho, de 26 anos – as acompanhou no dia da cirurgia, tendo aceitado a decisão das filhas anos antes. “Foi difícil no início, mas tudo está bem agora”, contou Angel sobre sua mãe.

Foto: Asia/One
Fonte: Redação POP
Postador: Thayanne Karoline

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