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EUA: transgêneros estão em maior risco de desemprego e pobreza

EUA: Estudo revela que trabalhadores transgêneros estão em maior risco de desemprego e pobreza

Por Aaron Day

Tradução para a língua portuguesa: Sergio Viula
Fonte em inglês: PinkNews

10 September 2013, 11:08am

 
A Broken Bargain for Transgender Workers


 
A Broken Bargain for Transgender Workers
 
Um novo relatório revelou que trabalhadores transgêneros, nos EUA, experimentam desemprego em índices dobrados, quando comparados à população como um todo, e que são quatro vezes mais propensos a ter um orçamento doméstico menor que 10 mil dólares (6.400 libras).

O relatório publicado essa semana, intitulado “A Broken Bargain for Transgender Workers” (Uma Negócio Quebrado para os Trabalhadores Transgêneros), acompanha um relatório recentemente publicado, “A Broken Bargain: Discrimination, Fewer Benefits, and More Taxes for LGBT Workers” (Um Negócio Quebrado: Discriminação, Menos Benefícios e Mais Taxas para Trabalhadores LGBT).

O estudo é co-autorado pelo Movement Advancement Project (MAP), e pelo National Center for Transgender Equality (NCTE), o Center for American Progress (CAP), and o Human Rights Campaign (HRC), numa parceria com Freedom to Work, o National Gay and Lesbian Task Force, o Out and Equal Workplace Advocates, e o SEIU.

O relatório revela que trabalhadores transgêneros relatam desemprego numa taxa de 14% – o que é o dobro do índice da população como um todo, que é de 7%.

44% das pessoas transgênero que trabalham atualmente também estão desempregadas.

Trabalhadores transgênero também perfazem 15% dos que têm receita doméstica abaixo de 10 mil dólares – o que é quatro vezes o índice de pessoas na mesma condição entre a população em geral, que é de 4%.

Mara Keisling, Diretora Executiva do NCTE, disse: “Este relatório sublinha a dura realidade do que significa viver e trabalhar como uma pessoa transgênero nesse país. Como outros trabalhadores, os americanos transgêneros merecem ser julgados nosso trabalho e contribuições e não pelo aspecto de quem somos”.

Ineke Mushovic, Diretor Executivo do MAP, também explicou como esses números vieram à luz.

Ela diz: “Leis e políticas injustas impõem fardos diariamente aos trabalhadores transgênero país afora. É chocante que nessa era, a lei federal de não discriminação ainda não proteja explicitamente o trabalhador com alto desempenho de ser despedido somente porque ele ou ela é transgênero”.

O estudo apurou que, diferente dos trabalhadores cisgêneros (N.T.: aqueles que têm sexo biológico e identidade de gênero em harmonia desde o nascimento), as pessoas trans tem acesso negado tanto aos benefícios de saúde quanto à licença médica. Por exemplo, assistência médica para a transição é geralmente excluída das regras dos planos de saúde, e as companhias podem negar licença do trabalho para propósitos relacionados à transição, incorretamente declarando que tal assistência não constituiu uma “condição médica séria”.

Winnie Stachelberg, Vice-Presidente Executivo de Assuntos Exteriores no CAP, disse: “Muito frequentemente, empregadores oferecem benefícios de saúde que não proveem a cobertura e licença médica que são cruciais para o bem-estar e segurança dos trabalhadores transgêneros e suas famílias".

“Justiça no local de trabalho significa mais do que liberdade; significa acesso igual aos benefícios que empregados transgêneros precisam para viverem vidas saudáveis e produtivas.”

Uma pesquisa recente do CAP demonstrou que 73% dos votantes apoiam que se protejam as pessoas trans de discriminação no local de trabalho. Apesar desse apoio, nenhuma lei federal provê garantias legais explícitas para trabalhadores transgêneros baseada na identidade de gênero.

Jeff Krehely, Vice-Presidente e Oficial-Chefe no Human Rights Campaign, disse: “Apesar do progresso feito nos níveis locais, estaduais e federal, americanos transgêneros enfrentam discriminação no ambiente de trabalho em índices alarmantes".

“A recente decisão do EEOC no [caso] Holder versus Macy, que entendeu que a discriminação contra trabalhadores transgêneros é proibida, uma vez que ela é uma forma de discriminação sexual, foi importante; porém, temos um caminho a percorrer até que possamos acabar com o ciclo de discriminação, desemprego, e subemprego de trabalhadores qualificados que estão dispostos e são capazes de contribuir com a sociedade de maneiras significativas e produtivas.”

O relatório completo (PDF) com uma análise aprofundada pode ser encontrado no site do MAP.
https://www.lgbtmap.org/transgender-workers

Um relatório do Reino Unido publicado em agosto sobre crimes de ódio anti-LGBT em Londres também demonstrou que, apesar do número de crimes reportados à polícia estarem em declínio, a comunidade LGBT anda experimenta altos níveis de abuso, com 75% das pessoas trans e uma em cada oito das pessoas gays sendo vítimas de crimes de ódio a cada ano no Reino Unido.
https://www.thepinknews.com/2013/08/09/study-one-in-eight-gay-people-and-75-of-trans-people-the-target-of-hate-crime-each-year-in-uk/ 

Outra pesquisa publicada em agosto revelou que uma grande maioria dos britânicos LGBT ainda vivem sob o medo de discriminação.
https://www.thepinknews.com/2013/08/25/survey-homophobic-discrimination-still-expected-by-a-majority-of-gay-uk-citizens/


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Eu esperava que os leitores mesmos fizessem uma comparação crítico-analítica com a situação dos transgêneros brasileiros, mas só para garantir, decidi levantar essas 'lebres' aqui:

1. Os pesquisadores estão falando de transgêneros americanos (capacitados) que ficam desempregados ou são demitidos simplesmente por serem transgêneros. No Brasil, a maioria dos transgêneros sequer consegue terminar o ensino fundamental e mais raramente ainda o médio. Universidade ou curso técnico ou politécnico são coisas ainda mais distantes para essas pessoas. Os principais motivos são: bullying transfóbico, falta de apoio familiar, falta de recursos, e depressão como consequência dessa falta de senso de pertença.

O que precisamos?

De políticas de Estado que garantam a permanência dessas pessoas na escola e favoreçam seu ingresso na universidade, assim como orientação legal, psicológica, médica e vocacional através dos aparelhos do Estado, alguns deles já disponíveis, mas não contemplando as especificidades dessa população.

2. Nos EUA, as pessoas transgêneros são muito organizadas e mobilizadas. Aqui, as coisas não são bem assim. Temos algumas e alguns transexuais e travestis lutando de modo mais organizado por direitos nos últimos anos. A maioria se aliena, não consegue entrar nas rodas de discussão dos que tomam decisões ou simplesmente se contenta em fazer uma ou outra postagem nas redes sociais. É preciso mais mobilização. Na maioria das cidades (inlusive capitais), não se tem referenciais com os quais os transgêneros possam se identificar como lideranças político-sociais. É preciso que haja mais ação e visibilidade. Sem mobilização, nada se consegue.

O que fazer?

Buscar informações sobre grupos que defendam os direitos trans e juntar-se a eles. Isso gera formação pessoal e fortalecimento da comunidade trans.

3. As pessoas transgêneros nos EUA e na Europa já têm se assumido como sujeitos de seus próprios discursos há bastante tempo. No Brasil, a maioria ainda é objeto do discurso alheio, seja científico, político ou cultural. No entanto, já temos indivíduos transgêneros capazes de produzirem textos: livros, artigos, roteiros para teatro, etc. Contudo, quando procuro fontes de autoria dessas pessoas, não encontro.

É verdade que o mercado já é difícil para quem é G ou L, imaginem para quem é T!!! Tudo indica que sofram discriminação ainda maior. Mas, como diz o surrado ditado: a união faz a força.

O que falta?

Gente que escreva, mesmo sem ter a menor garantia de que será publicado. Ovo não posto não faz omelete. Escrever, escrever, escrever. E submeter a quem possa publicar. E se não houver quem publique entre as editoras mais consolidadas e tradicionais ou mesmo as mais recentes e voltadas para a comunidade LGBT, a saída é buscar patrocínio para publicação independente.

RESUMINDO de modo muito superficial, porque o objetivo não é aprofundar muito mais do que isso agora:

TRANSGÊNEROS, UNI-VOS! E não desprezeis o apoio dos aliados, sejam outros transgêneros ou cisgêneros. ;)

Transição de gênero: Como proceder




Atualizado em 09/01/2025
Por  Sergio Viula


A transição de gênero no Brasil pode incluir mudanças sociais, legais e médicas, dependendo dos desejos e necessidades de cada pessoa. Abaixo, segue um guia básico para iniciar a transição:


1. Reconhecimento Pessoal e Apoio

Antes de tudo, é importante refletir sobre sua identidade de gênero e buscar apoio emocional e psicológico. A transição é um processo pessoal, e cada trajetória é única.Procure apoio psicológico: Um psicólogo ou terapeuta com experiência em questões de gênero pode ajudar no autoconhecimento e no planejamento da transição.
Busque apoio em grupos comunitários: Há diversas organizações LGBTQIA+ no Brasil, como a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que oferecem suporte.


Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA):
Site: https://antrabrasil.org/
Instagram: https://www.instagram.com/antra.oficial/

Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil:
Facebook: https://www.facebook.com/redetransbrasil/

Casa Neon Cunha:
Site: https://casaneoncunha.org/site/

Minha Criança Trans:
Instagram: https://www.instagram.com/minhacriancatrans/


2. Transição Social

Essa etapa envolve mudanças no modo como você se apresenta ao mundo e como deseja ser reconhecido.Nome e pronomes: Comece a usar o nome e os pronomes que refletem sua identidade de gênero.

Mudanças no estilo: Altere sua forma de vestir, aparência ou comportamento de acordo com sua preferência.

Comunicação com amigos, família e trabalho: Pode ser útil conversar com pessoas próximas para explicar sua transição, caso se sinta confortável.


3. Adequação Documental (Transição Legal)

A mudança de nome e gênero nos documentos oficiais pode ser feita judicialmente ou administrativamente no Brasil, sem a obrigatoriedade de cirurgia ou laudos médicos/psicológicos.Cartório de Registro Civil: Desde 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) permite que pessoas trans mudem nome e gênero diretamente no cartório, sem necessidade de processo judicial. 

Para a mudança de nome e gênero nos documentos oficiais, dirija-se ao Cartório de Registro Civil mais próximo. Desde 2018, é possível realizar essa alteração diretamente no cartório, sem necessidade de processo judicial.

Desde 2018, graças a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), pessoas trans podem alterar o nome e o gênero diretamente no cartório, sem a necessidade de cirurgia ou laudos médicos/psicológicos.

Vá ao Cartório de Registro Civil:

Procure o cartório onde sua certidão de nascimento ou casamento está registrada.
Solicite a alteração de nome e gênero. Não é necessário justificar o motivo da mudança.
Pagamento de taxas:

Dependendo do estado e do cartório, pode haver cobrança de taxas para a emissão da nova certidão e para a retificação em outros documentos. Em alguns casos, pessoas de baixa renda podem solicitar isenção.

Atualização de outros documentos: Após obter a nova certidão de nascimento ou casamento, atualize:

  • RG
  • CPF (nos postos da Receita Federal)
  • Título de Eleitor (no cartório eleitoral)
  • Passaporte (na Polícia Federal)
  • Registros acadêmicos e profissionais
  • Direitos Relacionados à Mudança de Nome

Confidencialidade: O cartório deve preservar o sigilo da alteração, evitando expor informações desnecessárias.

Validade em todo o território nacional: O novo nome e gênero terão validade para todos os efeitos legais no Brasil.


4. Transição Médica (Opcional)

Essa etapa pode incluir terapia hormonal e/ou cirurgias, dependendo dos desejos da pessoa.Procure atendimento no SUS: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece serviços de saúde para pessoas trans, incluindo:Terapia hormonal.

Cirurgias de afirmação de gênero (mastectomia, faloplastia, vaginoplastia, etc.).

5. Apoio psicológico e psiquiátrico.

Centros de referência: Algumas cidades possuem centros especializados, como:Ambulatório de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (AMTIGOS) no Rio de Janeiro.

CRT (Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS) em São Paulo.

Clínicas e profissionais particulares: Se tiver condições financeiras, você pode buscar endocrinologistas, cirurgiões e psicólogos especializados no setor privado.

Aqui estão alguns centros de referência que oferecem atendimento especializado para pessoas trans:

Ambulatório de Saúde Integral à Pessoa Trans (ASIPT) - 
São Paulo, SP
Localizado no Centro de Saúde Escola Barra Funda, oferece assistência integral à população trans.
Rua Santa Cruz, 81 Vila Mariana, São Paulo, SP
Agendamentos ou reagendamentos de consultas (11) 5087 - 9984 - das 8:00 as 11:00

Faculdade Santa Casa de São Paulo: https://fcmsantacasasp.edu.br/vemprasanta/ambulatorio-trans/

Ambulatório Trans - Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Brasília, DF
Oferece atendimento especializado para pessoas trans no Distrito Federal.
53PR+7W Asa Sul, Brasília - DF, 70351-580
Fechado ⋅ Abre sex. às 07:00
(61) 3449-4775

Ambulatório Trans do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP)
Endereço: EQS SUL 508 509, Asa Sul.
Telefone: Telefone: (61) 3242-3559.
Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira 7h às 12h e das 13h às 19:00h.
Marcação de consulta retorno: pessoalmente, nos horários de 07:00 às 12:00h e das 13:00 às 18:00h.

Ambulatório Trans - Bahia
https://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/comofuncionaosus/centros-de-referencia/ambulatorio-trans/

Agendamento:

Telefone: 71 3116 8838
WhatsApp: 9 9673 3006
Acolhimento para novos usuários da capital:
Todas as Quartas-feiras das 13h às 16h
Agendamento para novos usuários da Região Metropolitana e Interior do Estado e-mail: cedap.ambtt@saude.ba.gov.br

Atendimento:
Todas as terças-feiras e quintas-feiras das 13h às 17h

Documentação:
Registro Geral (RG)
Cartão de Pessoa Fisica (CPF)
Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS)
Comprovante de Residência

Contatos:
Coordenação do Ambulatorio Tras
Ailton Santos Silva
Telefone: 3116 8853
WhatsApp Ambulatório: 71 9 8316 1220 
e-mail: cedap.ambtt@saude.ba.gov.br

Endereço:
Rua Comendador José Alves Ferreira, 240
Garcia / Salvador / BA

Ambulatório Trans de Porto Alegre
Endereço:
R. Cap. Montanha, 27 - Centro Histórico, Porto Alegre - RS, 90010-040

Prefeitura de Porto Alegre:

Ambulatório Trans Centro
Endereço:
Centro de Saúde Santa Marta (rua Capitão Montanha, 27, 1º andar – Centro Histórico)
Atendimento de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h
WhatsApp (51) 9506-9632

Ambulatório Trans Zona Sul
Endereço: Clínica da Família Álvaro Difini (rua Álvaro Difini, 520 – Restinga)
Atendimento sextas-feiras, das 8h30 às 12h30

AME PRO Trans - São Paulo, SP
Enderço: Av. Tiradentes, 2521 - Jardim Santa Edwirges, Guarulhos - SP, 16400-050


6. Proteção Jurídica e Direitos

Legislação: A Constituição e decisões do STF garantem direitos à dignidade e ao reconhecimento da identidade de gênero.

Denúncias de discriminação: Caso enfrente preconceito ou violência, denuncie ao Disque 100 ou procure uma delegacia especializada em crimes contra a comunidade LGBTQIA+.
Luanapsol: https://luanapsol.com.br/2022/01/29/instrucoes-para-pessoas-trans/


7. Comunidade e Redes de Apoio

Conectar-se com outras pessoas trans pode ser uma fonte valiosa de apoio e informações práticas.ONGs e Coletivos: Procure organizações locais que ofereçam suporte.
Eventos e encontros: Participar de eventos LGBTQIA+ ajuda a construir uma rede de apoio.

Lembre-se de que cada jornada é única. Busque os recursos que melhor atendam às suas necessidades e conte com essas organizações para apoio e orientação.

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