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A guerra da Rússia contra a Ucrânia e a hipocrisia dos que não condenam as ações de Putin

 

A invasão russa já dura quase um ano e três meses



Por Sergio Viula

24 de abril de 2023


Quando eu condeno Vladimir Putin  pela invasão à Ucrânia e seus crimes de guerra, costumo ouvir muito chororô por parte das viúvas de Stalin, outro genocida que matou diretamente ou levou à morte milhões de habitantes da falecida Uniâo das Repúblicas Socialistas Soviéticas.  Não eram unidas, não se comportavam como repúblcias, nunca foram socialistas no sentido real do termo e nem se enquadravam como soviéticas literalmente, porque "sovietes" era o nome dado aos conselhos de trabalhadores originados na Rússia, que foram incorporados como funcionários do governo, perdendo a capacidade de se opor a ele sob qualquer circunstância. Os sovietes perderam sua função original, tornando-se parte da engrenagem ditatorial estatal. Marx deve ter batido cabelo dentro do túmulo de decepção e indignação com tudo isso. 

Fato é que, geralmente, essas nostálgicas amantes de ditadores assassinos de seu próprio povo, como foram Stalin e agora Putin, que também mata um povo vizinho, independente e pacífico, falam muito sobre os americanos quando me ouvem condenar tais crimes, como se eu não condenasse igualmente as desgraças que os EUA já fizeram e ainda fazem por aí. O que mais me diverte na tolice das colocações que fazem tentando minimizar o que jamais poderá ser justificado ou normalizado, especialmente no tocante à invasão da Ucrânia, é que esses desafetos dos dos EUA não deixam de comprar, nem mesmo por um dia sequer, os produtos que financiam os imperialistas do lado de cá do meridiano de Greenwich. 

Explico: 

Uma das maiores violências que os EUA e parte da Europa cometem é despejarem incessantemente o lixo produzido pelas indústrias de alimentos, de fármacos, de roupas e de eletrônicos em solo africano. Os africanos de vários países diferentes não aguentam mais tamanha violência, que, entre outras coisas, se constitui numa das mais cruéis e estratégicas formas de invasão e de envenenamento sistemático das riquezas naturais e das populações africanas. 

Uma das melhores matérias feitas sobre isso foi pelo Intercept (em inglês), cujo link eu vou colocar abaixo. Mas, existe uma outra só sobre eletrônicos feita pela BBC, em português, que eu também vou linkar aqui. 

Toda vez que você pensar em desviar a atenção dos crimes de guerra cometidos por Vladimir Putin, citando os EUA, lembre-se que você faz parte da engrenagem de destruição destes últimos e deixe de ser hipócrita. Você provavelmente nunca deixou de comprar o que eles vendem e muito mais provavelmente ainda nunca os pressionou a mudar o modo como obtém a matéria-prima dos seus produtinhos favoritos em solo estrangeiro e como descartam o lixo gerado por essa cadeia de produção e consumo quando já não servem ao propósito de aumentar o seu idolatrado capital. 

A César o que é de César - Putin fora da Ucrânia e julgado por crimes de guerra; os EUA e a Europa pressionados a mudar suas políticas de produção e descarte que causam mais dano do que muitas guerras recentes.

E você, viúva nostálgica de ditadores assassinos, vai aprender o que significa a ética de fazer aos outros o que você espera que eles façam a você. Ela não é religiosa, diga-se de passagem. Foi apenas apropriada por alguns monges escritores que a colocaram na boca de um dos maiores ícones da cultura pop de todos os tempos.


#putinnacadeia

#PutinIsaWarCriminal

#putincriminosodeguerra


LINKS:


BBC: 

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160109_lixao_eletronicos_ab

The Intercept:

https://theintercept.com/2020/04/19/africa-plastic-waste-kenya-ethiopia/

Presidente de Uganda recusa-se a promulgar lei contra homossexuais

Presidente de Uganda recusa-se a promulgar lei contra homossexuais
 
Ativistas ficaram revoltados com explicação de Museveni, de que gays são 'anormais' e 'devem ser reabilitados'

 
17 de janeiro de 2014 | 12h 40


O Estado de S. Paulo

KAMPALA - O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, recusou-se a promulgar uma lei aprovada pelo Parlamento do país para criminalizar os homossexuais e pediu aos deputados que revisem o projeto, segundo a imprensa local. A lei previa prisão perpétua por delitos de "homossexualidade agravada".


Carl Court/Arquivo/AP


Museveni não assina lei contra homossexuais

No entanto, os termos usados por Museveni para se referir aos homossexuais causou revolta entre ativistas. Em carta enviada ao presidente do Parlamento para justificar sua decisão, Museveni alegou que "pessoas anormais" não precisam ser encarceradas ou mortas. Para ele, os homossexuais do país precisam de "reabilitação econômica".

No texto, Museveni atribui o homossexualismo em parte à "procriação desordenada" das sociedades ocidentais. Em outros casos, prossegue ele, homens tornam-se gays por "motivo de dinheiro" e mulheres "viram lésbicas por falta de sexo com homens."

Os detalhes da carta, publicados pelo jornal local Daily Monitor nesta sexta-feira, 17, e confirmados por uma porta-voz da presidência, provocaram revolta entre os defensores dos direitos dos homossexuais.

A caracterização dos homossexuais pelo presidente "gera ainda mais ódio" em um país onde a discriminação já é exacerbada, declarou o ativista Frank Mugisha. Para ele, "não há motivo para comemorar" o fato de Museveni não ter promulgado a lei, aprovada pelo Parlamento no fim do ano passado.

Segundo analistas ugandenses, Museveni se negou a aprovar a lei consciente por conta da previsível reação contrária da comunidade internacional.

O Parlamento pode voltar a enviar a lei ao presidente com emendas ou sem. Caso Museveni volte a não assiná-la, a lei fica promulgada e entra em vigor ainda sem a assinatura do presidente./ AP e EFE


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


A decisão do presidente de Uganda em devolver o projeto de lei ao parlamento ugandense pode ser mera manobra demagógica. Além disso, os termos da decisão continuam sendo preconceituosos. Contudo, é sinal de que o presidente está sentindo a pressão. E certamente foi muito melhor não assinar do que assinar. Isso é óbvio!

Contudo, é preciso que os países que realmente honram a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a promovem por meio de políticas públicas continuem pressionando, inclusive por meio de sanções.

Pessoas LGBT e aliadas do mundo todo devem continuar publicando sua indignação frente às violações que vêm sendo impetradas por esses políticos e governantes.

Além disso, sociedades como as dos países em desenvolvimento - e as dos que nem em desenvolvimento se encontram ainda - precisam acordar para o fato de que a perseguição às pessoas LGBT e outras minorias é apenas uma cortina de fumaça que líderes incompetentes e corruptos utilizam para dar a impressão de estarem lutando pelos interesses da população, enquanto as casas dessa mesma população que os aplaude continuam sem abastecimento de água e serviço de saneamento; suas ruas continuam sem pavimentação; os jovens e adultos de suas famílias continuam sem educação e sem emprego; suas comunidades sem atendimento médico; e por aí vai.

Acordem desse sono mórbido! Quem acha que é justo coagir, agredir e/ou matar outros seres humanos por diferenças de ordem sexual ou de gênero, como é o caso aqui, está jogando mais uma pá de terra no sepultamento de seus próprios direitos. Se ainda os tem, poderá perdê-los ao bel-prazer dos mesmos que agora lhe agradam com essas macabras demonstrações de 'eugenia'.

E quem dá o braço a esses assassinos em seu programa de extermínio não é melhor do que nenhum deles.

Presidente Nigeriano assinou lei que torna crime amar alguém do mesmo sexo

Goodluck Jonathan, presidente da Nigéria,
institucionalizando a homofobia e a transfobia.


O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, assinou uma lei nesta segunda-feira que criminaliza relações entre pessoas do mesmo sexo com penas de até 14 anos de prisão.

Em desafio a pressões internacionais, a Presidência assinou um projeto aprovado em maio passado pela Assembleia Nacional.

A lei proíbe o casamento gay, as “relações amorosas” entre pessoas do mesmo sexo e a adesão a grupos de direitos LGBT. Duas leis similares foram propostas desde 2006, mas não passaram no Parlamento.

O sentimento anti-gay e a perseguição a homossexuais na África subsaariana é alto e pode ajudar Jonathan a se reeleger em 2015, embora ele ainda não tenha anunciado sua candidatura e sofra com uma deserção em sua base.

Países ocidentais como o Reino Unido ameaçam cortar a ajuda humanitária que dão a países que institucionalizam a perseguição contra homossexuais. No caso da Nigéria, a pressão funciona pouco porque o país é um grande exportador de petróleo.

"As pessoas que entram em um contrato de casamento do mesmo sexo ou união civil cometem um crime e são passíveis de condenação a uma pena de 14 anos de prisão ", diz o projeto de lei. "Qualquer pessoa que se registra, opera ou participa de clubes gays, sociedades e organizações direta ou indiretamente ou faz demonstração pública de relacionamento amoroso do mesmo sexo na Nigéria comete um delito e está passível de condenação a uma pena de 10 anos de prisão", diz outro trecho.

Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo/nigeria-cria-pena-de-14-anos-de-prisao-para-gays-proibe-ate-associacoes-de-homossexuais-11286964


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


A África, depois de se livrar do colonizador (leia-se invasor e dominador), em vez de se tornar mais tolerante, inclusiva, pluralista e igualitária, promovendo o bem-estar de seu próprio povo em todos os sentidos e garantindo todos os direitos humanos, vai adotando crenças e tomando atitudes que colocam-na dois séculos atrás em relação a países como Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e outros chamados de "países do Terceiro Mundo". Isso só para comparar com os mais próximos economicamente, ainda que nem tão próximos assim. Porém, se comparados aos países mais ricos, o atraso desses países africanos torna-se ainda maior.

Sim, foram europeus que arrastaram um sem-número de homens, mulheres e crianças para as Américas, lançando muitos deles ao mar por estarem doentes ou já mortos nos porões dos navios negreiros. Tudo isso, porém, com "fiel" a colaboração de negros africanos que caçavam, aprisionavam e vendiam africanos de outras tribos aos escravagistas.

Em pleno século XXI, a história não mudou tanto. Africanos caçam africanos em nome de uma absurda e injustificável 'eugenia' sexual. Não se trata mais de apreender para escravizar. Agora, trata-se de identificar, caçar e imobilizar.

Ou será que alguém pensa que 14 anos de prisão num país onde os direitos do ser humano são constantemente violados serão 14 anos de banho de sol e leitura construtiva na biblioteca da cadeia?

Ninguém se iluda. Muitos dos presos que lá já se encontram (assassinos, estupradores, traficantes, dentre outros) também nutrem crenças e preconceitos comuns a muitos desses senhores e senhoras metidos a defensores de uma duvidosa moral e de ainda mais duvidosos bons costumes. Imoral é o que essa gente tem feito a cidadãos honestos que simplesmente querem amar e viver de acordo com sua subjetividade. Foi assim que lésbicas, gays, bissexuais e trangêneros (LGBT) passaram a ser as presas da vez.

O que esses "ilustres" governantes não percebem é que o fazem em nome de crenças e valores impostos por "brancos" (cristianismo burguês típico do século XIX). A África "pré-colonial" era tolerante com as relações entre pessoas do mesmo sexo, muito ao estilo grego. Quando esses senhores e senhoras cegos pela homofobia e pela transfobia dizem que "o ocidente quer perverter a África", não percebem que já perverteu. E fez isso quando lhe impôs o moralismo burguês batizado com termos cristãos e imposto por força de lei. Em vez de abolirem tudo isso, esses líderes cegos, influenciados por brancos homofóbicos, especialmente americanos, reforçaram o que de pior herdaram daquele imperialismo que os vampirizou por tanto tempo.

Quanto tempo até que esses governantes evoluam até o nível de Mandela, por exemplo?

Os países comprometidos com os direitos universais do ser humano não podem fazer vista grossa para tamanhas violações.

Uganda aprova uma Nova Versão da Lei “Matem os Gays”

Crianças participando do protesto anti-gay em Uganda em 2011
CREDIT: AP




Uganda aprova uma Nova Versão da Lei “Matem os Gays”


BY HAYES BROWN para o THINKPROGRESS
Em 20 de dezembro de 2013
Tradução: Sergio Viula


O parlamento ugandense finalmente aprovou, nesta sexta-feira, a controversa lei que criminaliza a homossexualidade e condena membros da comunidade LGBT à prisão perpétua se forem flagrados em atividade homossexual.

Ser gay já era ilegal em Uganda, mas a aprovação da nova lei penaliza ainda mais o ato, aumentando as consequências. A versão mais recente do projeto de lei, que havia sido chamado projeto “matem os gays”, porque prescrevia a pena de morte como punição para o comportamento homossexual, oferece a prisão perpétua como alternativa à execução. A lei também proíbe o ativismo pelos direitos gays, oferece incentivos aos cidadãos que denunciarem seus conhecidos que sejam gays, e declara que realizar um casamento entre pessoas do mesmo sexo acarreta uma sentença de sete anos.

O primeiro-ministro de Uganda Amama Mbabazi se opôs à votação de sexta-feira, dizendo que não havia quórum no Parlamento para que a votação valesse. Mbabazzi ano passado pareceu retirar o apoio de seu governo à lei, ao mesmo tempo em que continua apoiando a proibição contra o ativismo LGBT. Essa hesitação pode ter permitido que a pena de morte fosse derrubada, mas não foi suficiente para permitir a emenda que reduziria a prisão perpétua para uma sentença de 14 anos.

O congressista David Bahati, que introduziu o projeto de lei, foi efusivo depois da aprovação da lei. “Estou feliz que o Parlamento tenha votado contra o mal” – disse Bahati à agência AFP na sexta-feira. “Porque nós somos uma nação temente a Deus, nós valorizamos a vida de um modo holístico. É por causa desses valores que membros do Parlamento aprovaram essa lei, apesar do que o mundo exterior pensa.”

Apesar das declarações de independência de Bahati’s, o projeto de lei, desde seu começo, foi elaborado com a ajuda de grupos de cristãos evangélicos. O líder evangélico Scott Lively está atualmente enfrentando processo judicial movido em nome do grupo de ativismo Sexual Minorities Uganda por seu papel na promoção desse projeto de lei.

O Presidente Barack Obama, que chamou a versão anterior da lei de “odiosa”, foi encorajado a abordar os direitos gays mais cedo esse ano, durante sua visita à África. Enquanto tema foi levantado durante sua visita ao Senegal, ele recebeu reações nada calorosas.

Papa Francisco substitui Arcebispo Ferozmente Anti-Gay de Yaoundé - Camarões.

Ferozmente Anti-Gay Arcebispo Simon-Victor Toyne Bakot da cidade de Yaoundé, Camarões, foi substituído pelo Papa



Arcebispo Victor Tonye Bakot - substituído por ordem do Papa Francisco



31 July 2013 | By Tris Reid-Smith
GAY STAR NEWS

Traduzido por Sergio Viula


O Papa substituiu o Arcebispo Simon Victor Tonye Bakot da cidade de Yaoundé, Camarões, que lutava contra os direitos LGBT e chamava o casamento gay de 'crime contra a humanidade'.

A decisão de substituí-lo veio na mesma semana em que o Papa Francisco indicou um posicionamento mais suave em relação aos LGBT, dizendo "quem sou eu para jugar?", referindo-se aos homossexuais.

Bakot, com 66 anos de idade, foi Arcebispo da capital dos Camarões, Yaoundé, desde novembro de 2003.

Ele era descrito como 'muito homofóbico' pelos defensores dos direitos LGBT nos Camarões que falaram com o Gay Star News hoje (31 de julho).

Em 2005, suas declarações contra a homossexualidade desencadearam um debate nacional, levando os jornais dos Camarões a publicarem uma lista de pessoas proeminentes, incluindo ministros do governo, que eles alegavam ser da "máfia gay".

Bakot parecia apoiar essa teoria de conspiração, dizendo que o sexo gay era "a causa do desemprego dos jovens, porque quando homens jovens se recusam a ter sexo homossexual com oficiais do governo, eles não conseguem emprego.

No ano passado, ele disse que os gays eram "um perigo para a unidade familiar" e "uma afronta à família, inimigos das mulheres e da criação".

Ele ligava os gays aos pedófilos e sugeria que os africanos "propusessem a poligamia ao Ocidente, exatamente como eles propõem a homossexualidade para nós".

Mas não se sabe se seu posicionamento anti-LGBT – que parece ir contra a visão do Papa Francisco – foi um fator que tenha contribuído para seu afastamento.

As principais razões citadas são "escândalos político", uma briga a respeito do equilíbrio étnico na Universidade Católica da África Central (UCAC), onde ele é o Grand Chancellor e má gestão de propriedade da igreja.

Sabe-se que ele hipotecou propriedades da igreja e a Jeune Afrique alega que a diocese deve agora seis bilhões de Francos Camaroneses (12 milhões de dólares ou 9 milhões de euros).

Ele foi temporariamente substituído pelo Monsenhor Jean Mbarga, Bispo de Ebolowa.

A partida acontece num momento em que há interesse internacional no clamor da população LGBT dos Camarões, acompanhando a tortura e assassinato do ativista gay Eric Lembembe mais cedo esse mês.

O site 76 Crimes relata que a investigação foi interrompida em meio ao clima de perseguição contra as pessoas LGBT.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Aparentemente, a questão passou sobretudo pela limpeza da corrupção mesmo: "Outro que renunciou foi o arcebispo de Yaoundé, em Camarões, também por conta de um escândalo financeiro. Simon-Victor Tonyé Bakot chegou a ser o presidente da Conferência Episcopal de seu país, mas também era um ativo empreendedor imobiliário."

Já vão tarde. Geralmente, esses caras que ficam batendo muito na tecla homofóbica têm algo a esconder e usam isso para distrair. Enquanto a população fica preocupada com o 'furico' dos outros, eles vão enchendo os bolsos. Que bom que foram destituídos. Já vão tarde. E a população LGBT respira um pouco de paz por lá.


VEJA O QUE DIZ O INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS SOBRE ISSO:

https://www.ihu.unisinos.br/noticias/522385-papa-comeca-limpeza-de-arcebispos-suspeitos-de-corrupcao

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Uma violência contra as mulheres em nome da religião

Mutilação de clitóris atinge 140 milhões de meninas e mulheres no mundo.


Violência injustificável

Quando a tradição mutila: o grito silenciado de milhões de meninas e mulheres


📍 PARIS — Entre 100 e 140 milhões de mulheres já sofreram mutilação genital feminina (MGF) no mundo todo, especialmente na África Subsaariana. O dado alarmante vem de um relatório do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França (Ined), divulgado recentemente.

A MGF é uma prática brutal, ainda presente em mais de 28 países africanos, no Oriente Médio e também em comunidades da Ásia, Pacífico, América do Norte, América Latina e Europa — muitas vezes importada por comunidades imigrantes. Trata-se da remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos externos, por supostos motivos culturais, religiosos ou estéticos. Mas a verdade é que estamos falando de uma violência sistemática de controle sobre os corpos e desejos das mulheres.

Segundo a Anistia Internacional, essa mutilação pode ocorrer desde o nascimento até a primeira gravidez, sendo mais comum entre os 4 e 8 anos de idade. A forma mais extrema, conhecida como infibulação, consiste na costura dos lábios vaginais, deixando apenas uma pequena abertura para a urina e o sangue menstrual.

Na maioria das vezes, essa prática é realizada por mulheres da própria comunidade, com instrumentos rudimentares como facas, cacos de vidro ou navalhas — quase sempre sem anestesia ou esterilização. As consequências são devastadoras: dor extrema, infecções, infertilidade, traumas psicológicos e até a morte. O parto torna-se um risco de vida. O sexo, um pesadelo.

Por que ainda fazem isso?

As justificativas são diversas: controle da sexualidade feminina, suposta melhoria da fertilidade, obediência às tradições, aceitação social, pureza, higiene e honra da família. A verdade cruel é que a MGF serve para tornar meninas e mulheres mais “dóceis” e “controláveis”. Em muitas dessas sociedades, uma mulher não mutilada é vista como suja, promíscua, ou mesmo como alguém que desonra sua família.

Denunciar ou resistir à prática significa, para muitas, rejeitar suas próprias raízes. E quando se tenta romper o ciclo, é comum ouvir que a tradição vale mais que a dignidade.

Não há nada de sagrado nessa dor

Práticas como a MGF mostram até onde o fanatismo, o literalismo religioso e o patriarcado disfarçado de cultura são capazes de ir. Não há nada de sagrado em provocar dor, silenciar o prazer e controlar o corpo de outra pessoa.

É inadmissível que, em pleno século XXI, milhões de meninas ainda corram o risco de serem mutiladas. É uma vergonha que líderes religiosos, culturais e políticos fechem os olhos ou justifiquem tamanha violência com base em “valores ancestrais”.

Não é cultura, é tortura.

A boa notícia? Podemos mudar isso.

A UNICEF declarou que essa prática pode ser eliminada no espaço de uma geração. Mas, para isso, é necessário um esforço conjunto: governos, ativistas, líderes comunitários, organizações internacionais e cada um de nós.

Se você quer fazer a sua parte, comece assinando a petição da organização CARE para acabar com a mutilação genital feminina:

👉 ASSINE AQUI: https://my.care.org/campaign/fgcpetition

Não vire o rosto. Não se cale. Silêncio é cumplicidade.

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