Mostrando postagens com marcador dilma e lgbt. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador dilma e lgbt. Mostrar todas as postagens

Argentina oferece asilo a homem gay russo. Enquanto isso, no Brasil...

Buenos Aires, Argentina, dá aula de inclusão e igualdade.


Por Sergio Viula


Vladimir Putin, um dos presidentes 
mais homofóbicos da história Russa


A história de um gay russo de 28 anos chamou atenção do mundo hoje. A razão foi que ele obteve asilo na Argentina por ser vítima de discriminação homofóbica na terra de Putin. A comissão argentina para refugiados concedeu o status de refugiado ao homem com base no fato de que as pessoas LGBT estão absolutamente vulneráveis na Rússia, tendo em vista que a polícia não investiga as agressões praticadas contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros naquele país, e o próprio governo russo aprovou uma lei que 'proíbe a propaganda gay' - uma lei que pode incluir todo tipo de constrangimento às pessoas sexodiversas, uma vez que tudo pode ser interpretado como propaganda gay em seu modus vivendi.

O russo já vive há quase dois anos na Argentina e o processo dele foi acompanhado por advogados da federação LGBT. Trata-se de uma decisão definitiva.

O caso desse russo hoje (20/10/14) traz à memória a situação de duas mulheres russas que se casaram em Buenos Aires em 15 de julho deste ano. Elas também pediram asilo por discriminação na Rússia, seu país de origem. Esse caso, como o do homem que acaba de conseguir asilo definitivo, tem sido acompanhado pela Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (Falgbt).

As noivas eram Marina Mironova e Oxana Tomofeeva. Elas disseram à imprensa que escolheram a Argentina com o desejo de viver "livres e seguras". As duas têm um filho de 16 anos e querem mantê-lo, mas as leis russas têm se tornado tão severas contra pessoas homossexuais, bissexuais e transgêneras que elas temem perder a guarda do próprio filho.

Há alguns meses, Marina e Oxana viram algumas amigas lésbicas serem presas quando tomavam café em um bar de Moscou por levar uma bandeira arco-íris, representativa do movimento LGTB. Este e outros atos discriminatórios fizeram com que elas fugissem do país e fossem pedir asilo na Argentina, apesar não falar Espanhol ou Inglês, explicou a vice-presidente da organização. - reporta a agência de notícias EFE.

Em fevereiro deste mesmo ano, dois homens russos casaram-se na Argentina e pediram asilo pela mesma razão. Alexander, de 47 anos, e Dimitri, de 35, se conheceram pela internet em sua Rússia natal e mantiveram dois anos de namoro até que decidiram sair do país para poder consumar seu amor perante a lei.

Na Argentina o casamento gay foi legalizado em julho de 2010 após uma apertada votação parlamentar e um forte enfrentamento entre o governo e a Igreja Católica, embora em dezembro de 2009 já tenha se formalizado na Tierra del Fuego o primeiro casamento gay da América Latina graças a um decreto da governadora Fabiana Ríos.

BUENOS AIRES, ARGENTINA - Um gay russo de 28 anos conseguiu refúgio na Argentina por se considerar vítima de violência e discriminação em seu país natal. A comissão argentina para refugiados concedeu o status de refugiado ao homem, ao decidir que as pessoas LGBT -lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros- no Estado russo não são protegidas. 

A identidade do homem não foi revelada. Segundo a federação LGBT da Argentina, o russo pediu asilo por sofrer discriminação, ser vítima de violência e assédio moral constantes por sua orientação sexual. A comissão argentina que concedeu o asilo levou em conta o fato de inexistir, na Rússia, uma lei específica que proteja a população LGBT de violência generalizada e que as forças de segurança toleram esse tipo de agressão: o russo que conseguiu asilo afirma que a polícia não investiga denúncias de ameaças ou agressões e nem oferece proteção. Segundo a Federação LGBT da Argentina, há uma lei russa que proíbe "propaganda de relações não-tradicionais". 

Há outros dois russos que já entraram com pedido para obter asilo na Argentina. Segundo Estebán Paulón, presidente da federação, esse é o primeiro caso de um russo que consegue asilo político na América Latina, mas há casos de gays da Rússia e de países africanos a quem foram concedidos o status de exilados nos EUA e em países europeus. Paulón diz que a medida leva em conta a situação da pessoa e o risco potencial que ela enfrenta no seu país de origem, e que a concessão de asilo não é "contra a Rússia". O russo já vive há quase dois anos na Argentina e o processo dele foi acompanhado por advogados da federação LGBT. Trata-se de uma decisão definitiva. - Leia a matéria completa em:

http://www.tnonline.com.br/noticias/geral/58,301740,20,10,argentina-concede-refugio-a-gay-russo.shtml Copyright © 2014 Tribuna do Norte (TNOnline)


*****************************

Por Sergio Viula

Homossexuais, bissexuais e transgêneros protestam 
contra a discriminação que sofrem e são espancados 
e presos pela polícia russa. No dia-a-dia, são perseguidos 
por gangs urbanas e discriminados em estabelecimentos públicos.



O Brasil deveria desempenhar um papel central em termos de defesa dos direitos humanos na América Latina e nos países com os quais mantém relações comerciais e diplomáticas, mas vem perdendo relevância. A Argentina, o Chile e o México estão muito à frente, apesar do Brasil ser o maior país da América Latina em termos de território e de riqueza.

É claro que o Brasil precisa estabelecer novos negócios com o mundo, em vez de ficar comercialmente dependente dos EUA e da Europa, mas quando, em nome desses negócios, o país se cala diante de abusos de todos os tipos, inclusive esses abusos estatais contra pessoas LGBT, como é o caso da Rússia, da China e do Irã, só para citar três, isso precisa despertar nosso mais profundo repúdio.

Quando Vladimir Putin, presidente da Rússia, sancionou essa lei, várias manifestações públicas foram realizadas no Brasil.

Dilma recebe Putin no Brasil.

Quando Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, cujo regime permite a execução de homossexuais em praça pública, inclusive adolescentes, veio ao Brasil, foi a mesma coisa - várias manifestações nas ruas e nas redes sociais.

Lula recebe Ahmadinejad no Brasil.

Quando o presidente da China, Hu Jintao, recebeu Dilma, pouco foi dito, porque muita gente não sabe quão homofóbica e transfóbica a China ainda é. Isso sem falar em diversos outros tipos de violação dos direitos humanos praticados pelas instituições governamentais daquele país.


Dilma vai à China encontrar-se com Hu Jintao


Enquanto os EUA e diversos países da Europa, assim como a Organização das Nações Unidas, posicionaram-se diversas vezes, denunciando essas injustiças, exigindo mudança de paradigmas no tratamento das populações LGBT daqueles países, o governo brasileiro se calou. O mesmo aconteceu quando verdadeiras chacinas foram (e ainda são!) praticadas em países africanos, com o consentimento e até aparelhamento de Estados africanos, tais como Uganda, Nigéria e Zimbabwe, só para citar três deles.

Na contramão desse silêncio diabólico, a Argentina tem se mostrado comprometida os direitos básicos dessas pessoas.

Segundo um correspondente argentino do Globonews, em matéria veiculada neste 20 de outubro, Buenos Aires já desbancou o Rio de Janeiro como destino gay-friendly para turistas na América Latina. O Brasil já começa a colecionar prejuízos econômicos, além de tantos outros prejuízos de ordem social, graças ao macabro silêncio e continuo descaso do Executivo e do Legislativo federais quanto aos direitos das pessoas LGBT e à violência que se pratica diariamente contra esse segmento da população brasileira e de países parceiros.

Analisando friamente, não tenho grandes expectativas sobre Dilma e nem sobre Aécio nesse quesito para os próximos quatro anos, seja quem for o vencedor no segundo turno das eleições domingo que vem.

Continuemos na luta, nós cujas cabeças vivem na guilhotina da homofobia e da transfobia que nos acenam com exclusão e morte todo dia. E não confiemos em quem nos usa como moeda de troca, tema para demagogia e falsa preocupação com o nosso bem-estar. Pressionemos os governantes e legisladores, sejam eles quem forem, para que cumpram seu papel. Denunciemo-los aos tribunais competentes. Saiamos do conforto de nossos lares para protestar quando se esgotarem outros canais de comunicação. E resistamos a todo sinal de fundamentalismo, conservadorismo, moralismo, totalitarismo, porque são essas as raízes da perseguição à diversidade e do silenciamento aos que não se submetem a esses mesmos repressores.

Dilma negociou com fundamentalistas durante seu governo, usando direitos LGBT como moeda de troca. Basta lembrar do projeto Escola sem Homofobia e da pressão para a não aprovação do projeto de lei 122/06 no Congresso.

Aécio está cercado de fundamentalistas, tais como Pr. Everaldo, Marco Feliciano, uma penca de outros evangélicos da bancada evangélica no Congresso, a assembleiana Marina Silva, Jair Bolsonaro, que dispensa comentários, e por aí vaí.


Aécio recebe apoio de Feliciano e Everaldo em ato evangélico.


Por isso, afirmo categoricamente que seja quem for o vencedor das eleições presidenciais, teremos muito trabalho pela frente.


Cristina Kirchner, presidente da Argentina.

Obrigado, Cristina Kirchner, por se colocar proativamente a favor dos direitos LGBT e da inclusão plena desses cidadãos!

A CARTA QUE A COMITIVA LGBT ENTREGOU À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF


CARTA PÚBLICA DAS ENTIDADES DO MOVIMENTO DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS DO BRASIL À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF

O Brasil experimenta o período democrático mais longo da nossa história. Este momento vem se consolidando por meio de nossas instituições democráticas e do povo brasileiro, que nos últimos dias tem saído às ruas mostrando seus principais anseios e reivindicações.

O movimento LGBT compôs todas as mobilizações e manifestações recentes. Sempre estivemos nas ruas. As Paradas e Marchas Nacionais contra a Homo-lesbo-transfobia simbolizam este nosso compromisso histórico e constante com processos de luta que são elementos fundamentais para o fortalecimento da democracia e do Estado Laico.

Reafirmamos, enquanto movimento organizado, nas ruas, nossas reivindicações históricas de reconhecimento de direitos e cidadania plena, contribuindo para que milhões de brasileiros/as sintam-se parte do nosso Estado democrático, rejeitando, assim, qualquer tentativa de golpe.

É extremamente simbólico que a Presidenta da República receba o movimento LGBT no dia 28 de Junho. Foi nesta data que em Nova York (EUA) ocorreu a conhecida Revolta de Stonewall. Neste episódio as pessoas LGBT enfrentaram a dura repressão policial existente na época contra a livre expressão de suas orientações sexuais e identidades de gênero. Desde então, esta data tornou-se um dos principais marcos históricos para a organização do movimento LGBT internacional na modernidade, sendo comemorada como o dia de orgulho e promoção da cidadania desta população.

A partir da década de 90, com a visibilidade expressiva do Movimento LGBT, o Brasil passou a desenhar políticas para a nossa população. Se no período neoliberal estávamos quase que restritos às políticas no campo da saúde, ajudando a consolidar importantes e históricas ações de prevenção a DST/AIDS no país, foi a partir dos Governos Democráticos Populares que passamos a avançar para a construção efetiva da Cidadania LGBT.

O lançamento do Programa Brasil Sem Homofobia (2004), a realização das Conferências Nacionais LGBT (2008;2011), o lançamento do I Plano Nacional LGBT (2009), a criação da Coordenação-Geral LGBT (2009) na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a instalação do Conselho Nacional LGBT (2010) e o lançamento recente do Sistema Nacional de Promoção de Direitos e Enfrentamento à Violência contra LGBT (2013), representam, na contemporaneidade, os grandes marcos históricos institucionais destes importantes avanços.

Entretanto, apesar do Brasil estar consolidando um processo histórico de inclusão social, com a melhoria da condição socioeconômica da população, combate à fome e à miséria absoluta, ainda somos apontados, internacionalmente, como um dos países que mais comete crime por homofobia no mundo. Mostrando uma faceta distinta de como o país é conhecido pelo mundo afora.

Os dados oficiais registrados pela Ouvidoria da Secretaria de Direitos Humanos e apresentados ao Conselho Nacional LGBT mostram índices alarmantes que configuram as diferentes formas de discriminações e violações contra a população LGBT no Brasil, correspondendo a cerca de 14 pessoas que são vítimas de violências homo-lesbo-transfóbicas por dia, num total de 9.982 violações envolvendo 4.851 vítimas e 4.784 suspeitos, no último ano, dentre as quais 310 são homicídios, caracterizados, em sua grande maioria, com requintas de ódio e crueldade.

Esses números oficiais retratam a violência física e simbólica que demarcam o cotidiano da população LGBT. A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica, em 2009, aponta que 87,3% da comunidade escolar entrevistada, tem preconceito em relação à orientação sexual. De acordo com a Fundação Perseu Abramo, no mesmo ano, na pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, 92% da população reconhece a existência do preconceito contra LGBT, sendo identificado que esse percentual é cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos detectado pela Fundação.

Os registros do Disque 100 e das pesquisas citadas representam a expressão da cultura sexista, machista e racista que permeia as relações na sociedade brasileira e que encontra ecos no fundamentalismo religioso. O PDC 234 apresentado pelo Deputado Federal João Campos (PSBD-GO) que é conhecido publicamente como o “Projeto da Cura Gay” aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, assim como a PEC 99/11 apresentada pelo mesmo Deputado, explicitam essa cultura.

Neste sentido, as entidades LGBT abaixo relacionadas, priorizam as seguintes demandas à Presidência da República:

1) Mobilização da base do governo para a imediata aprovação do PLC 122/06 que criminaliza as expressões de ódio e todas as formas de intolerância e discriminação em relação à orientação sexual, identidade de gênero, religiosidade, geração, gênero, territorialidade, acessibilidade, étnico-racial, e outras;

2) Lançamento do 2º Plano Nacional de Promoção de Direitos e Enfrentamento à Violência contra LGBT, contemplando a transversalidade dos seus eixos: saúde, educação, segurança pública, trabalho e renda, cultura e habitação;

3) Priorização orçamentária para as políticas públicas LGBT, com programa específico nos instrumentos do Orçamento Federal (PPA, LOA e LDO), com o objetivo de efetivar o Sistema Nacional LGBT, consolidar o funcionamento da Coordenação-Geral LGBT e do Conselho Nacional LGBT, e de ser uma resposta concreta do Estado e do Governo aos altos índices de violência homo-lesbo-transfóbica no país;

4) Garantia dos avanços conquistados na política de saúde, a exemplo do SPE (Saúde e Prevenção nas Escolas), do Plano de Enfrentamento da Feminização da AIDS e do Plano de Saúde Integral LGBT, bem como a apresentação de respostas concretas do Governo às violências contra a livre expressão da orientação sexual e identidade de gênero detectadas no ambiente escolar;

5) Mobilização da base do Governo para a rejeição do PDC 234 (Projeto da Cura Gay) e da PEC 99 que, para nós, fere diretamente o princípio da laicidade do Estado.


Certos de contarmos com o compromisso deste Governo, agradecemos desde já a atenção.

Assinam,

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais;

ABEH – Associação Brasileira de Estudos da Homocultura;

ABL – Articulação Brasileira de Lésbicas;

ANTRA – Articulação Nacional de Travestis e Transexuais;

ARTGAY – Articulação Brasileira de Gays;

LBL – Liga Brasileira de Lésbicas

CMP – Central de Movimentos Populares;

CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação;

CUT – Central Única dos Trabalhadores;

FONAJUNE – Fórum Nacional de Juventude Negra (Coordenação LGBT).

REDE AFRO-LGBT - Rede Nacional de Negros e Negras LGBT

Postagens mais visitadas