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Casal Gay adota 12 filhos

Um casal gay de Phoenix adotou 12 crianças em 10 anos



Steven e Roger Ham são um casal gay de Phoenix, Arizona, que adotou doze crianças em dez anos. As coisas não foram fáceis, e a maioria das adoções precisou ser feita por apenas um deles, já que, no Arizona, a adoção por casais gays não é legal. Além disso, ao longo desses dez anos, eles acolheram temporariamente 42 crianças.

Na verdade, Steven e Roger só queriam um filho, mas quando acolheram Michael em 2003, enfrentaram um problema: Michael, que tinha 5 anos, passava o dia preocupado com seus quatro irmãos mais novos, que haviam sido acolhidos por três famílias diferentes. Então, Steven e Roger fizeram todo o possível para reunir os cinco irmãos e acabaram adotando todos eles em menos de um ano.

A princípio, decidiram que já era o suficiente. No entanto, em 2006, Steven quis viver a experiência de criar um bebê desde o início, e começaram a acolher bebês. Como pais experientes, os serviços sociais começaram a encaminhar para eles tanto bebês que precisavam de um lar temporário quanto aqueles que necessitavam de adoção permanente.

Em um dos casos, ofereceram a eles a adoção de um menino de 4 anos. Antes de buscá-lo, descobriram que ele tinha uma irmã de 11 anos, cega de um olho. Assim, decidiram adotar os dois. Quando chegaram a 12 filhos em casa, concluíram que não poderiam acolher mais crianças e encerraram a licença de acolhimento. Agora, eram uma família completa.

Com tantas crianças, um deles precisou se dedicar exclusivamente à paternidade, enquanto aguardava que os filhos crescessem o suficiente para que pudesse voltar a trabalhar.

Sempre me perguntei por que algumas pessoas preferem ver crianças em orfanatos a serem acolhidas por uma família gay, mesmo sendo óbvio que, na maioria dos casos, em um lar as crianças recebem muito mais amor e segurança do que em uma instituição.

Não é apenas o fato de todos os estudos apontarem que as crianças crescem tão saudáveis em famílias homossexuais quanto em famílias heterossexuais, mas também porque, para as crianças, isso não parece fazer diferença. Quando explicaram a Michael, o primeiro menino que adotaram, que eles eram dois pais — e não um pai e uma mãe —, Michael levantou-se e disse: "Vou pegar minhas coisas."

Porque tudo o que as crianças precisam é de uma família que lhes ofereça estabilidade e amor.

Data de Publicação: 29/01/2014 12:04:50

Fonte: InOut Post

'Direita Socialista"? O ataque à família do Toni Reis.


Cuidado com pastores na política e metendo o nariz na sua vida. O verdadeiro perigo não está em famílias amorosas de dois pais ou duas mães. O verdadeiro perigo pode estar justamente naqueles ambientes que perseguem essas pessoas.

ENTREVISTA: Uma família homoparental que vai inspirar você!

Por Sergio Viula

OBS: As fotos desse post foram cedidas 
pelo casal para este post, exclusivamente.

Daniel Poubel, à esquerda, e Lucio Bragança.




Faz algum tempo que esse casal querido, formado por Lúcio Bragança e Daniel Poubel, acompanha o Blog Fora do Armário. Mas o contrário também é verdade - este blogueiro acompanha as postagens deles no Facebook e sempre se encantou com o modo como eles construíram uma linda família.

Por isso, perguntei ao casal se eles topariam dar uma entrevista para o Blog Fora do Armário. E para a nossa alegria (^^), eles toparam. O que você vai ler abaixo é fruto dessa conversa por e-mail.

A entrevista e as fotos foram autorizadas pelo casal para publicação exclusiva aqui no Blog Fora do Armário. Por favor, não as reproduza sem autorização deles, mas fique à vontade para compartilhar o link dessa linda história.

Lucio Bragança tem 34 anos e Daniel Poubel, 30. Eles são originários de MUQUI - ES, mas trabalham em outra cidade como professores. 



Fora do Armário: Como foi que vocês se conheceram e quando decidiram se casar? As famílias de vocês já sabiam que vocês eram homoafetivos? 

LUCIO:
Daniel e eu nos conhecemos desde pequenos, fomos vizinhos em nosso bairro, o tempo passou e tomamos caminhos diversos, porém em determinados momentos nos encontrávamos em algumas situações, porém nunca namoramos antes. Eu tive um relacionamento heteroafetivo e desse relacionamento surgiu os dois filhos que estão conosco. Fiquei viúvo e poucos anos depois reencontrei Daniel, e então resolvemos ter um relacionamento e assumir nossa homossexualidade. As famílias não sabiam de nossa homossexualidade, assumimos a nossa “nova vida” e enfrentamos os desafios e as consequências juntos.


DANIEL:
Nosso amor é antigo, desde criança nos víamos, mas nunca tivemos a oportunidade de conversar. Algo dentro de mim se revirava quando o via. Na adolescência, então, com a descoberta velada de minha orientação sexual, percebi que era apaixonado por ele. Contudo, a vida nos fez tomar caminhos diferentes e por um longo período não nos vimos mais. Quando de uma oportunidade única, tive a chance de reencontrá–lo e fui à conquista. Estamos juntos há 9 anos, sendo 4 anos casados oficialmente como o primeiro casamento civil de nossa cidade atual. Em relação aos parentes, eles souberam de nossa sexualidade e namoro ao mesmo tempo, digo que além de nos descobrirmos juntos, também estreamos juntos (rsrs). No início foi complicado, mas com o passar do tempo as coisas foram se organizando e a vivência de nossa FAMÍLIA superou, pelos menos em parte, o preconceito dos PARENTES. 



Fora do Armário: Quando decidiram ter filhos? Como vieram a ter dois? 

LUCIO: Como respondi anteriormente, quando assumimos nosso relacionamento, eu já era pai de dois filhos - filhos, que juntos, desde o início, compuseram nossa família.

DANIEL: Sempre sonhei em ser pai, e quando a oportunidade de casar com Lucio surgiu, o pacote veio completo. Adorei. Casei com o amor da minha vida e tive a oportunidade de ser pai de gêmeos.



Fora do Armário: Falem mais sobre os filhos. 

LUCIO:
Quando fomos morar juntos, os meninos (filhos) tinham 5 anos. E resolvemos, depois de alguns meses morando juntos, assumir para os filhos de forma simples o nosso modelo de família. Não houve segredo, uma vez que na convivência eles percebiam que o amor, o afeto, o carinho e a responsabilidade eram oferecidos a eles, e não era diferente, ou seja, o sexo dos componentes do casal não fazia diferença na relação familiar. Para eles que convivem em um ambiente familiar livre de estereótipos e preconceitos, não foi construída a ideia de que o casal homoafetivo é imperfeito, igual ao que determinados discursos tentam propagar. A nossa relação sempre foi aberta com eles, sabem de tudo, em relação a nosso modo de vida e a sua história.

DANIEL: Em nosso seio familiar, tentamos ao máximo esclarecer tudo que é possível, mas a questão de família é algo natural, vivido no dia-a-dia. Se alguém perguntar aos nossos filhos o que é uma família, eles responderão que é amor. Tudo é tão tranquilo e as pessoas que questionam chegam tão impressionadas que apenas digo: “somos uma família como qualquer outra, eu sou o Pai e ele o Papai (assim que nossos filhos nos chamam), amamos, cuidamos, educamos e pronto.” 



Fora do Armário: Como vocês descreveriam a experiência de paternidade? Quais foram os maiores desafios e as maiores alegrias até o presente momento?

LUCIO: A experiência da paternidade é maravilhosa, digo que foi algo que de melhor aconteceu em minha vida, muitos altos e baixos, muitos desafios, mas é tudo muito motivador. Os maiores desafios foram nos primeiros anos, quando passamos em um concurso público e tivemos que nos mudar e começar do zero, em uma cidade onde não tínhamos ninguém para nos auxiliar em nenhuma situação, então tivemos que abrir mão de muita coisa pessoal em função da dedicação integral à família. O maior orgulho é o carinho deles como filhos, e a resposta vem da escola, onde são os melhores alunos (boletim nota máxima em todas as disciplinas) em rendimento e comportamento, elogiados e respeitados por todos da escola, e todos sabem que são integrantes de uma família homoafetiva, porque desde a matrícula fomos à escola e apresentamos a situação, e exigimos respeito e tratamento digno, igual ao oferecido a todos os alunos e às outras família. Nós como pais somos muito elogiados pelos professores e equipe gestora da escola onde estudam, pois eles são referência no ambiente escolar e o nosso orgulho é que por meio deles, em uma manifestação silenciosa, todo o discurso de ódio proferido em relação à adoção por casais homoafetivos cai por terra.

DANIEL: Como sempre tive essa vontade de constituir uma família, não vi um grande desafio, mas sim um grande aprendizado. Como Lúcio disse, abrimos mão de muitas coisas que um casal jovem faria normalmente, para poder cuidar dos meninos, porém em momento algum me arrependo disso, pelo contrário, digo sempre que quando saímos para passear ou fazer qualquer outra coisa sem os nossos filhos, nos sentimos como se faltasse algo, ficamos incomodados, não nos sentimos completos. Mas quando estamos com eles, nos divertimos muito. Eles são motivo de muito orgulho - carinhosos e inteligentes, sempre são muito elogiados por nossos amigos e profissionais da escola. 



Fora do Armário: Que traços de personalidade vocês destacariam como os mais positivos em cada um dos filhos?
LUCIO: O carinho, o respeito, a amizade, o companheirismo e a gratidão.

DANIEL: Ao mesmo tempo que são muito parecidos, também são únicos em suas personalidades. Ambos são extremamente carinhosos e preocupados com o bem-estar de quem eles gostam, e talvez por vivenciarem nossas lutas diárias em prol de uma vida mais justa e uma sociedade menos preconceituosa, percebo neles um senso crítico muito grande. 



Fora do Armário: O que mais mudou na relação do casal depois dos filhos chegarem?

LUCIO: Nossa vida foi muito diferente da vida das famílias dos amigos, porque vivemos quase em função deles nestes últimos anos pelo compromisso que assumimos e pelo prazer em estarmos presentes com eles durante parte do dia. Optamos por trabalhar em um turno como professores, e dessa forma pudemos dar a eles muitos momentos de companheirismo. Sabemos que essa fase é passageira - em breve estarão estudando em escola integral e em faculdade, e, depois, vão seguir a suas vidas, se preferirem em outros lugares, então tentamos aproveitar ao máximo o tempo juntos.
DANIEL: Nos tornamos mais companheiros, mais unidos, mais cúmplices. Depois que constituímos nossa família, só tivemos nós dois um pelo outro, por eles e para eles. Isso nos uniu muito e nos fez superar muitos desafios. 



Fora do Armário: As crianças demonstram alegria por terem pais tão carinhosos como vocês?

LUCIO: A alegria deles é visível, no carinho, no dia dos pais fazem cartas e desenhos maravilhosos para a gente, selecionam filmes e séries para assistirmos juntos, são excelentes companheiros.

DANIEL: Digo que eles são um grude, e quando é um dia de muito trabalho e chego tarde em casa, eles fazem questão de exigir atenção, mesmo que seja sentar comigo no sofá e ver um filme, ou andar atrás de mim naquela correria do horário de almoço pra contar o que aconteceu na escola naquele dia. 



Fora do Armário: Existe alguma demonstração que foi muito especial para vocês?

LUCIO: Todos os dias são feitos de pequenas demonstrações - a mesa de café da manhã preparada, ser acordado ao som do “parabéns para você” na flauta, a medalha recebida como premiação no campeonato de xadrez, a chegada da escola com afobações e novidades, o simples fato de cobri-los em noites frias ou até mesmo de vistoriar o quarto a procura de pernilongos invasores!

DANIEL: Algo que me marcou muito no início do nosso relacionamento de pai e filhos foi que eles sempre faziam desenhos me representando e me davam de presente. Tenho vários guardados até hoje. Era a forma deles comunicarem que gostavam de mim. Hoje em dia, eles são um grude, tudo que eles fazem é especial.



Fora do Armário: Quais são os planos de vocês para os próximos cinco anos?

LUCIO:  Viver, na plenitude da palavra. Curtir cada momento juntos, e com certeza, viajar, viajar muito!

DANIEL: Curtir muito a família e aproveitar a vida ao máximo.



Fora do Armário: Vocês poderiam deixar alguma mensagem final para os leitores do Fora do Armário?
LUCIO: Tudo fica muito mais fácil quando temos alguém junto da gente, enfrentando os desafios da vida que não são poucos, por isso quero agradecer a meu companheiro Daniel. Ele tem sido também a minha inspiração de viver em dias tempestuosos. Aos leitores, eu sugiro a plenitude da frase “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Afinal, ficamos muito tempo no armário, e temos que sair dele para o mundo sentir o nosso brilho e deixar espaço para lá, para guardar o preconceito, do qual ainda, infelizmente somos vítimas.

DANIEL: Ao meu Mozão, te amo. Aos meus filhos, amo vocês. Aos leitores, lembrem-se sempre: Vivam a vida de vocês! A felicidade é construída. Então arrombem as portas do armário e curtam de montão. E nunca se esqueçam de dizer para a sociedade hipócrita que se incomoda com sua felicidade que VOCÊ NÃO É OBRIGADO A GOSTAR, MAS A RESPEITAR SIM.


O Blog Fora do Armário agradece muito pelo carinho de Lucio e Daniel em compartilharem suas vidas conosco aqui.

Mães lésbicas e bissexuais: a grandeza geralmente invisível dessas amazonas

Fonte da ilustração: Pará Diversidade



Por Sergio Viula


O Dia das Mães pode ser um misto de alegria e tristeza. Para os que ainda têm suas respectivas mães por perto e com saúde, é alegria. Do mesmo jeito, para as mães que sabem que seus filhos estão bem. Porém, para os filhos que perderam as mães ou vice-versa, é um dia de muita saudade. 

Todavia, uma realidade que passa despercebida por muitos é a da maternidade lésbica ou bissexual. 

O quadro é bem variado. Existem aquelas mulheres lésbicas ou bissexuais que adotaram e existem aquelas que geraram filhos biológicos depois de sua emancipação. Há também aquelas que tiveram filhos em casamentos 'heterossexuais' e que podem ter permanecido casadas ou terem se separado posteriormente.

Por causa da invisibilidade social e midiática que muitas dessas mulheres vivem, considero valiosa toda forma de publicização da maternidade lésbica ou bissexual. Esse vídeo é uma delas. Produzido pelo Hospital Albert Einstein, ele apresenta o depoimento de duas mães lésbicas casadas, que falam sobre suas experiências com a maternidade. 

Assista e emocione-se com esse casal fofo - Janaína e Lara, mães de Kaylla.





Nem só de mães 'comuns' se faz a invisibilidade da maternidade lésbica ou bissexual. Na verdade, existem mulheres famosas com essas orientações sexuais que são igualmente ignoradas por boa parte do público ou que quase totalmente são esquecidas no dia das mães. 

Veja essa lista publicada pelo Guia Gay São Paulo com 8 lésbicas ou bissexuais famosas que têm filhos. Outras mulheres poderiam ser acrescentadas aí. Afinal, cada vez mais casais homoparentais optam por ter filhos, seja qual for o método. 

Guia Gay São Paulo: http://www.guiagaysaopaulo.com.br/noticias/cidadania/8-maes-lesbicas-ou-bissexuais-famosas-para-celebrar!

Ah, e não podemos esquecer das lésbicas e dos gays solteiros que optam pela monoparentalidade. 


Avanços jurídicos no Brasil


O reconhecimento jurídico da maternidade por duas mães ao mesmo tempo foi concedido pela primeira vez em 2010 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Rio Grande do Sul. 

O casal que protocolou a demanda já tinha 10 anos de vida em comum. As crianças em questão eram dois meninos, registrados como filhos de Luciana Maidana, que é psicóloga. Contudo, ela e a esposa Lídia Guterres, fisioterapeuta, desejavam obter autorização para alterar o registro civil dos meninos, de modo que ambos passassem a ser filhos das duas. 

O STJ concedeu o pedido e as duas crianças passaram a ter direitos assegurados em relação às duas mães, inclusive o direto à pensão, caso o casal se separasse, e, não menos importante, o direito à herança.

Fica aqui o lembrete: Foi graças ao Judiciário que essas e outras garantias jurídicas foram conquistadas. O Congresso Nacional, que deveria ser vanguardista nisso, tem se revelado uma das mais atrasadas instituições no que se refere a garantir os direitos das pessoas LGBT, com suas especificidades, justamente por estar profundamente contaminado com visões fundamentalistas e patologicamente conservadoras, promovidas por deputados e senadores eleitos por setores LGBTfóbicos. Esses parlamentares formam bancadas dispostas a burlar a Constituição com o objetivo de impedir avanços quanto à regulamentação dos direitos referentes às pessoas LGBT que ainda precisam ser assegurados por meio de leis.

Graças ao Poder Judiciário, entretanto, os processos protocolados por cidadãos e organizações LGBT têm sido brindados com decisões favoráveis. Porém, restam outros tipos de processo. Esses, sim, podem ser trabalhosos e dispendiosos. Trata-se dos procedimentos reprodutivos para a maternidade lésbica ou bissexual. Nesse sentido, vale a pena ler o artigo Maternidade intitulado A saga de lésbicas que querem ter uma família, publicado pelo site Sou Betina: https://soubetina.com.br/familialesbica/


Lésbicas de Portugal 
fazendo história 


Em Portugal, por exemplo, duas mulheres questionaram o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) a respeito da possibilidade de terem um filho por meio de "partilha biológica de maternidade". 

Em janeiro de 2017, o CNPMA, em resposta a essa demanda, publicou um parecer que dizia que se duas mulheres quiserem ter um filho através da “partilha biológica de maternidade”, elas poderão fazê-lo. 

A decisão, “completamente nova”, de acordo com o presidente do CNPMA, Eurico Reis, “seguramente”, abre as portas ao primeiro de muitos casos.

Conforme publicação do portal de notícia Público, a “partilha biológica de maternidade” é a possibilidade de as duas mulheres de um casal candidato à aplicação de técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA) contribuírem biologicamente para a concepção da criança com o recurso dos ovócitos da “mulher A” e transferência embrionária — depois da inseminação com espermatozóides do dador — para o útero da “mulher B”.

De acordo com o artigo, o documento publicado pelo CNPMA não deixa dúvidas: “Não está legalmente vedada a possibilidade de atender a um projecto de maternidade biologicamente partilhado por um casal de mulheres através do recurso a fertilização recíproca.” 

Fonte: https://www.publico.pt/2017/05/06/sociedade/noticia/uma-crianca-pode-ter-duas-maes-biologicas-conselho-de-pma-nao-se-opoe-1771007

Enquanto essas mulheres fantásticas avançam com seus projetos de vida e conquistam direitos relativos à maternidade absolutamente inovadores, seja do ponto de vista jurídico ou do científico, muitas pessoas insistem em se perguntar, algumas vezes por ignorância, outras vezes por malícia, se uma criança educada e nutrida por uma mulher lésbica ou bissexual solteira, ou ainda por duas mães casadas, poderia carecer de algo importante para sua formação.

Todavia, os filhos de lésbicas vão muito bem, obrigado.

Graças a vários estudos realizados nos Estados Unidos a respeito da experiência da maternidade lésbica, já se pode responder com segurança a esse tipo de questionamento. 

E a resposta é simples: Ao contrário do que muitos lesbofóbicos gostariam de ver, filhos de mães lésbicas não apresentam qualquer comportamento fora do comum em função de sua filiação a uma ou a duas mães lésbicas ou bissexuais. 

Quem souber ler em inglês encontrará alguns desses estudos no National Longitudinal Lesbian Family Study: https://www.nllfs.org/publications/

Se não puder ler em inglês, não desanime. Existe uma tese de doutorado na Biblioteca Digital da USP que aborda a maternidade lésbica: "Duas Mães? Mulheres Lésbicas e Maternidade". Acesse aqui: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-29042012-124625/pt-br.php


Nas telonas do cinema ou na telinha do Netflix


"Minhas Mães e meu Pai" é uma produção americana que estreou em 2010. O filme foi apresentado em diversos cinemas do mundo, colocando esse tema na telona e entrando na corrida pelo Oscar. Agora, o filme pode ser assistido no Netflix. Para saber mais sobre o filme, acesse a Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/831948-filme-sobre-familia-com-maes-lesbicas-entra-na-corrida-do-oscar.shtml
  

E não deixe de procurar pelo filme no menu do Netflix.


Minhas Mães e Meu Pai: Estrelado por Annette Bening e por Julianne Moore.



Já é amanhã, garota!

O dia das mães está aí. Amanhã, dia 13 de maio de 2018, é o seu dia, mãe de qualquer orientação sexual! Parabéns a você que é mãe lésbica ou bissexual e está investindo seu tempo e amor para desenvolver seres humanos saudáveis e inteligentes, apesar de toda a ignorância e preconceito que ainda se apresentam aqui e ali nessa linda e árdua jornada de vocês.


Um pai gay ficou chocado quando soube que seu filho tinha feito uma tatuagem – até ver que tatuagem ele havia feito.

Um pai gay ficou chocado ao saber que seu filho havia encomendado uma tatuagem – até ver qual era.

Richard adotou seu filho Jonathan depois do quinto aniversário dele em 2005.


(Foto: @meaws_com / Twitter)

Richard disse ao site Gays with Kids (Gays com Filhos) que quando Jonathan lhe comunicou que planejava fazer uma tatuagem, a resposta do pai foi a mesma que a de muitos outros pais — ele reprovou a ideia.

Gays with Kids: https://www.gayswithkids.com/when-his-son-got-a-tattoo-he-freaked-out-then-he-saw-what-it-was-2561223991.html

“Não se atreva,” disse Richard ao seu filho, que agora serve na Marinha americana.


 
(Foto: @meaws_com / Twitter)


“Quando é o seu próprio filho, e ele vai alterar permanentemente a aparência do seu corpo, todo tipo de pensamento começa a atravessar sua mente" — explicou Richard.

Porém, Jonathan já havia marcado a sessão e estava determinado a fazer a tatuagem.

Duas semanas mais tarde, Jonathan já havia visitado o tatuador com alguns de seus amigos marinheiros, e enviou uma foto para seu pai. Ele estava ansioso para saber o que ele diria.

(Foto: Facebook)


Tendo mantido o plano para sua tatuagem em segredo, Jonathan revelou a seu pai que tinha feito uma série de numerais romanos na lateral de seu tórax.

Esses números romanos, quando traduzidos para os nossos, diziam que Richard tinha sido adotado 13 anos antes.

"Eu fui totalmente surpreendido” — disse Richard.

“Meu medo de que ele fizesse alguma coisa ridícula, algo de que se arrependesse mais tarde, foi totalmente transformado, e eu não poderia estar mais orgulhoso dele.

“Que tatuagem fantástica!”

Muitas pessoas se sentiram tocadas por essa adorável história, compartilhando-a por toda a rede social.



(Photo: Queerty/Twitter)


Quando Jonathan era criança, os dois celebravam seu aniversário de adoção a cada ano. Porém, conforme Jonathan cresceu, a tradição se perdeu.

“Eu até me perguntava se ele se lembrava da data de sua adoção. Bem, ele lembra" — disse Richard.

“Foi um lembrete para mim de que filho maravilhoso eu tenho."



(Photo: Facebook)


Jonathan compartilhou a foto com amigos, dizendo que aquele dia seria sempre o mais especial.

“Então, eu fiz a minha primeira tatuagem!! Essa data foi o dia em que minha vida mudou" — escreveu Jonathan.

“Esse foi o dia em que meus pais me adotaram. O dia mais maravilhoso da minha vida, aquele em que eu soube que teria uma família amável que me amaria como eu sou pelo resto da minha vida!”

Em 2016, a Suprema Corte decidiu que casais gays poderiam adotar em todos os 50 estados americanos, incluindo o estado natal de Richard e Jonathan.

Porém, famílias LGBT ainda enfrentam quantidades significativas de discriminação, tornando histórias de pais gays como essa ainda mais importantes. 

Richard disse ao site Gay with Kids que ele encontrou o amor de novo e deve se casar em 2019.

"Eu encontrei o amor de novo, e Kevin e eu estamos noivos e vamos nos casar em março de 2019. Nós nos mudamos recentemente de New Jersey para Bentonville, Arkansas e temos outra casa em Palm Springs, Califórnia."

Claro que o Blog Fora do Armário deseja felicidades aos três e ficamos gratos que esses lindos Richard e Jonathan tenham compartilhado um pouco de sua história com todos nós por meio das redes sociais e dos sites de notícias.

Outras fotos de Richard e Jonathan podem ser vistas aqui: https://www.gayswithkids.com/when-his-son-got-a-tattoo-he-freaked-out-then-he-saw-what-it-was-2561223991.html

Atualização

Graças a um colega, tive acesso a algumas fotos de Vincent Levesque - o outro pai de Jonathan -, que não foi citado na matéria. 

Esse apagamento nas matérias que estão rodando nas redes sociais fez com que muitas pessoas questionassem quem seria o outro pai e por que ele não é citado. 

Bem, quanto ao "por que ele não é citado", a melhor pessoa para explicar seria o próprio Jonathan.

Mas, quanto a quem é Vincent Levesque e o que ele significa para Jonathan, as fotos abaixo parecem deixar nítido. Vejam que lindos os dois!




Jonathan e seu pai Vincent Levesque
Instagram de Jonathan:
https://www.instagram.com/jonathanrl98/


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ATUALIZAÇÃO EM 04/05/18

Veja essa fantástica entrevista exclusiva concedida por Vincent Levesque, o outro pai de Jonathan, sobre a adoção, o casamento, a separação e o futuro próximo:

https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2018/05/exclusivo-lembra-do-garoto-da-tatuagem.html



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Informações originalmente publicadas por Jess Glass

Para o portal Pink News
https://www.pinknews.co.uk/2018/04/26/this-gay-dads-adopted-son-got-the-most-heartwarming-tattoo/

Em 26 de abril de 2018

Traduzido e adaptado por Sergio Viula


Teleton: Rejeitado por 90 casais, Daniel foi adotado por esse casal

Daniel


Depois de ser rejeitado por 90 casais, Daniel foi adotado por esse casal.
David Miranda (@davidmirandario - 10 de dezembro de 2017

https://twitter.com/davidmirandario/status/939902106202492929?ref_src=twsrc%5Etfw


Parabéns aos pais por amarem essa criança linda e toda especial. Parabéns a Daniel por ganhar esses dois lindos pais e igualmente todo especiais!


Love wins!
O amor vence!

Leia:

O homem que amava mendigos

https://www.amazon.com.br/homem-que-amava-mendigos-romance-ebook/dp/B00RURKA06

Você vai se emocionar.

ESCOLA: Filho de pais gays conta como é feliz com eles


Muito bom ver a felicidade desse menino e o orgulho dos três pela família que formaram.

Crianças precisam ter espaço na escola para falarem de suas famílias e experiências com orgulho!

INCLUSÃO ESCOLAR DA SEXODIVERSIDADE 
E DA IGUALDADE DE GÊNERO PLENA JÁ!

Garoto da Quinta Série Impedido de Fazer um Discurso sobre Casamento Gay na Escola.

 
Kameron Slade (5ª Série) - The Huffington Post


ASSISTA: Garoto da Quinta Série Impedido de Fazer um Discurso sobre Casamento Gay na Escola.


Esse fofo desse estudante nova-iorquino quis fazer um discurso sobre casamento gay na escola e foi impedido pelo diretor. Ele fala de um modo lindo, claro e muito apropriado sobre amor, casamento, família, preconceito. O vídeo está em inglês, mas vale a pena ver. Se você tem boa compreensão da língua inglesa e aposta na liberdade e na felicidade humana, vai curtir o que ele diz e o modo como diz.

 

Decisões atuais, origens históricas, por Keila Grinberg





Decisões atuais, origens históricas

Em sua coluna de fevereiro, Keila Grinberg resgata as raízes do debate sobre as relações familiares no Brasil. Para a historiadora, elas explicam, em grande parte, a recente legalização da união estável entre pessoas do mesmo sexo no país.

Por: Keila Grinberg
Publicado em 10/02/2012 no site Ciência Hoje| 


As relações familiares brasileiras – já estudadas pela academia – tornam-se um prato cheio para historiadores com a recente legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Contraditoriamente, o preconceito ainda é grande no país. (foto: Luís Amorim)

Os historiadores do futuro terão, nas relações familiares do Brasil contemporâneo, um amplo campo de pesquisa. Principalmente se o assunto for uniões de pessoas do mesmo sexo. Em 2011, decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu formalmente como união estável também aquelas entre pessoas do mesmo sexo, com os mesmos direitos e deveres que regem as uniões estáveis entre homem e mulher.

Não que a decisão pareça grande novidade. Na América Latina, o Brasil é o sexto país a reconhecer direitos de casais do mesmo sexo, seja por meio de uniões civis (Uruguai, Equador e Colombia), seja através do casamento (Argentina e México). Mas, na verdade, é novidade sim: ainda há no mundo 76 países onde a homossexualidade é crime, chegando a ser punido com morte em cinco deles (Irã, Arábia Saudita, Mauritânia, Iêmen e Sudão.
 
Ainda há no mundo 76 países onde a homossexualidade é crime

A situação ganha perspectiva se, além de compararmos o Brasil com outros países, adicionarmos ao tema uma abordagem histórica, como o faz a historiadora Sueann Caulfield, professora da Universidade de Michigan e especialista no estudo das relações de gênero e de sexualidade.

Mesmo sem bola de cristal, ela vem há tempos estudando as novas famílias no Brasil e demonstrando que a recente decisão do STF tem fundamento em opções feitas há mais tempo do que normalmente costumamos imaginar. Mais do que isso: ela vem mostrando como a legislação e a jurisprudência sobre as relações entre homens e mulheres criadas ao longo do século 20 foram importantes para a construção de instrumentos jurídicos que consideram legítimas, hoje, as relações entre pessoas do mesmo sexo. São dela os argumentos que exponho a seguir.

Desigualdades perante a lei

Desde a instituição do casamento civil no Brasil, com a promulgação da primeira constituição republicana, em 1891 – antes disso, embora tenha havido muita discussão sobre o casamento civil no Império, matrimônio reconhecido era só na igreja – se começou a discutir a constituição da família, os direitos das mulheres casadas e dos filhos legítimos e ilegítimos e as possibilidades de divórcio. Antes da primeira constituição republicana do Brasil, só o casamento religioso era reconhecido. Mesmo após mudanças na legislação do país, no início do século 20, a família continuou sendo constituída pelo ‘indissolúvel casamento', como queria a igreja. (foto: Sxc.hu/ shezita)

O assunto ocupou muito espaço na época da discussão do primeiro código civil, de 1916. No entanto, contrariando a posição de juristas proeminentes como Clóvis Bevilaqua, o código consagrou a desigualdade nas relações entre homens e mulheres: os maridos eram considerados, na teoria e na prática, o cabeça do casal, podendo decidir onde suas mulheres e filhos iriam viver, se iriam trabalhar e como seus bens seriam administrados. Poderiam também representar todos os membros de sua família perante a justiça. As mulheres casadas eram, assim, juridicamente incapazes, como haviam sido durante todo o período colonial e imperial.

O código civil também instituiu diferenças entre as mulheres, classificando algumas de honestas e outras de desonestas. Não é preciso muita imaginação para adivinhar que desonestas eram aquelas mulheres que não casavam virgens – estas podiam até ser deserdadas por seus pais, além de ter o casamento anulado.

Havia ainda os filhos legítimos e ilegítimos. Estes não podiam ser reconhecidos pelo pai, a menos que a primeira esposa morresse e ele viesse a se casar com a mãe da criança, o que raramente acontecia. Tudo isso para mostrar que, nos primeiros anos do século 20, a família continuou sendo constituída pelo ‘indissolúvel casamento’, como queria a igreja católica.

Feliz transgressão

Só que, felizmente, o comportamento das pessoas não segue a lei. Desde a década de 1920, mulheres que viviam maritalmente com seus companheiros brigavam na justiça pelo reconhecimento da legalidade de suas uniões. Isso foi especialmente importante nos anos 1930 e 1940 para que elas se beneficiassem dos direitos reconhecidos por Vargas às famílias dos trabalhadores. Muitos juízes reconheceram essas uniões como 'fatos sociais' e deram ganho de causa às mulheres.

Discussões sobre propriedade de casais formados em uniões consensuais também foram parar nos tribunais. Como os bens do casal eram geralmente registrados no nome do homem, em caso de separação muitas vezes as mulheres ficavam sem nada. Mas recorriam à justiça. Foram tantos os casos que, em 1964, o STF passou uma resolução determinando que as uniões de fato deveriam ser consideradas como casamentos do ponto de vista civil, no que se referia à separação, divisão de propriedade e direitos de herança.
 
Nos muitos casos que atolaram os tribunais brasileiros desde 1988, o apelo à dignidade humana e aos direitos de cidadania deram origem à decisão do STF de 2011

Esses direitos foram reconhecidos e renomeados pela Constituição de 1988. A partir de então, concubinagem virou união estável, que ganhou a mesma ‘especial proteção do Estado’ que os casamentos tinham. Mesmo definindo casamento como uniões “entre um homem e uma mulher”, ao instituir a dignidade humana e cidadania como princípios constitucionais fundamentais, a Constituição criou instrumentos jurídicos para considerar uniões entre pessoas do mesmo sexo também como uniões estáveis.

Nos muitos casos que atolaram os tribunais brasileiros desde 1988, o apelo à dignidade humana e aos direitos de cidadania – afinal, os casais do mesmo sexo argumentavam ter deveres iguais aos dos demais cidadãos, mas não os direitos correspondentes – deram origem à decisão do STF de 2011.

Como conclui Sueann Caulfield, longe de ter sido uma decisão repentina, a justiça brasileira, ainda que influenciada pelo ativismo político internacional e pela mídia brasileira – que em muito contribuiu para criar uma opinião pública favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo –, seguiu sua própria tradição de reconhecer que a variedade do comportamento das pessoas deve ser protegida por lei, ao contrário de outros países, onde as pessoas devem, o tempo todo, adequar seu comportamento à lei.


Em tempo

Diante dessa situação, impossível é entender como o Brasil continua sendo um dos líderes mundiais nos crimes contra homossexuais. Foram 260 assassinatos em 2010, 251 em 2011 e 20 só em janeiro de 2012.

Espero que a superação desse paradoxo brasileiro esteja próxima, para que, quando virar tema de estudo dos historiadores do futuro, ele já seja parte do passado.

Keila GrinbergDepartamento de História
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Pós-doutoramento na Universidade de Michigan (bolsista da Capes)

Justiça de São Paulo reconhece família formada por duas mães e uma criança

Fonte da Ilustração: Revista de Filosofia


Criança ganha o direito de ter duas mães, lésbicas

Justiça de São Paulo reconhece família formada por duas mulheres e uma criança



11/01/2012 - 18h38
Por : Hélio Filho


A Justiça de São Paulo deu um passo à frente no Direito Homoafetivo e julgou procedente o pedido de adoção de um casal lésbico para que a companheira que não era a mãe natural da criança pudesse também ser a mãe dela. A juíza da Vara da Infância e Juventude do Fórum da Lapa de São Paulo, Renata Bittencourt Couto da Costa, decidiu que as duas podem ser mães da criança de uma no e meio, oficializando as três como entidade familiar.

“Foi uma decisão bem rápida, entramos com o processo em julho e em outubro saiu o resultado”, conta ao Mix uma das advogadas do caso, Tatiana Pacheco. Ela conta ainda que durante o processo, a adoção da criança não encontrou empecilhos por parte da assistente social, da psicóloga e da juíza. “Se comprova a existência da família. É um avanço, com certeza.”

Segundo Tatiana, é o primeiro caso do tipo (onde uma é mãe biológica e a outra não) em São Paulo e não há mais a possibilidade de recurso porque o prazo para que o Ministério Público se manifestasse possivelmente contra já expirou. Para a juíza, “a família se constitui pela formação de laços afetivos pela convivência duradoura, pública e contínua; pela lealdade entre seus componentes; pelo respeito; pela disponibilidade para a assistência por e para cada um de seus componentes; e pela busca da felicidade em comum”.

Renata decidiu também que o registro de nascimento da criança deve conter o nome das duas mulheres, “sem qualquer menção a pai ou mãe”. O nome avós também deverão constar sem relacionar se eles são paternos ou maternos. “Dar a notícia para quem conseguiu o direito é gratificante”, comemora Tatiana.

Ela observa ainda que ouve um aumento na procura pelos direitos de homossexuais depois do reconhecimento das uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo em maio de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Dois pais e cinco filhos: natal de uma família homoparental em SP

Casal gay vai passar primeiro Natal com cinco filhos em Angatuba, SP

Há seis meses, as crianças estão definitivamente com os pais.
A guarda foi dada por um juiz do Rio de Janeiro.


Leandro e Miguel com seus filhos


Do G1 Itapetininga e Região
https://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2011/12/casal-gay-vai-passar-primeiro-natal-com-cinco-filhos-em-angatuba-sp.html


Natal é uma data que mexe com a os sentimentos de todo mundo. Uma família de dois pais e cinco filhos pela primeira vez vai festejar a data em Angatuba, interior de São Paulo. Os pais são gays, as crianças foram adotadas e o amor é o mesmo de todas as famílias que vão celebrar o Natal.

Desde de que se tornaram legalmente filhos de Leandro e Miguel, a vida das cinco crianças mudou bastante. Carinho, afeto, companheirismo e respeito são a base da educação que os novos pais querem transmitir aos filhos.

Todos se reuniram para ajeitar os últimos enfeites da árvore da Natal. Muitos presentes chegaram antes como carrinhos, bonecas e até mesmo uma cachorrinha, o mais novo membro e xodó da família.

O clima de Natal tomou conta do lar. E os filhos estão ensaiando uma apresentação musical surpresa para os pais.

Seis meses depois de estarem definitivamente com os pais, as crianças encontraram no interior de São Paulo tudo aquilo o que realmente precisam. Além do sossego, tranqüilidade e muito espaço para brincar. Alegria virou palavra de ordem.

Quem observa a tranqüilidade toda pela primeira vez nem desconfia que Leandro Fantone Santana e Miguel Fantone Santana enfrentaram grandes obstáculos no passado. Foram meses de tensão e uma longa espera antes de conseguir na justiça a guarda definitiva das crianças concedida por um juiz do Rio de Janeiro. Mas, os momentos difíceis foram superados e agora a família está estruturada.

Adoção por casais gays aumenta à medida que caem restrições legais nos Estados Unidos



NOVA YORK - Há dois domingos, Farid Ali Lancheros e George Constantinou reuniram 164 parentes e amigos em Nova York para o chá de bebê de seus filhos gêmeos que nascerão de uma barriga de aluguel nos próximos dias. Gustavo e Milena, os bebês gerados por inseminação artificial, vão participar do fenômeno de transformação da família americana, com crescente número de adoções e gestações de crianças que vão viver em famílias nas quais os pais são homossexuais. Na festa, Constantinou disse que eles são a verdadeira família moderna, brincando com o nome do seriado "Modern family", um hit da TV, no qual um casal gay adota uma menina. Nos Estados Unidos, estima-se que 1,2 milhão de crianças vivam em famílias com pai ou mãe homossexual.

- Sei que estamos rompendo barreiras, mas todo o amor e o apoio que estamos recebendo são medidas da aceitação social que uma família gay pode receber. Nossos pais estão eufóricos, minha mãe virá da Colômbia passar o primeiro mês dos bebês com a gente - disse Farid Ali.

Juntos há dez anos, Farid, de 47 anos, e George, de 35, são sócios no restaurante Bogotá Bistro, no Brooklyn, e começaram a planejar uma família há dois anos. A opção inicial foi pela adoção, mas os dois se sentiram inseguros com a falta de informações sobre a saúde da criança e de sua família biológica.

- Era uma aposta muito alta. Fiquei nervoso com a ideia de não saber o histórico dessa criança, da possibilidade de ela ter sofrido, de não ter sido bem alimentada durante a gravidez, um monte de problemas. Aí surgiu a ideia da barriga de aluguel - conta Farid Ali.

Sei que estamos rompendo barreiras, mas todo o amor e o apoio que estamos recebendo são medidas da aceitação social que uma família gay pode receber

O casal procurou uma agência especializada em Boston e levou adiante o projeto, que custou US$ 160 mil, entre o valor pago à gestante e à doadora dos óvulos (uma mulher latina), mapeamento genético, plano de saúde, despesas de viagem, pagamento de advogados.

"Você realmente se sente no fim da fila"

O processo enfrentado por Farid e George foi curto, se comparado aos sete anos que Jeff Friedman e Andrew Zwerin esperaram para adotar Joshua, hoje com 8. Friedman, advogado, e Zwerin, gerente de firma de computação, são casados no papel e moram juntos há 26 anos em Long Island, Nova York. Apesar da estabilidade, viveram a experiência de muitos casais gays, que se sentem preteridos por agências de adoção.

- Você realmente se sente no fim da fila. Como gay, você se acostuma a atravessar a vida com uma dose de vergonha, com a sensação de ser um cidadão de segunda classe - disse Friedman, de 43 anos.

O caso de Joshua confirma uma das principais conclusões do estudo mais recente sobre o assunto, uma pesquisa divulgada no mês passado pelo Evan B. Donaldson Adoption Institute: 60% das adoções feitas por gays são interraciais. Os homossexuais tendem a adotar mais as crianças que estão nos abrigos, crianças mais velhas (10% dos adotados por gays têm mais de 6 anos), negras ou com algum problema de saúde.

- Uma assistente social deixou claro que casais heterossexuais teriam preferência sobre crianças "mais desejáveis". Mas não poderíamos estar mais felizes com o Joshua. Desde o dia em que o pegamos nos braços, recém-nascido, sentimos que ele era o nosso filho, e ele não poderia estar mais bem ajustado - disse Friedman.

As adoções por casais gays vêm crescendo significativamente, ao passo que caem as barreiras legais. No Censo de 2009, as crianças adotadas por gays eram cerca de 32 mil, em comparação com 8.300 no anterior, de 2000. Segundo estimativas do demógrafo Gary Gates, da UCLA (Universidade da Califórnia), o número de crianças e adolescentes em famílias onde o pai ou a mãe é gay chega a 1,2 milhão.

- A grande maioria não é adotada, provavelmente filha de relações anteriores, de antes de a pessoa se assumir como gay. Mas, como hoje as pessoas estão se assumindo mais jovens, a tendência é o número dessas situações diminuir, e o de adoções aumentar - disse Gates.

Leia a íntegra desta reportagem no Globo Digital (somente para assinantes)


Leia mais sobre esse assunto em:

https://oglobo.globo.com/mundo/adocao-por-casais-gays-aumenta-medida-que-caem-restricoes-legais-3216482#ixzz1cx8KvMrN

Sociologia: A reconfiguração da família e as novas formas de ser do lar




A reconfiguração da família e as novas formas de ser do lar

Mudanças comportamentais e nas concepções morais da sociedade implicam uma importante alteração do padrão familiar tradicional


Opinião por Ádima Domingues da Rosa
Bacharel e mestranda em Ciências Sociais na Unesp
E-mail: adimarosa@yahoo.com.br


O trecho da famosa música Pais e Filhos, da banda de rock Legião Urbana, sintetiza, em uma ótica estética, muitas das transformações sociais pelas quais a instituição familiar contemporânea tem atravessado. "Eu moro na rua, não tenho ninguém, eu moro em qualquer lugar, já morei em tanta casa que nem me lembro mais, eu moro com meus pais". Essa mensagem demonstra com sutileza e claridade o sofrimento dos filhos que são muito afetados pela separação dos pais, fato que tem se tornado cada vez mais comum, conforme apontam os dados do IBGE .

No entanto, esse rearranjo da família atual não pode ser negado e deve, inclusive, ser celebrado como uma transformação positiva nos padrões e nas relações afetivas, rumo às vivências mais plurais e democráticas. A sua aceitação é fonte destacada de reflexão social e implica ainda a necessidade de se repensar a elaboração de políticas públicas.

Com as grandes transformações observadas nas últimas décadas no campo da sexualidade, da afetividade e das dinâmicas sociais, a família nuclear, heterossexual, não deve ser mais tida como o modelo único, ou mesmo o padrão referencial, mas apenas como mais uma forma de arranjo familiar. Afinal de contas, o número de mulheres e homens que coordenam sozinhos seus lares junto com os seus filhos é altíssimo. Além disso, cresce a percepção social de que é fundamental reconhecer o direito de casais homossexuais de constituírem uma família e terem filhos.

Neste quesito, as políticas públicas brasileiras são avançadas, pois refletem a família a partir de sua função, levando em consideração a solidariedade entre seus membros, o desencadeamento das relações entre eles e a importância no desenvolvimento que cada indivíduo exerce sobre o outro. Não há e não deve haver qualquer juízo de valor acerca de qual a orientação sexual "ideal" dos cônjuges. Ao contrário, deve existir apenas um reforço no papel da família como instituição central para a proteção social.

É fundamental reconhecer o direito de casais homossexuais de constituírem uma família e terem filhos

O rearranjo da família atual deve ser celebrado como uma transformação positiva nos padrões e nas relações afetivas, rumo a vivências mais plurais e democráticas

Essa visão de família não unilinear está substanciada tanto na realidade quanto em diversos documentos governamentais, principalmente aqueles voltados à assistência social, onde o apoio, a orientação e a manutenção da família constituem a prioridade. Mas não é aquela família "quadradinha", que muitas vezes imaginamos à luz de preconceitos e visões heteronormativas do mundo.

As políticas públicas atuais levam em consideração modelos diferenciados de famílias, partindo do pressuposto de que as mulheres ganharam não apenas a sua independência financeira, mas também a de seus destinos, passando a coordenar as suas famílias, sem receios de fracasso, porém muitas vezes enfrentando o preconceito da sociedade - situação comum também aos casais homossexuais.

Neste caso em particular, nos parece que, muitas vezes, as concepções das políticas públicas compreendem um nível avançado até de absorção de novos padrões comportamentais. Mas, no âmbito das dinâmicas cotidianas, as relações caminham a passos lentos e nem sempre percorrem o mesmo caminho das legislações. Em alguns casos, porém, a legislação parece bastante retrógrada, principalmente quando observamos a dificuldade de adoção de filhos por parte de casais homossexuais.

Quando isso ocorre, se transforma em notícia nacional, num acontecimento que "está para além desta sociedade", pois parece ofender os valores de setores conservadores da sociedade, sobretudo os religiosos. É utilizando esse tipo de exemplo que podemos perceber com mais clareza o quanto a sociedade como um todo é preconceituosa, o quanto idealizamos um tipo de família heterossexual, em que o pai exerce o papel de coordenador do lar. O enfrentamento a essa dominação masculina e heterossexual da instituição familiar serve de bandeira para diversos movimentos sociais, tais como o feminista e o GLBTT. Como bem podemos notar, a realidade social está mil anos à frente de alguns valores que ainda persistem.

O que insiste em permanecer é a sombra do preconceito que, no decorrer de nossa formação, enquadra o sexo feminino e masculino em caixinhas de titânio, vinculadas à identidade sexual heterossexual, que são quase impossíveis de serem quebradas. A formação das crianças ainda é dividida em meninos e meninas, a dominação de gênero ainda está impressa em cada brinquedo infantil, que irá, de certa forma, determinar as habilidades a serem desenvolvidas em cada um de nós. Assim, a divisão social do trabalho é naturalizada, como se homens já nascessem conhecendo matemática e a estrutura completa de um computador, enquanto as meninas nascem sabendo fazer uma deliciosa feijoada, aprendendo bem as técnicas de manejo com o fogão e com a lavadora de roupas.

É preciso, porém, compreender que a diversidade sexual, com sua pluralidade afetiva e de experiências, constitui, sobretudo, um positivo elemento de integração dos laços sociais e de vivência civilizada. A orientação sexual do indivíduo não influencia de forma negativa o seu caráter. Pelo contrário, só traz benefícios à sociedade, pois um indivíduo satisfeito no seu relacionamento afetivo-sexual será uma pessoa feliz e tranquila em todos os ambientes sociais, seja de trabalho, escola ou família. A comprovação do bem-estar social causado pela aceitação das diferentes orientações sexuais é a própria verificação do que ocorre quando ela não existe.

As pessoas podem se isolar, se destruir, ficar atormentadas. Outras podem até se suicidar por não aguentarem a pressão da sociedade, que neste caso tende a sufocar os indivíduos, fazendo que eles, muitas vezes, vivam se escondendo do grupo social. O isolamento é comum entre os indivíduos homossexuais que tentam evitar o preconceito. No entanto, os movimentos sociais já lutam de todas as formas para que os homossexuais não tenham de se isolar e possam viver sua afetividade e sexualidade como os heterossexuais, já que a ideia é sufocar o preconceito e não o indivíduo.

Um em cada quatro casais gays americanos está criando filhos

Famílias Gays nos EUA: Um Retrato das Mudanças na Estrutura Familiar e a Ascensão das Famílias LGBTQ+


Colagem feita por Sergio Viula a partir de fotos disponíveis na Internet.


Big Gay News
24 de junho de 2011


Estima-se que um quarto de todos os casais do mesmo sexo estão criando filhos nos EUA, de acordo com as informações do U.S. Census (censo americano), o que fornece um dos primeiros retratos da família gay americana. Pela primeira vez na história, o censo conta os casais do mesmo sexo e seus filhos, e destaca estado por estado, revelando que mais famílias gays estão sendo formadas no Sul.  


Nos últimos anos, temos acompanhado uma mudança significativa na estrutura familiar nos Estados Unidos. Um dado importante do U.S. Census (censo americano) revela que, pela primeira vez, os casais do mesmo sexo e seus filhos foram contados em um levantamento oficial. E a descoberta é surpreendente: estima-se que um quarto de todos os casais do mesmo sexo nos EUA estão criando filhos.

O Crescimento das Famílias Gays

De acordo com o U.S. Census, a inclusão dos casais do mesmo sexo no levantamento demográfico é uma das primeiras iniciativas a fornecer um retrato claro da composição dessas famílias. O que antes poderia ser uma realidade marginalizada ou invisível, agora está sendo reconhecido com dados que refletem as novas dinâmicas sociais e familiares da comunidade LGBTQ+.

Além disso, um estudo do Williams Institute, faculdade de direito da UCLA especializada em questões LGBTQ+, aprofundou o levantamento, revelando dados interessantes. Por exemplo, em estados como o Havai e o Alabama, 27% e 23% dos casais do mesmo sexo estão criando filhos, respectivamente. Isso é significativo, especialmente em estados do Sul dos EUA, onde a aceitação da comunidade LGBTQ+ tem sido historicamente mais desafiadora.

A Diversificação das Famílias no Sul

O aumento de casais do mesmo sexo criando filhos no Sul dos Estados Unidos pode ser considerado uma verdadeira revolução cultural. Em estados como o Alabama, conhecidos por sua postura conservadora e religiosa, os casais gays estão começando a criar filhos em um número mais expressivo, desafiando as normas tradicionais de formação familiar. A tendência no Havai, por outro lado, reflete uma realidade diferente, mas igualmente importante, já que as famílias LGBTQ+ têm encontrado um espaço maior para crescer e florescer.

Esses dados são extremamente reveladores e devem ser vistos como um reflexo da crescente aceitação, mas também das questões que ainda persistem. Para muitos casais do mesmo sexo, formar uma família é um processo que envolve não apenas o desejo de ter filhos, mas também uma batalha por reconhecimento e direitos. A inclusão de casais gays nas estatísticas oficiais é um passo fundamental nesse caminho de visibilidade e aceitação.

Desafios e Barreiras para as Famílias LGBTQ+

Apesar dos avanços, a luta das famílias LGBTQ+ nos Estados Unidos não está concluída. Apesar do crescente número de famílias gays em diversas regiões, muitas ainda enfrentam discriminação, desafios legais e sociais. Em alguns estados, casais do mesmo sexo ainda precisam lutar para garantir seus direitos parentais, especialmente quando se trata de adoção e reconhecimento de ambos os pais ou mães.

Ademais, a questão da saúde mental e do bem-estar de crianças em famílias LGBTQ+ também tem sido um tema de debate. Diversos estudos indicam que crianças criadas por casais do mesmo sexo não enfrentam maiores dificuldades do que aquelas criadas em famílias heterossexuais, desde que o ambiente seja estável e amoroso. No entanto, a sociedade ainda precisa superar preconceitos e estigmas para permitir que essas crianças cresçam sem as barreiras psicológicas impostas pela discriminação.

A Importância da Visibilidade

O impacto do censo americano e dos estudos realizados pelo Williams Institute é inegável, pois são os primeiros passos para construir uma sociedade mais inclusiva e menos polarizada. A visibilidade dessas famílias ajuda a combater estereótipos e desinformações, além de contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas que protejam os direitos das famílias LGBTQ+.

A luta pelos direitos civis e pela aceitação das famílias gays nos Estados Unidos reflete uma batalha global que se estende por diversas nações, com a comunidade LGBTQ+ buscando reconhecimento e igualdade de direitos em diferentes contextos. No Brasil, por exemplo, a questão das famílias LGBT também é um tema em ascensão, com muitas famílias ainda enfrentando desafios similares aos vividos nos EUA.

A Caminho da Igualdade

Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, o simples fato de que dados oficiais estão sendo coletados e divulgados sobre as famílias gays é um grande passo em direção a uma maior aceitação e compreensão. O futuro promete mais representatividade e, com isso, um apoio maior para que casais do mesmo sexo possam criar seus filhos sem medo de discriminação.

Por enquanto, devemos continuar celebrando os avanços e lutando para garantir que todas as famílias, independentemente de sua composição, tenham o direito de serem tratadas com respeito, dignidade e igualdade.


Referências:

U.S. Census Bureau
Williams Institute – UCLA School of Law
Estudos sobre famílias LGBTQ+ e a aceitação nos EUA


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Cadê aqueles profetas da desgraça que vivem dizendo que a família está em perigo? Ou que os LGBT vão destruir a família? Será que eles não tomam vergonha na cara? Será que a má-fé desses pregadores da morte é tanta que são capazes colocar a própria credibilidade (que já não é grande) em perigo de perder-se totalmente diante dos inegáveis fatos?

Esses caras que dizem que os gays vão destruir a família são geralmente os que têm as famílias mais problemáticas. Também pudera, com pais como esses fundamentalistas, quem poderia ser realmente equilibrado e feliz?

Uruguai aprova adoção para casais gays

Famílias homoparentais


Uruguai dá mais um passo rumo à igualdade: adoção por casais gays é aprovada! 🏳️‍🌈

Hoje é dia de comemorar!

Na última quinta-feira (27/08), o Uruguai voltou a mostrar ao mundo que respeito e dignidade não têm fronteiras quando há vontade política e compromisso com os direitos humanos. O país vizinho aprovou um projeto de lei que permite a adoção por casais homoafetivos, reforçando sua posição como referência em direitos LGBT na América Latina – e, por que não, no mundo.

A votação na Câmara dos Deputados foi expressiva: 40 dos 53 parlamentares presentes disseram SIM ao amor e à igualdade. O projeto agora retorna ao Senado para confirmação, mas como a Casa já havia dado o aval anteriormente, a expectativa é que a medida entre em vigor muito em breve. 🌈👨‍👨‍👧‍👦👩‍👩‍👦

E o Uruguai não para por aí. Lá, a união civil entre pessoas do mesmo sexo já é reconhecida em todo o território nacional e transexuais podem alterar legalmente seu nome e identidade de gênero a partir dos 14 anos. Isso mesmo: um país onde ser quem você é, e amar quem você ama, é um direito garantido por lei.

Disse muito bem o deputado Pablo Álvarez, do Partido Oficialista:

"O que importa é o amor e a qualidade do lar onde a criança irá morar, e não a opção (sic) sexual de seus pais."

(E aqui abrimos um parêntese: deputado, o termo correto é “orientação” sexual, não “opção”, mas a intenção a gente entendeu direitinho!)

Essa vitória no Uruguai é mais que um avanço legislativo: é um lembrete poderoso de que um outro mundo é possível. Um mundo onde crianças crescem em lares amorosos, onde famílias são formadas com base no afeto e na responsabilidade – não em preconceitos ultrapassados.

Enquanto isso, no Brasil, seguimos na luta. A adoção por casais homoafetivos já é possível por decisão judicial desde 2010, mas ainda falta uma lei clara e nacional que reconheça esse direito de forma inequívoca. O exemplo uruguaio serve como farol para nos inspirar e pressionar por mais avanços por aqui.

Parabéns, Uruguai! Hoje, o arco-íris brilha mais forte aí do lado. E a gente, deste lado da fronteira, aplaude com o coração cheio de esperança. ❤️🧡💛💚💙💜

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