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NOTA DO CFP sobre a aprovação da "Cura Gay" na Comissão de Direitos Humanos da Câmara

NOTA DO CFP: APROVAÇÃO DO PDC 234/2011 É UM RETROCESSO PARA OS DIREITOS HUMANOS

CFP vem a público manifestar indignação mediante a aprovação na CDHM do PDC nº 234/2011, que visa sustar trechos da Resolução do CFP nº 1/99




O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público manifestar indignação mediante a aprovação na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM/CD) do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 234/2011, do deputado João Campos (PSDB-GO), que visa sustar trechos da Resolução do CFP nº 1/99, que estabelece normas de atuação para as (os) psicólogas (os) em relação à questão da orientação sexual. A votação ocorreu nesta terça-feira (18), na CDHM. O debate foi marcado por uma discussão truculenta e arbitrária, que não levou em conta os anseios da população dentro da “Casa do Povo”.

O voto foi realizado de maneira simbólica, onde o presidente da comissão, o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), disse “os favoráveis permaneçam como estão”. Também não foi observado o quórum mínimo de parlamentares no momento da votação, que necessitaria de pelo menos 10 deputados presentes. O pedido de contagem havia sido feito uma hora antes, propiciando um cenário arbitrário de apreciação do PDC 234/2011.

Com a baixa representatividade de parlamentares durante a sessão, com no máximo oito deputados presentes durante a votação, foi possível observar que não havia quantidade suficiente de parlamentares que legitimassem as decisões da CDHM. O que aconteceu na tarde desta terça-feira configura um episódio triste para a história brasileira, que enfraquece a luta pelos Direitos Humanos no Brasil e, consequentemente, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

Vale lembrar que em nenhum momento, durante sua tramitação na CDHM, foram levados em consideração argumentos contrários à aprovação da proposta provenientes de diversos parlamentares, a exemplo do deputado Simplício Araújo (PPS-MA), que por diversas vezes pediu a retirada do assunto de pauta por considerar a proposta inconstitucional, e optou por fazer seu voto em separado dos demais. A aprovação do PDC também foi questionada pelo deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), ao considerar que a Comissão extrapolou as competências ao legislar e revogar o “poder de órgãos de classe”.

Os debates dentro da CDHM também deixaram de observar as manifestações públicas da sociedade civil e de entidades que atuam na área, a exemplo do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR).

As atuações controversas da Comissão que – ao invés de proteger as minorias, as perseguem – levaram o Comitê Brasileiro de Direitos Humanos e Política Externa (CBDHPE) a optar, em 22 de abril de 2013, pela suspensão da CDHM do seu quadro de entidades integrantes. A decisão também levou em conta o fato da CDHM ter se fechado à participação da sociedade. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias tornou-se um espaço de acirramento de disputas, suscetível ao retrocesso de direitos conquistados pela sociedade junto a deputados verdadeiramente comprometidos com os direitos humanos.

Parecer elaborado pelo CFP, na defesa de suas atribuições enquanto autarquia, demonstrou a falta de embasamento dos os argumentos jurídicos levantados pelo deputado João Campos, ao propor que os dispositivos da Resolução do CFP se tornem sem efeito, “por não ter caráter regulamentar, e por isso não podem constar de uma Resolução e sim de uma Lei”. O documento do Conselho destaca “que a escolha por argumentos jurídicos, pretensamente em defesa de prerrogativas do Legislativo, assinalam, tão somente, o meio menos oneroso para evitar o debate de mérito sobre práticas obscuras e violadoras dos Direitos Humanos que a Resolução nº 1/99 do CFP, em muito boa hora, tratou de coibir”.

A Resolução do CFP foi elaborada em 22 de março de 1999, após exame de denúncias sobre a ocorrência de práticas de “tratamento da homossexualidade” por parte de profissionais da Psicologia e tendo em conta o consenso vigente na comunidade científica internacional, os princípios básicos da Constituição Federal e os compromissos mais elementares em favor dos direitos humanos.

A norma estabelece que psicólogos e psicólogas tenham total liberdade para o exercício profissional, o que é garantido pelos Conselhos Regionais e Federal. Isso diz respeito à área que escolhem para trabalhar, ao suporte teórico que selecionam e a muitas outras dimensões profissionais, mas ela deve ser regrada pelos princípios éticos da profissão. A Resolução CFP nº 1/1999 não cerceia o profissional. Sua função precípua é acolher o sofrimento. Não há dispositivo editado pelo CFP que impeça o atendimento, tampouco que proíba o profissional de acolher o sujeito que chega ao consultório, ao hospital, ou a qualquer outro espaço que se encontre o trabalho da Psicologia. Faz-se ainda necessário repetir: não se trata de negar a escuta psicológica a alguém que queira mudar a sua orientação sexual, mas sim, de não admitir ações de caráter coercitivo e dirigidas pelo preconceito, como quando alguns psicólogos afirmam que a homossexualidade pode e deve ser “invertida”.

A homossexualidade não constitui doença para carecer de tratamento, nem distúrbio, tampouco perversão. Nesse sentido, a Psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.

Após aprovação na Comissão de Direitos Humanos, o PDC 234/2011 ainda passará pela apreciação das comissões de Seguridade Social e Família (CSSF) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), antes de ir ao Plenário da Câmara dos Deputados. O CFP vai continuar o movimento contrário à aprovação do PDC em todas as instâncias onde a proposta ainda vai passar na Câmara dos Deputados, mobilizando cada vez mais atores envolvidos com o tema.

A autarquia tem a convicção de que ao final do processo prevalecerá o respeito à Psicologia enquanto ciência e a profissão, e à decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que retirou a homossexualidade do rol de doenças desde o dia 17 de maio de 1990. Acreditamos no respeito aos Direitos Humanos e conclamamos os legisladores a participarem deste amplo esforço na direção da garantia e promoção de direitos, para que a “Casa do Povo” não seja cenário e palco da violação e do retrocesso.

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DICA DO BLOG FORA DO ARMÁRIO:


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Justiça proíbe tratar gay como doente


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Justiça proíbe tratar gay como doente


Ministério Público do Rio queria rever decisão de Conselho Federal de Psicologia que proíbe profissionais do setor de 'curar' homossexualidade


22 de maio de 2013 
FÁBIO GRELLET / RIO - O Estado de S.Paulo


A 5.ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro negou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que declarasse nula uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no trecho em que impede os psicólogos de oferecer tratamento para a cura da homossexualidade ou colaborar com eventos ou serviços que proponham algum tratamento com esse objetivo. Cabe recurso, mas, consultado ontem, o MPF não informou se pretende recorrer.

A resolução 1/99 do CFP, de março de 1999, prevê que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades (...) nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados". "A norma proíbe os psicólogos de tratar a homossexualidade como doença, pois a Organização Mundial da Saúde já declarou que não é", diz o presidente do CFP, Humberto Verona.

Os autores da ação afirmam que a intenção é corrigir um aspecto da norma. "Concordamos que psicólogos que ofereçam tratamento contra a homossexualidade sejam punidos", disse ao Estado o procurador da República Vinicius do Nascimento, outro autor da ação, quando ela foi proposta. "O problema ocorre quando o homossexual procura tratamento por conta própria. Se ele inicia um relacionamento hétero, provavelmente vai enfrentar ansiedade e outras dificuldades. Então talvez decida procurar um psicólogo para se tratar, mas o profissional não poderá atendê-lo, porque pode ser punido. É isso que queremos mudar", disse na época.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia nega que algum profissional tenha sido punido por orientar pacientes homossexuais. "O problema é anunciar a cura da homossexualidade ou deixar de esclarecer ao paciente que ele não está doente. Se o paciente pedir a cura, o psicólogo deve contar que não se trata de doença."

Julgamento

 Em sua sentença, o juiz federal Firly Nascimento Filho afirma que "não sendo doença, modernamente se entende que se trata de uma opção sexual que, numa democracia, pode ser exercida livremente, de acordo com as concepções do indivíduo. É certo que remanescem na sociedade instintos discriminatórios, que não podem ser tolerados, pois cabe ao Estado proteger as minorias dos ataques das maiorias".

Campos e a homossexualidade



Campos e a homossexualidade



Como reagir ao anúncio que seu filho é gay? Eu optaria pela indiferença -- se possível, não fingida

Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia decretou que os psicólogos não devem propor curas para a homossexualidade, visto que a homossexualidade não é um transtorno mental. O deputado João Campos (PSDB-GO) não concorda; ele acha que o CFP não pode "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), paradoxal presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, colocou o projeto de Campos na pauta de ontem (8/5) da dita comissão.

Na última hora, a pedido de Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, a pauta foi suspensa.

Existe uma longa e sinistra história das terapias que pretendem "curar" os homossexuais, ou seja, "reorientar" ou "converter" sua sexualidade --sinistra, digo, pela violência dos remédios propostos sem fundamento clínico algum (castração, ablação do clitóris, eletroconvulsoterapia etc.).

No Irã de hoje, por exemplo, os homossexuais (que, segundo o governo, não existem) não são perseguidos se eles aceitarem uma cura que consiste na mudança forçada de sexo (engraçadamente, a charia local parece proibir a homossexualidade, mas tolerar o transexualismo).

Vamos ao último capítulo dessa história, no Ocidente. Em 2001, Robert Spitzer, psiquiatra respeitado, juntou, num relatório, 200 casos de "conversão" de indivíduos "altamente motivados" (nenhum dos quais tinha sido paciente dele). O estudo parecia documentar a possibilidade de reorientar alguém sexualmente. Durante uma década, discutiu-se sobre a validade dos dados recolhidos por Spitzer.

Resultado: no ano passado, Spitzer, professor emérito da Universidade Columbia, publicou uma carta aberta na qual ele declara que seu estudo não provava que uma terapia, seja ela qual for, pudesse permitir mudar a orientação sexual de alguém e que não havia como saber se as declarações dos indivíduos entrevistados para o estudo eram confiáveis e não autoenganos ou simplesmente mentiras.

Ele concluía: "Peço desculpas a qualquer pessoa gay que perdeu seu tempo e sua energia passando por algum tipo de terapia de conversão porque acreditou que eu tivesse demonstrado que a terapia de conversão funcionaria".

As terapias de reorientação ou conversão, hoje, são defendidas só por associações ou indivíduos inspirados por uma condenação moral ou religiosa da homossexualidade.

Essa condenação é tão legítima quanto qualquer crença, mas ela não pode oferecer uma "cura" em nome de uma disciplina clínica. Em outras palavras, qualquer um, padre, pastor ou charlatão, pode inventar um exorcismo para desalojar o demônio do corpo dos homossexuais. Mas o médico e o psicólogo não vendem exorcismos.
Em suma, sem a intervenção de Henrique Alves, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara teria desperdiçado seu tempo (e nosso dinheiro). Passemos a outra questão.

Recentemente, o pai da cantora Katy Perry, pastor evangélico, perturbado porque a filha canta uma música sobre beijar outra garota, declarou que Katy é filha do diabo.

A estupidez dos outros é refresco. Mas resta que, para muitos pais, não é fácil decidir como reagir ao anúncio de que seu filho ou sua filha é gay.

Sabemos que mandar o filho ou a filha para uma cura de conversão não é uma boa ideia. Em compensação, alguns pais "modernos", para evitar o ridículo do pai de Katy Perry, são tentados por uma aceitação festiva, eventualmente fingida. Como se situar nesse arco, entre "você é doente" e "que maravilha!"?

Eu optaria por uma espécie de indiferença --se possível, não fingida.

Tanto a aceitação festiva quanto a maldição empurram o jovem para uma reação em que ele dará a sua orientação sexual o valor de uma identidade, como se gritasse "olha, mamãe, sou gay", quer seja para desafiar os pais e o mundo, quer seja para ganhar seu aplauso.

De fato, a orientação sexual de um indivíduo não precisa ser um traço relevante de sua identidade. Em geral, quando ela se estabelece como tal, é de maneira reativa.

No caso da homossexualidade, isso é inevitável por causa da resistência social que a homossexualidade encontra. Se identificar como homossexual é uma maneira de se impor e lutar. E haverá homossexuais "assumidos" e militantes até que não haja mais Campos e Felicianos.

Agora, os heterossexuais assumidos e militantes são tão reativos quanto os homossexuais. Só que, hoje, os heterossexuais não reagem contra nenhuma discriminação; talvez eles estejam reagindo contra a única homossexualidade que os ameaça: a que eles reprimem neles mesmos.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/107928-campos-e-a-homossexualidade.shtml

PARECER FINAL DO CFP SOBRE O PDC 234/11 DO JOÃO CAMPOS



ACHEI FANTÁSTICO O PARECER FINAL DO CFP SOBRE O PDC 234/11 DO JOÃO CAMPOS QUERENDO SUSTAR A RESOLUÇÃO 001/99, QUE PROÍBE PSICÓLOGOS DE REFORÇAREM PRECONCEITOS CONTRA A HOMOSSEXUALIDADE OU PROPOREM 'CURA'.

VOCÊ PODERÁ VER O PARECER NA ÍNTEGRA ABAIXO.
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2013/04/Parecer-PDC-234-final.pdf
FIQUEI PARTICULARMENTE EMOCIONADO, QUANDO ENCONTREI A SEGUINTE CITAÇÃO AO LONGO DO TEXTO DO CFP (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA):

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No Brasil, há o caso de Sergio Viula, que estudou Teologia, foi pastor batista e missionário. Na época, era casado com uma mulher, teve dois filhos e cofundou o Movimento pela Sexualidade Sadia (Moses), principal grupo evangélico de “conversão” e “cura” de homossexuais no Brasil. Por volta dos 34 anos, Viula separou-se da mulher, abandonou a profissão no Seminário e assumiu sua homossexualidade. Hoje possui um relacionamento estável com um homem, é professor de inglês, escreveu o livro “Em busca de mim mesmo” e mantém o blog http://www.foradoarmário.com.”

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TERAPIAS ANTI-GAY: Carta aberta de um ex-ex-gay

TERAPIAS ANTI-GAY

Carta aberta de um ex-ex-gay



Foto de Sergio Viula para a entrevista na revista H (Homens de Verdade)
número 05 - novembro/dezembro de 2012



Como é do conhecimento de muitos, participei ativamente de um grupo de “cura” para homossexuais – o MOSES (Movimento pela Sexualidade Sadia), iniciado por João Luiz Santolin, Liane França e por mim em 1997 quando fizemos nossa primeira abordagem com material produzido pelo MOSES durante a Parada LGBT de Copacabana. O objetivo dessa organização era transformar homossexuais em heterossexuais ou, caso fracassasse, convencê-los a viver no “celibato”. A aparência era de que havia muita psicologia envolvida nisso tudo, quando – na verdade – o que se fazia era revestir dogmas religiosos produtores de culpa, medo e outras neuroses com linguagem psicologizada – o que fazem os chamados “psicólogos cristãos” (sic).

Entenda-se por “psicólogos cristãos” aqueles que pretendem forçar dogmas religiosos sobre a ciência da psicologia humana e que manipulam pessoas confusas ou perseguidas em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero para que assumam os pressupostos de sua própria religiosidade como verdades inquestionáveis, castrando o potencial afetivo-emocional que caracteriza sua própria homoafetividade. Uma das pessoas mais atuantes nesse sentido é a Dra. Rozangela Justino, psicóloga a quem conheci nos tempos em que frequentava o Seminário Teológico Betel, no bairro do Rocha, Rio de Janeiro. Dra. Rozangela Justino costumava dar palestras em seminários sobre “homossexualismo” (sic) promovidos pelo MOSES e pregar em cultos que se realizavam na Igreja Batista da Esperança, na Av. Visconde de Inhaúma, 37 - Centro do Rio de Janeiro. A mensagem era sempre a mesma: “homossexualismo” (sic) é pecado, é perversão do plano de Deus para a sexualidade humana e pode ser transformada. Aí entrava um híbrido de linguagem psicológica e conteúdo cristão. Infelizmente, muita gente levava mais a sério o trabalho do MOSES por causa dos “psicólogos cristãos” envolvidos. A Igreja Batista da Esperança mudou de pastor e este cancelou esse tipo de evento naquelas paragens. Dra. Rozângela Justino dava palestras em eventos do MOSES, tais como o I Seminário sobre Homossexualismo (e outros) realizado nas dependências do Seminário Teológico Betel. Vale ressaltar que ela não dava atendimento clínico e que os atendimentos do MOSES eram oferecidos gratuitamente.

Ao mesmo tempo em que fui um dos fundadores deste grupo, eu era - antes de qualquer coisa - uma vítima dessa mentalidade imposta por pregações homofóbicas sobre pecado e condenação que a psicologia não corrobora, mas que é defendida com unhas e dentes por esses chamados “psicólogos cristãos” – o que me custou muito sofrimento pessoal. 

Acreditando que fosse minha obrigação seguir as orientações dos pregadores e desses “profissionais”, acabei me casando com uma moça da igreja, com quem vivi por 14 anos, tendo gerado uma filha (agora, maior de idade) e um filho (que se tornará maior de idade ainda esse ano). Apesar do aparente “sucesso” do casamento, eu me consumia internamente por não assumir minha orientação sexual e viver de acordo com a mesma. E foi assim que eu passei 18 anos na igreja, sendo que seis desses anos foram dedicados ao MOSES, cuja primeira atividade foi realizada por mim e mais duas pessoas – ainda em caráter oficioso – na Praia de Copacabana, durante a Parada do Orgulho LGBT de 1997, e se tratava de proselitismo, com distribuição de panfletos apresentando a organização. Meu envolvimento com o MOSES foi de 1997 até 2003. 

Durante todo o meu tempo de igreja, eu ouvi pregadores difamando minha orientação sexual, minha afetividade, minha sexualidade, mas foi durante esses seis anos trabalhando com o MOSES que meu sofrimento atingiu o ápice. Foram horas de aconselhamento, oração, leitura de material religioso (com linguagem “psicologizada”) a respeito do que eles insistem em chamar de “homossexualismo”, bem participação em congressos, seminários, cruzadas até mesmo durante eventos LGBT, etc. Tudo isso muito longe de ser científico, diga-se de passagem. 

Depois de 14 anos casado com a mãe dos meus filhos, cheguei à conclusão de que era tolice lutar contra mim mesmo. O ódio que nutri contra minha sexualidade era fruto do que ouvi desde cedo por parte de pessoas mal resolvidas ou envenenadas por pensamentos homofóbicos. Decidi, então, ser eu mesmo e ser feliz. Mais do que aceitar minha orientação sexual, eu cheguei à conclusão de que devia celebrar a vida amando, crescendo, produzindo e me realizando de acordo com minha sexualidade e minha identidade e outras potências da minha própria personalidade. 

Atualmente, tenho um parceiro que corresponde ao que meu coração realmente deseja. Estamos juntos há cinco anos e temos uma vida equilibrada, com harmonia e muito amor. Meus pais e meus filhos estão muito próximos de mim. Meus filhos, na verdade, nunca se distanciaram e sempre me amaram. Conversamos francamente sobre tudo isso desde que minha filha tinha 12 e meu filho quase isso – cada um no seu tempo. Meu filho completará 18 anos em dezembro de 2012 e minha filha 21 em março de 2013, e estão muito bem integrados conosco. 

Ter ficado livre do controle mental exercido por esses “fiscais da sexualidade alheia” abriu-me inúmeras portas existenciais onde antes eu só via paredes. Falo sobre tudo isso com muito mais profundidade no meu livro “Em Busca de Mim Mesmo”, que é um relato biográfico para além do meramente pessoal. É um livro que nasce da vontade de dizer que ninguém precisa submeter-se a esse tipo de sofrimento existencial por ser gay, lésbica, bissexual ou transexual. Cito casos reais, além do meu próprio, que ilustram a falácia das teorias de “cura gay” (sic). Afinal, equilíbrio emocional sem amor próprio não existe. E o que essas pretensas “terapias” fazem é promover o ódio a si mesmo. 

Rio de Janeiro, 15 de novembro de 2012.



Sergio Viula
Teólogo (ex-pastor batista), Filósofo, Autor e Blogueiro no
www.foradoarmário.com


Mais informações sobre Em Busca de Mim Mesmo podem ser obtidas pelo Facebook ou pelo e-mail sviula@hotmail.com.

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

No dia 21 de dezembro de 2012, o Deputado Amaury Teixeira, do PT, se pronunciou na Câmara dos Deputados contra a PDC 234/11 que pretende sustar a resolução 001/99 do CFP que proíbe que psicólogos ofereçam supostos "tratamentos" para "curar" homossexuais, porque homossexualidade não é doença.


Ele se referiu a carta que você pôde ler acima e solicitou que ela fosse incluída nos Anais da Câmara dos Deputados. Veja a partir do 20º segundo do vídeo abaixo o que disse muito apropriadamente o Deputado Amaury Teixeira:



http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/webcamara/videoDep?codSessao=43188&dep=AMAURI%20TEIXEIRA#videoTitulo


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Audiência Pública sobre "Cura Gay" (sic) - Convocação da Deputada Erika Kokay a que todos, especialmente os psicólogos protestem contra o PDL 234/11

LGBT

Comissão promove audiência para discutir a orientação sexual e o exercício profissional do psicólogo


Crédito : Alexandra Martins/ Agência Câmara



A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) convida todos e todas, especialmente os psicólogos e psicólogas, para protestarem contra o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 234/11, que será discutido em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) na próxima terça-feira (27), a partir das 14h30, no plenário 7 da Câmara Federal. Caso seja aprovado, o PL terá como objetivo a sustação de dispositivos da Resolução nº 1/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que estabelece normas para a atuação de psicólogos com relação à questão da orientação sexual. O debate foi proposto pelo presidente da CSSF, deputado Mandetta (DEM-MS).

Foram convidados para a audiência pública o pastor líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Humberto Verona, a escritora e psicóloga com especialização em Psicologia da Sexualidade, Marisa Lobo, e o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, Toni Reis.

Anteriormente, a comissão se reuniu duas vezes. O primeiro encontro, que ocorreu no dia do Orgulho LGBT, em junho deste ano, foi proposto pelos deputados Roberto de Lucena (PV-SP) e Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Entretanto, apenas dois palestrantes dos cinco convidados participaram do debate e o CFP emitiu nota de repúdio à discussão, considerando ‘lamentável’ o uso de dispositivos democráticos para elaboração de propostas como o PDL nº 234/11.

À época, a deputada Erika Kokay criticou a discussão unilateral. “O que eu ouvi aqui hoje (na audiência do dia 28 de junho) não constrange só a mim, mas a democracia, a condição da pessoa humana. Não podemos permitir que haja uma sociedade que negue a homofeatividade”, disse a parlamentar.
 
Para Erika, a reunião não contemplou todos os pontos de vista e, por isso, afoi solicitada uma nova audiência para convidar representantes da área da saúde e da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais).

Esta audiência pública, de proposição da parlamentar, ocorreu no último dia 6 (terça-feira) e contou com a presença de representantes da comunidade LGBT e da Organização Panamericana de Saúde (Opas).

Durante a audiência, a parlamentar se manifestou dizendo que não é possível tratar algo que, de acordo com as resoluções mundiais, foi retirado há mais de 20 anos da lista de doenças mentais.

“Sou totalmente a favor de que os profissionais da psicologia atendam todos que queiram se tratar de sofrimentos de ordem psíquica. Mas, ao mesmo tempo, sou radicalmente contra a autorização para qualquer tipo de tratamento que prometa a ‘cura’ daquilo que não é doença”, defendeu a parlamentar.


Samantha Fukuyoshi
Assessoria de Imprensa

PROJETO ANTI-GAY É CONTRA A RESOLUÇÃO 001/99 DO CFP






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