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Bissexualidade Praticada

Bissexualidade praticada


Jornal do Brasil
Breno Rosostolato 
Fonte da foto: Internet




Homens, vocês não são mais os mesmos, e muito menos vocês, mulheres. Cada vez mais percebo mudanças significativas nos comportamentos entre os sexos. O que sempre foi justificado como uma guerra entre homens e mulheres tornou-se uma exacerbação e predominância do sexo frágil, se ainda podemos dizer isso. E, querem saber, de fato, sempre foi assim.

“Por trás de um grande homem existe uma grande mulher”. Esta antiga frase é muito apropriada se pensarmos que decisões foram e são tomadas pelas mulheres. Os homens acreditam que suas vontades são prioritárias, mas na verdade executam as delas. É difícil pensar, por exemplo, que os reis possuíam uma autonomia e não consultavam suas rainhas antes de uma tomada importante de decisão. Inclusive, as mulheres possuem papel central em muitos momentos históricos, e seu poder de decisão foi fundamental. Cleópatra, soberana no Egito; Joana d'Arc, combatente francesa que liderou o exército em vários momentos; Anita Garibaldi, a heroína dos dois mundos; Evita Peron, política argentina; Margareth Tatcher, a Dama de Ferro inglesa; e a nossa primeira presidente mulher, Dilma Rousseff. Ficaria um bom tempo aqui lembrando de tantos outros nomes.

Só que não é das mulheres em si que gostaria de discutir, mas sobre o efeito feminino nos homens e as consequências dessa influência. O lado feminino nos homens, enfim, passa a ser admitido, e, se não o é, nitidamente o comportamento, hábitos e costumes masculinos se metamorfosearam por conta dessa releitura.

Os homens têm se cuidado mais. Idas frequentes ao cabeleireiro, depilações, cremes para as mãos, pés, rosto. Produtos de cosméticos e de higiene próprios para o público masculino. Os pelos já não são mais uma marca da virilidade e da masculinidade. Virilidade essa que já é rediscutida nas clínicas sobre fertilidade. Os homens estão admitindo seu grande pesadelo: a impotência sexual. E, o mais significativo: buscam ajuda. Deixam o constrangimento de lado e reconhecem que precisam de orientação. As clínicas de cirurgia plástica são outro exemplo. Constatamos que os homens também se sacrificam em busca de um modelo de beleza. Ora, isso é admitir que outros homens são bonitos. E, o melhor, podemos dizer isso e não ter nossa orientação sexual questionada.

A nova condição masculina vem sendo recriada pela feminilidade, e, com isso, os homens evidenciam suas fragilidades, suas dores e anseios. Estamos emocionalmente transformados, a ponto de não precisarmos reprimir essa afetividade, que ainda é escravizada pela cultura e a educação do macho. Já repararam que falamos e discutimos a homossexualidadecada vez mais? Um dos alicerces para tal emancipação da verdade é a atmosfera feminina.

Os homens estão explorando mais sua sexualidade, experimentando novos prazeres e se permitindo mais uma subjetividade e desejos adormecidos. Sensíveis, choram por um amor, sofrem por ciúmes e temem a rejeição. Precisam de aprovações. Eles querem ser bonitos, desejados, são vaidosos, deixam de ser egoístas no sexo. Estão aprendendo, enfim, a escutar os benefícios do diálogo. Intervenção das mulheres.

Muito se fala das mudanças masculinas, mas a metamorfose feminina acompanha esse momento entre os sexos. É nítida a emancipação e a autonomia delas. Homens, admitam, elas são guerreiras. Trabalham, cuidam de casa, dos filhos, dos maridos com maestria. Independentes e bem resolvidas, elas fazem acontecer. Talvez esta mesma autonomia, cada vez mais em evidência, seja o motivo de tantos crimes cometidos contra as mulheres, pois a sociedade ainda apresenta uma dificuldade muito grande em aceitar e se adaptar ao novo e já consolidado momento sociocultural.

Homens e mulheres apresentarão sempre diferenças, algumas imutáveis, mas a essência masculina e feminina são muito parecidas, porque experimentamos o fenômeno da igualdade. Neste sentido, somos bissexuais, e o melhor de refletirmos sobre tudo isso é que essa simbiose provoca uma constante aprendizagem, que tende a se ramificar, originando muitas outras vertentes sociais e metamorfoseando as relações interpessoais.
Proponho, inicialmente, pensar na bissexualidade, não na perspectiva do desejo sexual mas na maneira como cada um integra em seu caráter características masculinas e femininas e, num segundo momento, a questão mais importante: enaltecer esses fenômenos sociais e culturais como oriundos e proporcionados pelo universo feminino.

É notório que as diferenciações de gênero não têm a ver apenas com posicionamentos sexuais mas com aspectos construídos e perpetuados na história da humanidade. Paradigmas e tabus que, hoje, caem por terra. É preciso compreender que os opostos se completam. Atenuar as diferenças e aceitar cada vez mais as semelhanças é a realidade inevitável entre mulheres e homens. O respeito e o crescimento individual acontecem à medida que colocamos essa nova percepção em prática.

Breno Rosostolato é professor de psicologia da Faculdade Santa Marcelina (SP)
Fonte: Jornal do Brasil

Cientistas afirmam que existe desejo bissexual de fato

Estudo afirma que existe desejo bissexual





Nova pesquisa da Universidade de Northwestern aponta que bissexuais se sentem atraídos tanto por homens quanto por mulheres



The New York Times | 28/08/2011 09:25


Numa espantosa retratação científica, pesquisadores da Universidade Northwestern encontraram evidências de que pelo menos alguns homens identificados como bissexuais são, de fato, atraídos tanto por homens quanto por mulheres.

A revelação não surpreende os bissexuais, que há muito tempo afirmam que a atração muitas vezes não se limita a um único gênero. Mas, durante anos a fio, a questão da bissexualidade tem atormentado os cientistas. Em 2005, um estudo amplamente divulgado, também elaborado por pesquisadores da Northwestern, relatou que “sobre a excitação e a atração sexual, a existência da bissexualidade masculina permanece discutível”.

Essa conclusão indignou homens e mulheres bissexuais, que disseram que ela parecia apoiar a ideia de que homens bissexuais seriam homossexuais enrustidos.

No novo estudo publicado online pela revista Biological Psychology, os pesquisadores adotaram um critério mais rigoroso para seleção dos seus participantes. Para melhorar as chances de encontrar homens sexualmente atraídos tanto por homens quanto por mulheres, os cientistas recrutaram voluntários a partir de espaços virtuais especialmente criados para bissexuais.

Eles também exigiram que os participantes possuíssem experiências sexuais passadas com pelo menos duas pessoas de cada sexo e uma relação amorosa de pelo menos três meses com ao menos uma pessoa de cada gênero.

Por outro lado, no estudo de 2005, os homens foram recrutados via anúncios em publicações gays e alternativas e passaram a ser identificados como heterossexuais, bissexuais ou homossexuais por meio de respostas a um questionário padrão.

Nos dois estudos, os participantes assistiram a vídeos íntimos de homens e mulheres mantendo relações com parceiros do mesmo sexo, enquanto sensores genitais monitoravam as respostas eréteis. Enquanto o primeiro estudo divulgou que os bissexuais normalmente assemelhavam-se aos homossexuais nas suas respostas, a nova pesquisa descobriu que os homens bissexuais reagiram da mesma maneira tanto para os vídeos entre homens quanto para os vídeos entre mulheres, ao contrário dos homossexuais e heterossexuais que participaram do estudo.

As duas pesquisas também descobriram que os bissexuais relataram excitação subjetiva pelos dois sexos, não obstante as suas respostas genitais.

“Um bissexual poderá dizer: 'sim, e daí?!”', conta Allen Rosenthal, estudante de doutorado na universidade e primeiro autor do estudo desenvolvido pela Northwestern. “Mas isso tornará válida a conduta de muitos bissexuais que ouviram falar sobre o estudo anterior e pensaram que os cientistas não os estavam compreendendo”. O estudo da Northwestern é o segundo publicado neste ano que relata um padrão distinto de excitação sexual entre homens bissexuais.

Em março, uma pesquisa feita publicada em Archives of Sexual Behavior relatou os resultados de uma abordagem diferente para o problema. Assim como no estudo da Northwestern, os pesquisadores mostraram aos participantes vídeos eróticos de parceiros do mesmo sexo e monitoraram tanto as respostas genitais quanto as respostas subjetivas. Mas eles também acrescentaram cenas de homens mantendo relações com mulheres e homens, seguindo a sugestão de que isso poderia agradar aos homens bissexuais.

Os pesquisadores – Jerome Cerny, professor aposentado de psicologia na Universidade do Estado de Indiana, e Erick Kanssen, cientista sênior no Instituto Kinsey – descobriram que os homens bissexuais eram mais suscetíveis de experimentar excitação genital e subjetiva enquanto assistiam aos vídeos do que os heteros ou os homossexuais.

A Dra. Lisa Diamond, professora de psicologia na Universidade de Utah e especialista em orientação sexual, disse que, tomados em conjunto, os dois novos estudos representam um passo significativo para demonstrar que os homens bissexuais possuem um padrão de excitação específico.

“Entrevistei vários pacientes sobre a frustração que eles sentem quando seus próprios familiares pensam que eles estão confusos, em negação ou passando por uma fase”, diz ela. “Essas linhas convergentes de evidência, utilizando-se de métodos e de estímulos diferentes, deram-nos a segurança científica para dizer que isto é algo verdadeiro”.

Os novos estudos são relativamente pequenos em tamanho, tornando-se difícil traçar generalizações, especialmente quando homens bissexuais estão se envolvendo em níveis oscilantes de atração sexual, romântica e emocional com parceiros de ambos os sexos. E, claro, os estudos não revelam absolutamente nada sobre padrões de excitação entre mulheres bissexuais. A pesquisa da Northwestern incluiu 100 homens, cuidadosamente classificados entre bissexuais, heterossexuais e homossexuais. A pesquisa publicada pela Archives of Sexual Behavior incluiu 59 participantes, entre os quais 13 bissexuais.

O novo estudo da Northwestern foi parcialmente financiado pelo Instituto Americano de Bissexualidade, grupo que promove a pesquisa e a educação sobre o tema.

Mesmo assim, defensores expressaram impressões diversas em relação à pesquisa. Jim Larsen, de 53 anos, diretor do Bisexual Organizing Project, grupo de apoio com sede em Minnesota, disse que as descobertas poderiam ajudar os bissexuais que ainda lutam para se aceitar.

“É maravilhoso que eles tenham afirmado que a bissexualidade existe”, diz ele. ``Dito isto, eles estão provando algo que nós da comunidade já sabemos.

É insultante. Acho lamentável que alguém duvide de um indivíduo que diga: 'Isso é o que eu sou e quem eu sou’''.

Ellyn Ruthstrom, presidente do Bisexual Resource Center em Boston, compartilha o desconforto de Larsen. “Infelizmente isso reduz a sexualidade e os relacionamentos ao simples estimulo sexual”, diz Ruthstrom. “Os pesquisadores querem enquadrar a atração bissexual em uma categoria. Para ser bissexual você precisa sentir-se igualmente atraído por homens e por mulheres. Isso é uma besteira. Eu amo o fato de que as pessoas encontram maneiras diferentes para expressar a sua bissexualidade”.

Apesar de seus elogios cautelosos à nova pesquisa, Diamond também notou que o tipo de excitação sexual testado durante os estudos é apenas um dos elementos para a orientação e para a identidade sexual. Ela acrescenta que a simples interpretação dos resultados sobre excitação sexual é complicada porque o monitoramento de respostas genitais a imagens eróticas em laboratório não pode replicar a verdadeira interação humana.

“A excitação sexual é algo bastante complexo”, ela explica. “Na vida cotidiana, o fenômeno real é extraordinariamente confuso e cheio de fatores”.


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

Diante da lentidão desses estudiosos, só posso repetir que Kinsey foi um gênio! E Freud, idem! Apesar da demora e dos contratempos que os estudiosos dessa universidade enfrentaram, fico feliz que finalmente tenham chegado ao óbvio por meio da metodologia da pesquisa científica. Assim, o que já era tão claro quanto a luz do sol fica explicado à luz da técnica.

Bissexuais, eu nunca duvidei de vocês! Meu livro tem passagens inteiras comentando sobre a legitimidade de vosso desejo! Por outro lado, aos homossexuais que mentem para si mesmos, dizendo que são bissexuais para não parecerem "tão gays assim", meu recado é simples: parem de usar a bissexualidade como tentativa de se distanciar da homossexualidade em si. Isso só vai causar mais confusão para vocês mesmos e para outras pessoas. Todas as sexualidades têm suas próprias complexidades, mas é geralmente muito mais simples ser si mesmo. Seja você mesmo: homo, bi, hétero, e incluo aqui o famoso etc., porque 'vai que...' ;) Viva plenamente a si mesmo na perspectiva de que o outro também tem esse mesmo direito. Nada pode ser mais gostoso e saudável do que isso.

Sugiro o excelente filme "Canções de Amor", produção francesa, aqui legendado para português.

Os Mitos e Verdades das Relações Abertas



Por João Marinho para a revista A Capa (versão online):


Jorge Antunes* se lembra bem de quando topou com um casal adepto das relações abertas: "Conheci Carlos em um site de relacionamentos. Ele foi sincero: disse que namorava o Marcelo, mas que o relacionamento era aberto. Eles estavam juntos havia seis anos, mas, logo no início, descobriram que os dois eram ativos. Começaram nas 'brincadeiras', depois entraram naquelas de um esperar o outro 'ceder'. Como não acontecia, passaram a sair juntos para transar com um 'terceiro passivo'". Não é preciso dizer qual posição Jorge assumiu...

A experiência dele mostra apenas uma das muitas facetas que uma relação do tipo aberta pode ter. É até difícil definir o que é uma relação aberta. Por isso, decidimos seguir por uma via do tipo "mitos e verdades" - mas ainda restava a pergunta...

O que é uma relação aberta?

João Pedrosa, 52, psicólogo e analista do comportamento; Adriana Nunan, 34, psicóloga e terapeuta cognitiva; Marco Garcia, 27, bibliotecário; Paulo Snake, 55 , empresário; Marcos Costa, 35, professor; e Antonio Araújo, 30, fisioterapeuta, foram confrontados com a pergunta.

Resumo da ópera: relações fechadas são aquelas nos quais os parceiros se relacionam de forma exclusiva, afetiva e/ou sexualmente. Já as abertas permitem a entrada de outros. Geralmente, essa "entrada" ocorre na forma sexual e sem envolvimento emocional, que costuma ser vetado - mas há relações abertas que o permitem, ou aquelas que, no outro extremo, vetam o sexo e liberam apenas determinados tipos de carícias (veja quadro das tipologias). De cara, já dá para matar a primeira afirmação sobre as relações abertas, não?

Toda relação aberta envolve sexo.

MITO. "As relações abertas permitem a entrada de outras pessoas [...] sexualmente e/ou afetivamente, dependendo das regras estabelecidas entre o casal", diz Adriana Nunan. Marcos e Paulo, que vivenciaram as suas, incluem outras carícias: "Não vejo diferença entre você só fazer sexo oral com uma pessoa ou anal", disse Marcos. Para Paulo, "ambos têm a liberdade de se envolverem, em diversos níveis, conforme o acordo de cada par; se pode beijar na boca ou não, se pode sair sozinho com o terceiro, se pode trepar sozinho sem o outro...".

Relações abertas duram menos.

DEPENDE. "Muito relativo", diz João Pedrosa. "Parece que a fechada tende a durar mais, pois existe uma maior segurança no relacionamento, faz-se mais planos". Já para Adriana Nunan, "as relações duram mais ou menos de acordo com a felicidade dos membros do casal, e isso independe de ser aberta ou fechada".

Relações abertas surgem depois de anos de relação fechada.

MITO. Com a palavra, o bibliotecário Marco Garcia, que vive atualmente uma relação aberta: "Foi uma condição para namorarmos. O Arnaldo só aceitou começar o namoro se fosse uma relação aberta".

Numa relação aberta, a probabilidade de encontrar "um outro alguém" é maior.

DEPENDE. Para Pedrosa, sim: "a pessoa terá uma quantidade maior de parceiros e uma possibilidade maior de encontrar alguém que o reforce mais". Adriana Nunan, Antonio Araújo - que nunca viveu uma, mas quis - e Paulo Snake, que até já namorou a três, discordam: "Quando a coisa não anda boa, essa procura vai acontecer, com relação aberta ou fechada", diz o empresário.

Há mais ciúme numa relação aberta.

MITO. Não é verdade. "O ciúme tem muito mais a ver com o indivíduo do que com a relação", diz Adriana. Pedrosa concorda: "Se o indivíduo tem uma história de reforço em ser ciumento, [...] tanto na relação aberta como na fechada, ele será ciumento". Já para Paulo Snake, na relação aberta, existe menos ciúme.

Toda relação aberta tem regras.

VERDADE. "A característica mais marcante das práticas culturais são as regras. Elas existem independente da nossa vontade e, se ainda não existem, as criamos", diz Pedrosa. Para Garcia, as regras são fundamentais, "para respeitar os limites do outro e evitar mágoas e desgastes".

Casais em relação aberta sofrem preconceito.

VERDADE. "Pessoas com relações abertas são vistas como promíscuas, pouco comprometidas, que não sabem o que querem etc.", diz Adriana. "Os amigos mais conservadores podem se afastar", alerta João Pedrosa.

* com exceção de João Pedrosa e Adriana Nunan, todos os nomes foram trocados para preservar identidades.

Tipologia das relações abertas

.: Egoísta: apenas um dos parceiros pode sair com outros;

.: Pirulito: não pode transar, mas pode carícia, beijo e até sadomasoquismo; algumas incluem sexo oral;

.: Recheio: transamos sempre juntos, a três;

.: Banquete de casamento: fazemos a três, mas participamos de suruba com mais gente;

.: 7 de setembro: transas independentes, sempre separados; algumas incluem contar para o parceiro; outras não.

.: Tribalista: "eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No sexo, pode tudo, junto ou separado.

.: Poliamor: libera o envolvimento emocional. Pode haver evolução para namoro a três ou mais pessoas.

Existem ainda "subtipos", como relações que vetam práticas específicas. Um dos casais sondados permitia que um dos membros transasse com outros - desde que não fizesse passivo!

** Matéria originalmente publicada da edição 34 da revista A Capa.

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