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Cinco anos hoje!

Andre e eu em Gramado (2018)



Por Sergio Viula



Hoje, Andre e eu fazemos cinco anos juntos! Nosso encontro aconteceu exatamente num domingo, dia 07 de fevereiro, só que em 2016, em Belo Horizonte. Era carnaval. De lá para cá, foram muitas experiências vividas juntos.

Esse post, originalmente, continha diversos vídeos, mas com a extinção do meu canal anterior no YouTube, eles se perderam. Decidi, porém, manter essa postagem, uma vez que ela registra um momento importante das nossas vidas e da nossa relação.

Dia dos Namorados: O AMOR NÃO ESTÁ EM QUARENTENA ^^

Por Sergio Viula

Andre e eu em Gramado - carta no dia dos namorados (12/062020)



Ele se despediu antes de sair para o trabalho, como sempre o faz: com um carinho no meu rosto, ele me acordou suavemente só para me dar um beijo e desejar um bom dia. Andre sempre acorda mais cedo, bem cedo mesmo. Eu retribui ainda sonolento com um: "Bom dia, meu amor lindo." Embriagado pelo sono, não me dei conta que já era Dia dos Namorados. 

Uma hora depois, acordei para valer. Ainda na cama, enviei dois corações para ele pelo WhatsApp, mas, depois de terminar minha higiene matinal, fui ligar o computador para já adiantar o carregamento dos programas que eu utilizaria no trabalho. Faço isso geralmente antes de tomar café, porque logo depois, já posso sentar para trabalhar. Confesso que não tomo café em dias de muito trabalho. Hoje, adiei o café por um motivo mais gostoso: escrever esse post. ^^

Quando me dirigi ao computador, uma surpresa!

Encontrei uma carta escrita à mão (amo cartas escritas à mão!) e uma foto nossa em Gramado - a viagem que continua sendo nossa lembrança favorita de férias até hoje. Na foto, estamos abraçados e encasacados num frio matinal de 3ºC - sim, o paraíso existe e está cercado de lojas de chocolate. 

Li cada linha de sua missiva de amor com o coração aquecido. Uma das frases dele: "Dia dos Namorados hoje, mas eu só penso em quanta coisa já vivemos e ainda planejamos viver." 

Andre escreveu, talvez sem perceber, uma frase que coloca em pauta as três perspectivas básicas de tempo que estruturam toda a nossa noção de realidade e que dão as coordenadas para a construção de nossas mais singelas narrativas:

1. PRESENTE (Dia do Namorados hoje);
2. PASSADO (quanta coisa já vivemos);
3. FUTURO (e ainda planejamos viver). 

Alguém poderia dizer que "planejamos" está no presente do indicativo. Sim, mas não há noção de tempo que não tenha o presente como ponto de partida, bebê.  ^^  Seja o que lembramos (do passado), seja o que planejamos (para o futuro), tudo o que temos de fato é o hoje. É a partir desse hoje que Andre pode falar em quanta coisa já vivemos e no que planejamos viver adiante. 

E eu adoro ter você, Andre em todas essas perspectivas: ontem, hoje e amanhã!

Viver é, entre outras coisas, transformar planos em memórias no melhor das nossas capacidades. Estamos realmente acumulando lindas lembranças. 

Para ser bem exato, vivemos 1.587 dias juntos até hoje (07 de fevereiro de 2016 a 12 de junho de 2020). São quatro anos de memórias agora! A maioria delas alegre. E quando houve algum momento de tristeza, não por algum ato nosso, mas por alguma situação fortuita, como quando ele teve uma crise renal e foi operado, por exemplo, lá estávamos - JUNTOS! 

Uma simples busca aqui no blog pelas palavras-chave "andre e sergio" já dá uma ideia do que quero dizer. Veja aqui: https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/search?q=andre+e+sergio.

Ainda dominado pela surpresa do bilhete com a foto, enviei uma mensagem de agradecimento pelo WhatsApp, dizendo, entre outras coisas, o seguinte: "A nossa vida vais ser regada de coisas bonitas e inesquecíveis, mesmo que elas não aconteçam na mesma proporção todo dia porque nós não temos dinheiro para tanto. Mas, nós sabemos ser felizes até em coisas simples como degustar uma pizza no terraço." 

Detalhe: ontem pedimos uma pizza e nos sentamos no terraço ouvindo música juntos e conversando sobre várias coisas. Por ter sido feriado de Corpus Christi (https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2020/06/corpus-christi-vestra-frui-corporum.html), passamos o dia todo juntos. A geladeira havia sido consertada no dia anterior. Então, fizemos nossa aula de inglês logo de manhã, almoçamos, e eu escrevi um post para o blog logo em seguida. Depois disso, lavamos a geladeira e arrumamos a cozinha. O momento pizza com Coca-Cola veio no final do dia. Não houve nada de grandioso em nosso feriado de Corpus Christi, mas nem precisava, porque tudo ganha vida quando estamos juntos!

Se é possível ser feliz sozinho? 

Sim, e disso não tenho dúvida. Mas que é mais gostoso vivenciar essa felicidade a dois, isso é inegável. 

É fácil encontrar alguém que seja o nosso "número"? 

Não, especialmente porque os dois têm que ser o número um do outro. Não basta apenas um encontrar o que deseja. Tem que ser recíproco.

E o que é fundamental para uma boa relação?

Essa semana, eu falava com um amigo sobre isso. Eu dizia que considero três coisas fundamentais para que um relacionamento seja frutífero e prazeroso: CARÁTER (especialmente, honestidade), MATURIDADE e TESÃO. Se faltar uma só dessas características a qualquer um dos envolvidos, a roda não gira suavemente. Talvez, não gire de modo algum. Felizmente, Andre e eu temos esses e outros ingredientes em nosso relacionamento. Um dos principais deles é  compromisso que cada um tem com o bem-estar do outro. Sempre fazemos tudo pensando em como isso pode facilitar a vida do outro ou tornar algum momento mais especial, mesmo que seja o simples ato de recolher a roupa do outro e guardá-la com carinho. E é essa atitude já incorporada ao nosso cotidiano que faz toda a diferença. Egoístas narcisistas nunca foram bons amantes, muito menos bons parceiros de jornada.

E o que eu faço se não ainda não encontrei o Amor?

Enquanto não esbarrar com aquela pessoa que mereça todo o seu amor e compromisso, divirta-se com as que desejam diversão. Dois adultos passando tempo juntos por livre e espontânea vontade, fazendo o que desejam em mútuo consentimento já é lucro. 

Eu sempre digo: enquanto você não encontrar a boca certa, vai beijando as erradas mesmo. Só não pise e nem aceite ser pisado. É no encontro que pode acontecer a 'magia' do amor. 

Feliz Dia dos atingidos pelas flechas de Eros!

O que mais dizer sobre o dia de hoje? Só posso desejar um feliz dia dos namorados, das namoradas, do namorado e da namorada, des namorades!

Seja qual for o gênero dos envolvidos, que toda relação seja benfazeja, porque o amor não faz mal nem a quem ama nem a quem é amado. Se fizer, isso não é amor. E se não é amor, essa relação não promoverá respeito e bem-estar aos seres humanos envolvidos nela. Nesse caso, faça cumprir o ditado: antes só do que mal acompanhado. 

Felizmente, há mais de quatro anos, estou em excelente companhia. E ele diz o mesmo. Em sua carta de amor, Andre escreveu: "Seu sorriso me traz paz, seu sorriso me alegra, seu sorriso me acalma." Observe: paz, alegria e calma. Cazuza cantava: Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida, nós no embalo da rede, matando a sede na saliva, ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida. Eu respondo a esse lindo e saudoso poeta: Eu tive essa sorte.

Para finalizar, eu pergunto a você que me lê: É preciso muita coisa para ser feliz? 

Os felizes sabem que não. 


Quarta-feira de pinga

Por Sergio Viula

Nem pensar levar essa bagagem toda.
Viajo de mochila, porque não sou de ferro.


Eu não poderia estar mais feliz! Meu carnaval não custou um 'puto'. Andre e eu ficamos em casa só curtindo a ressaca pós-férias, que significa salário zero no mês seguinte, e que acabou coincidindo com o feriado de carnaval. Mas nem por isso deixamos de curtir nosso tempo livre, e até programamos nossa próxima viagem.

Na verdade, para além de Netflix, compramos passagens e fizemos reservas para visitarmos a família de Andre em Contagem. Para isso, reservamos hotel em BH para nós e para meus pais, que poderão finalmente conhecer a família de Andre.

Nossa viagem está programada para o recesso de julho, que, por uma feliz coincidência, também bate com as férias de Andre para esse ano.

Poderemos, finalmente, reunir as duas famílias, ainda que parcialmente, por um dia. Meus pais e as mães dele estão muito entusiasmados.

Preciso dizer que meus pais, que quase não viajam, terão uma oportunidade de visitar Belo Horizonte, Contagem e Ouro Preto. Vocês não fazem ideia de como eu estou feliz com isso. Escrevo agora sob o efeito de três Cuba Libres numa Quarta-feira de Cinzas, depois de uma vacina contra o sarampo. Afinal, Corona vírus é fichinha para quem já sobreviveu à Dengue, Chikungunya e Zika.

Então, bola pra frente e muito amor nessa hora!

Depois, publico as fotos aqui. 

Acompanhe. Siga o blog. Nunca te pedi nada. kkkkkkkkkkkk

"E, no entanto, amamos... - por Ricardo Rocha Aguieiras

Por Ricardo Rocha Aguieiras




"E, no entanto, amamos...


Como é difícil amar, né? Triste perceber que a grande maioria das pessoas vai morrer sem saber o que é amar. E, para os gays, é muito mais difícil, pelo óbvio preconceito e cerceamentos. Mas, no entanto, amamos. Aliás, já falei muito que a Luta Gay é a única revolução que é por amor. A única. Pelo direito de amar. Nenhuma outra luta, no mundo, se equipara à nossa, nesse quesito. E, também no entanto, nos negam, e tornam a negar, há infinitas desculpas e justificativas para impedirem tão forte e bela revolução.

Por isso, considero parceiros gays que se unem pelo amor verdadeiros heróis, enfrentam o mundo do contra, caminhamos na contramão e em tuneis escuros, onde não há luz no fim, pois a luz somos nós, gays. Gays que amam.

No passado recente era ainda mais difícil. Quantos dramas horríveis vimos com questões de herança em famílias onde existia um gay com companheiro, um deles morria e lá estava o egoísmo familiar, contrário do amor, exigindo todos os bens e deixando o companheiro de anos e anos na míngua , após a morte desse gay . Não importava se tinham adquirido bens juntos, o gay perdia tudo e, pelo preconceito e medo da exposição preferia sumir e se calar. Para as famílias só valiam os bens materiais deixados, nunca validaram o amor gay. Queriam tudo, independente de terem expulsado esse gay no passado. Hoje, ainda acontece, mas a Justiça, ainda bem, tem se posicionado em nosso favor na maioria dos casos.

Lembro-me do poeta Reinaldo Bayrão, companheiro de décadas do militante gay, escritor e artista plástico Darcy Penteado, uma das primeiras vítimas da Aids no Brasil. Darcy sempre foi rico. Retratou princesas e artistas da Hollywood de sua época. Seu apartamento numa cobertura na rua Teixeira da Silva, no bairro Jardins, em Sampa, era enorme e uma verdadeira festa lúdica, cheio de túneis com suas obras, lá os dois viviam em felicidade. Tive o privilégio de conhecer, tanto o espaço como os grandes seres que eram, Darcy e Reinaldo. Após a morte de Darcy, a família ficou com tudo e o Reinaldo foi para a rua. Durante alguns anos eu ainda o via, sempre bêbado, numa sauna gay que existe até hoje, a Termas Le Rouge 80. Sempre procuramos acolhimento nesses espaços que os outros, não gays, condenam com, novamente, um monte de “argumentos” e negam o preconceito, negam a homofobia, negam a gayfobia. Não fica bem na foto a verdade da alma.

Um dia, Reinaldo me disse: “eu sou homem de um homem só, de um homem só”. Eu sabia que ele se referia ao Darcy. Pouco depois, Reinaldo se matou.

E, no entanto, amamos. Quem sabe sentir, quem lê nas entrelinhas da vida e nas entrelinhas dos aplicativos de paquera gay, quem enxerga o fundo dos pixels de uma selfie, percebe o amor, ali, brotando mesmo em meio ao desespero e ao medo. Fortes que somos, nós, gays, pulamos esses obstáculos melhor que cavalo de corrida lá no Jóquei Clube, tudo para nos deparar com o escondido amor que há no olhar de outro gay. Ele , o amor, existe! Um dia, irão entender. E faremos outra revolução e outra ainda e mais outra. Sempre pelo amor. Cupidos também flecham Triângulos Rosa."

1º de abril: uma semana de casado e não é pegadinha

Por Sergio Viula



Amar é juntar as escovinhas de dentes.




Sexta-feira passada, André e eu "juntamos nossas escovinhas de dentes". Inicialmente, havíamos planejado uma viagem do tipo "visita ao namorado", já que era semana de Páscoa. Em contrapartida, eu iria a Belo Horizonte no mês seguinte. Mas, ao longo do mês que antecedia a vinda dele ao Rio, fomos conversando sobre a possibilidade de transformarmos essa visita temporária em estadia permanente.

Pode parecer fácil à primeira vista, mas não foi. Quando a gente mora com os pais, fica muito mais fácil sair de casa e começar uma nova vida em outro lugar. Basta fazer as malas, despedir-se dos familiares e amigos, e colocar o pé na estrada. No caso do André, a coisa era bem diferente. Ele morava por conta própria, num apartamento muito bem transadinho e se sustentava sozinho. Isso quer dizer que ele precisou vender móveis e eletrodomésticos, desfazer-se de coisas que não tivessem valor comercial, e deixar o emprego. Tudo isso em cerca de 15 dias, que foi quando decidimos que essa seria uma viagem definitiva! Foi um recorde. E na sexta-feira da Paixão, lá estava ele desembarcando no Galeão.

Uma semana se passou. E como voou! Mesmo assim, foi apenas uma semana. Mas, nessa primeira semana, já pudemos sentir a temperatura da convivência: excelente! Ambos dissemos várias vezes, e de muitas maneiras, que se continuar assim, já está bom demais!


Dia 07 de fevereiro de 2016 - dia em que nos conhecemos em Belo Horizonte


No apartamento dele lá em MG.


Visita ao Arpoador (nascer do sol) - 12/02/2016.
Somente um dia separados depois do carnaval.
Eu saí de lá quarta-feira de Cinzas
e ele chegou aqui na sexta-feira imediatamente seguinte.
Segunda-feira, embarcou de volta para casa.



Eu esperando por ele no Galeão no dia 25 de março de 2016 
para o encontro definitivo.



Só trouxe pertences pessoais.



No táxi, indo para casa.



Logo depois de entrar,
pouco antes de abrirmos um espumante para celebramos.



Já no domingo de Páscoa,
morando juntos desde sexta-feira da Paixão.



Acho que muitas pessoas pensaram que a mudança do meu estado civil para casado no Facebook, apesar de não ter qualquer documento oficializando a união, fosse apenas para dizer que estávamos num relacionamento sério, e que ele voltaria para casa já segunda-feira, depois da Páscoa. Mas, não. Talvez, isso se deva à rapidez com que tudo aconteceu, mas ele não veio para voltar e nem eu mudei o estado civil só para definir um grau maior de seriedade, não. É vida nova mesmo: "juntu e misturadu". E não tem truque ou pegadinha, não.

Muitas pessoas compartilham da nossa alegria - umas sem qualquer ressalva, outras admiradas com a rapidez com que tudo aconteceu. Bem, sobre a "rapidez" com que aconteceram as coisas, vale a pena lembrar que tempo é relativo, e que muita coisa ruim acontece da noite para o dia: acidentes, doenças, enchentes, morte. E as pessoas se conformam com seus infortúnios mais cedo ou mais tarde. Porém, quando se trata de felicidade, elas querem adiar sabe-se lá por quanto tempo. Não, não mesmo. Se tem uma coisa certa, garantida na vida, é que vou morrer (lamento, mas você também), então por que deveria eu me dar o luxo de adiar o que me faz (ainda mais) feliz? Foi a mesma coisa que pensou André. E por isso, nosso plano de agilizar o 'casamento' acabou dando tão certo.

Uma maneira bem simples de avaliar o nível de felicidade que se experimenta ao lado de alguém, antes de uma decisão como essa, é fazer uma pergunta muito objetiva. Se a resposta for 'sim", mergulhe. Se a resposta for 'não', fique onde está.

A pergunta é: Se este fosse meu último dia de vida, eu adoraria estar ao lado dele?

A minha resposta foi/é SIM. Tudo indica que a dele também. ^^

Contagem regressiva para matar a saudade: André e Sergio



A SAUDADE CHEGA AO FIM
De 24 de fevereiro até 24 março de 2016


Entre o feriado de carnaval e o final de semana seguinte, eu e André ficamos separados por apenas um dia - a quinta. Mas depois disso, a espera foi longa. Só poderíamos nos ver de novo na Páscoa. Então, decidimos fazer uma contagem regressiva quando faltassem trinta dias. Ele faria publicações variadas (fotos, desenhos, versos) a seu gosto. Eu fiquei de fazer um verso por dia. No final dos trinta dias, eu havia acumulado os 30 aforismos que você poderá conferir abaixo. 

Espero que eles inspirem bom sentimentos. Todos os versos incluem a palavra saudade ou seus derivados. Afinal, foi a saudade que nos moveu a fazer essa contagem regressiva e ansiosa. Em breve, essa distância e esse tempo darão lugar à convivência ao vivo e em cores (todas as do arco-íris, é claro). ^^

Eis os aforismos - todos de próprio punho e com autoria registrada. Se desejar citá-los, favor dar crédito como "por Sergio Viula", Obrigado a todas e todos.

30) Saudade é a dor da ausência que só o reencontro consegue estancar - magia que transforma a dor da ausência em ausência de dor.  Parece até mais urgente que o ar.

29) Morrer de saudade é viver no vão que separa a memória da perspectiva -  indomável antecipação que emerge da dor da despedida.

28) Saudade é o amor sofrendo inexorável sede longe da fonte, enquanto vence o calendário - um dia após o outro - na certeza do reencontro.

27) Saudade é a atualização da ausência em sua virtualidade acompanhada da dor da espera na perspectiva de reencontro.

26) Saudade é um sentimento teimoso que se recusa a morrer sem a presença do amado e ressurge ao menor sinal de seu distanciamento. Fênix que renasce das cinzas da despedida.

25) Que poder é esse que a saudade detém? Alonga a espera, encurta o encontro, e faz o tempo de refém.

24) Saudade em ano bissexto ganha mais um dia para arrebentar o peito.

23) Saudade é um estado de desalento que, com a aproximação do encontro, vai virando euforia. Rio, porque mais belo horizonte do que esse nem na mais fantástica utopia.

22) Saudade não tem verbo. Nomeia e qualifica, mas não diz se vai ou se fica. Fala do sujeito e do objeto sem o menor receio de redundância. E tudo isso por mera implicância. Afinal, não lembra o amante, SAUDOSO, de seu SAUDOSO amado? Garanto, não tem jeito: se por amor adoece, só pelo amor será curado.

21) Desconfiada por natureza, a razão cobrou dos sentidos uma evidência convincente do amor entre duas pessoas. Ao que, em raríssima unanimidade, os cinco gritaram:  Saudade.

20) A saudade que me devora é também a que me alimenta. 60 minutos sob as asas de Dumont, e ela não mais me atormenta.

19) Pobres romanos que ao dizerem "solitate" pensavam apenas em solidão. Nossa lusófona saudade diz mais, sem poupar sofreguidão. Longe não é o mesmo que só. Saudade é viver no intermédio, nadando contra a maré. Mas, para a minha dor, já existe remédio, e ele se chama André.

18) Se a minha saudade fosse um RIO, BELO HORIZONTE teria mar. Uai, esse trem faz todo sentido. Pois, se a minha saudade deságua lá, como é que não tem praia em BH?

17) Saudade é dança sem canto, é canto sem nota, é nota sem pauta, é pauta sem linha, é linha sem pena, é pena sem ponta, é ponta sem tinta - é a vida de ponta-cabeça, querendo muito que o calendário minta e que ELE reapareça.

16) Ao tomar meu coração de assalto, ele deixou a saudade como penhor, jurando que voltaria de um salto para resgatar o nosso amor.

15)    Saudade é o afeto da distância -
         Essa paixão triste que vive da vacância.
         Não temas, meu amor, porque ela está jurada.
         Tem dia e hora para ser executada.


        E sem qualquer dor ou resistência,
        Passará à mais completa obsolência
        Porque ao primeiro vislumbre do teu rosto,

        Já nem me resta lembrança de seu gosto.

14) A saudade é tão precavida que guarnece o coração com as dores da ausência antes mesmo da despedida.

13) A saudade é a única dor que indica saúde, e não doença. Pois, na falta dela, quem diria que isso é amor, e não indiferença?

12) Saudade é uma contradição estupenda. Anseia pela presença do amado, quando é de sua falta que se alimenta.

11) Ainda não inventaram o "saudadômetro", mas se medissem a minha saudade, encontrariam níveis astronômicos.

10) Minha saudade nasce e morre no aeroporto. Quando ele chega, sinto-me vivo. Quando parte, meio morto.

09) Ponte área já não basta. Fica e acaba de vez com essa saudade que me vergasta.  

08) Quando eu pensava que não mais me apaixonaria, veio ele e acabou com minha obstinação. O cupido fez daqueles olhos arco e flecha, e de alvo o meu coração. Difícil agora é suportar 500 quilômetros de sofreguidão.

07) Se o tempo é o senhor da razão, faz um mês que ele alforriou a minha. Confesso, não minto: Ela fugiu com a saudade e 'pirou na batatinha'. 

06) Para a saudade, não há canção de ninar. Nenhum sonífero que a faça descansar. Mas se deitas ao meu lado, ela já não me incomoda. Vai para o reino de Morfeu com passagem de ida sem volta.

05) Seja no Santos Dumont ou no Galeão, teu desembarque é sempre o fim da aflição. A saudade, sem qualquer recurso de seu, sucumbe diante de tão efusiva emoção.

04) No leito da saudade, o amor sofre tua falta, mas basta um abraço teu para que ele logo tenha alta.

03) A saudade é fogo que arde no peito, alimentado pela lenha da distância. Incendiou, não tem jeito. Só se apagará com abraços e beijos numa deliciosa alternância.

02)  A saudade é uma incontornável suicida.
       Por ela, anseio ver-te. Mas, se te vejo, é ela que perde a vida
       E quando ela se vai, ninguém lamenta sua ausência.
       Onde já se viu sentir saudade de ter saudade?

       Esse pensamento é quase uma indecência.
       
Sentir falta do que já tenho?
       Afinal, seria preciso tê-la para sentir falta dela. 
       Até para Eros, isso seria demasiado engenho.

01) Saudade não morre de véspera. Aumenta. O coração não sabe se sossega ou se arrebenta.




Em tempo: Antecipamos os planos e essa sexta-feira, ele vem para ficar. Obrigado a todos os que torcem por nós.



No dia mundial da Poesia, 21 de março, fiz um poema especial, ou seja, fora da contagem regressiva para marcar o momento e homenagear meu amor. Vale dizer que André fez postagens diárias sobre nosso amor e a saudade que sentia. Aqui nesse post estão só as minhas, mas ele foi absolutamente lindo o tempo todo.






Por Sergio Viula
Para Andre Dias
21 de março, às 08:34


Contagem regressiva


No dia mundial da poesia,

Em verso extra para meu amor

A espera termina em três dias

E com ela, a minha dor.



Os poetas têm suas musas,

E escrevem lindamente

Eu tenho você,

E não poderia estar mais contente.



Meu beijo viaja célere pela internet

E se não posso te abraçar apertado,

O que me resta, senão, longe do amado

Controlar minha saudade pelo chat?



Mas vem aí a sexta-feira da paixão

O fim dessa dolorosa espera

Tão-logo a aeronave toque o chão,

Será o início de uma nova era.



Águas Turvas - por Helder Caldeira



Resenha por Sergio Viula


Terminei de ler Águas Turvas há exatos cinco minutos. O romance, escrito por Helder Caldeira e publicado pela Quatro Cantos, começa de modo despretensioso e vai ganhando densidade e profundidade à medida que a leitura avança, brindando o leitor diversas com surpresas e emoções variadas.

A trama construída ao redor da família Thompson é multifacetada e ninguém escapa à sua cota de contribuição para o inesperado. A noção de máscaras usadas no desempenho dos papéis sociais, especialmente em família, fica muito nítida depois que as peças são devidamente colocadas no tabuleiro. E a metáfora do jogo e da estratégia cabe bem aqui. Mas, nem tudo é calculado. A trama é recheada de sentimentos e situações inesperados, inusitados, instintivos.

Justin é apaixonante. Gabriel também. Matthew, então...

Depois da leitura, até parece que já estive em Holden - setting da maior parte dos acontecimentos.

Provavelmente, não serei o único leitor a identificar semelhanças com pessoas reais. Há sempre alguém como tia Mildred ou "vovó" Nancy por aí.

Amei a leitura. Quando comecei, não podia imaginar quão envolvente e inadiável ela se tornaria.

Agradeço sinceramente a Rosana Martinelli por me conceder o privilégio de conhecer Águas Turvas.

Agradeço ainda mais especialmente a Helder Caldeira por ter escrito a obra.

E, finalmente, parabenizo a Editora Quatro Cantos pelo excelente trabalho de editoração e por apostar no potencial de histórias assim.

A todos os que lerem essa singela recomendação de leitura, um conselho: MERGULHEM! ;)

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O jovem médico brasileiro Gabriel Campos decide fazer especialização em Worcester, Massachusetts, depois da morte dos pais. Justin Thompson, herdeiro de uma abastada família republicana de Holden, no mesmo estado, dirige uma rede de revendedoras de automóveis em plena crise econômica de 2009. A trajetória desses dois homens é permeada por um turbilhão ininterrupto de acontecimentos, que prendem irreversivelmente o leitor até o último parágrafo e constroem uma emocionante história de amor.

ÁGUAS TURVAS TAMBÉM FOI COMENTADO NA TV SENADO.

Fiquei feliz em saber.

https://www.facebook.com/photo.php?v=690828937641600&set=vb.346161045441726&type=2&theater

Publicação by Águas Turvas.

The Trip - Filme com tema gay


Trailer aqui:
https://youtu.be/7nKExyTX3HI
☝☝☝


Parece mais um filme cliché sobre homossexualidade: festas, chiliques e pegação - a visão míope dos que sabem muito pouco sobre o tema -, mas o filme vai muito além disso. O enredo aborda diversas situações, dramas, lutas, vitórias e sofrimentos da comunidade gay americana enquanto gira em torno da vida do protagonista, sua família, sua luta contra si mesmo, etc.

Vale a pena assistir. Romântico, divertido, politicamente engajado.

Meus agradecimento ao meu amigo Cosme que me indicou esse filme.

Assista o filme completo aqui (espanhol) pode ser visto no YouTube aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=5sw3DubQ0gc


"The Trip" é um filme de drama romântico americano de 2002, dirigido por Miles Swain. A trama acompanha o relacionamento de dois homens, Alan e Tommy, desde seu encontro inicial em 1973 até 1984, tendo como pano de fundo eventos históricos significativos, como a campanha "Save Our Children" de Anita Bryant e o surgimento da epidemia de AIDS. 
WIKIPEDIA

Sinopse:

 Em 1973, Alan, um jovem republicano aspirante a jornalista, conhece Tommy, um ativista gay assumido. Apesar de suas diferenças políticas e sociais, eles iniciam um relacionamento que se estende por mais de uma década, enfrentando desafios pessoais e sociais em meio ao movimento pelos direitos gays e à crescente crise da AIDS.

Elenco Principal:

Larry Sullivan como Alan Oakley
Steve Braun como Tommy Ballenger
Ray Baker como Peter Baxter
Alexis Arquette como Michael

Recepção: 

"The Trip" recebeu críticas mistas, mas foi elogiado por veículos como o Los Angeles Times e pelo crítico Rex Reed. O filme ganhou mais de uma dúzia de prêmios em festivais de cinema, incluindo dois prêmios HBO de audiência para melhor filme, melhor ator para Steve Braun e melhor diretor para Miles Swain. 

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