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CEO da Apple Tim Cook explica por que as leis de "liberdade religiosa" são perigosas

Tim Cook, CEO da Apple



Adaptado de Gay Star News
por Sergio Viula

Tim Cook, CEO da Apple, explica por que ele acredita que leis de "liberdade religiosa" são perigosas


"Em nome da Apple, eu me levanto para me opor a essa nova onda de legislação - onde quer que ela emerja... Isso diz respeito a como nos tratamos como seres humanos."

Tim Cook, CEO da Apple, escreveu na coluna de opinião para o Washington Post explicando porque ele considera as, assim chamadas, leis de "liberdade religiosa", e seu poder de permitir que empresas/negócios discrimine, como perigosas. Fonte: https://www.washingtonpost.com/opinions/pro-discrimination-religious-freedom-laws-are-dangerous-to-america/2015/03/29/bdb4ce9e-d66d-11e4-ba28-f2a685dc7f89_story.html

Cook fala apenas alguns dias depois de uma lei dessas ter sido aprovada em Indiana.

San Francisco foi a primeira cidade a boicotar Indiana depois que a lei foi aprovada.

Cook diz em seu artigo que a legislação aprovada em Indiana, e uma lei semelhante no Arkansas, permitirá que indivíduos, "citem suas crenças pessoasi para recusar serviços a clientes ou resistir à lei anti-discriminação do estado."

"Esses projetos de lei racionalizam a injustiça ao fingirem defender alguma coisa que nós estimamos", disse ele. ‘Eles vão contra os próprios princípios sobre os quais nossa nação foi fundada, e têm o potencial de desfazer décadas de progresso na direção da igualdade de gênero."

"A comunidade empresarial da América reconheceu há muito tempo que a discriminação, em todas as suas formas, é ruim para os negócios"

"Na Apple, estamos trabalhando para empoderar e enriquecer as vidas dos nossos clientes. Esforçamo-nos para fazer negócio de uma maneira justa e correta. É por isso que, em nome da Apple, eu me levanto para me opor a essa nova onda de legislação — onde quer que ela emerja."

Batizado numa igreja batista enquanto criança, ele lembra de sua infância nas décadas de 1960 e 1970: "A discriminação não é algo fácil de nos opormos. Ela nem sempre te olha no rosto. Ela se move nas sombras. E às vezes se amortalha nas próprias leis que pretendiam nos proteger."

Ele continua e diz que homens e mulheres morreram defendendo os princípios fundadores dos EUA, quais sejam, a liberdade e a igualdade, e que tais ideias têm que ser protegidos.

Ele termina o texto da coluna de modo tocante, dizendo que as pessoas têm ter coragem de falar contra essa onda de leis que vêm sendo propostas em muitos estados: "Não é uma questão política. Não é uma questão religiosa. Trata-se de como nos tratamos uns aos outros como seres humanos."

A Apple continua crescendo a passos largos. A companhia mais lucrativa do mundo, em fevereiro era avaliada em 744 bilhões de dólares, o que faz dela duas vezes maior que a segunda maior companhia do mundo, a ExxonMobil. Alguns comentaristas têm especulado que ela poderia valer 1 trilhão de dólares antes do final do ano.

Suprema Corte do Reino Unido decide que fé não justifica discriminação

Hazelmary e Peter Bull


Esta quarta-feira, dia 27/11/13, ao mesmo tempo em que militantes estão divulgando uma carta aberta ao Senado Federal do Brasil, exigindo que aquela Casa cumpra seu papel de garantir os direitos dos cidadãos LGBT, idosos e negros - só para citar alguns - a Suprema Corte do Reino Unido deixou claro quais são alguns dos limites para a liberdade de religião.

Os juízes decidiram que o direito de exercer a própria fé não autoriza ninguém a discriminar outras pessoas, informa Aline Pinheiro do site Consultor Jurídico.

A polêmica e seu desfecho resultaram de um episódio em que os donos de uma pousada negaram a dois homens gays que dormissem num quarto de casal, ou seja, com cama de casal. Com isso, violaram a legislação britânica. Como Hazelmary e Peter Bull são cristãos, tentaram se valer do direito à crença para saírem impunes depois de discriminarem o casal Steve Preddy and Martyn Hall, criando vários transtornos para os dois que chegaram à cidade contando com a reserva. Os donos da pousada tiveram a ousadia de alegar que transar fora do casamento é pecado e que, para evitar que seus hóspedes pequem, eles impedem que duas pessoas que não são casadas durmam em quartos com uma cama de casal.


Hazelmary e Peter Bull

Felizmente, a Justiça britânica cumpriu seu papel e os donos da pousada perderam em todas as instâncias. Como apelaram à Suprema Corte e perderam, não têm mais como evitar pagar indenização para Hall e Preddy. A Suprema Corte considerou que a política mantida pela pousada, um estabelecimento voltado a atender ao público, é discriminatória. A legislação britânica estabelece que as uniões civis e os casamentos têm os mesmos direitos e deveres e devem ser tratados da mesma maneira.

A Suprema Corte explicou que a liberdade religiosa, direito garantido na Convenção Europeia de Direitos Humanos, não é absoluta. Ela pode ser limitada para proteger direitos alheios.
O casamento civil e religioso entre pessoas do mesmo sexo foi autorizado no Reino Unido em julho deste ano, depois que lei sobre o assunto foi aprovada no Parlamento britânico. A norma deixou a cargo das igrejas decidirem se aceitam casar gays ou não. A previsão é de que os primeiros casamentos entre homossexuais sejam celebrados no meio do ano que vem, já que a nova lei precisa de regulamentação antes de ser posta em prática.

Atualizado: Dicas de leitura com temática LGBT ou queer para 2025



Alguns dos livros LGBTQIA+ 
já  disponíveis no mercado brasileiro 
ou com previsão de lançamento para 2025:



Atualizado em 08/01/2025


"A Casa de Hastur" de Raphaela Rangel

Este é um romance com elementos de fantasia e mistério, abordando a diversidade sexual e os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+. A trama mistura elementos sobrenaturais e temas de aceitação.

Sinopse: Em uma trama envolvente de mistério e fantasia, A Casa de Hastur segue a jornada de personagens que enfrentam seus próprios medos e desafios enquanto buscam liberdade e identidade. A obra mistura elementos sobrenaturais com uma reflexão sobre aceitação e pertencimento dentro da comunidade LGBTQIA+."O Ódio que Você Semeia" de Angie Thomas

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"O Ódio que Você Semeia" de Angie Thomas

Este livro, que já é um sucesso internacional, aborda questões de raça e identidade, com um olhar sensível sobre o ativismo e os direitos humanos, incluindo o papel da comunidade queer em contextos de desigualdade.

Sinopse: Este livro narra a história de Starr, uma adolescente negra que testemunha o assassinato de seu amigo por um policial. A obra aborda temas como injustiça social, identidade racial e o impacto da violência, incluindo uma representação importante da comunidade LGBTQIA+ em um cenário de ativismo."Quando a Noite Cai" de P. A. L. L. Ruiz

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"Quando a Noite Cai" de P. A. L. L. Ruiz

Uma história tocante sobre o amor e os desafios de um casal de mulheres que buscam o seu espaço em uma sociedade conservadora. A autora traz à tona o empoderamento feminino e a luta por visibilidade e respeito.

Sinopse: Um romance que mistura drama e romance, Quando a Noite Cai conta a história de duas mulheres que enfrentam os desafios de um relacionamento em um mundo que ainda não aceita o amor entre pessoas do mesmo sexo. A autora traz à tona questões de aceitação, identidade e visibilidade no contexto LGBTQIA+."O Lado Feio do Amor" de Ana Lúcia

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"O Lado Feio do Amor" de Ana Lúcia

Um romance que foca em um casal gay que enfrenta o preconceito em suas diferentes formas. A obra explora temas como amor, aceitação, e as dificuldades emocionais que surgem quando se busca viver uma vida autêntica.

Sinopse: O Lado Feio do Amor é um romance sobre a jornada emocional de um casal gay enfrentando os desafios do preconceito e das dificuldades sociais. A obra explora os altos e baixos do relacionamento, destacando a importância do amor próprio e da luta por aceitação."Somos Todas Vagalumes" de Isabel T. S. Beiriz

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"Somos Todas Vagalumes" de Isabel T. S. Beiriz

Esta obra explora as questões da identidade e da sexualidade dentro de um contexto familiar e cultural brasileiro. A autora oferece uma reflexão sobre os obstáculos e as vitórias pessoais que as pessoas queer enfrentam em busca de liberdade e expressão.

Sinopse: Com uma narrativa envolvente, Somos Todas Vagalumes explora as questões de identidade e sexualidade no contexto de uma jovem mulher que busca encontrar seu verdadeiro eu em um ambiente familiar e culturalmente desafiador. A obra é uma reflexão sobre a liberdade e os caminhos de autodescoberta."Desvios" de Tatiane Durães

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"Desvios" de Tatiane Durães

A autora traz uma narrativa sobre o autoconhecimento e a construção da identidade sexual, explorando como a descoberta da própria sexualidade pode ser libertadora e transformadora.

Sinopse: Desvios aborda a jornada de autodescoberta de uma jovem que enfrenta as questões de sua sexualidade em uma sociedade que ainda é marcada por preconceitos. A autora mergulha em temas como identidade de gênero e sexualidade, oferecendo uma história com muita sensibilidade e profundidade.

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Se já tiver lido algum desses livros, será um prazer ler um comentário com suas opiniões. Espero que essas histórias contribuam para uma compreensão maior sobre as questões relacionadas à diversidade sexual e que também proporcionem entretenimento aos que amam ler.

Ato de repúdio a violência sofrida por Ângela Chaves



Ato de repúdio a violência sofrida por Ângela Chaves

https://www.facebook.com/events/271114696363293/?ref=22


Sexta, 5 de julho de 2013
11:00


Ato para protestar contra a violência sofrida por Angela Chaves, em sua casa, pelo filho do proprietário do Restaurante Coelho's, no bairro Bancários, em João Pessoa (PB). Ela foi vítima de homofobia, racismo, machismo e intolerância religiosa, sendo agredida e ameaçada de morte dentro de sua casa, em frente a seus filhos.

Equador: Jovem sequestrada e torturada a pedido de seus pais por ser lésbica

Equador: Jovem sequestrada e torturada a pedido de seus pais por ser lésbica



Traduzido por Sergio Viula com pouca adaptação
de artigo com o mesmo título em espanhol
do jornalista Bruno Bimbi de 16 de junho/2013




Quando Zulema decidiu contar a seus pais que era lésbica, sua vida se transformou num inferno. Convencidos de que a homossexualidade é "uma enfermidade", eles a levaram a uma psicóloga, que lhes disse que eles estavam enganados e que deviam aceita-la como ela é. A própria Zulema (uma estudante equatoriana de 22 anos que cursa o último ano de psicologia clínica na Universidade Católica) já havia explicadoisso a eles, mas eles não lhe deram ouvidos. 

 Zilema decidiu ir viver com Cynthia, sua noiva, 21 anos, cujos pais lhe ofereceram a aceitação que seus próprios pais não haviam lhe dado.

Mas no mesmo no dia em que se foi, começou a receber chamadas de sua mãe e pai, que a ameaçavam. "Terei que tuitar sobre minha vida pessoal, porque será a única prova do que está me acontecendo e de que poderá me acontecer," escreveu Zulema quando já havia passado dois fora de casa, e relatou que seu pai havia ameaçado fazê-la deixar seu trabalho, encarcera-la ou fazê-la desaparecer, e até matar sua noiva. “E, lamentavelmente, pode fazer tudo isso, porque tem poder econômico e político e é amigo do presidente do Equador”.

— Eu não pari um lésbica — disse-lhe sua mãe por telefone —. Pari uma senhorita que gosta de homens. Não me desafies, Zulema, que sou tua mãe e estou atuando como Deus. A situação se colocava cada vez mais tensa e ela decidiu grava-la.

Assustadas,no dia 30 de março, as garotas foram à polícia fazer a denúncia por ameaças e apresentaram a gravação. Dois dias depois, Zulema disse no twitter que havia acontecido uma "negociação" e as ameaças "por agora" haviam parado. Do mesmo modo, em 9 de abril, o delegado Richard Gaibor ordenou que se abrisse uma investigação.

Em 17 de maio — ironia da vida: é o dia internacional da luta contra a homofobia —, Zulema recebey um chamado de seu pai, Guillermo, que a convidava para almoçar, “para apaziguar as cosias”. Disse-lhe que era "pela paz”, que queria “aparar as arestas”. E ela pensou que, por fim, tudo voltaria a ser como antes. Estava feliz. Mas, como suspeitava sua noiva, era uma armadilha. “Por favor não vá sozinha”, disse Titi —assim Zulema chama sua garota —, mas ela não deu ouvidos. Confiava em seu pai.
Seu último tweet dizia: “Apesar dos problemas, família é família”.

Quando saiu do trabalho, seu pai passou para busca-la de carro. Mas, na metade do caminho, freio abruptamente e um grupo de homens a tiraram à força, arrancando-lhe parte da roupa durante o ataque, enquanto seu pai observava tudo. Dominaram-na e a colocaram em outro carro para leva-la ao Centro Recuperación Femenina para Adolescentes “La Esperanza”, um centro de tortura física e psicológica para jovens homossexuais localizado na cidade de Tena, na região centro-norte do Equador, onde ficou sequestrada durante três semanas com a cumplicidade da própria família.
Foram sete horas de viagem e vinte e um dias de tortura.

Ela foi recebida numa espécie de capela. Ali, um grupo de mulheres uniformizadas lhe advertiram que as regras do lugar eram claras: era proibido escapar, roubar e ser lésbica. Designaram-lhe uma vigilante, Paulina, 34 anos, viciada em remédios e uma companheira de quarto, Miriam, de 14 anos, internada por vício em álcool e drogas. Como esse tipo de centro está proibido por lei no Equador, funcionam sob a fachada de clínicas de reabilitação para viciados, controlas pela máfia evangélica fundamentalista. Em agosto de 2011, o Ministério da Saúde e a Defensoria do Povo do Equador fecharam 30 clínicas de "cura gay" que estavam assim habilitadas, burlando a lei. A novela "Un lugar seguro contigo”, do escritor equatoriano César Luis Baquerizo, conta como são.

Ficharam Zulema como alcoólatra e drogada e obrigaram-na a seguir o tratamento como se realmente o fora. “Não sou viciada em nada", dizia ela, e lhe respondiam que o lesbianismo é "uma aberração" e que, em seu caso, era consequência de seu vício em álcool e drogas. Davam-lhe a comer papas com gusanos, falavam até à exaustão da Bíblia, diziam-lhe que "Deus nos fez homem e mulher," e lhe asseguravam que a manteriam ali "entre seis meses e um ano" e não a deixavam ir ao banheiro por mais do que poucos segundos, sempre com a porta aberta e observando-a.

Zulema não aparecia e sua noiva estava desesperada. Não sabia o que fazer. "Quero que tudo isso seja apenas um pesadelo," tuitou Cynthia um dia depois do sequestro. E em 22 de maio: "Daria tudo para ver-te sorrir, por saber que estás bem”.

“Era um pouco depois do meio dia e eu estava trabalhando em meu computador com o relaxamento antecipado de quem sabe que lhe esperam três dias de feriado. De repente, me chegou uma mensagem direta pelo twitter. Juan Pablo Argüello me dizia que a noiva de uma amiga muito querida havia desaparecido havia quase uma semana sem deixar rastro. Suspeitava-se que a família a houvesse internado, contra sua vontade, numa clínica, pois havia poucos meses ela havia contado a eles que era lésbica e desde aquele momento sua vida havia se transformado num pesadelo em sua casa. Dei a Juan Pablo meu celular para que a noiva da garota desparecida entrasse em contato comigo imediatamente. Pouco depois, recebi outra mensagem de Argüello, que dizia que sua amiga estava horrorizada. Ela havia sido ameaçada pela família de sua noiva, suspeitava que seu telefone havia sido grampeado. Não podia comunicar-se comigo. Não agora," relatou no Gkillcity.com a advogada equatoriana Silvia Buendía, que decidiu tomar o caso. Era quinta-feira, 23 de maio.

A Dra. Buendía também recebeu mensagens pelo twitter de companheiras da faculdade de Zulema, que estavam assustadas por seu desaparecimento. Haviam ido à sua casa e o pai lhes disse que a garota estava viajando em Costa Rica e que não assistiria as aulas durante o semestre.

— Mas não poderá graduar-se… — disseram-lhe.

— Ela não se importa — respondeu o homem secamente, e elas não acreditaram. Zulema era uma excelente aluna e estava empenhada em terminar a faculdade esse ano. Não podia ser verdade.

Na quarta-feira, 5 de junho, a Dra. Buendía finalmente conheceu Cinthya Rodríguez na Defensoría del Pueblo de Guayaquil. “É uma menina delgada, bochechas rosadas, grandes olhos negros, tristes; abundante cabelo muito longo, castanho claro, como as princesas das histórias que a minha filha lê. Disse-nos que estava decidida a lutar para encontrar sua noiva, que já não tinha mais medo, que Zulema era sua vida e não pararia até resgata-la”, relata a advogada. Junto a seu colega Marcos Pacheco, da Defensoría del Pueblo, Lía Burbano, da ONG Mujer y Mujer, e da ativista Verónica Potes, criaram uma estratégia legal para libertar Zulema Constante. Além de fazer a denúncia à delegacia (a princípio, não queriam recebe-la) e na Defensoria,tornariam o caso público através das redes sociais e dos meios de comunicação. O hashtag #Zulema tornou-se o trending topic no twitter.

A família, enquanto isso, desmentia tudo. Diziam que a denúncia era uma invenção, que Zulema estava bem e que tudo isso era mentira de quem queria prejudica-los. Billy Constante, um de seus irmãos, se comunicou com a polícia e até com a governadora para dizer que Zulema não estava desaparecida. Mas um amigo de Billy denunciou que este havia confessado que sua irmã estava internada numa clínica "para lésbicas". Também chegaram outras denúncias e versões contraditórias: que haviam tirado a moça do país, que estava em casa sedada, que estava em outra província.

A repercussão pública do caso assustou a família e provocou a intervenção do governo. Segundo conta a Dra. Buendía, a governadora de Guayas, Viviana Bonilla, chamouo o pai da jovem para pressiona-lo: queria saber a verdade. Os pais telefonaram para Zulema no centro onde estava sequestrada e disseram que a libertariam, mas que tinha que dizer que havia estado num retiro espiritual por vontade própria. O diretor do centro chamou um táxi no meio da noite e ela, desconfiada do que podia acontecer, convenceu o taxista a lhe emprestar o celular e ligou para sua noiva, contando tudo e pedindo ajuda.

Avisadas por Cynthia, a Dra. Buendía, Potes y Lía criaram um esquema para resgata-la. Houve um momento de pânico, quando por vola das 7:30 da manhã, o celular de Zulema ficou sem bateria e perderam contato, mas por fim tudo ficou bem. A garota pediu ao taxista que parasse no caminho, com a desculpa de ir ao banheiro, e dali entrou no carro de Lia, que estava esperando, e escaparam. As autoridades estavam avisadas e intervindo (Verónica Potes comunicou-se, através de um assessor, com o Ministro do Interior, José Serrano, para que lhes garantisse proteção) e Zulema recuperou finalmente sua liberdade. Foram direto à Defensoría del Pueblo de Guayaquil, de onde tornaram pública a denúncia.

“Sou Zulema e estou livre desde ontem”, tuitou a jovem em 7 de junho, logo depois de se encontrar com Titi. “A primeira coisa que fazem nesses centros é tratar de baixar tua autoestima, com muitos insultos, tratamento degradante, dizendo que você não vale nada, que faz sua família sofrer. Te obrigam a limpar os banheiros com a mão, a comida que te servem está infestada de gusanos," contou logo numa entrevista na televisão. Agora, junto com os que a resgataram, denuncia onde possa tudo o que lhe passou, para que não aconteça a outros.

“Estamos aproveitando a repercussão desse caso para que se fechem todos esses centros de tortura. Não é o primeiro caso. Isso tem que acabar, não pode acontecer nunca mais," disse a advogada Silvia Buendía ao site Tod@s.

— Abriram alguma investigação penal na justiça contra os pais e os administradores do centro onde ela esteve sequestrada?

— Eu iniciei a denúncia com Titi em 5 de junho pelo desaparecimento de Zulema — explica a advogada —. Mas o quadro mudou quando resgatamos e Zulema teve que dar uma nova versão à polícia. Hoje a Advocacia Geral da Nação (Fiscalía General de la Nación) declarou o caso como de comoção nacional e decidiu que quem o assumiria seria um promotor especial de Quito. Assim, essa é a terceira confirmação e o terceiro processo.

— E os pais?

— Zulema não deseja apresentar acusação particular contra seus pais e irmãos, mas o braço da lei também os alcançará, isso é inevitável e ela sabe disso. Por outro lado, as ameaças nos têm deixado muito preocupadas. A “clínica” pertence a uma máfia religiosa muito perigosa. Isso é um pesadelo para as meninas, somente seu amor, que é imenso e consistente, tem podido mantê-las inteiras.

VOCÊ PODE SEGUIR BRUNO BIMBI NO TWITTER: https://x.com/bbimbi

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

No Brasil, Marco Feliciano e seu séquito fundamentalista, com o apoio das 'psicólogas cristãs' Rozângela Justino e Marisa Lobo, e de pastores como Silas Malafaia, tenta aprovar um projeto do Deputado João Campos, outro pastor fundamentalista, que visa banir a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia que proíbe exatamente esse tipo de coisa - tentar curar homossexuais.

A sociedade brasileira e o Parlamento brasileiro não podem se deixar enganar pelas falácias desses desequilibrados. O que eles querem é abrir caminho para a legalização da tortura que pretendem impetrar às famílias de homossexuais e aos próprios homossexuais através de 'programas de cura gay,' que poderão ir de atendimento em gabinete 'psicológico' a clínicas de 'reabilitação'.


  • DIGAM NÃO AO PROJETO DE CURA GAY DE JOÃO CAMPOS.
  • DIGAM NÃO A MARISA LOBO E ROZÂNGELA JUSTINO.
  • DIGAM NÃO A SILAS MALAFAIA E SEUS ASSECLAS.
  • DIGAM NÃO A MARCO FELICIANO E À BANCADA EVANGÉLICA.
  • DIGAM SIM AOS DIREITOS CIVIS PLENOS DAS PESSOAS LGBT.
  • DIGAM SIM AO CASAMENTO IGUALITÁRIO.
  • DIGAM SIM AO PROJETO DE LEI QUE CRIMINALIZA A HOMOFOBIA E A TRANSFOBIA.
  • DIGAM SIM À DIGNIDADE DOS CIDADÃOS LGBT.
  • DIGAM NÃO À HOMOFOBIA E À TRANSFOBIA!

Chile anula lei que proibia homossexuais de realizar doação de sangue

Fonte da ilustração ADR Resources


Chile anula lei que proibia homossexuais de realizar doação de sangue

"A seleção de doadores deve se basear em critérios estritamente técnicos e de segurança", aponta a nova norma


Por: Agência Brasil
BRASÍLIA


O Chile anulou na última quarta-feira (24) a lei que colocava a orientação sexual como um critério para doação de sangue. A edição da nova Norma Técnica Geral foi um trabalho conjunto do Ministério da Saúde e do Movimento de Integração e Liberação Homossexual.

“A seleção de doadores deve se basear em critérios estritamente técnicos e de segurança, tanto para os doadores quanto para os potencialmente receptores, sem condições de discriminação arbitrária como orientação sexual, política, religião ou de qualquer outra índole nesse sentido”, aponta nova norma.

O documento traz um adendo de que, independente da orientação, qualquer pessoa que tenha comportamento sexual que traga riscos de infecção por transmissão sanguínea devem ser excluídas do processo de doação.

Os movimentos sociais chilenos contra a discriminação sexual elogiaram a medida e justificaram que a nova regra é mais adequada à Lei Zamudio, publicada em 24 de julho de 2012 e que estabelecia medidas contra a homofobia. A Lei Zamudio leva esse nome em homagem a Daniel Zamudio, jovem assassinado em 2012 por causa de sua orientação sexual



FONTE: http://www.panoramabrasil.com.br/internacional/chile-anula-lei-que-proibia-homossexuais-de-realizar-doacao-de-sangue-id107347.html

CONEXÃO REPÓRTER - A HOMOSSEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA


Atualização em 10/01/2025

Infelizmente, o vídeo não consta mais no link publicado aqui.

Porém, você ainda pode se beneficiar da leitura abaixo:


A homossexualidade na adolescência é um tema crucial e muitas vezes desafiador para jovens e suas famílias. Durante a adolescência, ocorre a descoberta e a afirmação da identidade sexual, o que pode ser um processo confuso e difícil, especialmente para adolescentes que se identificam como LGBT+. A pressão social, a falta de aceitação familiar, o bullying e o medo de não ser aceito por seus pares podem resultar em sérios impactos emocionais, incluindo depressão e ansiedade. A falta de apoio e compreensão também pode aumentar o risco de suicídio entre adolescentes LGBT+.

Por que o tema é tão importante?

Durante a adolescência, muitos jovens começam a perceber que têm atração por pessoas do mesmo sexo, e esse processo de descoberta pode gerar inseguranças e conflitos internos. A sociedade muitas vezes não está preparada para aceitar e apoiar essa diversidade sexual, o que pode aumentar os desafios para esses adolescentes. O apoio familiar é fundamental para ajudar no processo de aceitação e fortalecimento da autoestima. Portanto, é essencial que os pais se informem sobre as questões que envolvem a homossexualidade na adolescência para poder apoiar seus filhos de maneira adequada.

Principais desafios enfrentados por adolescentes LGBT+:

Medo da Rejeição: Muitos adolescentes temem que seus amigos, colegas de escola ou familiares os rejeitem quando descobrirem sua sexualidade.

Bullying e Discriminação: Jovens LGBT+ são frequentemente alvos de bullying e discriminação na escola, o que pode prejudicar seu bem-estar emocional.

Falta de Representação e Apoio: A ausência de representação positiva de pessoas LGBT+ nas mídias e falta de apoio nas escolas dificultam a compreensão e a aceitação.

Dificuldades Familiares: Pais podem reagir de forma negativa ou indiferente à revelação da sexualidade do filho, o que pode gerar um afastamento emocional.

Livros recomendados para adolescentes e pais:


"Os Meninos da Rua Paulo" – Gilda Nunes
Um livro que aborda a homossexualidade de forma acessível e aborda os dilemas da descoberta da sexualidade em um contexto brasileiro.

"Simplesmente Diferente" – Raoni S. Lemos
Focado na vida de jovens LGBT+ e na importância da autoaceitação, este livro é uma excelente leitura para adolescentes e para os pais.

"Doze Segundos" – Miguel Sanches Neto
Um livro que trata da adolescência e da descoberta da homossexualidade, mostrando os conflitos internos do personagem principal.

"O Que Me Faz Ser Eu?" – Fabrício Carpinejar
Carpinejar traz reflexões sobre identidade e pode ajudar os pais a compreenderem melhor os desafios enfrentados pelos adolescentes LGBT+.

Sites e organizações de apoio:

Grupo Dignidade (www.dignidade.org.br)
Uma das organizações mais relevantes para a defesa dos direitos LGBT+ no Brasil. Oferece informações sobre como lidar com questões relacionadas à homossexualidade e à aceitação familiar.

Aliança Nacional LGBTI+ (www.aliancalgbt.org.br)
A Aliança é uma rede de apoio que fornece recursos e orientações para a comunidade LGBT+ e também oferece suporte para famílias e pais que buscam compreender seus filhos LGBT+.

Movimento Homofobia Nunca Mais (www.homofobianuncamais.org.br)
Uma plataforma que oferece apoio psicológico e recursos educativos para adolescentes LGBT+ e seus familiares.

Rede Nacional de Famílias de LGBTs (www.familiaslgbt.org)
Oferece uma rede de apoio para pais que desejam entender melhor o processo de aceitação de seus filhos LGBT+ e como ajudar na criação de um ambiente seguro e acolhedor.

Centrão LGBT+ (www.centro-lgbt.org)
Um site que oferece serviços de apoio emocional e psicológico para adolescentes LGBT+ e oferece informações sobre como os pais podem ser aliados na jornada de aceitação dos filhos.

Esses livros e sites são recursos úteis para adolescentes que estão passando por esse momento de descoberta e também para os pais que buscam entender melhor como apoiar seus filhos com amor, respeito e aceitação. Quanto mais informações e apoio eles tiverem, mais seguro e saudável será o processo de aceitação e afirmação da identidade sexual.

Todo homofóbico diz que tem apenas uma opinião...




Algumas pessoas têm dito que o termo homofobia está sendo banalizado, que homofobia é apenas aversão e ódio intenso contra LGBT, que ser contra direitos gays não é homofobia, mas apenas discordância de ideias. 

- É verdade que o preconceito está embutido na homofobia, mas será que a homofobia está embutida no preconceito? - perguntam essas pessoas. 

Bem, isso seria como perguntar se o machismo está incluído no preconceito ou o preconceito no machismo. Pragmaticamente falando, que diferença isso faz realmente? Um machista é preconceituoso, mas nem todo preconceituoso é um machista. Claro, pode ser um preconceituoso racista, por exemplo. Choveram no molhado. 

Poderíamos admitir que ser contra o direito das mulheres fosse apenas discordância de ideias? Ou que ser contra os direitos dos negros seria apenas uma opinião? Se o primeiro é machismo e o segundo é racismo, qual é o termo que se pode dar para quem é contra os direitos dos gays? O cara não precisa matar um negro para ser considerado racista, por que só deveríamos considerar homofóbicos os assassinos que matassem movidos pelo preconceito sexista? Essa é a resposta que eu dou às pessoas que dizem isso, tentando tapar o sol com a peneira. ;)

Agora, se alguém age com base em seu preconceito homofóbico (uso os dois aqui de propósito), deve receber as penalidades da lei, seja por recusar serviço a alguém por ser LGBT ou enfiar-lhe uma faca no peito. No caso do preconceito de quem faz um comentário estúpido num bar ou na rua, do tipo:

- E olha a biba.
- Olha a sapa.
- Olha a trava.

 A reprovação social já dá conta. 

Porém, no caso de violência, violação de direitos individuais ou mesmo carência de direitos básicos, é preciso legislação. Simples assim.

Entretanto, pergunto: Como não considerar tudo isso homofobia, só que em diferentes graus? Fulano não está desprezando, agredindo ou perseguindo sicrano por algo que este tenha feito contra sua pessoa ou patrimônio, mas simplesmente porque sicrano é gay, lésbica, bissexual, transexual, travesti, transgênero, intersexo, queer... whatever. Isso é homofobia!

É alarmante ver a relativização que alguns LGBT tendem a fazer desse flagelo que alcunhamos de homofobia. Parece que alguns gays estão mais preocupados em fazer justiça aos preconceituosos e homofóbicos em sua ojeriza contra os gays do que justiça aos gays que têm sido vítimas desses mesmos homofóbicos. Fico pensando por quê Martin Luther King nunca entrou numa discussão sobre termos como essa, mas exigiu IGUALDADE. Eles não querem a igualdade e isso, por si só, já basta para condenar todas essas visões excludentes da diversidade sexual. O resto é demagogia e academicismo inútil. ;) 

Para quem gosta de pensar na extensão dos significados dos termos citados acima e outros, sugiro uma olhada nesse texto breve e de fácil compreensão. Ele também faz referência a outros derivados do termo homofobia, tais como: lesbofobia e transfobia. Leia: http://www.novodiacipa.org/documents/docs/homofobia.pdf 

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Ilustro com esse post enviado pelo Facebook por Willian Souza:

‎[EM INGLÊS] EUA: Grupo de "defesa da família" diz que não é homofóbico, MAS pede para Uganda aprovar a lei "Matem os gays": 

http://actup.org/news/usa-family-research-councils-tony-perkins-were-not-hateful-but-gays-should-be-put-in-jail/

Sobre piadas e piadas





Alguns amigos assistiram ao vídeo “O Que é Homofobia?” e depois me colocaram algumas perguntas sobre o lugar do humor e da liberdade que permite que este seja feito. De uma das discussões sobre esse assunto, eu gostaria de resumir alguns dos meus pontos de vista para esclarecer questionamentos semelhantes.

Sobre piadas pejorativas com pessoas LGBT, o simples fato de se fazer esse tipo piada já demonstra o preconceito que se carrega e que nem sempre é racionalizado. A questão pode ser colocada assim:

Por que é que eu tenho que rir às custas da identidade alheia?

Essa deveria ser a questão a ser pensada. Ainda mais quando vemos uma verdadeira guerra sendo travada por direitos das minorias, sejam judias, negras, LGBT, etc. Por que reforçar, através do 'humor' preconceitos que deveriam nos fazer corar de vergonha (em pleno século XXI) e não nos dar crises de riso? Eu sou um cara super bem humorado (a maior parte do tempo), mas rio muito mais de mim mesmo do que dos outros. Ao contrário do que muitos pensam, o riso não é amoral. Não consigo rir dos campos de concentração. Alguns alemães (nazistas!) conseguiam. Isso revela muito sobre mim e sobre eles. Muitas vezes o ‘piadista’ revela mais de si numa piada do que da pessoa ou grupo de quem debocha.

Algumas pessoas usam a piada para demarcar um distanciamento do grupo a que se referem através dela. Conquanto eu não seja gordo ou negro, também não gosto de piadas sobre gordos e negros. Não preciso ser parte de uma minoria para entender o mal que isso pode causar a algumas pessoas. Obviamente, nem todas as pessoas ligam pra isso. Outras, porém, são capazes de entrar em depressão ou fazer coisa pior por causa de uma ridicularização pública.

Da mesma forma, conheço muita gente heterossexual que não gosta de piadas sobre gays. Não discuto com quem faz piadas desse tipo. Felizmente, não estou sozinho no pensamento de que tais piadas são desnecessárias e antissociais, muita gente também pensa assim. Isso não quer dizer que tenhamos razão. Minha esperança é de que, por meio do controle da própria sociedade, os indivíduos que agem de modo grosseiro ou impróprio mudem de atitude, senão por convicção, pelo menos pelo medo do ridículo. Aliás, já tenho visto isso acontecer. O piadista ‘fica no vermelho’ quando faz uma piada racista, porque muita gente discorda da piada, apesar de não perder tempo discutindo com o piadista. Ele acaba simplesmente caindo no desprezo dos que consideram tal coisa absolutamente imprópria ou inconveniente. Eu costumo fazer a mesma coisa: Ignoro a piada, enquanto esse comportamento não perturbar meu dia-a-dia.

Não consigo, porém, evitar me perguntar o que busca o piadista que precisa tão desesperadamente ser o centro das atenções e ainda faz questão do acompanhamento das risadas, valendo até apelar para o achincalhe dos mais vulneráveis? Isso deveria ser pensado.




Que fique claro que adoro rir - não debochar dos outros. Não quero um mundo sem humor. Quero um mundo sem mal gosto. Quem já me viu dando palestras, já riu muito comigo. ;) Por exemplo, um encontro de mais de três horas como o que tive em Brasília com o pessoal da Cia. Do Triângulo Rosa para falar sobre fundamentalismo seria insuportável sem bom humor e cordialidade pontuando a palestra aqui e ali. No entanto, a atmosfera de curiosidade, entusiasmo e participação da audiência continuou até que a reunião fosse encerrada. O BOM humor é antídoto para muita coisa ruim no mundo. É certo que quem nunca ri, tem problema. ;) Agora, quem só consegui rir dos outros... também.





Vejo muito lixo chamado stand-up comedy no Brasil. ‘Shows’ a 70 reais em alguns teatros do Rio de Janeiro que não merecem nem 10 reais. No entanto, um dos pioneiros do stand-up comedy foi o americano e ateu George Carlin. Veja a página dedicada a George Carlin aqui no Fora do Armário. Ele é inteligente. Fala mal das religiões, do governo, dos ecologistas, etc.? Sim, mas com inteligência. Não está atacando grupos socialmente vulneráveis. Ninguém vai ficar deprimido ou com vergonha de sair de casa por causa do que ele diz. Pelo contrário, seu humor é altamente denunciativo do ponto de vista político, social. Ele expõe a hipocrisia da sociedade que durante anos o perseguiu com processos e tentativas de censura por causa de coisas como simplesmente falar a palavra ‘merda’ no show ou questionar a crença em deus. Esse cara fazia stand-up comedy de qualidade.

George Carlin não ataca identidades, mas ideias. A ideia de deus, a ideia de que religião é sempre boa, a ideia de que os EUA são mais inteligentes, etc. Agora, nós temos três possibilidades aqui: igualar tudo e perdoar tudo; proibir tudo; ou, então, pensar cada coisa separadamente. Se dizer que deus é um amigo imaginário for a mesma coisa que dizer que viado é cidadão de segunda categoria, vou deixar de ser ateu... hahahaha. Oops! Essa piada não tem graça. J

Victor Tufani (via Facebook) colocou muito bem o seguinte:

“Quando se critica esse tipo de humor não é uma censura também. O stand up, por exemplo, já tem uma diferença grande daquele show de humor tradicional. É só comparar os espetáculos "black face" dos EUA nos anos 20, em que os atores brancos se pintavam de preto e ridicularizavam o cotidiano dos negros pobres, o que era um humor incrivelmente racista, com os standups do Chris Rock, em que ele mesmo faz piada com negros, usa a história de vida dele como um exemplo cômico, e isso acaba soando totalmente diferente, porque no final o que ele ridiculariza é o racismo, e não o negro. Naquele programa do Paulo Gustavo, o 220 volts, ele faz a "senhora dos absurdos", que é uma personagem branca, de classe média, racista. Vestindo a personagem, ele acaba fazendo uma crítica ao tipo de mulher preconceituosa, dondoca, quando, se fosse ele de cara limpa fazendo aquelas mesmas piadas, ele próprio soaria racista. O humor é complexo pra caramba, então a intenção e a execução, de maneira muito sutil, podem acabar fazendo a diferença entre um humorista genial pra um medíocre e ofensivo.”

Portanto, eu nunca disse que não se pode fazer piada com a temática LGBT, mas vale aplicar o que tem sido dito até agora na hora de decidir se uma piada é só brincadeira ou ataque. Talvez o conceito de vulnerabilidade social não esteja claro nessa discussão. Sugiro uma pesquisa sobre o tema: vulnerabilidade pessoal, vulnerabilidade social e vulnerabilidade institucional. Procurar saber mais sobre esse tripé pode ser uma boa para os interessados no tema. Muito do bullying pelo qual passam crianças, adolescentes e jovens LGBT é alimentado pelas piadas de mal gosto da TV e de outros meios de comunicação. Alguns deles sucumbem à pressão. Como pode isso ser menos importante do que a risadinha barata de alguém que não vê além da própria piada?


E para não dizerem que eu não falei de flores, 
uma piada com temática LGBT que eu adoro! hehehe

Rodrigo Maia e seu show de preconceito e despreparo no RJ TV

Rodrigo Maia no RJ TV (17/09/12)



Entrevista com o Rodrigo Maia no RJTV hoje foi hilária. Ele é candidato a prefeito. Tudo o que os jornalistas perguntavam, ele escorregava para não responder, mas eles insistiam e perseguiam uma resposta SIM ou NÃO.

Entre as muitas bbquices que ele disse estavam a de que o Rio não precisa ser um dos melhores destinos gays do mundo, porque tem que ser melhor destino turístico para todo tipo de pessoa, mas esqueceu que todo o preconceito que ele tentava esconder atrás dessa frase só revelava sua ignorância (ou má fé), porque o turismo é feito de segmentos. Ser um dos melhores destinos gays do mundo atrai um poderoso segmento. Ser um dos melhores destinos para turismo esportivo do mundo atrai outro. Ser um dos melhores destinos para turismo ecológico atrai outro. E assim por diante.

Ele demonstrou estar pessimamente informado, principalmente quando disse que o Rio não pode basear suas estratégias de turismo em turismo sexual. Ser o melhor destino gay do mundo não significa vender sexo. Significa - isso, sim - ser uma cidade amigável, que recebe bem o público LGBT, saber do que eles gostam em termos de entretenimento, cultura, esporte, etc.

Mas, estando aliado a Garotinho, Rosinha, Clarissa Garotinho, e fundamentalistas evangélicos não podia dar em outra coisa que não fosse OBSCURANTISMO e ressentimento pelos avanços que a cidade e o estado do Rio de Janeiro têm conquistado. Rodrigo Maia demonstrou incompetência e insensibilidade.

VOTE CONTRA A HOMOFOBIA. Não eleja candidatos com discurso que segrega, despreza minorias, etc.

Rodrigo Maia, filho do César Maia, disse mais de uma vez, referindo-se aos LGBT, que ele tem valores e que o partido dele é um partido que tem valores. Valores de que tipo? Do tipo que demoniza a religião dos outros, despreza os direitos da mullher e dos LGBT, por exemplo? E quanto os LGBT? O que é que ele pensa que eles têm, senão VALORES! Só que esses valores não se baseiam em dogmas religiosos separatistas e aniquiladores da diversidade. Os principais valores são: igualdade e cidadania plena para todos, independentemente da orientação sexual, identidade de gênero ou outras diferenças. É muita ignorância ou muita má fé querer transformar direitos das minorias em moeda de troca ou cavalo de batalha para agradar reacionários, volto a dizer.

Pelo fim do estigma contra a pessoa HIV+



Do mural de um amigo holandês. Está em inglês, mas a maioria poderá entender. De qualquer modo, fica aqui um pensamento meu também: É hora de mudar a maneira como pensamos sobre o HIV. Qualquer vírus é apenas mais um dos bilhões de resultados de uma natureza que vive em constante devir. Uns matam, outros não.

Lutemos contra o vírus através das pesquisas, do que pudermos fazer para prevenir o contágio, e do que pudermos fazer para prolongar a vida com qualidade, mas amemos as pessoas sem ressalvas.

Pelo fim do estigma!

Sergio Viula

Diga NÃO ao preconceito e à discriminação no Escotismo




Queridos e queridas, a organização dos Escoteiros Americanos anunciou a criação de um comitê para investigar e banir membros e líderes que sejam assumidamente gays ou lésbicas. Assine essa petição (está em inglês) que pretende dizer aos mentores dessa perseguição gratuita que os Escoteiros não podem violar os Direitos Humanos, entre os quais está o de não ser discriminado. 

Para assinar, basta clicar aqui. Não precisa dominar a língua inglesa.

Assine agora mesmo e contribua para acabar com esse preconceito ridículo: 

ASSINE: https://www.change.org/p/boy-scouts-stop-the-secrecy-allow-your-board-to-vote-to-end-the-ban-on-gay-scouts-and-leaders?utm_campaign=friend_inviter_action_box&utm_medium=facebook&utm_source=share_petition&utm_term=2542212



Novo Código Penal endurecerá contra discriminação




Discriminar uma pessoa por ser mulher, homossexual ou nordestina pode virar crime inafiançável. A Comissão Especial de Juristas encarregada de elaborar proposta para um novo Código Penal aprovou na última sexta-feira (25) a alteração do artigo 1º da Lei 7.716/1989, conhecida como Lei do Racismo, para proibir a discriminação também por gênero, opção sexual e procedência regional. O texto já prevê a punição para "discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

A proposta leva para o anteprojeto de revisão do Código Penal a criminalização da homofobia, prevendo para este tipo de prática as mesmas penas já existentes para a discriminação de raça ou de cor. Se a proposta for aprovada pelo Congresso Nacional, passa ser prática criminosa, por exemplo, impedir um travesti de entrar em um estabelecimento comercial ou um aluno transexual de frequentar uma escola.

Também ficam proibidas as incitações ao preconceito e as manifestações ofensivas através de meios de comunicação, como a internet. A proposta tornaria claro o que fazer em relação a casos como o da estudante Mayara Petruso, condenada este mês a um ano e meio de prisão por ter divulgado ofensas contra nordestinos em redes sociais. As penas previstas para esses crimes continuam as mesmas expressas na lei, variando de um a cinco anos de prisão.

Mercado de trabalho


O novo texto trata de outro assunto delicado: a discriminação da mulher no mercado de trabalho. Ao incluir o preconceito de gênero entre os previstos na lei, as empresas públicas e privadas ficam proibidas de demitir, deixar de contratar ou dar tratamento diferente em função de cor, raça, gênero, procedência ou opção sexual.

A medida beneficia diretamente a atuação das mulheres no mercado de trabalho, onde elas ainda esbarram em vários tipos de distinção, principalmente salarial. A inclusão expressa da diferença salarial na lei chegou a ser discutida entre os juristas, mas acabou rejeitada sob o argumento de que criminalizar a diferença salarial entre homem e mulher poderia acabar prejudicando a contratação da mão de obra feminina.

Drogas e crimes eleitorais

A comissão especial volta a se reunir na próxima segunda-feira (28) para discutir a legislação sobre drogas e também sobre crimes eleitorais. Para o relator da comissão, o procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, a maior polêmica prevista para a próxima semana será a criação de nova prática processual: a "barganha". A intenção é permitir que um processo judicial já em curso possa ser encerrado em caso de acordo entre as partes acusador e acusado, com cumprimento de pena.

Atualmente, tal possibilidade só existe em alguns poucos tipos de crime e mesmo assim antes de o processo ser instaurado. Uma vez iniciado o trâmite judicial, ainda que haja acordo entre Ministério Público e acusado, não é possível interromper ou encerrar o processo.

Fonte: Senado Federal

9º Seminário LGBT na Câmara Federal: Estudo aponta que maioria dos jovens brasileiros discrimina

Fonte da ilustração: https://eduardohirata.blogspot.com/



Maioria dos jovens brasileiros discrimina homossexuais, diz estudo


Do Site Terra - 15 de maio de 2012 • 13h32


Um estudo coordenado pela pesquisadora Miriam Abramovay apontou que 45% dos alunos e 15% das alunas não queriam ter colegas homossexuais. Miriam, que é coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), afirma que a maioria dos jovens brasileiros ainda tem atitude bastante preconceituosa em relação à orientação e práticas não heterossexuais. A pesquisadora participou do 9º Seminário Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), realizado na Câmara dos Deputados.

Segundo ela, o jovem brasileiro tem menos vergonha de declarar abertamente esse preconceito contra homossexuais do que de declarar a discriminação contra negros.

Conforme Miriam, esse preconceito se traduz em insultos, violências simbólicas e violência física contra os jovens homossexuais. Ela destaca que se trata de violência homofóbica, por parte de toda a sociedade, inclusive de familiares, e não apenas bullying (que é a violência entre pares). De acordo com a pesquisadora, essa violência gera sentimentos de desvalorização e sentimentos de vulnerabilidade nos jovens homossexuais.

Segundo a pesquisadora, há casos, inclusive, de jovens que abandonam a escola por conta dessa violência. "Os adultos da escola não se dão conta disso, porque na escola em geral reina a lei do silêncio", aponta. Ela destacou, ainda, que não há estudos no Brasil sobre homofobia na infância, apenas na juventude.

Para a professora da Universidade de Brasília Maria Lucia Leal, as ações de enfrentamento da violência e preconceito contra homossexuais ainda são muito fracas, especialmente na escola. "A sexualidade ainda é tabu, seja para adultos, seja para crianças e adolescentes, e a hipocrisia ainda é uma realidade estruturante no debate sobre a sexualidade", disse. Maria Lucia, que é coordenadora do Grupo de Pesquisa sobre Violência, Tráfico e Exploração Sexual de Crianças, Adolescentes e Mulheres, ressaltou que, no século 19 e até meados do século 20, o homossexualismo foi considerado uma doença.

Diante desses fatos, a deputada Erika Kokay (PT-DF) apontou como urgente que o governo retome o projeto Escola sem Homofobia.


Agência Câmara

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Para ouvir a fala do Pr. Marcio Retamero, que vem sendo alvo de difamação por parte de Marco Feliciano, acesse esse post (vá até o final da página):

https://www.xn--foradoarmrio-kbb.com/2012/10/resposta-do-reverendo-marcio-retamero.html

SP: Caminhada contra a Homofobia foi um sucesso

Mães e filhos participam de caminhada contra a homofobia em São Paulo

Passeata no centro da capital paulista pediu a criminalização da homofobia e lembrou vítimas da discriminação

Agência Brasil - 13/05/2012

FONTE: IG

Para celebrar o Dia das Mães e antecipando o Dia Internacional da Luta contra a Homofobia, que será comemorado dia 17 de maio, dezenas de mães e manifestantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) participaram, na noite de domingo (13), de uma caminhada pela rua Augusta, no centro de São Paulo. O destino é o Largo do Arouche.


 
Foto: AEMães e filhos participam de passeata em protesto contra a homofobia, na região da avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo


A caminhada, segundo os manifestantes, pede a criminalização da homofobia e homenageia vítimas da discriminação. A rua Augusta foi escolhida pela região paulistana ser muito frequentada pela população LGBT e por ter sido palco de vários atos de violência contra homossexuais.

“O objetivo principal (da caminhada) é dar visibilidade à violência cometida contra a população LGBT. Essa caminhada é um ato solene, passando por locais onde aconteceu, aqui em São Paulo, algum ato de violência contra essa população”, explicou Franco Reinaudo, coordenador geral de Assuntos da Diversidade Sexual da prefeitura de São Paulo.

Segundo Reinaudo, um trabalho feito pela prefeitura de São Paulo, denominado Mapa da Homofobia, registrou que mais de 200 casos de violência contra a população LGBT foram denunciados ao órgão só em janeiro deste ano, número bem superior a janeiro do ano passado, quando foram registradas 50 denúncias de violência, sejam elas xingamento ou violência física. De acordo com ele, isso significa que as pessoas estão denunciando mais a violência contra homossexuais, mas demonstra também motivo de preocupação, já que se trata de um número elevado de casos.

A caminhada reuniu muitas mães, como é o caso de Gislaine Cristina Araújo, promotora de merchandising. O filho dela, Alexsandro dos Santos Ferraz, 18 anos, é homossexual. “Quando ele tinha 14 anos, ele resolveu chegar em mim para conversar. Quando ele me disse [que era homossexual], eu respondi a ele que ele era meu filho e que o amava”, disse.

Alexsandro lembra desse momento. “Foi difícil [contar para a minha mãe], principalmente pelo fato de ser filho único. Sabemos que nenhuma mãe quer isso para um filho. Tive que ter muita coragem para chegar nela e dizer que sou homossexual e me sinto bem assim”, falou. Passado esse medo de ter contado para a mãe que era homossexual, o maior receio dele hoje é com relação à agressão física. “Tenho medo mesmo é da agressão física. Agressão verbal não, porque não dou atenção. Mas da agressão física sim, já que há muitos gays sendo agredidos”, disse.

Gislaine contou não ter problemas para encarar a homossexualidade do filho, mas que enfrenta o mesmo medo do filho: da “violência gratuita” direcionada atualmente à população LGBT. “Temos que respeitar as pessoas. Uma gosta do São Paulo, outra gosta do Corinthians. Um gosta de doce, outro de salgado. Por que tratar os homossexuais como se fosse uma coisa de outro mundo?”



Foto: AEMães e filhos durante a passeata


Outro caso é o da empresária Clarice Pires, mãe de Yuri Pires, também homossexual. “Eu tinha medo de contar para os irmãos dele e da reação deles”, disse Clarisse, quando soube da homossexualidade do filho. “Mas, graças a Deus, os irmãos se abraçaram e só disseram: ‘Você é meu irmão’”.

Para outras mães como ela, que tem filhos homossexuais, Clarice dá o recado. “As mães têm que amar seus filhos. Se ele nasceu homossexual, é um ser humano e isso não vai desvalorizá-lo. Não pense que ele é homossexual, mas em tudo de bom que ele é. Antes de ser homossexual, ele tem muitos valores”.

Mas aceitar a homossexualidade do filho não é uma tarefa fácil para todas as mães. Não são todas que fazem isto naturalmente. “Há mães que tentam o suicídio quando sabem que o filho é gay”, disse Edith Modesto, mãe de Marcelo Modesto, homossexual. Pelo menos dois casos de mães que tentaram o suicídio foram relatados recentemente para o Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), uma organização não governamental fundada por Edith e que foi criada para acolher os pais que desconfiam ou tem filhos homossexuais.

Para Edith, é muito difícil uma mãe aceitar que um filho é homossexual porque “o preconceito está internalizado em todos nós”. “Aprendemos que as pessoas têm que ser heterossexuais”, disse.

A drag queen Tindry, como é conhecida Albert Roggenbuck, disse participar da caminhada hoje para reforçar a luta contra a homofobia e “por uma sociedade que respeite as diferenças”. Para Tindry, a aprovação da lei criminalizando a homofobia (criminalizando a aversão ou o ódio direcionado à população LGBT) pode ajudar a combater a violência. “Quando se criminalizou o racismo, as pessoas começaram a pensar duas vezes antes de ofender um negro. As mulheres também contam com a Lei Maria da Penha. Para nós, isso também seria muito importante”, disse.

Para Heloisa Gama Alves, coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual da Secretaria Estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, o grande número de casos de mortes e de ataques à população LGBT só poderá ser combatido com políticas públicas, educação e sensibilização da sociedade. “Está na hora de enfrentarmos essa questão no sistema educacional de maneira mais clara e contundente”, disse.

Heloisa também defendeu a aprovação da lei que criminaliza a homofobia, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, como fundamental para diminuir a violência. “É uma pena que o Congresso feche os olhos para essas mortes. A criminalização não vai acabar com a homofobia, mas é uma forma dessas pessoas que matam e agridem serem punidas de forma eficaz”, defendeu.

Segundo a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, várias cidades do interior de São Paulo também organizaram atividades e caminhadas para comemorar a data, entre elas, Araraquara, Bauru, Botucatu, Piracicaba e Santos.

ONU pede Chile aprovação de lei contra a discriminação sexual

Foto: Internet



ONU pede a Chile aprovação de lei contra a discriminação sexual


O pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) foi feito após a morte de Daniel Zamudio. Se trata de um jovem chileno que foi espancado por supostos neonazistas por ser homossexual.

Rupert Colville afirmou que a entidade rechaça “o violento ato criminoso que custou a vida” do jovem chileno. Ele falou em nome de Navi Pillay, Alta Comissionada da ONU para os Direitos Humanos. Por este motivo, destacou que o Congresso chileno deve sancionar com urgência uma lei contra a discriminação por razões de gênero.

De acordo com padrões internacionais, esta nova norma deve estabelecer que a incitação ao ódio por motivos de orientação sexual e identidade de gênero constitui agravante para processos penais.

Além disso, Colville ressaltou que uma lei desse tipo está pendente de aprovação na Câmara de Deputados do Congresso do Chile desde 2005. Ele afirmou que o caso do jovem assassinado mostra a gravidade e prevalência da homofobia. Expressou ainda que o aconteceu no Chile se replica em diversas partes do mundo.

Daniel Zamunio morreu na semana passada após ficar 25 dias em coma no hospital. Ele, que tinha 24 anos, foi espancado por um grupo de supostos neonazistas. O motivo do ataque seria o fato de Daniel ser homossexual.

Daniel foi atacado no dia 3 de março. Os agressores bateram na cabeça do jovem e o queimaram com cigarros. Também marcaram seu corpo com símbolos nazistas. Depois da morte do jovem, organizações sociais exigem que o governo do Chile agilize o projeto de lei contra a discriminação sexual.

Fonte: Agência Pulsar


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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO


Você pensou a mesma coisa que eu?

Deve ter pensado...

Brasil...sil...sil..sil!

Alunos, denunciem homofobia

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ABGLT faz campanha para incentivar alunos a denunciar homofobia 

21 de março de 2012 - Site Terra


A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) lançou uma campanha para incentivar os estudantes vítimas de homofobia nas escolas a denunciar as agressões. "Se você é um estudante LGBT e foi vítima de bullying homofóbico ou qualquer outro tipo de agressão física ou simbólica na escola, denuncie", diz o cartaz da campanha.

A entidade recomenda os estudantes que registrem um boletim de ocôrrência em caso de agressão, liguem gratuitamente para o Disque 100, e ainda enviem a denúncia para presidencia@abglt.org.br, para que possa acompanhar os casos. Segundo a ABGLT, a campanha é motivada pelo aumento do número de casos de alunos vítimas de homofobia no ambiente escolar.

No começo da semana, a entidade divulgou o caso de um estudante de 15 anos que sofreu agressões em uma escola de Santo Ângelo, no interior do Rio Grande do Sul. Após a agressão, o menino encaminhou um e-mail relatando o drama da homofobia para a ABGLT. O relato ganhou repercussão na internet e o caso foi encaminhado à Delegacia de Polícia da cidade.

A ABGLT cobra do governo federal o lançamento de um kit de combate a homofobia nas escolas, que havia sido vetado pela presidente Dilma Rousseff no ano passado, após pressão da bancada religiosa no Congresso Nacional. O então ministro da Educação, Fernando Haddad, havia prometido que o material seria refeito, mas na semana passada o atual ministro, Aloizio Mercadante, disse que o kit não resolve o problema da homofobia.

Em nota, a entidade disse que "lamenta profundamente as equivocadas declarações do ministro e manifesta sua indignação com mais esta atitude de homofobia institucional do governo Dilma Rousseff, cuja credibilidade para as políticas públicas de proteção da população LGBT parece estar a ponto de se esgotar por completo".

Segundo a ABGLT, a crítica à posição do governo federal sobre o assunto vai nortear a 3ª Marcha Nacional Contra a Homofobia, que acontece no dia 16 de maio, em Brasília (DF). "Vamos cobrar a conta de centenas de mortes e outras formas de violências praticadas contra milhões de brasileiras e brasileiros, em decorrência de sua orientação sexual e identidade de gênero", informou a entidade em comunicado divulgado após as declarações de Mercadante.

O insustentável preconceito do ser! - por Rosana Jatobá




O insustentável preconceito do ser!


Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.

Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso:

- Recomendo um passeio pelo nosso "Central Park", disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só!

-Então estarei em casa, repliquei ironicamente.

-Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente.

-A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista?

-Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem "farofa" no parque.

-Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos.

-Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar....

De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que , de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado.

Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os "Paraíba", que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a "Cabeça chata", outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste.

Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável.

Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava:

-O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte:

"O teu cabelo não nega, mulata

Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, quero o teu amor".

"É ofensivo", diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem.

A expressão "pé na cozinha", para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constrangimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala.

O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de São Paulo um artigo no qual ressalta:

"Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra 'niger' para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim:

'Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe'...que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo).

Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra , os negros cunharam o slogan 'black is beautiful'. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém".
Será que na era Obama vão inventar "Pé na Presidência", para se referir aos negros e mulatos americanos de hoje?

A origem social é outro fator que gera comentários tidos como "inofensivos" , mas cruéis. A Nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que o picha o próprio Presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir:

- A minha "criadagem" não entra pelo elevador social !

E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais ? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, "viado", maricona, boiola e uma infinidade de apelidos, despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo?

Mulher é rainha no dia oito de março. Quando se atreve a encarar o trânsito, e desagrada o código masculino, ouve frequentemente:

- Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque!

Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino:

-Só podia ser loira!

Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco:

- Só podia ser judeu!

A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia ...

Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: "O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem". Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano.

A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o Princípio da Igualdade, sem o qual nenhuma sociedade pode ser Sustentável. O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque , em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorancia e alimenta o monstro da maldade.

Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcoólatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado:

-Só podia ser mendigo!

No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover:

-Só podia ser bandido!

Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros.

PS: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos.

Rosana Jatobá - jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em gestão e tecnologias ambientais da Universidade de São Paulo

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COMENTÁRIO DESTE BLOGUEIRO

O texto é ótimo, mas faltaram os LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, transgêneros, travestis e intersexuais).

Então, darei minha singela contribuição aqui.

Semana passada, primeiro dia de aula para um grupo de crianças com idade média de 13 anos, coloquei uma palavra inglesa no quadro e pedi que eles me dessem palavras que começassem sempre com a última letra da palavra anterior. A coisa funcionava assim:

table - elephant - teacher - rug - gay (sugeriu um dos meninos).

A turma deu uma risadinha. Eu disse: 'gay? ótimo! Por que não?' E continuamos. Eles contribuíram com quase 50 palavras nesse encadeamento.

Depois eu pedi que eles escolhessem três palavras de sua preferência para fazerem três frases diferentes que espelhassem alguma coisa real em relação a eles ou a pessoas que eles conhecessem. Alguns fizeram frases tipo: 'I saw an elephant at the Zoo yesterday. ' (Eu vi um elefante no zoológico ontem). Beleza.

Um garoto (não o que sugeriu a palavra gay) escreveu: 'I have a gay friend' (Eu tenho um amigo gay).

Gostei da frase, e disse: Que bom que você tem um amigo gay. Isso mostra que você é uma pessoa sem preconceito. De onde ele é?

O garoto respondeu:

- Da escola, mas ele não é meu amigo, não. Eu só o vejo na escola, mas eu não gosto de gays. (grifo meu)

Pronto! O preconceito veio à tona. Ele poderia dizer não gosto dele, porque ele é brigão. Não gosto dele, porque ele é chorão. Não gosto dele, porque não faz o trabalho e assume o crédito. Mas, ele disse 'não gosto de gays.'

Foi aí que eu fiz uma intervenção, e disse que a gente não pode rotular pejorativamente as pessoas a partir de características como orientação sexual, cor da pele, gênero, região de origem, etc. E dei um exemplo:

Vocês sabiam que casamento entre negros e brancos nos EUA era crime até 1967? Ou seja, se um negro casasse com uma branca, ele era preso sob acusação de estupro presumido? A mulher podia dizer que o amava, que casou com ele porque quis, mas ele seria preso assim mesmo. O negro ia preso; não o branco. Hoje, a gente olha para isso e pensa: 'Que absurdo!'. Amanhã, se a pessoas souberem que um dia dissemos 'não gosto dele porque é gay', ficarão tão estupefatas quanto nós ficamos quando ouvimos coisas como a criminalização do casamento interracial nos EUA.

Eles ficaram muito impressionados com essa 'revelação' e seguimos em frente com outras frases.

Para não deixar o garoto que soltou aquela 'pérola' deslocado, perguntei imediatamente sobre o time dele (ele estava de camisa de clube), e pedi que ele fizesse uma frase sobre o time com alguma palavra do quadro. Ele fez. Fiz um comentário divertido sobre futebol, e seguimos em frente.

Esse episódio, porém, revela como o preconceito contra a orientação sexual (e contra o gênero) é plantado desde cedo na cabeça dessas crianças, a partir do que ouvem em casa, na igreja e na escola.

Detalhe: ele estava falando mal de um garoto gay sem perceber que o professor dele também é gay. Talvez, se tivesse percebido, nunca tivesse dito. E é assim que muitas vezes temos a impressão de que, pelo menos ao nosso redor, não há preconceito. Duvide, meu amigo/minha amiga. Duvide...

Podemos, contudo, ir expurgando esse sentimento irracional de um ou outro quando chamamos suas mentes à razão. Tomara que tenha com esse menino e sua turma tenha funcionado...

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