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Soldados da Segunda Guerra Mundial Expressam seu Amor numa Carta Emocionante

Soldados da Segunda Guerra Mundial Expressam seu Amor numa Carta Emocionante



Publicado pelo The Huffington Post
https://www.huffpost.com/entry/letter-gay-wwii-soldiers_n_3921164

Traduzido por Sergio Viula


Uma carta de amor e perda entre dois soldados da Segunda Guerra Mundial está rodando a Internet, e a história emocionantemente bela apresentada ao leitor vai fazer você pegar o lenço de papel.


Muito antes dos dias do "Não Pergunte, Não Diga" ("Don't Ask Don't Tell") e seu subsequente banimento, os dois homens parecem ter se conhecido e se apaixonado um pelo outro enquanto serviam na África. Porém, seu romance idealístico parece ter sido encurtado e sido impossibilitado de ser traduzido para a vida pós-guerra.

Um trecho diz:


Em memória de um aniversário - o aniversário de 27 de outubro de 1943, quando eu ouvi você cantar pela primeira vez no Norte da África. Aquela canção traz memórias dos momentos mais felizes que eu já conheci. Memórias do show de um soldado das tropas americanas - cortinas feitas de balão de barragem - holofotes feitos de latas de chocolate - ensaios que avançavam até tarde da noite - e um garoto bonito com uma voz de tenor maravilhosa... A felicidade de saber que íamos para casa - e a tristeza quando soubemos que não iríamos juntos. Adeuses carinhosos sob o veludo pontilhado de estrelas da noite africana, e as lágrimas que não paravam enquanto eu me colocava sobre o paredão do mar e observava o comboio desaparecer no horizonte..."

Leia a carta abaixo, e tenha um vislumbre do romance do metade do século entre Dave e Brian.


A carta não foi traduzida, mas para bom entendedor, um trecho basta. ;) - Nota do Tradutor





Imagem cortesia de ONE National Gay & Lesbian Archives at USC Libraries

https://www.oneinstitute.org/

FOTOS: Retratos de ‘Guerreiros Gays’ num Mundo Pós-DADT

FOTOS: Retratos de ‘Guerreiros Gays’ num Mundo Pós-DADT*

*Don’t Ask, Don’t Tell – Não Pergunte, Não Diga

O fim da política "não pergunte, não diga” não significou o fim da discriminação contra famílias militares.


BY LUCAS GRINDLEY (para o “The advocate")
https://www.advocate.com/politics/military/2012/12/11/photographer-takes-portraits-gay-warriors-post-dadt-world
traduzido por Sergio Viula
DECEMBER 11 2012 




Zachary & Marvin


Não foi há muito tempo que soldados gays e lésbicas tinham que esconder suas famílias.

Agora a fotógrafa Tatjana Plitt quer viajar pelo país para finalizar sua série de retratos chamada "Gay Warriors — a look at members of the military and their home lives" (“Guerreiros Gays” — um olhar sobre os membros do militarismo e suas vidas domésticas).

Ela diz que as fotos ajudam a chamar atenção para a discriminação que estas famílias ainda enfrentam como resultado do Defense of Marriage Act, que proíbe os militares de reconhecerem seus casamentos e de igualar os benefícios.

The Advocate falou com Plitt sobre a série, sobre sua Kickstarter campaign para apoiar o projeto, e por que as fotos são geralmente tiradas nos quartos. Confiram mais fotos adiante.



Steve & Josh Snyder-Hill


The Advocate: O que você fazia antes desse projeto, e o que repentinamente a inspirou a tirar fotos de militares?

O foco da minha arte sempre foi o retrato. Tenho interesse em como as narrativas culturais influenciam a experiência vivida, as emoções, os desejos, os relacionamentos e as identidades das pessoas que eu fotografo. Antes do projeto atual, eu estive trabalhando numa série de retratos baseados em imagens de romances Harlequin, nos quais os casais viviam momentos altamente teatrais e com clima romântico em seus próprios espaços domésticos. Eu passei a tirar fotos de casais de militares do mesmo sexo porque a desafiadora situação na qual eles se encontram nos oferece uma ponderosa oportunidade para reexaminarmos nossas narrativas culturais em torno do casamento e da família. Apesar do banimento do “não pergunte, não diga” em 2011, casais do mesmo sexo nas forças armadas ainda enfrentam discriminação no mesmo país que eles lutam para proteger. O “Defense of Marriage Act” e algumas políticas do Departamento de Defesa impedem que esses soldados e suas famílias tenham acesso a proteções, benefícios e responsabilidades que seus companheiros heterossexuais automaticamente recebem.


Phillip & Stephen


Qual é a sua conexão pessoal com o militarismo?

Eu tenho um tio que serviu às Forças Armadas por 26 anos e um primo que tem servido por 15 anos. Tendo visto em primeira mão o esforço emocional e financeiro que é colocado sobre a família toda, eu não consigo imaginar quão mais difícil tudo isso deve ser para os casais do mesmo sexo, que não têm acesso ao apoio adicional que as famílias de militares precisam para lidar com o stress que vem com o serviço militar.


Cameron, Kelly e Hannah


Quando você faz um retrato, qual é a mensagem que você tenta passar com a cena?

Eu tenho fotografado a maioria desses casais na intimidade de seus quartos porque é o lugar que entra no debate, essencialmente. A sexualidade é respeitada como privativa nas vidas de outros cidadãos, mas tem sido politizada e transformada em causa para a discriminação para os casais do mesmo sexo. Ao dar as boas-vindas aos expectadores dentro do espaço mais controvertido que tem sido considerado tabu e “alternativo,” esses casais convidam os expectadores a conectarem-se com eles e suas famílias, e ver que há menos diferenças no amor, afeição, esperanças e sonhos do que as pessoas provavelmente imaginam.

Além disso, eu tenho baseado os retratos na imagem dos casamentos do século 17 e seus retratos. A função do retrato de casamento era legitimar a união do casal, uma vez que as estruturas legais e formais que temos hoje ainda não existiam. Essas pinturas também serviam para celebrar a nobreza, respeitabilidade e riqueza dessa nova união familiar. Do mesmo modo, meus retratos celebram a respeitabilidade e validade desses casais do mesmo sexo e provém uma tomada contemporânea sobre a noção do casamento tradicional e da família.


Zachary, Marshal, Emma e Taylor


Existe algo que possa ser mais bem aprendido sobre esses temas a partir de uma fotografia apenas?

Fotografias são impressões diretas da realidade, oferecendo-nos um modo singular de nos relacionarmos com o que, ou quem, está refletido nelas. As pessoas podem olhar nos olhos de seus companheiros seres humanos, não importando quão distantes no tempo, espaço e experiência, e conectarem-se com suas histórias e emoções de uma maneira direta e poderosa. Essas fotografias nos dão a chance de ver quem são essas bravas almas, revelando sua humanidade, fragilidade, força e amor um pelo outro.


Idalia & Angelie


Qual é a história mais impressionante que você ouviu até agora das pessoas enquanto tirava suas fotos?

Todo mundo teve uma história tocante para contar, mas a do Phillip e do Stephen realmente me impressionou. Phillip Zimmerman era um intérprete de árabe e farsi altamente qualificado na Marinha, até que eles o chutaram em 1986 por ser gay. Ele perdeu a carreira que significava tudo para ele; a perda e a rejeição o assombraram por 25 anos, até que o “não pergunte, não diga” foi banido e ele pôde novamente servir ao país que ele ama. Agora ele está servindo a Coast Guard Auxilliary como intérprete de árabe e farsi. Ver Phillip brilhar com o orgulho de estar de volta ao uniforme, com o fardo emocional de 25 anos se dissipando e Stephen, seu parceiro há 17 anos — agora seu marido — apoiando-o em tudo isso, traz lágrimas aos meus olhos cada vez que eu olho a foto deles.

Exército americano tem primeira general abertamente lésbica

Tammy Smith (direita), primeira lésbica assumida promovida 
a general nos EUA, com sua mulher, Tracey Hepner


Fonte da Foto: DIVULGAÇÃO/ SERVICE MEMBERS LEGAL DEFENSE NETWORK



Divisor de águas.

A oficial do Exército americano Tammy Smith, de 49 anos, foi promovida na última sexta-feira a general de brigada, em uma cerimônia formal no cemitério militar de Arlington, em Washington. Sua esposa, Tracey Hepner, foi quem colocou a insignia correspondente no ombro da oficial. Tammy é a primeira general assumidamente lésbica. E faltam apenas duas patentes para que ela chegue a general de quatro ou cinco estrelas.

“Abre-se uma nova era no Exército americano quando nossos líderes reconhecem quem são e servem ao país que amam ao mesmo tempo. A general de brigada de Smith fez história hoje, não só por ser um membro de uniforme exemplar, que serve nossa nação com integridade e honra, mas por ser uma lésbica orgulhosa de si mesma, e que admite assim o tremendo sacrifício que sua família assume para que ela possa lutar a serviço pelo seu país, disse em um comunicado Aubrey Sarvis, veterana do Exército e diretora-executiva da “Servicemember Legal Defense Network”, que trabalha a favor da igualdade nas Forças Armadas.

Com informações de: https://oglobo.globo.com/mundo/exercito-americano-tem-primeira-general-abertamente-gay-5776778#ixzz23U4vrq8l

Sargentos Gays apelam à OEA

Sargentos gays pedem ajuda internacional por causa de ameaças

Laci e Fernando
Fonte da foto Liquidificador Digital


11 de Janeiro de 2012 | Por: Agência Estado


O casal gay Fernando Figueiredo e Laci de Araújo querem deixar o Brasil por causa das ameaças que recebe desde 2008, ano em que os dois sargentos do Exército assumiram publicamente a homossexualidade. Eles entraram com um pedido de ajuda na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) para obter segurança internacional, segundo o site Congresso em Foco.

Além das ameaças, Figueiredo e Araújo temem a crescente onda de crimes de caráter homofóbico que vem tomando o País. Eles se consideram visados por terem assumido a homossexualidade na mídia e por serem militares.

Eles dizem ter desistido de lutar pelos direitos nos órgãos públicos brasileiros e que a vontade de sair do País é para garantir "uma vida normal". Segundo eles, quem os ameaçou de morte continua a trabalhar no governo brasileiro e questionam como pode haver uma solução.

A denúncia contra o Brasil à OEA foi feita em maio passado, com base nos problemas que a dupla enfrentou dentro do Exército. Araújo e Figueiredo dizem não ter preferência por nenhum país específico para viver, desde que o local seja seguro e aceite a relação deles.

O Exército preferiu não se manifestar sobre o assunto.

Frase memorável de Barack Obama


OBAMA:

“Nossas tropas vem de todos os cantos do nosso país. Eles são negros, brancos, latinos, asiáticos, nativos americanos. Existem cristãos e hindus, judeus e muçulmanos e sim nós sabemos que alguns deles são gays. Começando este ano, nenhum americano será proibido de servir ao país que ele ama, por causa de quem ele ama.”

Senado Americano aprovou hoje o fim da política "Não Pergunte, não diga" nas Forças Armadas

Senado dos EUA aprova fim de política contra gays nas forças armadas


Foto: Internet



18/12/2010 - 19:09 | Pedro Aguiar | Redação do Opera Mundi



O Senado dos Estados Unidos aprovou neste sábado (18/12) o fim da política de exclusão de homossexuais assumidos das forças armadas do país, confirmando a decisão tomada pela Câmara dos Representantes (deputados) na quinta-feira (16/12).

A derrubada da norma conhecida como Don't Ask, Don't Tell, (não pergunte, não conte) teve o voto de 65 senadores a favor e 31 contrários. Em setembro, o mesmo senado tinha mantido a norma, por 56 votos a favor e 43 contra.

Com a decisão de hoje, os EUA dão início a um processo que deve suspender a proibição de que gays assumidos sejam militares, instituída em 1993 - sob o governo Bill Clinton, do mesmo partido do atual presidente, Barack Obama.

Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, Obama deve sancionar o fim da norma já na próxima semana, embora a mudança não tenha efeito imediato. A legislação diz que o presidente e seus principais assessores militares devem certificar que o fim da proibição não prejudicará as tropas em combate. Depois disso, ainda há um prazo de 60 dias de espera para os militares.

"É hora de encerrar este capítulo da nossa história", disse Obama em um comunicado. "É hora de reconhecer que o sacrifício de valor e integridade não é definido pela orientação sexual, nem pela raça, sexo, religião ou credo".

O projeto de acabar com o Don't Ask, Don't Tell foi apresentado pelo senador independente (ex-democrata) Joe Lieberman. A aprovação na câmara, há dois dias, teve 250 votos favoráveis e 175 contrários.

Na ocasião, o presidente Obama parabenizou a decisão da câmara e assegurou que o processo "permitirá uma abolição responsável e sem problemas" da lei atual, de modo que "se mantenha a ordem e a disciplina em nossas fileiras".

Revés

Em outubro, a lei foi derrubada brevemente, e o Pentágono chegou a anunciar pela primeira vez que estava aceitando recrutas declaradamente homossexuais. O porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, disse que o secretário de Defesa, Robert Gates, está muito satisfeito com a decisão e encoraja o Senado a aprová-la antes do recesso do congresso.

A aprovação da medida permitirá que o Pentágono inicie um plano cuidadoso e "responsável" para a aplicação do que seria a nova política, "em vez de arriscar uma mudança abrupta como resultado de uma sentença dos tribunais", explicou Morrell.

A anulação dessa medida encontrava mais resistência entre os senadores do que entre os deputados. Na semana anterior, o Senado tinha optado por adiar a análise de um amplo projeto sobre verbas para o Pentágono que incluía a anulação dessa lei, pela segunda vez no ano. Para que haja discussão em plenário, são necessários pelo menos 60 votos prévios.

De acordo com o jornal, a mudança pode levar as forças armadas a reconhecer sua orientação sexual sem medo de ser expulsos. Mais de 13,5 mil militares já foram exonerados com base na lei de 1993.

Pesquisa interna do Pentágono indica que as tropas estão OK com militares gays



O Estudo do Pentágono: Como a Maioria das Tropas Apoia a Inclusão de Gays nas Forças Armadas

Em 2010, o Pentágono conduziu um estudo interno que trouxe à tona novas perspectivas sobre a política do "Não Pergunte, Não Diga" (Don’t Ask, Don’t Tell - DADT), que por anos impôs restrições à participação de soldados gays e lésbicas nas Forças Armadas dos Estados Unidos. A pesquisa revelou uma mudança significativa nas atitudes dos militares e suas famílias em relação à presença de pessoas LGBT+ nos militares. As conclusões desse estudo foram fundamentais para a eventual revogação da política e para a inclusão plena da comunidade LGBTQIA+ nas forças armadas.

O Estudo: Uma Perspectiva Abrangente

Encomendado pelo Secretário de Defesa Robert Gates, o estudo foi realizado com mais de 400 mil militares, incluindo aqueles da ativa e da reserva, além de 150 mil membros das famílias dos militares. Durante um ano, os participantes responderam a um questionário de 103 perguntas, abordando uma série de questões sobre a convivência de militares gays e lésbicas nas forças armadas. As perguntas investigaram desde a experiência de militares que já haviam dividido quartos e banheiros com colegas gays até como reagiriam se um parceiro de serviço gay vivesse com um parceiro do mesmo sexo na base.

Principais Conclusões do Estudo

O estudo revelou que a maioria das tropas e suas famílias não se importavam com a orientação sexual dos militares, se eles fossem gays ou lésbicas. Em vez de considerar a presença de soldados LGBT+ como um problema, muitos participantes do estudo acreditavam que a política do "Não Pergunte, Não Diga" já não tinha mais razão de ser e que ela poderia ser descartada sem causar grandes danos à coesão ou moral das tropas. Essa descoberta foi um marco importante, especialmente considerando que muitos opositores à revogação da política alegavam que permitir a presença de militares gays abertamente prejudicaria a eficácia e a camaradagem nas forças armadas.

A pesquisa também indicou que, embora uma minoria de militares tivesse algumas preocupações sobre como seria a convivência com colegas gays, a maioria estava aberta à ideia. Essa aceitação era ainda mais evidente entre as gerações mais jovens e aqueles com mais experiência em interagir com pessoas LGBT+.

A Revogação da Política "Não Pergunte, Não Diga"

As conclusões do estudo desempenharam um papel crucial na revogação da política do DADT. Em dezembro de 2010, o Congresso dos EUA votou para derrubar a legislação, permitindo que militares gays e lésbicas servissem abertamente nas forças armadas. A decisão foi vista como uma vitória significativa para os direitos civis e para a inclusão da comunidade LGBT+ nas instituições governamentais.

Impacto Social e Militar

O estudo não só influenciou mudanças políticas, mas também refletiu a evolução da sociedade americana em relação à aceitação da comunidade LGBT+. Mostrou que as atitudes estavam se tornando mais inclusivas, especialmente entre os mais jovens, que eram mais propensos a ver a orientação sexual como uma característica pessoal, sem impacto negativo nas habilidades ou no desempenho de um soldado.

Além disso, a pesquisa ajudou a desmistificar a ideia de que a presença de soldados gays comprometeria a eficácia militar. Ao contrário, os resultados indicaram que os militares estavam prontos para aceitar e conviver com a diversidade sexual, sem que isso afetasse o desempenho das tropas ou a unidade dos grupos.

Conclusão

O estudo do Pentágono de 2010 foi um marco na luta pelos direitos LGBT+ nos Estados Unidos, especialmente no contexto militar. Ele não só comprovou que a maioria das tropas e suas famílias eram favoráveis à inclusão de gays nas Forças Armadas, como também ajudou a abrir caminho para a revogação da política "Não Pergunte, Não Diga". Essa mudança foi um passo importante na promoção da igualdade e na criação de um ambiente mais inclusivo para todos os membros da sociedade, independentemente de sua orientação sexual.

Agora, mais de uma década após a revogação do DADT, a comunidade LGBT+ continua a conquistar vitórias importantes, e o exemplo das Forças Armadas dos EUA é um símbolo de como a aceitação e a inclusão podem ser alcançadas, até mesmo em instituições tradicionalmente conservadoras.

E você, o que pensa sobre a inclusão de pessoas LGBT+ nas Forças Armadas? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre a importância de continuar a luta pelos direitos e pela aceitação da comunidade LGBT+.

Gays nas Forças Armadas

Gays nas Forças Armadas: 

o que o Brasil precisa aprender com o mundo


Militares LGBT+


A recente declaração do general Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, indicado ao Superior Tribunal Militar, reacendeu um debate que muitos países já superaram: a presença de pessoas LGBTQIA+ nas Forças Armadas. O general afirmou que "soldados não obedecem a comandantes homossexuais", ignorando completamente a realidade de dezenas de países que já acolhem militares gays e lésbicas com profissionalismo e respeito.

Enquanto setores conservadores ainda tentam impedir que brasileiros LGBTQIA+ exerçam plenamente sua cidadania — inclusive no serviço militar —, o mundo segue em frente.

Quem já reconhece a igualdade nas Forças Armadas

De acordo com um levantamento da ILGA (International Gay and Lesbian Association), revisado pelo Palm Center, um instituto de políticas públicas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, diversos países já admitem abertamente gays e lésbicas nas Forças Armadas. Essa lista, atualizada em 2009, inclui:

  • Europa: Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Suécia, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Áustria, Irlanda, Estônia, Eslovênia, Lituânia, Luxemburgo, República Tcheca, Finlândia, Suíça, Holanda

  • Américas: Canadá, Uruguai, Bahamas

  • Oceania: Austrália, Nova Zelândia

  • África: África do Sul

  • Ásia e Oriente Médio: Israel

Ou seja, países com diferentes contextos culturais, econômicos e religiosos têm algo em comum: entenderam que a orientação sexual de um militar não interfere em sua competência, coragem ou liderança.

E os Estados Unidos?

Durante anos, os EUA mantiveram a controversa política do "Don't Ask, Don't Tell" (Não pergunte, não conte), que permitia a presença de gays nas Forças Armadas desde que sua orientação sexual permanecesse em segredo. Mas essa política também custou caro: entre 1993 e 2010, estima-se que mais de 11 mil militares tenham sido dispensados por assumirem sua homossexualidade.

Em 2010, sob o governo Obama, o país deu um passo histórico. O então chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, almirante Mike Mullen, declarou que permitir que gays assumidos sirvam era "a coisa certa a fazer". Ele afirmou:

"Temos uma política que obriga jovens a mentirem sobre quem são para defender seu país. Isso me perturba profundamente."

O secretário de Defesa da época, Robert Gates, criou um grupo de trabalho para estudar os impactos da mudança. O objetivo: acabar com o preconceito institucionalizado e permitir que todos, independentemente de sua orientação sexual, possam servir abertamente.

A promessa de Obama gerou polêmica. O senador republicano John McCain se disse "profundamente decepcionado". Mas Mullen foi claro:

"Aprendi a nunca subestimar a capacidade de adaptação dos nossos militares."

E o Brasil, vai ficar para trás?

No Brasil, a Constituição garante que todos são iguais perante a lei, mas o preconceito institucional ainda fala alto. A fala do general Cerqueira não só revela um pensamento ultrapassado, como ofende milhares de brasileiros LGBTQIA+ que também estão dispostos a defender sua pátria — mas encontram portas fechadas por puro preconceito.

Enquanto países desenvolvidos — e até alguns em desenvolvimento — reformam suas Forças Armadas para refletir os valores democráticos da inclusão, o Brasil ainda escuta generais questionando a autoridade de líderes com base em sua sexualidade.

Mais do que uma questão militar, essa é uma questão de direitos humanos. Homens e mulheres LGBTQIA+ não pedem privilégios — apenas o direito de servir, liderar, proteger e serem respeitados como qualquer outro cidadão.

Conclusão: A farda não tem orientação sexual

Ser militar é uma vocação que exige disciplina, coragem, lealdade e preparo técnico. Nenhuma dessas qualidades depende da orientação sexual. A verdadeira força de uma nação está na capacidade de incluir e valorizar todos os seus cidadãos.

Enquanto isso, seguimos de prontidão — não para a guerra, mas para a luta por respeito, igualdade e dignidade. Dentro e fora do armário.

Tenente-coronel do Exército aposentado por conta de relacionamento gay


Militar gay é afastado por ter mantido caso com subordinado Tenente-coronel foi reformado por decisão do STM. Tudo apenas por conta de relacionamento gay



12/03/2010 - 11h23

Por : Irving Alves

Um tenente-coronel do Exército foi aposentado nesta quinta-feira, 11, por decisão do Superior Tribunal Militar. O que levou à aposentadoria do militar foi um relacionamento homossexual que Osvaldo Brandão Sayd manteve com um subordinado fora do ambiente militar, caso interpretado pelo STM como quebra de decoro. Os ministros votaram por afastar o tenente-coronel com sete votos a três.

Na visão do ministro José Américo, relator do processo, a decisão de reformar o militar não é uma represália à sua orientação sexual, mas se justifica porque o affair "denegriu" as Forças Armadas brasileiras. "A opção sexual não há de ser recriminada, mas excessos têm de ser tolhidos para o bem da unidade militar. Não se pode permitir liberalidade a ponto de denegrir o instamento militar".

O depoimento do militar com quem Brandão Sayd manteve relações sexuais parece ter sido decisivo para o veredito. O soldado contou que cedia às investidas do tenente-coronel porque tinha medo. "Sendo o tentente-coronel meu chefe, ele poderia não me dar engajamento. Meu sonho sempre foi ascender nas Forças Armadas".

Mas para a ministra Maria Elizabeth Teixeira Rocha, revisora do processo, o afastamento de Brandão Sayd é sim, por conta de sua orientação sexual. Ela ressaltou que os dois militares se encontravam na casa do tenente-coronel, ou seja, fora da administração militar. Em sua visão, a questão só deveria dizer respeito aos dois envolvidos. "

O fato de o tenente-coronel ter tido relações sexuais com um subordinado fora da administração militar é comportamento que diz respeito apenas a uma questão pessoal, de foro íntimo, não afetando as Forças Armadas". Com relação ao depoimento do subordinado, a ministra considerou que ele tem, por lei, direito de mentir ou de permanecer calado para evitar produzir provas contra si mesmo. "

Afastar alguém das fileiras das Forças Armadas em virtude de sua orientação sexual é promover o discurso do ódio, quando é dever do Estado coibi-lo", disse. A decisão do STM veio um dia depois de o nosso Senado ter aprovado a indicação do general Raymundo Nonato Cerqueira Filho para um cargo no STM. Cerqueira Filho é aquele contrário à presença de gays nas Forças Armadas.


Fonte: Mix Brasil

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Deixemos de lado a idéia de que ambos os homens envolvidos nesse caso de amor sejam militares. Vamos abstrair esse dado por um momento. Agora, digam com sinceridade: Pode uma instituição, qualquer que seja ela, dizer por quem o indivíduo deve se apaixonar; com quem deve se relacionar; qual vai ser o seu cônjuge??? Agora, aplique isso às Forças Armadas. Por que é que uma instituição militar vai arbitrar sobre isso? A função das Forças Armadas não é proteger e servir. Então, desde que seu contingente esteja comprometido em proteger e servir à nação e ao governo escolhido por essa nação, quem-ama-quem é um assunto que não interessa.

Quando leio ou vejo notícias sobre tribunais militares ou altas patentes do comando se envolvendo nesse tipo de discussão, investigação, acusação, julgamento, fico pensando: Será que essa gente tão bem paga não tem nada mais para fazer além de ficar fiscalizando a vida sexual de seus subordinados? Isso é tão sintomático...

Vale lembrar o que Leonard Matlovich disse quando foi expulso das Forças Armadas nos
 EUA, depois de servir em campo de batalha, inclusive: "Quando eu era militar, me deram uma medalha por matar dois homens e me dispensaram por amar um."


 

Leonard Matlovich morreu em 22 de junho de 1988, apenas um mês antes de seu 45 aniversário, devido à complicações por causa do HIV/AIDS. A frase acima citada foi posta em sua tumba como memorial para todos os veteranos gays. Sua tumba no Congressional Cemetery está no mesmo corredor que a do diretor do FBI J. Edgar Hoover.

Política do "Não Pergunte, Não Diga" relaxada pelo Pentágono

Pentágono



25 de Março de 2010


O Secretário de Defesa Robert Gates aprovou, na última terça-feira, as novas regras que tornarão mais difícil dispensar gays das Forças Armadas, chamando as mudanças de uma questão de "senso comum e decência comum". Gates anunciou as novas intruções sobre como o Pentágono conduz a lei de 1993 que impede gays de servirem assumidamente nas Forças Armadas - regras que essencialmente permitem que oficiais de patentes mais altas procedam a dispensa e imponham exigências mais pesadas para obter evidências a serem usadas contra os gays.

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